Descendants - It's Not Over escrita por Hufflepuff Girl


Capítulo 13
Agreements


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii!!!! Volteiiiii!!!!
Como vocês estão???
Desculpa pelo hiatus... foi uma promessa que tive que cumprir!! Mas agora já acabou e estou de volta!! E com capítulos!! Sim, no plural!! Mas vou continuar postando um capítulo por mês!! Assim não haverá atrasos de forma nenhuma!!
Espero que gostem do capítulo!!



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Princesa Heather Heart


"Well your left hand free
And your right in a grip
With another left hand
Watch his right hand slip
Towards his gun, oh no..."
Left Hand Free - Alt-J

 

Heather andava ao lado de Daniella em direção ao teatro. O sol do almoço de terça-feira estava queimando suas cabeças, mesmo já sendo outono e diversas árvores estarem com folhas laranjas e vermelhas. E por isso Heather amava o outono, embora a Bludvist odiasse.

— ... e aí a professora me mandou fazer esse trabalho enorme de 150 paginas em três dias! Absurdo!! Quer dizer, ela mal deu a matéria direito e passa isso do nada para tão pouco tempo!! Isso sem considerar que... - A ruiva rolou os olhos impaciente. A outra já estava reclamando desde que elas saíram do refeitório.

— Daniella... Chega! Eu já entendi que você está puta com isso!! Não precisa me seguir até o teatro para continuar reclamando no meu ouvido!!

— Eu não estou te seguindo Heart!! Caso você tenha se esquecido, a biblioteca é para aquele lado!

— Ah... certo...

— E se você está tão incomodada com a minha presença, não vou te forçar a ficar do meu lado!! - Dizendo isso, a Bludvist andou mais rápido, se virando em seguida para o caminho da biblioteca. Heather parou sem falar nada, vendo a outra ir sem olhar para trás. A ruiva sentiu um peso no peito, mas logo afastou a sensação. Ela recomeçou a andar, mas novamente parou, ao sentir uma mão no ombro.

— Oi Heather... - A ruiva virou para trás e viu Alderick com um sorriso pequeno no rosto.

— O que você quer Haddock?

— Olha... me desculpe, okay? Eu já percebi que você percebeu que eu ficava olhando para a minha família e...

— Ah... agora você sabe?? Olha Haddock, eu percebi muito bem que você estava me usando para irritar seus pais!! Eu não sou idiota!

— Me desculpe Heather!! É que eles são sempre tão... Preconceituosos em relação aos vilões... Minha avó disse que isso começou quando o meu avô morreu, mas eu não concordo em nada com isso e...

—E por isso queria me usar para irritá-los??

—Para fazê-los ver que nem todos os filhos de vilões são como os pais!!

—Corta essa Haddock!! Você nem me conhece ou conhece minha mãe para saber se somos parecidas ou não!!

—Eu... Tá bem, eu realmente não sei, mas...

—Você só quer irrita-los. Admite logo o real motivo!!

—Eu gosto de uma pessoa... Que eles não aprovam... Então...

—Então quer mostrar que poderia ser uma pessoa muito pior??

—Meio que isso... - Heather viu ele olhar para o chão meio envergonhado.

—Quem é ela? - Heather cruzou os braços em divertimento. Ela sempre adorara deixar as pessoas desconcertadas, como se estivessem prestes a derrubar uma barreira. Ela sempre adorava ver a vergonha que ela sentiria se permitisse isso com ela mesma, como uma ameaça pessoal.

—É Annette Jorgenson...

—A metidinha filha do Jorgenson?? - Heather não segurou sua risada de escárnio, fazendo Alderick ficar mais envergonhado e com raiva de si mesmo e da ruiva. - Fala sério!! Achei que tivesse um gosto no mínimo melhor!! Aquela garota é um nojo!!

—Falou a garota mais gentil e humilde da Faculdade!!

—Eu não tenho do que me envergonhar, Haddock!! - Heather respondeu sem tirar o sorriso do rosto. - Eu sou uma princesa! A princesa de Wonderland!! Aquelazinha é o que? Uma filha de um qualquer!!

—O pai dela é um dos professores da Academia dos Dragões de Berk!!

—Se ele é tão importante assim, qual o problema dos seus pais com ele e aquela garota??

—Ele... Ela... - Alderick suspirou e seu olhar pareceu perdido ao olhar para o chão. - Meus pais a acham arrogante e narcisista demais para mim, e seria capaz de fazer o que quiser comigo. Além disso, também acham que o pai dela a está jogando para mim, para ela poder ser a próxima comandante de Berk.

—Corta essa!! Pelo o que eu sei, você não é o próximo alinha de sucessão. Se fosse isso, ele jogaria ela para os braços do seu irmão.

—Eu sei e já falei isso repetidas vezes para eles!!

—Mas parece que você não sabe convencer bem seus pais... Parece inútil! Até para conseguir o que quer!!

—Não fale assim Heart!! - Ele parecia que ia se esconder para sempre a qualquer momento, fazendo a ruiva se divertir cada vez mais. - Olha, se você não quer me ajudar a irritar os meus pais, tudo bem! Eu...

—Os Heart não irritam as pessoas... Nós enlouquecemos...... - Os olhos do moreno voltaram a fitá-la, desconfiado. Enquanto isso, os olhos dela se tornavam um castanho mais escuro com um leve brilho vermelho, que vinha de seu colar, o qual estava pendurado entre os finos dedos da mão direita da ruiva.

—Como assim...?

—Como você já deve desconfiar, todos possuem um preço, Haddock. Só deve saber qual é antes de tentar fechar algum tipo de acordo. Aliás, acho que deva esperar um preço muito alto vindo de mim....

—Espera... Então vai me ajudar?? - O rosto de Alderick se iluminou como o de uma criança, sem ele conseguir acreditar que princesa sem coração o ajudaria.

—Se puder pagar pela minha ajuda... - O sorriso do outro murchou aos poucos, já sabendo que aquilo iria custar muito. - Que com certeza significa compras sem limites de preço...

—Como é??? Você enlouqueceu Heart??? De onde tirou a ideia que eu pagaria tudo isso?? - Alderick começou a mexer os braços para os lados, surpreso pelo cinismo da outra. - Nunca gastaria tudo isso que você imagina só para isso!!

—Se acha que a Annette não vale tudo isso, porque pediu minha ajuda para começo de conversa? Além do mais, eu vou conseguir o que quero, de um jeito legal ou não... Você também pode pensar que está escolhendo ser cúmplice ou não... - Ela abriu um sorriso sarcástico e fechou os dedos em volta do colar.

O moreno abriu e fechou a boca mais duas vezes antes de desistir, balançar a cabeça e abrir um sorriso atrevido para o chão. Ele olhou para ela divertido, sem desmanchar o sorriso, e viu que ela também sorria, mas era um sorriso falso de inocência. Embora estivesse com certa raiva da ruiva (por ela tê-lo feito contar algo pessoal e ainda chantageá-lo com isso), ele não podia deixar de achar adorável toda essa atitude, além de achar extremamente manipulador e incrível. Fala sério, achar isso incrível é demais até para você Alderick...

—Então, temos um trato ou não, Haddock? - Ela soltou o colar que ainda segurava e estendeu sua mão direita em direção ao moreno. Ele hesitou alguns segundos, sem deixar de sorrir ou esquivar seu olhar da mão dela. - E então? Vai apertar ou não? Meu braço está quase cansando, e assim que eu abaixá-lo, não voltarei atras!!

Assim, ele rapidamente apertou a mão da ruiva. O moreno fingiu não sentir o arrepio que teve assim que fez isso; afinal, não queria admitir estar com certo medo de ter fechado um acordo com a Princesa Sem Coração de Wonderland.

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Henry, saiu de uma ruela da faculdade logo após uma garota baixinha e ruivinha. Ele ainda podia vê-la tentando arrumar o cabelo bagunçado e o vestido amaçado enquanto andava em direção a um prédio qualquer que ele não ligava.

Por mais que o NorWood tentasse, não conseguia se lembrar do nome dela, assim como não lembrava da cor dos olhos dela. Afinal, isso não o importava, e sim o quanto ela beijava bem. Muito bem, aliás! Ele ficara muito impressionado, uma vez que antes não dava nada para ela. Agora já a achava boa o suficiente para tentar uma noite inteira.

Ele iria continuar seu caminho, em pleno almoço quarta-feira, pensando na garota sem nome, se não fosse por uma outra ruiva que se pôs na sua frente. Seus olhos castanhos esverdeados estavam tempestuosos e sua boca enrugada num bico raivoso.

—O que pensa que está fazendo, NorWood?? Aqui não é um motel para se atracar com qualquer garota numa ruela qualquer!!

—O que você tem a ver com isso, Bgordman??

—É Bjorgman!!! E eu sou uma aluna!! Não sou obrigada a quase ver um filme impróprio para menores de idade em plena luz do dia quase no meio da Universidade!!

—Primeiro, não estávamos no meio da Universidade, e sim numa ruela vazia e quase totalmente escura. Segundo, se você viu, foi porque se intrometeu! Ninguém te obrigou a observar! - Eleanor abriu a boca e começou a retrucar, mas antes que terminasse uma única sílaba, ele a interrompeu. - Terceiro, eu também sou um aluno e tenho todo o direito de desfrutar todos os cantos da Universidade sem ser interrompido ou reprimido, Bgordman!!

—Mas eu também sou aluna e também tenho direitos! E é Bjorgman!!!!

—E você acha que eu já não entendi da primeira vez? Se toca garota! - Ele deu um sorriso de escárnio e contornou a ruiva, deixando-a mais raivosa. - Me deixa em paz que tenho mais o que fazer do que aturar você e.... - A mão da ruiva o parou e o fez se voltar para ela.

—Ei! Você não vai sair assim! Eu sei muito bem que não vai nem mais ligar para aquela garota e... - Ele viu as bochechas da garota ficarem rosadas, fazendo-a parecer cada vez mais uma boneca de porcelana.

—Como sabe se farei isso? - Ele arqueou a sobrancelha, mas logo a baixou. Não queria começar a pegar manias dos colegas.

—Porque foi o que fez com a que ficou no baile!

—E por que se importa tanto com elas?

—Primeiro, porque fui eu que tive que consolar a garota do baile!! - O loiro rolou os olhos em cansaço. Ele nunca teve que se preocupar com quem ficava na ilha, e não estava a fim de começar a fazer isso só porque agora estava em Auradon. - Gastei uma manhã inteira tentando fazê-la perceber que você não valia a pena!

—Ei! - Ele se sentiu quase ultrajado com o que ela havia falado, se não estivesse se distraindo com as bochechas, agora vermelhas, da ruiva. Estavam mais vermelhos que seu cabelo, o fazendo achá-la quase adorável.

—Segundo, porque aquela garota que você acabou de ficar é a filha da Anastacia Tremaine, Anika Tremaine!

—E eu com isso? - Ele se virou novamente e recontinuou seu caminho a nenhuma direção exata. Ela começou a segui-lo também, abrindo a boca para voltar a retrucar, até que teve uma ideia e sorriu levemente. Ela iria fazê-lo deixar sua amiga mais nova em paz, do jeito simples ou do ameaçador.

—Quer saber? Fique a vontade para fazer o que quiser com ela... - O coração da ruiva se apertou ao dizer isso. Se não funcionasse, ela não saberia o que fazer mais. - Depois vai ter que se ver com os três irmãos mais velhos dela que fazem parte do time de futebol americano da Universidade...

Ele estancou na hora, enquanto ela parava os seus passos lentamente, parando de verdade só alguns metros à frente do loiro.

—Três irmãos? Que jogam futebol americano????? - Ele parecia quase surpreso. - E essa é a sua cartada para tentar me manter longe daquela menina? - A ruiva arregalou os olhos, sem se importar dele ver isso e rir da cara dela. - Faça-me o favor, dona Bgordman! Isso não me assusta! Posso acabar com eles num piscar de olhos!

Ele voltou a andar ainda rindo, deixando-a para trás, mas apenas por alguns segundos, até ela voltar a andar e se postar na frente de Henry.

—Henry! Por favor! Fique longe dela! Ela é mais nova do que eu! Ainda inexperiente...

—Não foi o que me pareceu enquanto nos beijávamos....

—NorWood! Isso é sério! Deixa ela em paz!!

—E o que me dá em troca?

—Como? - Ela, parada, viu o loiro cruzar os braços em frente ao seu tronco.

—Ué! Acha que atenderei algum pedido seu assim do nada? Estaria trocando uma noite de amassos num corredor deserto para dormir ou ficar sem fazer nada de interessante? Fala sério Bgordman! - Ele a viu passar rapidamente de surpresa e exasperado para raivosa assim que ouviu seu nome errado mais uma vez.

—E o que você iria querer para isso? - A voz dela saiu entredentes, quase tão baixo que ele não conseguia escutar direito.

—Sei lá... um encontro, talvez? Obviamente num corredor deserto da ala de dormitórios femininos...

—Eu não sairia num encontro com você nunca, NorWood! - Assim que ela terminou de falar, ele caiu numa gargalhada que chamou-o atenção de algumas pessoas que passavam perto.

—E desde quando você acha que eu estava falando de você?

—Eu... Na festa... Você...

—Fala sério... Se enxerga Bgordman! - O rosto dela ficou branco, enquanto escutava cada palavra dita por ele. - Além de ser filha de duas pessoas odiosas que prenderam o meu pai naquela ilha medíocre, não passa de uma garota patética que não tem futuro nenhum fora das sombras de algum dos primos... - Ele viu os olhos dela se encherem de lágrimas. Mas também viu a ruiva respirando fundo, se esforçando ao máximo para não fazer nada de errado na frente dele. - Se a daminha de companhia realmente quiser que eu deixe a Tremaine em paz, é bom achar alguém melhor para tapar o meu buraco, Bgordman....

—Então é assim que chama todas as garotas com quem fica? Um tapa buraco?

—Claro, elas só servem para distração... - Eleanor sentia a raiva borbulhar em seu peito, a fazendo querer afetá-lo da mesma forma. Como ele se atreve a falar assim comigo?!?!?

—Deve ser um buraco odioso! E nojento! - Ela podia sentir as palavras ácidas saírem de sua boca como facas afiadas, mas apenas quando continuou pode perceber que ele foi atingido. - Aposto que foi pela perda de alguém! Só isso para fazer alguém ser tão asqueroso com outras...

Ele, de repente, segurou forte os dois braços dela, a machucando. As mãos de Henry estavam quentes demais, e seu rosto passara de branco para vermelho vivo.

—Nunca mais fale isso!! Você não sabe nada sobre mim!! E pode esquecer que agora não farei nada mesmo!! Pode esperar que aquela sua amiguinha vai te ligar chorando amanhã bem cedo!!

E assim ele saiu pisando duro para longe da ruiva sem saber exatamente para onde. Eleanor continuou parada, tentando se recompor do medo que sentiu. Nunca alguém havia a tratado daquela forma, e ela sentiu como se ele fosse a qualquer momento usar força física para atacá-la.

A ruiva olhou em volta e viu alguns alunos parados, olhando preocupados para ela, mas que obviamente não fariam nada, para acalmá-la ou até defendê-la. Então ela respirou fundo, tentou sufocar o medo e andou devagar até o próprio dormitório, onde poderia esfriar a cabeça de verdade.

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Mal entrou furiosa, numa tarde sua livre de quinta-feira, no quarto de Pandora, a qual retocava calmamente as unhas com seu esmalte preto, sem se importar de estar perdendo aula. A de cabelos roxos, assim que bateu à porta com força, deu poucos passos e parou em frente à outra, esperando qualquer pergunta para começar a desabafar. Contudo, isso não aconteceu, uma vez que a Black parecia se recusar a deixar de olhar por um segundo as unhas compridas. Por causa disso, Mal ficou mais impaciente, bufando alto, esperando atenção.

— Sério que você quer que eu pergunte Mal? Porque você só não começa a falar e eu só finjo que escuto?

Nossa!! Grande amiga você, né?

— Se quer alguém mais compreensivo vá atrás da Evie. Mas, - Pandora fechou preguiçosamente o vidro de esmalte e assoprou os dedos - eu sei que você não está procurando compreensão, e sim conselhos que prestem, senão não teria vindo até mim. Desembucha!

—Pelo menos olhe para mim!! - A de cabelos roxos cruzou os braços e bufou mais uma vez. - Assim parece que as suas unhas são mais importantes do que eu!!

—E não são? - A de cabelos negros levantou a palma esquerda na altura dos olhos, podendo ver melhor se havia mais falhas no esmalte.

—São só unhas!!!

—Unhas bem feitas...! - Pandora sorriu de lado ao perceber outra bufada da outra.

—Você ainda está pintando!!

—Está bem... unhas quase bem feitas...

—Ai Pandora!!!

A de cabelos roxos bufou irritada, mas logo andou até a cama da outra e se jogou nela, balançando tudo e quase derrubando o vidro de esmalte preto na colcha, o que lhe rendeu uma fuzilada básica da Black. Olhou rápido o quarto e, assim que constatou que realmente estavam sozinhas, começou a falar.

— Os reis querem que eu mude! Quer dizer, não o Ben, mas os pais dele! - Ela gesticulava rápido, com os braços elevados acima do corpo, quase acertando o rosto da outra, o qual tentou só desviar e se concentrar nas unhas. - A Bela e o Adam acham que eu devia, sei lá, ser mais feminina! Ser como uma princesa, mas eu não sou! Sou uma garota da ilha! E com certeza não sou como Evie ou Heather! Não tenho nenhum sangue real para ter crescido aprendendo a ser uma princesa! Além do mais eu não quero parecer uma!! Não quero ter que colocar vestidinhos fofos e bufantes e saltos enormes e tiaras de brilhantes e colares pesados e...

— Então termina com o Ben!

— O que?? - Mal parou de falar, chocada com o conselho, levantando seu tronco para olhar melhor a outra; essa era a última coisa que pensara que ela diria. - Não!! Eu não posso! Não quero! Eu... Eu gosto dele!!

— Gosta ou ama? Porque há uma grande diferença nisso... - Pandora fechou levemente o esmalte e olhou fixamente para a Mal. - Se você não o ama, por que mudaria todo o visual por ele...? Se não o ama, ele não vale todo esse esforço!

— Vale sim!

—Então você o ama!?

—Eu.... Eu não sei Pandora! Só sei que se isso for fazê-lo feliz, vale a pena! - A de cabelos roxos quase se sentia na defensiva. Ela não sabia realmente o quanto gostava dele, mas apostava que era muito para estar disposta a mudar. - O problema é...

— Se vale a pena, por que há um problema nisso? - Pandora assoprou de leve os dedos, sentindo o seu hálito gelado tocar sua pele. Em seguida fechou de verdade o vidro de esmalte antes de olhar nos olhos verdes da outra.

— Por que eu... Não sei...

— Então mude! Não precisa ser como a Heather que agora só usa vestidos e joias da família. Nem como a Evie que usa vestidos fofos de princesa. - Pandora rolou os olhos vagarosamente - Seja uma versão princesa de você mesma. Ou então, se estiver disposta a tudo pelo Rei, faça uma mudança geral no visual que mostre o quanto você pode ser feminina. Pelo menos para calar os teus sogros...

— Acho que você tem razão...

— Eu sempre tenho, só para constar... - Mal bufou visivelmente irritada e divertida. Pandora apenas respondeu com um pequeno sorriso enquanto levantava e colocava o esmalte de volta na caixa de Giselle. - Sabe o que me intriga nessa história? Você não se vestia assim na ilha...

—Como assim? - Mal sentiu sua testa enrugar levemente, olhando a outra ainda de costas.

—Sem acessórios ou algo feminino. Eu me lembro bem o quanto você adorava aquelas luvas de couro, aquelas jaquetas roxas e justas, aquelas pulseiras com espinhos metálicos. Até de saia gostava. Você não usa nada mais disso... - Pandora se virou de frente para a de cabelos roxos, encostando na penteadeira com os braços cruzados.

—Bem... Ha uns seis meses atras eu meio que joguei tudo fora...

—Por que? Para agora ter problemas com os pais do Ben?

—É que a Audrey falava que tudo aquilo que eu usava não combinava com o estilo de uma princesa, e muito menos com o de uma Rainha. Então, num impulso, eu joguei tudo fora. Ben e eu estávamos num momento complicado... Eu estava tendo que me adaptar com todas as tarefas de ser a namorada do rei e Audrey não estava ajudando.

—E aí decidiu dar uma de louca e jogou tudo fora?

—Eu ia comprar tudo novo, mas aí rolou outros problemas com o Jay e o Chad, e acabei deixando isso para depois.

—E agora você não tem quase nada para vestir. Sim, eu já notei que até sem sapato você está. - Mal suspirou e escondeu o rosto atras das mãos. - Você sabe o que eu estou achando dessa história, não é?

—Que fui infantil, mimada e vulnerável. Que não fui isso que você é minha mãe me ensinaram a ser. Que eu não sou uma princesinha frágil que é facilmente manipulado pelos pensamentos dos outros.

—Se sabe tão bem disso e se lembra com tanta facilidade tudo o que sua mãe e eu te falamos, por que fez aquilo?

—Me desculpa, está bem? Eu já estou sofrendo o suficiente com isso!

—Isso não combina em nada com você Mal! Você não se submete a pessoas assim! - Pandora sabia que Mal estava escondendo alguma coisa.

—Eu sei!

—Então por que...

—O Ben disse a mesma coisa! - Mal escutou a outra suspirar e continuou. - Eu o escutei concordando com a Audrey. Olha, aconteceu, okay? Já foi. Agora eu posso ficar me lamentando ou seguir em frente.

—Mal, por que você não conversou primeiro com ele? Por que...

— Falou a que conversa sempre antes de fazer alguma coisa....

—Eu não sou impulsiva. Nunca. Você sabe muito bem disso.

—Está bem. Vamos só seguir em frente, tá legal? - Pandora suspirou mais uma vez, mas permaneceu calada. - Então... Você me ajuda? Eu pediria para a Evie, mas da ultima vez que pedi isso acabei com um vestido de tule e uma trança no cabelo...

— Você não gostou? Pelo o que ela me falou você estava radiante no dia...

— Gostei! Mas... estou achando que não será rápido o suficiente... sei lá, sabe?

—Como assim, Mal Bertha? - Pandora desencostou da penteadeira, mas continuou no mesmo lugar.

—Ahh!! Não usa esse nome!!

—Por que eu e não a Evie? Desde quando você acha que tenho tempo disponível para gastar com outras pessoas e que não afetam os meus próprios interesses?

—Credo... Eu só queria ir ver, tipo, já neste sábado! Não queria ter que esperar pelo próximo sábado! Até porque no domingo já tenho um almoço de família para ir... - Mal imaginou o sogro dela erguendo uma mão para cumprimentá-la enquanto a outra segurava a bainha da espada. Não que ele já havia a ameaçado fisica ou verbalmente; mas ela sempre fora muito boa em interpretar olhares. - Poderia já impressiona-los e....

—Não poderá ir...? O que a Evie vai fazer??

—Bom... Não era para espalhar muito, porque ela está com medo que chegue aos ouvidos da mãe dela...

—E porque contando para mim chegaria aos ouvidos da Rainha Má?? Eu detesto aquela mulher! - Pandora ergueu a sobrancelha de leve, olhando para a outra que ainda estava deitada em sua cama.

—Mas a mãe da Giselle não! Sabemos muito bem que a mãe dela é capaz de vazar essa informação para a Rainha em troca de quaisquer produtos de beleza... São igualmente fúteis, por isso sempre se deram bem...

—Sim... igualmente fúteis.... - Pandora deu meia volta e remexeu delicadamente na caixa de esmaltes, não tocando suas unhas recém-feitas em nada. - Mas por que acha que essa informação chegaria na Gothel?

—Pandora, por favor! Eu sei que vocês devem manter algum tipo de comunicação com eles! A gente não teve, mas vocês são mais velhos e...

—Não temos.

—O que? - Mal se levantou seu tronco da cama, se sentando.

—Isso. Não temos. Eu não quis tentar nenhum tipo de comunicação. Sabe muito bem como não gosto de ser vigiada... E nós duas sabemos como a Rainha de Copas gosta de vigiar a todos....

—Sim... - Mal olhou com desconfiança para ela, mas percebeu que aquilo podia muito bem ser verdade, pelo menos por parte da Black. Afinal, Pandora detestava que se metessem em qualquer âmbito de sua vida, e nunca deixaria a Rainha de Copas bisbilhotar...

—Mas, voltando... O que a Evie vai fazer?

—Bom... Ela vai visitar a Branca de Neve.

—O que??? - Pandora largou um vidro de esmalte azul escuro que segurava, sem se incomodar por ele ter caído com tudo em cima dos outros.

—Sim. Agora que estamos aqui e meio que cortamos a maioria dos laços com os nossos pais e a Branca se mostra tão bondosa e tudo mais, eu meio que convenci ela a ir numa espécie de almoço com café da tarde...

—Pelo amor de... Você já imaginou que talvez, só talvez, a Branca não seja tão bondosa assim e queira, sei lá, se vingar da Rainha Má fazendo algo com a Evie? - Pandora olhava para Mal pelo espelho do quarto, com as mãos segurando o espaldar da cadeira Branca e de estofado negro recém chegada. - Que espécie de amiga você é?

—Uma melhor que você! Nisso eu tenho certeza! - Pandora levantou a sobrancelha, mas logo afirmou com a cabeça. - E fique tranquila que o Doug vai estar lá, e nada irá acontecer com ela! Já me certifiquei disso.

—Ahh... Claro...

—Mas então, - Mal olhou hesitante para a Black. - você vai ou não no sábado me ajudar com as compras?

Pandora apenas se voltou para a de cabelos roxos e olhou de volta; ela levantou a sobrancelha e afirmou com um balançar de cabeça, sem deixar de sorrir levemente de lado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!!
Comentem! Deixem uma escritora feliz hoje!! Kkkkkkkkk
Beijos!!! Até mês que vem!!



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