Dramione - Fix You escrita por Solarium


Capítulo 15
Capítulo 15 - Darkness


Notas iniciais do capítulo

Bom, cá estou eu, postando um capítulo depois de séculos. Tive uns problemas emocionais (passageiros), e isso acarretou um bloqueio criativo desesperador, não estava com cabeça pra escrever nada, por isso demorei tanto.
Espero que gostem deste capítulo, eu gostei bastante de escrever ele e acho que ficou bom.


Vamos a leitura!



O link da música que deu origem ao título do capítulo:
https://www.youtube.com/watch?v=a0w4130APeM



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Draco Malfoy POV ON

Estava extremamente arrependido de ter sido tão doce com Granger, mas vê-la fragilizada daquele jeito me fez pensar como seria estar no lugar dela,e pela primeira vez, senti ternura por ela, nada além de ternura. Decidi que não iria a Hogsmeade no domingo, não estava nem um pouco a fim de aturar Pansy me perseguindo por todos os lugares na esperança que eu a chamasse para ir até o Café da Madame Pudfoot.

Os N.I.E.M’s estavam se aproximando cada vez mais, e meus miolos estavam prestes a estourar de tamanha que era minha preocupação com os exames, com meus pais, e como ficaria nossa situação assim que eu me formasse em Hogwarts, talvez eu fosse obrigado a implorar pelo perdão dos comensais apenas para poupar minha família da morte certa, mas eu não quero isso, de forma alguma.

— Draco, é sua última oportunidade de ir – Zabini disse esperando que eu mudasse de ideia.

— Já disse, não vou, se divirtam – eu disse virando as costas e subindo para o dormitório.

Tirei os sapatos e me deitei na cama, disposto apenas a desfrutar dos lençóis macios e de pensamentos positivos, o que era quase impossível nesses últimos tempos, todas as soluções que eu via me levavam para um caminho ao qual eu custei a sair e não queria voltar. Meus olhos pesaram, e aos poucos se fecharam, fazendo com que eu entrasse em um sono harmonioso.

Estava em um corredor com paredes escuras, que refletiam muito bem o ar sinistro do local, mal iluminado e vazio. Andei vagarosamente pelo corredor, até chegar a uma porta com uma fresta aberta, e por aquela vão, saía uma luz forte e fascinante.Empurrei a porta e aos poucos ela se abriu, provocando um ranger quase ensurdecedor, mesmo assim, entrei no cômodo e pude ver uma enorme cama, coberta por cortinas verdes, no mesmo tom da Sonserina, havia também um guarda-roupas e uma cômoda alguns porta retratos em cima. Caminhei até a cômoda e analisei os quadros, grande parte deles eram apenas borrões pretos ou brancos, com linhas tortas e embaraçadas, mas havia um que não chegava nem perto dessa confusão, era a foto de um garoto, e eu sabia bem quem era, me reconheceria em qualquer lugar. Tomei o quadro em mãos e encarei a imagem, eu balançava a varinha em meio a gargalhadas, devia ter uns dois anos quando a foto foi tirada.

— Quem está ai? – Ouvi uma voz do andar de baixo – É você, Draco? – era a voz de minha mãe, meu coração palpitou rapidamente assim que a reconheci.

— Mãe, sou eu, eu estou aqui – eu disse colocando o quadro novamente em cima da cômoda – Estou indo até ai – sai rapidamente do quarto e fui em direção ao que parecia ser uma escada.

Ao chegar ao local onde deveria ser a escada, pude perceber que não havia como descer para o andar de baixo, havia apenas mais uma parede escura e um longo corredor.

— Draco, não é seguro, volte, você tem que voltar – dessa vez a voz de minha mãe soou cansada e fraca – Me escute, tem que voltar – era um lamurio.

— Mãe, preciso ver você, saber que está segura – eu batia os punhos com força na parede – Só preciso que me diga como chegar até você – apalpei a parede em buscar de alguma passagem invisível.

— Filho, não estou mais aqui, nada disso é real agora, eu e seu pai precisamos que volte – ao ouvir isso meu coração apertou e um nó se formou em minha garganta.

— Eu não entendo, voltar para onde – eu chorava desesperadamente e continuava a bater na parede.

Não recebi resposta, logo cansei de bater na parede e escorreguei pela mesma, não conseguia segurar os soluços que lutavam para sair da minha garganta. Na minha cabeça eu só queria saber o que havia acontecido com meus pais, e pra onde eles queriam que eu voltasse.

— Ei, o que está fazendo ai – ouvi a voz feminina soar a alguns metros de mim – Eu estava procurando por você – levantei a cabeça devagar e pude ver os cabelos castanhos ao fim do corredor.

Era Hermione Granger, não havia como confundir aquela voz e os cabelos. Ela caminhou em minha direção e agachou-se em minha frente, seu olhar era vazio, mas havia um sorriso terno em seus lábios, ela balançava a cabeça vagarosamente de um lado para o outro.

— Não chore – ela passou o polegar por meus olhos – Isso é resultado do que plantou, você é o culpado por isso – o sorriso continuava em seus lábios – Você não pode protegê-los e eles se foram, não devia chorar – ela acariciou meu rosto levemente e eu senti mil caroços se formarem em minha garganta desta vez.

Com um gesto, ela pegou em minha mão e me puxou para cima junto de si, entrelaçou nossas mãos e juntou seu corpo ao meu, pousando a cabeça em meu ombro, logo, ela começou a se movimentar devagar, como se estivesse dançando, e eu apenas acompanhei.

— Você é fraco, Malfoy, você não pode proteger a ninguém, nem a si mesmo, sua única saída é voltar para o lado daqueles que são fracos mas de alguma forma se acham fortes, daqueles que querem destruir a vida de quem matou seu mestre, os seus semelhantes – podia sentir sua respiração próxima a meu pescoço – Não fuja de quem é – ela completou.

— Mas eu não sou essa pessoa, eu nunca nem se quer quis estar ao lado deles, eu não tive escolha – eu respondi com os olhos marejados novamente.

— Sempre há uma escolha, mas você, você foi longe demais – ele parou e se distanciou alguns centímetros de mim – Nada apaga isso de você – ela puxou meu braço e levantou a manga de minha camisa, lá estava a marca negra se mexendo, como quando Voldemort ainda estava vivo.

— Ele está morto, isso não importa mais – eu disse analisando os movimentos da marca.

— Você terá um longo caminho até provar isso – como se fosse de areia, ela sumiu, me deixando sozinho no longo corredor.

Olhei para os lados e vi meus pais sorrindo no final do corredor, com um impulso, corri até eles na esperança de abraça-los, mas assim como Granger, eles sumiram, me deixando novamente sozinho.

 

Acordei assustado e suando, minha cabeça latejava e meu corpo estava dolorido. Olhei ao redor e pude ver que ainda era dia e que meus colegas ainda não haviam retornado, o que me deu certo alivio, poderia passar mais tempo sozinho e pensando no pesadelo que acabei de ter. Isso fez com que eu ficasse ainda mais preocupado com meus pais, precisava ver eles e saber que estavam realmente seguros, eu não me perdoaria se algo acontecesse a eles.

Me levantei e olhei o relógio perto da cama, eram quase 16 horas, o que quer dizer que todos estavam prestes a voltar. Desci as escadas rapidamente e tratei de me encaminhar para a entrada do castelo, a fim de falar com Zabini e Nott assim que eles chegassem, precisava da ajuda deles para bolar um plano e dar algum jeito de ver meus pais. Sentei-me no muro que rodeava a fonte da entrada e esperei, por uns dez minutos talvez, até que eles chegaram. Levantei e caminhei em direção a eles, que se empurravam e riam, ao me aproximar deles, pude ver Granger um pouco atrás, estava acompanhada do seu novo fiel guardião, o tal lufano, o olhar dela estava brilhando e ela ria sem pudor algum de algo que ele falava. Me distrai com aquela cena, nunca havia percebido o quão radiante ela era, mas agora qualquer coisa que eu pensasse seria errante, poderia ser uma consequência do pesadelo que tive poucos minutos atrás.

— Viu alguma alma penada, Draco? – Nott disse chamando minha atenção.

— Não, nada de almas – eu disse o encarando – Preciso da ajuda de vocês dois, é algo muito sério – após eu dizer isso, a feição deles mudou e eles assentiram seriamente – Vamos para o dormitório, lá eu explico – eu disse virando as costas, mas ainda podia ouvir o riso de Granger.

Caminhamos em silêncio até a torre da Sonserina, não queria me dar ao trabalho de inventar um assunto aleatório e pelo jeito nem eles, parece que eles haviam entendido realmente a complexidade da situação antes mesmo que eu dissesse.

Conversamos por algumas horas, e não chegamos a conclusão nem uma, não havia uma maneira de simplesmente sair de Hogwarts a procura de meus pais.

— Os exames vão chegar logo, e não há como abandonar Hogwarts agora – Zabini disse tenso – Minerva foi generosa de te convidar e aceitar seu retorno, não pode desperdiçar essa oportunidade, e além disso, é perigoso demais pra você lá fora, aqui dentro você está protegido dos comensais – ele disse se sentando novamente.

— E do que adianta eu estar protegido e minha família correndo perigo? – eu questionei exasperado – Não posso deixar que algo aconteça a eles – eu esfregava as mãos em meus cabelos freneticamente, até que tive uma ideia – O natal, está chegando, vamos ter os dias de recesso, poderei procurar eles – foi como se o fluxo de sangue voltasse a circular dentro de mim e o coração voltasse a bombea-lo.

— Sozinho? – Nott riu cinicamente – Você não tem chance, eles estão por toda parte, vão te pegar assim que botar os pés fora dos limites de Hogwarts e Hogsmeade – o irmão de Dumbledore, Aberforth, estava guardando Hogsmeade para que eles não sofressem um ataque dos comensais, ele era um velhote muito forte.

— Vou ter que fazer isso, não terei outra chance – eu disse pesaroso – Não antes de me formar – completei.

— Ótimo, então vamos com você – Zabini disse se levantando.

— Vamos? – Nott perguntou arregalando os olhos e Zabini deu uma cotovelada nele.

— Claro que vamos, Theodore – ele disse convicto.

— Não posso deixar que façam isso, é perigoso demais, como você mesmo disse, Blásio – eu me levantei também.

— E não pode nos impedir de fazer – ele franziu a testa – Não vamos deixar você morrer, Draco, e se for pra morrer, que morramos lutando por algo justo – ele disse e eu tive a certeza que poderia me apegar em sua amizade e lealdade.

— Obrigado, cara – eu o abracei e ele deu uns tapinhas em minhas costas – Não tenho nem palavras pra dizer o quanto vai me ajudar – eu disse o segurando pelos ombros.

— Sem sentimentalismo – ele disse – Agora, sua missão é tentar arrancar umas pistas de onde eles possam estar – ele disse sério – Indiretamente, é claro, sem perguntar demais ou expor demais – ele disse como se fosse algum calculista nato.

— Tudo bem, vou tentar – consegui dizer apenas isso, afinal, a parte mais difícil havia sobrado para mim – Preciso ir, tenho treino de quadribol – eu disse olhando o relógio na parede – Nada como uma estreia para me acalmar – falei  para mim mesmo e sai os deixando sozinhos.

Naquela noite, treinei como nunca, estava determinado o bastante para extravasar, nunca havia me sentido tão livre ao voar. Ao pousarmos, recebi aplausos calorosos dos meus companheiros de equipe e senti meu coração ser preenchido pelo ego.

Fui até a cozinha pegar algo para comer, havia perdido o jantar por causa do treino e meu estomago não parava de protestar. Peguei meu jantar e me sentei sozinho no salão principal. Decidi escrever uma carta para minha mão, para saber como ela estava e tentar saber onde ela estava. Fui até o corujal e me dirigi até a mesa onde ficam alguns pergaminhos e penas que são utilizadas pelos estudantes para escrever suas cartas. Me sentei na escadaria e comecei a escrever.

“Mãe, as coisas estão bem por aqui, estou nervoso por causa dos N.I.E.M’s, mas logo passa. Como vocês estão? Estou com saudade, espero vê-los em breve. Não andam passando frio, não é? Espero que não. Por hora, é isso, espero receber uma resposta positiva e confortante.

Com carinho, Draco.“

O lance de perguntar do frio foi a única coisa (e a mais estúpida) que consegui pensar para ter alguma pista de onde eles poderiam estar, se eu soubesse do clima, poderia eliminar vários lugares da lista. Enrolei o pergaminho e o prendi a perna da minha coruja, que protestou, mas logo saiu voando pelo janelão.

Voltei para a torre e ainda haviam alguns alunos na sala comunal, porém, nem um que valesse a pena engatilhar uma conversa. Subi para o dormitório, tomei um banho e me deitei, amanhã seria um longo dia.

*                                                                                              *                                                                                      *

Chegada a hora do jogo, eu estava confiante que iria ganhar, jogar contra a Grifinória sempre havia sido meio difícil, mas com esse time provisório, nossas chances de ganhar eram imensas.

Vesti o uniforme a apanhei a vassoura, ouvimos as últimas instruções do nosso capitão e fomos em direção a saída do vestiário. Eu podia ouvir os gritos alucinados dos alunos do lado de fora, e isso me deixava animado. Decidimos sair caminhando e não voando, como de costume, seria uma entrada mais tranquila, para expressar que nos sentíamos exatamente assim. O time da Grifinória entrou da mesma forma, caminhando, e pude ver Granger ao lado do capitão do time, ela estava elegante no uniforme e agarrava firmemente o cabo da vassoura.

Eu podia ver determinação e confiança em seu olhar, e por um momento, eu passei a acreditar nela também.

Draco Malfoy POV OFF


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo visto pela visão do Draco. Eu gostei bastante (sou suspeita pra falar).
Já sabem, não é? Espero os reviews de vocês, me dizendo se gostaram ou não, eles me deixam bem alegre.
Juro que não demorarei para postar o próximo (vai depender um pouco da quantidade de reviews também, fantasminhas)