Lírios em Lágrimas escrita por Yumi Oni


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie n.n mais uma one pra vocês ;*



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-Eu te odeio garota.

-Eu te odeio Bill!

-Some da minha vida!

-O que aconteceu?

-Sinto muito senhor... ela não resistiu.

-C-como assim?

-Um caminhão bateu no carro com tudo... não pudemos fazer nada.

-Não...

-Ela morreu pouco antes de você chegar....

-Não!...

-Eu posso não voltar Bill...

-NÃO!

 

 

-Bill! Bill! Acorda! -acordei ofegante, suando frio, assim como nos últimos dias, mais uma vez sonhei com ela- Você tem que parar de se culpar Bill, ninguém pudia prever aquilo. -permaneci em silêncio apenas esperando Tom terminar o que tinha a dizer. Não que fizesse alguma diferença pra mim. Foi minha culpa e todos sabem bem. -Não pode se culpar a vida toda... -ele deu um suspiro cansado- vai tomar um banho, eu espero até realmente querer me ouvir. -me limitei a acenar com a cabeça e fui pro banho.

 

  Lembrei do quanto éramos felizes.... se eu não fosse tão idiota ainda estaríamos juntos.

 

  Desci as escadas, tomei café, dei uma breve olhada nas horas .

 

  Estava cedo e coloquei um terno preto. Só haviam dois lugares em que eu queria estar.

 

  Peguei meu carro e fui até um prédio abandonado, onde havíamos nos conhecido. Subi até o último andar e sentando em qualquer canto acendi um cigarro.

 

 

  Era um dia frio, típico no inverno alemão. Não tinha nada pra fazer naquele dia. Apenas caminhava pelas ruas até que algo me chamou atenção. Alguém chorava. Virei a esquina e lá estava ela. Caminhando de cabeça baixa, chorando, seus cabelos de um roxo vivo encobrindo sua face. 

  A vi entrar num prédio abandonado e a segui. Estava com um mau pressentimento sobre aquilo. 

  Quando cheguei lá em cima ela chorava ainda mais, agora olhando lá pra baixo. Percebi o que ia fazer e corri em sua direção.

 

 Ela estava prestes a se jogar quando puxei sua cintura.

 

  Continuamos caídos no chão. Ela chorando e eu a abraçando.

 

  Foi daí que tudo começou. No início nos encontrávamos por acaso. Depois começamos a sair, namorar e com mais um pouco de tempo noivamos.

 Amy era a garota que eu sempre procurei. Era perfeita pra mim. Mas minha fama e ciúmes não ajudavam muito. Brigávamos quase o tempo todo... mas no final o amor sempre falava mais alto.

    

  Qualquer um via o quanto éramos apaixonados... talvez tenha sido isso o que tornou tudo tão difícil. Não era só a pressão das spoilers, tinha também a emprensa, os boatos, as fofocas.

  Nunca estávamos totalmente em paz.

 

  Conseguimos levar até surgir o pior boato de todos.

O de que ela estava me traindo.

 

  Eu estava em turnê e fiquei irado. Cego de ciúmes. Chegou a aparecer uma foto dela beijando outro cara.

  Quem dera ter descoberto antes que foi tudo armação...

 

  Nós brigamos feio por telefone e quando cheguei na Alemanha tudo só piorou. Amy tentou falar comigo várias vezes mesmo depois de tê-la magoado tanto. Eu evitei ao máximo de nos encontrarmos e quando por algum motivo isso acontecia a ignorava completamente, por mais que doesse em mim também.

 

  Até que chegou uma noite em que saí pra beber.

Tom, Georg e Gustav tentaram me impedir mas eu estava determinado. Queria beber e assim o fiz.

  Grande erro.

 

  Saí da festa com uma garota qualquer e quando cheguei em casa lá estava Amy.

Foi quando falei com ela pela últma vez...

 

-Bill! -ela pareceu feliz, até ver a garota ao meu lado.- Quem é ela Bill?

 

-O que faz aqui Amy? -apesar de bêbado a frase saiu perfeitamente compreensível.

 

-Manda ela embora, precisamos conversar.

 

-Não sei se notou mas temos algo mais interessante pra fazer, não é Bill? -se intrometeu a garota pra logo depois sussurrar um "livre-se dela".

 

-Não te quero aqui Amy. Achei que tivesse percebido isso.

 

-Me deixa contar o que aconteceu.-

 

-NÃO! Tudo o que eu precisava saber eu já sei, você me traiu! -eu soltei a garota e fiquei de frente pra Amy- E isso nada vai mudar. Nem o que você me disser.

 

-Está enganado, foi uma armação. -ela começou a chorar e eu quis retirar tudo o que disse, mas meu orgulho era grande demais pra isso.

 

-Suma daqui Amy. Eu não quero te ver nunca mais.

 

-V-você só está bêbado e c-com raiva, se eu voltar amanhã, vai s-ser diferente, você vai me deixar fa-falar como sempre fazia. -ela disse entre soluços.

 

-Não Amy. Eu não quero que volte amanhã, não quero que tente explicar o óbvio.

 

-Se v-você me deixasse explicar-

 

-Você é surda? Eu te quero longe de mim! Quero que vá embora!

 

-Eu posso não voltar Bill...

 

-Ótimo! É tudo o que eu quero, que NÃO VOLTE! Eu te odeio garota! -gritei a plenos pulmões enquanto a via chorar mais e mais.

 

-Eu te odeio Bill!

 

-Some da minha vida! -ela saiu batendo a porta.

 

  Me arrependo de cada palavra que disse naquela noite.

Pudia tê-la abraçado, pudia ter ouvido o que tinha a dizer, pudia ter terminado aquela noite com ela... mas nada disso eu fiz.

  Apenas assisti enquanto ela saía de carro.

 

  Meu celular tocou me puxando de volta pra realidade.

 

"-Alô.

 

-Bill! Onde você tá cara? O Tom tá que nem louco atrás de você. -a voz de Gustav soava extremamente preocupada.  

 

-Pode falar pra ele que estou bem. Já to indo pra casa."

 

  Fui no cemitério e deixei um solitário lírio tigrado representando o quanto sentia sua falta. Lírios eram as flores que ela mais amava e que por muitas vezes lhe dei, como um pedido de desculpas, como um presente... eles são agora uma das lembranças que tenho dela.

 

  Pouco antes de pedi-la em casamento ela deixou um bouquet de lírios do vale em minha casa e me mandou procurar o significado deles. "Doçura, humildade, retorno à alegria" mas o significado que realmente fazia sentido era:

 

  "Você completa minha vida"

 

  Eles estão lá em casa até hoje apesar de não mais conseguir admirá-los. Pensar que estaríamos nos casando daqui a um mês dói mais do que se pode imaginar.

 

  Minha vida não tem sentido. Acabei com a banda não só por não conseguir mais compor mas porque nem minha voz era mais a mesma. Eu sempre cantei pra ela, antes e principalmente depois de conhecê-la. Agora eu não tinha mais nada... não tenho mais ela...

 

  Amy é a única garota que amei incondicional e irracionalmente. Todas as vezes que me deixei levar pelos ciúmes foi poque não pudia imaginá-la com outro a não ser eu. É, por ela eu me tornei mais egoísta que o normal. Por ela eu arrumei mais tempo pra ficarmos juntos. Por ela eu neguei contratos. Por ela eu tinha parado de fumar.

 

  E só com ela foi que eu decidi ter uma família, parar um pouco com a minha vida de viagens e shows e ficar com ela...

 

  Mas eu me deixei levar. Depois de tantas fofocas, mentiras, brigas eu me deixei levar mais uma vez...

  Eu morri quando cheguei naquele hospital.

 

  Eu saí a toda a velocidade assim que recebi o telefonema de um policial afirmando que Amy havia sofrido um acidente e estava sendo levada pro hospital. Assim que cheguei fui direto pra emergência. Encontrei um dos médicos e perguntei por ela, por sorte ou não ele foi exatamente o médico que a atendeu.

 

-Você é parente dela?

 

-Sou o noivo dela. -Ele deu um suspiro demorado o que só serviu pra aumentar meu nervosismo.- O que aconteceu? A Amy está bem? Eu posso vê-la?

 

-Senhor...

 

-Kaulitz, Bill Kaulitz.

 

-Senhor Kaulitz, procure se acalmar... acho melhor se sentar-

 

-Não eu quero que me diga o que aconteceu com a Amy pare de enrolar e diga de uma vez! -eu estava em pânico, Amy tinha que estar bem, íamos voltar pra casa juntos quando recebesse alta, eu pediria desculpas, voltaríamos com os preparativos pro casamento, ela não pudia me deixar.

 

-Eu sinto muito senhor... ela não resistiu.

 

-C-como assim? -aquilo não pudia estar acontecendo, ela não pudia morrer!

 

-Um caminhão bateu no carro com tudo... ela chegou aqui com vida mas... não pudemos fazer nada...

 

-Não... -minha voz tinha sumido completamente... a minha Amy... tinha ido embora?

 

-Ela morreu um pouco antes de você chegar... estava chamando pelo senhor... -aquelas palavras me destruíram completamente, ela chamou por mim... e eu cheguei tarde demais...

 

  Eu devia ter acreditado nela, acreditado na minha Amy e não nos outros! Eu fui um idiota... encontrei o amor da minha vida e deixei que ele fosse embora por acreditar em mentiras... foi tudo culpa minha.

 

  Cheguei em casa e minha mãe correu pra me dar um abraço. Se não vi errado ela estava chorando...

 

-Filho! Eu estava tão preocupada com você!

 

-Porque? Eu não ia cometer suicídio ou algo do tipo.

 

-Nem brinque com isso Bill! Você sabe que está sendo difícil pra todos nós, todos gostávamos da Amy, sabemos que está abalado ainda mais depois da carta-

 

-Que carta? -todos me olharam surpresos.

 

-Você não leu?

 

-Eu não sei nem de que carta você está falando mãe.

 

-É da Amy. -disse Tom descendo as escadas. -Chegou hoje cedo.

 

-Deve ser alguma brincadeira de mau gosto.

 

-Não Bill. É a letra dela e tem a data de um dia antes do... de tudo acontecer...

 

-E porque só chegou agora?

 

-Isso ainda não sabemos.

 

-Não é dela.

 

-Leia e me diga se não foi a Amy que escreveu. -ele falou apontando pra carta em cima da mesa. Peguei o pedaço de papel e a primeira coisa que eu vi foi a data 20/04.

 

-Tem a data de hoje.

 

-Não Bill, é do dia 01. -eu olhei a carta de novo e lá estava dia 01/04. Devo estar ficando louco mesmo. Comecei a ler.

 

Oi Bill, queria falar com você de outra forma mas... enfim, vamos esquecer isso.

Eu só queria que soubesse que não sinto raiva.

Eu te amo Bill... 

Te amo e nada mudaria isso...

O que realmente me machuca é te ver sofrendo assim...

Eu queria ver seu sorriso de novo, aquele sorriso que era só meu...

Queria te ouvir cantar como antes...

 

    Lágrimas rolavam pela minha face, lágrimas que estavam presas a algum tempo. Lágrimas que só Amy faria cair...

 

Eu pensei em te encontrar hoje ou amanhã, mas sei que não quer me ver agora.

Não quero que se culpe.

Aconteça o que acontecer estarei sempre por perto...

sempre que precisar...

 

    Senti como se Amy estivesse ali, falando comigo.

 

Independente de quando Amy escreveu a carta, disse tudo o que eu precisava ouvir dela.

 

  Subi pro meu quarto. Li e re-li a carta várias vezes até que peguei no sono.

 

-Bill. -eu abri os olhos e Amy estava sentada em minha cama. Ela usava um vestido de noiva nas cores preto e vermelho, talvez o mesmo que usaria em nosso casamento.

 

-Amy? É você?

 

-É tão bom te ver de novo. -ela me abraçou- Eu te amo e quero que se lembre que sempre vou estar por perto.

 

-Eu quero que volte a ser como era antes Amy...

 

-Isso eu não posso mudar Bill, mas ainda vou estar com você, te amando de onde estiver, ao seu lado enquanto precisar. -tudo a minha volta começou a escurecer- Tenho que ir.

 

-Não...

 

  Acordei e meu quarto estava vazio. Uma única coisa estava diferente. Havia um lírio do vale em minha cama, dentro dele estava o anel de noivado da Amy com um bilhete.

 

  "O nosso amor não morre aqui"


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Notas finais do capítulo

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