Mudanças escrita por holden


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Acredito que tenha ficado meio confuso, mas todas as minhas historias são meio complexas, nem eu entendo.
Espero que gostem, e se quiserem digam o que acharam! ♥



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Albus tinha mania de esperar demais. Seja pelas coisas acontecerem, seja pelo dia melhorar ou esperar a chuva parar para fazer algo que não seja ficar o dia inteiro deitado em sua cama. É tão acomodado quando um objeto inanimado, é preguiçoso ao ponto de ficar dias sem lavar ou cabelo ou arrumar seu quarto. Era absurdo a forma que vivia, mas não conseguia parar, quer dizer, sequer se incomodava com isso para parar e tentar mudar seus hábitos.

Gosta que as coisas sempre sejam as mesmas, poucas coisas o apavoram tanto quanto surpresas ou mudanças, sente que vai morrer de desgosto quando as coisas não ocorrem como ele espera. Ele tem uma rotina e ela sempre tem que ser cumprida. Se isso não acontece se sente completamente perdido, quase como um cego em um tiroteio.

Primeiro ele acorda minutos antes do fim do café, gosta de tomar seu suco de laranja cinco minutos antes de ir para sua primeira aula, em seguida andar até uma passagem secreta ao lado da estátua da Mulher de Um Olho Só e de lá ir para o corredor do segundo andar, onde tem grande parte de suas aulas matinais, quando essas acabam ele vai almoçar —  sempre comendo as mesmas coisas e passando longe da torta de abobora, sente nojo só de olhar para ela, por que diabos alguém comeria aquilo?

Então ele desce para as masmorras e anda calmamente de volta ao seu dormitório, escova os doentes e fuma seu primeiro cigarro do dia —  de menta, ele tem vergonha de admitir seu péssimo gosto por nicotina ruim —  depois disso volta para suas aulas, encontra Scorpius nos jardins e os dois falam sobre os acontecimentos do dia (eles dividem os dormitórios, mas nunca se falam lá, pois Albus está sempre dormindo e Scorpius estuda demais, nunca está parado). Em seguida ele vai encontrar seus irmãos e provavelmente pedir alguns galeões emprestados para Lilían, apesar dos três ganharem a mesma quantia em mesada, Albus nunca consegue manter seu dinheiro, gasta tudo em doces e discos que nunca vai ouvir.

É quase um acumulador compulsivo, quase nunca joga algo fora. Simplesmente não vê motivos para jogar no lixo algo que possa usar um dia, você nunca sabe do que vai precisar e por mais que ele deteste surpresas gosta de estar sempre preparado para qualquer coisa que venha acontecer. O que pode fazer com um moletom rasgado e que não serve mais? Não sabe, mas ele pode servir para algo um dia, oras, a vida é imprevisível demais para alguém dizer que algo nunca vai acontecer.

Quando o dia acaba, depois de jantar ele sobe pela segunda vez ao seu dormitório, toma seu banho na temperatura mais quente possível (É uma pessoa que sente frio o tempo todo, e dormindo nas masmorras isso só se intensifica). Se veste e senta na janela do seu quarto e fuma seu cigarro, sempre jogando as cinzas no lago. Scorpius aparece, sempre muito bem vestido, mesmo depois de um dia inteiro de estudos. Os dois se cumprimentam e Albus se deita, não antes de dar uma boa olhada nas costas desnudas do seu companheiro de dormitório.

Seu dia não tivera nenhuma surpresa, e ele não esperava que tivesse, odiava surpresas e coisas que saiam de sua rotina. Não sabia quanto tempo poderia viver assim, mas no presente momento, não se importava nenhum pouco. Tinha medo de mudanças.


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Notas finais do capítulo