The Same escrita por NandaHerades


Capítulo 2
Oportunidade


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito obrigada pelos comentários.
Eu não crio datas específicas para postar os capítulos, geralmente posto quando tenho um tempo livre na faculdade. Tenho uns capítulos prontos da fic, mas tenho medo de postar tudo antes de terminar (haha), então vou tentar postar um capítulo por semana (não sei se minha ansiedade vai deixar fazer isso).

Beijos



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—Onde está o carro de vovô? — minha irmã perguntou antes mesmo de saber se eu estava bem. Ela estava sentada na varanda me esperando.

— Vim de ônibus — respondi a ela com má vontade — Ele está na oficina.

— Sabia que a lata-velha ia acabar — ela se vangloriou —Você acredita que Robert quer comprar um carro para mim? Ele não quer que a futura primeira dama do Estado ande de táxi para lá e para cá.

Robert era deputado federal, mas estava se preparando para se candidatar ao governo do Estado. Revirei o olho e entrei em minha antiga casa. Meus pais sempre faziam questão de organizar um almoço quinzenalmente e eu não podia negar.

Minha casa era pequena. Dois andares, três quartos. Maggie sempre ficou com o quarto maior, por ser seis anos mais velha achava que possuía o direito de ter mais do que eu. Mas isso não me chateava, meu quarto dava de frente para a janela do quarto de Amelia, e nós ficávamos conversando. Meus pais eram jovens para ter filhas de 24 e 30 anos. Eles estavam casados há 35 anos e eram muito apaixonados. Assim que entrei minha mãe me abraçou amavelmente, papai não hesitou em falar em como eu estava linda. Esta é uma diferença entre Maggie e eu, eu sempre fui a mais admirada, rainha do baile, campeã de concurso de beleza. Em nossa infância, eu que era convidada para as festas e ela ia só por ser minha irmã. Depois de tanto tempo, Maggie ainda se ressentia de mim, como se eu tivesse culpa de fazer mais sucesso que ela. Minha irmã era linda, mas tinha uma péssima autoestima.

— Molly, como está o trabalho? — papai perguntou e Maggie tossiu como se aquela pergunta fosse ridícula.

— Bem, muito bem — dei uma resposta animada — Sou modelo de um catálogo de biquíni, a estilista é nova, mas em breve fará sucesso. Vou até fazer parte do seu desfile.

— E ela paga em dia? — Maggie perguntou e nosso pai a encarou insatisfeito — Sim, porque da última vez você teve que pedir dinheiro emprestado a papai para pagar o aluguel.

Saí da sala e fui para a cozinha ajudar minha mãe com o almoço. Maggie ficou na sala falando em como estava cansada por ter feito uma cirurgia delicada no rosto de um socialite complexada. Ela era cirurgiã plástica.

O almoço ocorreu sem grandes problemas. Maggie não me alfinetou como costumava fazer. Mamãe fez lasanha e nós comemos como nos velhos tempos. Ao terminar, despedi-me deles e caminhei até a rodoviária. Sem o meu carro eu não podia ficar até mais tarde.

~~~

Meu carro ficaria pronto na segunda-feira. O que me obrigou a ficar em casa o dia todo no domingo. Eu gostava de sair nos finais de semana, mas justamente naquele eu estava cansada. Sempre que havia almoço de família eu me sentia assim. Maggie era minha irmã, mas era uma perfeita vampira emocional. Fazia com que eu me sentisse um lixo. Isso só porque ela era mais inteligente do que eu, conseguiu fazer uma boa faculdade e arrumou um bom emprego. Já eu saí do ensino médio e caí de cabeça no meu sonho de ser modelo, porém me prejudiquei muito quando confiei nas pessoas erradas.

Almocei uma salada de folhas e resolvi ver um filme. Fazia tempo que eu não parava para assistir um longa metragem. Meu celular tocou na metade. Procurei-o pela casa e atendi antes que a ligação caísse.

— Srta. Smith? — um homem com a voz grave falou do outro lado da linha.

— Sim.

— Meu nome é Antony Sparks, representante da gravadora Sound Records. Conhece?

— É claro! — falei animada. Aquela era gravadora da The Caries.

— Desculpe ligar em pleno domingo — ele falou com um tom formal — Mas o assunto é estritamente profissional.

Eu não me importava em ser interrompida. Era bom ter conversas profissionais, isso significava que teria dinheiro para pagar o aluguel e não precisaria dos meus pais.

— A Srta. Amelia Price me passou seu telefone — Antony continuou — Você é modelo?

— Sou — respondi esperançosa. Um trabalho para a Sound Records era a porta de entrada que eu tanto queria.

— A senhorita está disposta a analisar uma proposta de trabalho? — ele perguntou e quase pulei de felicidade.

— É claro! — eu aceitaria qualquer coisa.

—Ótimo — Antony falou e eu ouvi quando ele mexeu em alguns papéis — Pode comparecer a sede da gravadora amanhã pela manhã?

Eu falei que sim. Não perderia aquela oportunidade por nada. Amelia era a melhor amiga que eu poderia ter. Seja o que fosse que a Sound Records me ofereceria, era melhor que ser modelo de uma marca desconhecida.

~~~

Acordei ansiosa para ir ao prédio da Sound Records no centro da cidade. Eu havia ligado para agradecer Amelia e ela disse que achava que era algum projeto voltado para a The Caries. Aquilo me animou um pouco mais, eu conhecia os integrantes da banda e tenho certeza que eles me ajudariam a subir. Quando cheguei à sede da gravadora fiquei encantada com a decoração interior do prédio. Todos os artistas que passaram pela empresa estavam estampados nas paredes, em um estilo colagem de jornal. Além disso, os objetos do saguão eram do estilo vintage e davam um ar descolado ao ambiente. Procurei por Antony Sparks na recepção e me mandaram para o décimo primeiro andar. Entrei no elevador, nervosa com o que poderia estar prestes a acontecer.  

Quando cheguei ao andar indicado pedi a recepcionista para falar com o Sr. Sparks e ela me guiou por um longo corredor cheio de portas fechadas. Assim que viramos a direita — perto de um banner gigante com a foto do vocalista da The Caries, namorado da minha melhor amiga—, vi a sala de Antony. A recepcionista bateu à porta e pediu que eu entrasse.

— Srta. Smith — ele falou com um sorriso e apertou minha mão — Eu sou Antony Sparks.

— Muito prazer — falei feliz.

— Sente-se, por favor — ele apontou para uma poltrona bege muito sofisticada — Aceita um café?

— Não, obrigada — eu controlava a minha dieta e preferia não consumir calorias desnecessárias.

— Então, Srta. Smith, Amelia disse que você é uma ótima modelo — Sr. Sparks falou e eu assenti — Precisamos de um rosto para representar a campanha beneficente da banda The Caries. Inicialmente, iríamos colocar a vocalista da banda, Alex, mas ela não gosta muito de fotos e a agenda da banda está lotada.

— Do que se trata essa campanha?

— Uma forma de divulgar o novo álbum deles. Todos os semestres a gravadora realiza um evento para arrecadar fundo a instituições de caridade. É uma ótima forma de mostrar a responsabilidade social da empresa — ele piscou para mim como se quisesse mostrar a esperteza da gravadora em se passar por boazinha — A banda The Caries propôs fazer três shows com a renda toda voltada para a campanha e eles também vão personalizar camisas para serem vendidas na internet.

Eu concordava com cada palavra que ele dizia.

— Você será a garota propaganda — Antony continuou — Você posará com as camisas personalizadas e será o rosto da campanha. No dia do evento você usará algumas camisas para que elas sejam leiloadas. Tudo isso servirá de divulgação para o álbum da banda. Sabe como é: uma banda que se preocupa com o bem de crianças carentes tem muito mais fãs.

— E como será o pagamento? — perguntei desconfiada, estava tudo muito bom para ser verdade.

— Você receberá muito bem, eu posso garantir — ele falou descontraído — E aí, o que me diz?

Eu era garota propaganda de várias marcas, mas nenhuma era tão grande quanto a Sound Records. Minha sorte era que eu não assinei exclusividade com nenhuma empresa, por isso poderia trabalhar para muitos ao mesmo tempo.

— Eu aceito — falei depois de pensar uns segundos.

Antony ficou muito feliz. Ele apertou minha mão novamente e me levou ao RH da gravadora, onde eu acertei os últimos detalhes da minha contratação.


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Notas finais do capítulo

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