Corria desesperadamente pelos corredores da escola sem conseguir acreditar no que tinha visto. Com a respiração ofegante, tentava processar os últimos acontecimentos. Tudo ocorrera muito depressa. A dor insuportável de cabeça que decidia não parar e o imenso barulho daquele ambiente. A dor viera do nada e a cada segundo que passava tornava-se cada vez maior, fazendo-me respirar com dificuldade. Não conseguia perceber como o barulho se tornou absurdamente alto na minha cabeça, era impossível distinguir de quem eram as vozes ou o que diziam. Apenas rezava para que aquele inferno parasse. Tentei falar, mas sem sucesso. Numa tentativa de parar com aquele tormento, forcei a voz para manifestar a minha dor, mas tinha um nó na garganta que me impedia de o fazer. Forcei cada vez mais a voz e quando finalmente consegui gritar, um estridente som metálico invadiu o espaço seguido de um profundo silencio. A dor de cabeça abrandou e ao abrir os olhos, não podia acreditar no que via. Todos os meus colegas cobertos de sangue e com talheres perfurando os seus corpos agora sem vida. Olhei em redor percebendo que era a única sobrevivente. Mas como poderá aquilo acontecer? A dor de cabeça tinha desaparecido, permitindo com que eu percebesse que era a evidente culpada do ocorrido. Senti a visão a ficar turva e os seguintes acontecimentos sucederam-se depressa demais. Saí da cantina escolar e iniciei uma corrida sem destino, enquanto ouvia vozes:

“Mas o que é que se passou aqui?”

“Meu Deus! Anda um assassino à solta!”

   Continuava a correr, acelerando o ritmo, temendo que eu fosse a assassina que eles procuravam.

“Chamem a policia!”

   Continua a correr kayla, a tua vida depende disso. Ao chegar à entrada da escola, percebi que não havia ainda sinais da policia.

    O que devo eu de fazer? Entregar-me? Eu nem sequer sei como os matei!

    Uma carrinha preta para em frente ao portão e de lá saiu um homem de idade que pelas vestes que trajava, pude facilmente perceber que se tratava de alguma entidade da Santa igreja. Ao lado deste vi os meus pais. Se eles estão aqui, quer dizer que já sabem do que aconteceu e devem pensar que criaram uma assassina.