“Lá na colina, do outro lado do lago azul,

Foi lá que meu coração se partiu pela primeira vez”

Seu primeiro amor a ensinou que ela era forte; era um grifinório, alto, forte, um ano mais velho. No auge de seu terceiro ano, Molly Weasley não comia tanto quanto antes, estava focada em seus estudos, e não saía mais para Hogsmeade, mas o grifinório chamado Todd a ensinou que deveria se soltar.

— Molly — dizia, enquanto passavam o dia perto do Lago Negro; ela apenas folheando seu livro de poções e ele brincava com seus cabelos, com uma expressão entediada. —, por que não está mais falando com Dominique?

Ela, tão ingênua e apaixonada pelo jeito carinhoso e delicado de seu namorado, que sempre parecia hesitar na hora de beijá-la, que nem mesmo percebeu o quão interessado em suas primas ele estava. Fred Weasley a alertou, em um tom emburrado, ao que se encontraram no corredor; Todd estava ocupado demais com seus amigos para ajuda-la com seus livros ou para fazer qualquer coisinha romântica, mas, Fred, em seu sétimo ano, cruzou os braços e a encarou seriamente e disse:

— O que você vê nesse garoto, Molly? — e ergueu uma sobrancelha, coisa que ela sempre quis fazer. Abraçou seus livros, encarando os olhos castanhos escuros e irritados de seu primo. — Não consegue ver que ele não te ama como você o ama?

Suas bochechas se avermelharam rapidamente e, naquela hora, sentiu-se atacada. Claro que Todd a amava! Pensava revoltosa. Fred só diz isso porque perdera seu posto como goleiro do time de Quadribol da Grifinória para seu namorado.

— Ele me a... — mas Fred continuou, deixando-a de boca entreaberta, com aquele tom sarcástico que a irritava mais do que tudo.

— Ah, ele te ama? — ele soltou uma risada nasal. — Quantas vezes ele perguntou como você está e disse o quanto você está bonita mesmo que você tenha acabado de acordar? — Molly mordeu seu lábio inferior, sentindo como se as paredes do corredor a encurralassem. — Porque eu nunca o vi fazer isso e sim perguntar por Dominique, ou Lily ou Victoire, nunca por você!

E Fred saiu, esbarrando de propósito seus ombros. Molly ficara parada no corredor, com as costas queimando e, sabia que Todd estava de olho nela, afinal, por algum motivo, ele não gostava de Fred. Quando começaram a namorar, ela perguntara o motivo e Todd respondera que Fred a tratava como se ela fosse dele, mas Molly apenas rira e dissera que não.

O relacionamento dos dois não durou mais de uma semana após a conversa com Fred no corredor. Todd, sem expressão nenhuma, avisou que não dava e quebrou seu coração ao que no dia seguinte ela o encontrou trocando uns amassos com Jennifer McLean no armário de vassouras.

Seu segundo namorado demorou a aparecer, oito meses, para ser exata; era um lufano tímido e simpático com dentes tortos e olhos miúdos e agitados. Ele gostava de andar de mãos dadas pelo corredor e sempre que seguiam para aulas diferentes, ele segurava sua cintura possessivamente. Pelo mesmo motivo de Todd, Alexander também não gostava nada de Fred e, durante a festa de aniversário da Dominique na casa dos Weasley, os dois acabaram em uma briga e, Molly, cuidando do olho roxo de seu primo.

Com os olhos raivosos e nariz sangrento, Alex a puxou pelo braço e revelou um traço não muito digno da Lufa-Lufa; a inveja e o ciúme. Ele gritou bem alto que Molly deveria parar de ficar perto de Fred e, para finalizar todo o drama, começou a chorar. Seu coração, por algum motivo, amoleceu e os dois acabaram namorando na grama, ao que James Potter revirava os olhos na janela, logo indo contar para seu melhor amigo Fred o que acabara de ver.

As semanas foram se passando, meses também e ao que Molly chegou ao final de seu quarto ano, não aguentava mais os beijos de bom dia extravagantes bem idênticos aos filmes antigos da tia Hermione no meio do Salão Principal. Todo aquele carinho e amor a sufocou, e mesmo gostando do Alex, partiu sem coração e o deixou para trás com um sorriso envergonhado.

Seu quinto ano, passou sem namorado, mas com vários pretendentes que nunca conseguiram nada com ela, sempre recebendo cartas de Fred, todas carinhosas e descobriu que o mesmo havia arranjado uma namorada trouxa. Seu primo lhe contara como o relacionamento com ela era incrível, mas que se sentia vazio mesmo assim; como se algo faltasse, escrevia com uma carinha triste. Ele nunca a contou o que faltava. Mas, Molly nunca se interessou em saber...

No sexto, uma garota de cabelos longos platinados a atraiu bastante e Molly acabou tendo a detenção mais divertida de sua vida, porém, a garota Jane só queria uma pequena transa. E assim se passaram os meses, trocando alguns beijos com o pessoal de Hogwarts; a maioria meninas da Sonserina.

As coisas foram mudando ao que o sexto ano chegou ao final e com isso, as férias abriram os braços. Ficou na casa da família e, no aniversário de Louis — por algum motivo, Fleur quis dar uma grande festa — ela dançou valsa com Fred. Ele e a namorada Charlie haviam terminado, contudo, ele parecia muito feliz; tinha barba e seu cabelo estava mais liso e aparado, quase controlado. Soube que tinha dedo da tia Hermione nisso.

Com a mão de seu primo em sua cintura, ela o encarou nos olhos e sentiu uma leveza em seu coração, como nunca sentira com todos os garotos e garotas com quem ficara e namorara. Fred sorriu. Molly sorriu. Nada além disso aconteceu.

Em seu sétimo ano, encontrara um garoto quase perfeito; com cabelos negros violentos e sempre bagunçados, pele doentiamente pálida e olhos azuis elétricos. Um corvino sério e nada romântico, mas, que a fazia tirar o fôlego sempre que conversavam. A ajudou em provas e começaram a namorar semanas antes do ano acabar.

O relacionamento era sem graça, mas ela conseguia aturar. Porém, o motivo que terminaram era bem simples; ele não era Fred...

— Ei! — Molly ergueu sua cabeça ao que a voz tão conhecida a despertou. Fechou o seu álbum de fotos, onde seus antigos namorados e ficantes ficavam, virou seu rosto e encarou Fred com apenas uma bermuda, todo encharcado caminhando na sua direção. — Não fiquei zanzando pelo shopping inteiro ontem procurando um biquíni contigo, para você ficar aqui dentro, amor! — ele, delicadamente a segurou pela cintura, erguendo-a em estilo de noiva e os dois foram para fora.

Molly foi jogada para dentro da piscina e assim que buscou ar, Fred a puxou para perto e os dois se beijaram. Fred era gentil, amoroso e engraçado; o único garoto que esperou sua chance para conquistar seu coração e, Molly se sentia uma idiota por não ter notado o quanto o amava antes.

Segurou seu rosto, emaranhando seus dedos em seus cabelos e sorriu entre os lábios macios e quentes de seu namorado. Fred Weasley sorriu. Molly Weasley sorriu. E os dois passaram um bom tempo se beijando, enquanto todos os outros membros da família espiavam da janela, contendo risadinhas e tirando várias fotos.