Charles tinha sete anos quando a marca apareceu, sua mãe sempre avisara que doeria como o inferno, mas para ele só houve uma queimação gostosa, como quando o ar entra pelas narinas após chupar uma bala ardida.

O nome consistia em quatro letras escritas de maneira rebuscada e pintadas de preto como todas as outras. Perdeu as contas de quantas noites ficou admirando a marca antes de finalmente mostrá-la aos pais.

A primeira reação foi de espanto, a mão de sua mãe tremia ao segurar o pulso fino do filho, ela parecia prestes a desmoronar e Charles quase perguntou se havia algum problema, quase. A segunda reação veio de seu pai, o rosto contorcido entre raiva e nojo.

Ele afastou sua mãe antes de agarrar seu pulso com força o suficiente para deixar marcas “Espero que isso nunca venha a acontecer, Charles! Eu não serei humilhado dessa maneira!” sibilou ele antes de acertar um tapa no rosto confuso do filho.

O menino passou a mão no local onde já começara a doer e fitou a mãe que recusou a responder a perguntar visível no olhar do menino. Charles só iria entender aquela atitude anos depois, mas enquanto isso, o nome Erik ficaria escondido.