MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 1
A Guerra dos Deuses


Notas iniciais do capítulo

Uma apresentação aqui, a outra no fim, pode ser?

ARTANIS: Romantista eloquente, mas um tanto atrapalhada em minhas cenas de romance. Sou a responsável pelos lindosmaravilhososgostososrevoltados da fic, em especial, Serena e Miguel. E lanço um desafio para você descobrir os outros que eu controlo, meu caro leitor. Não se assuste, posso parecer malvada, mas minha amiga escritora pode ser mais. Cuidado comigo, sou uma bipolar aspirante e amo um enigma.

{Curiosidades — Uma das formas de Kalisse na imagem abaixo:}

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Na nascente do Rio Lótus, que dividia os reinos, domiciliava o antigo país de Findoram. O manancial do curso de água encontrava— se a noroeste da Floresta de Mellory que era localizada no meio de todo o mapa, sendo assim, considerado um mediador dos quatro reinos dominantes do continente de Wakanda.  Findoram era uma nação muito alegre, boêmia e promiscua. Eram tantos bastardos que se houvesse um prêmio para tal, com certeza essa pátria receberia.

O espírito principal e comandante desse país era a Raposa, no caso a Kalisse, que regia a ordem da natureza em Findoram. Era uma besta traiçoeira, movida pela diversão, soberba e inveja. Sua principal qualidade era a beleza, uma mulher tão graciosa que não havia homem que não se apaixonasse por ela. Porém era manipuladora, nunca houve uma relação que ela mantivesse sem possuir interesses secundários e maldosos por trás.

Kalisse, em sua forma de raposa pequena e ruiva, zanzava pelo cômodo espaçoso de seu templo, localizado no topo da cidade. Uma construção suntuosa feita de pedras lapidadas, com vastos cômodos e diversas relíquias em seu interior, além dos presentes diários que recebia. Em volta, um jardim tão belo que a raposinha sempre tomava seu vinho tinto lá e claro, sempre recebia convidados, em demasia, pois uma festa só era boa se fosse apreciada com visitante para que ela ostentasse sua riqueza e boa vida.

— Principalmente, se eu mostrar a eles minha superioridade. — Caçoou a raposa parando de perambular e sorrindo de forma cruel. Ela estava cega por sua inveja e com desespero por atenção.

A deusa tinha a devoção do povo de Findoram, todas as festas e ritos eram destinados a ela, mas..., Mas Kalisse ambicionava por muito mais. Queria ser admirada pelos outros reinos, ter todos os rituais e festivais voltados só para ela, ser homenageada em todas as festas. Quanto mais devotos se tem mais forte fica. Essa era a lei da supremacia dos deuses. E ela nunca conseguiu ter multidões que servissem só a sua pessoa.

— Aqueles malditos! — Ralhou e olhou para a parede que continha um mapa desenhado do continente. Em baixo de seu reino, a sudoeste de Mellory, entre montanhas, em uma depressão, ficava o antigo país de Draken, cujos os espíritos protetores eram os dois Irmão Dragão, Dhiren e Helias. Ambas divindades fortes, disciplinadas e orgulhosas. Não importava quem lutasse com eles, os Dragões sempre venciam em questão de força, eram brutamontes prontos para batalhar a qualquer hora.

Levou seu olhar para frente, depois de mais vegetações densas que cobriam todas as estradas e extensões não habitadas do continente Wakanda, e identificou o antigo país de Premin, que ficava em uma área limpa sem muita flora a fauna cobrindo. O reino do espírito Leão, Amon, o mais inteligente de todos, o estrategista, o dominador das armas intelectuais. Um egocêntrico individualista, contudo. Odiava tentar jogar xadrez com esse, pois sempre perdia de forma humilhante.

Na diagonal e mais longe do que todos os outros reinos, onde se mesclava com a floresta do meio, achava— se Golty, um Estado arborizado o suficiente para que se peregrino que passassem por perto não o visualizassem. O país do Cervo, Caius, o mais precavido, divertido e sonhador, mas sem asas para voar, uma vez sendo um covarde. Um autêntico medroso. Era um amplo conhecedor da Medina e seus devotos dominavam a arte da cura, devido ao medo impregnado ao pensamento popular.

Apesar de serem todos deuses medíocres, assim como Kalisse criticava. Os demais espíritos eram amados, adorados, conhecidos e respeitados por toda Wakanda e outros continentes a fora, por outros reinos grandes e pequenos que habitavam o mundo.

Um ódio e negação percorreram os sentimentos da Raposa, essa arrepiou todo o corpo e transformou— se em um animal branco e enorme. Saiu correndo para fora do templo chegando a seu belo jardim. O céu estava coberto de nuvens, o vento estava forte, a temperatura baixa, mas não chovia, apenas trovejava e clarões eram vistos no céu. Kalisse queria o que seus colegas espíritos tinham.

E ela teria.

Imediatamente, sem pensar muito em suas ações, escreveu três cartas. Uma para cada deus adorado pelos mortais desprezíveis que não amavam somente a Raposa. Era um convite para que cada um viesse juntar— se a ela em um jantar e deixou grafado que possuíam assuntos pendentes a respeito do ciclo natural das coisas para discutir. Esse último sendo o único real motivo que os traria em sua casa. Pois, o equilíbrio é a coisa mais importante que os espíritos devem conservar, ou seja, a manutenção da própria Mãe Natureza.

A raposa não era boba ao todo, podia estar cega de inveja, mas tinha um plano. Nunca derrotaria os espíritos em um confronto direto ou em uma invasão, e muito menos, em um desafio de tronos. Mas, venceria em adoração. Sim, em adoração.

O país da raposa era alegre, então, Kalisse sabia como a felicidade era manipulada ao seu favor. Plantou, assim, em cada mente humana uma expectativa de ser feliz se seguisse a ela. Prometeu ouro, pedras preciosas, beleza, bebidas, terras, natalidade alta, bons tempos, saúde, segurança, festas para todo humano que vivia nesse mundo. Não só para os outros que enviou as cartas, mas para todos os reinos que pode se infiltrar, porém queria ter principalmente as dádivas que o Dragão, Leão e Cervo tinham, por isso convidou só esses para jantar.

*

No jantar Kalisse mandou que seus servos humanos — ela os denominava assim, pois não sentia afinidade nenhuma para com aqueles seres que lhe devotavam, pois sabia que só a idolatravam por interesse — preparassem a mesa mais bonita e farta que já fizeram um dia naquele reino. Foram despostas comidas típicas de todos os lugares e como acompanhamento bebidas finas e caras. Uma coisa que a raposinha amava era o luxo.

Estava em sua forma meiga, ruiva e pequenininha. Os dragões branco e preto estavam elegantes, com postura ereta e expressões pacificas, contudo devidamente vestidos para travar uma guerra se necessário. O leão bem apresentável com um olhar crítico sobre tudo que tinha no templo. Todos estavam esperando a raposa se pronunciar.

O cervo não veio, a carta foi respondida com um simples e recatado Não. Caius não gostava de se envolver em situações problemáticas ou pelo menos, nas que achava que era, ou seja, quase todas. Era um espírito muito cuidado, por conta do medo e da covardia.

— Bem— vindos, meus queridos amigos! — Recepcionou Kalisse com uma voz sensual e acolhedora. Ela sabia como encantar homens e também sabia como destruí— los.

— Seja objetiva, não somos seres desocupados, como você bem sabe. Só viemos até aqui por nos preocuparmos com um possível problema com o equilíbrio da natureza. — Dhiren, o dragão branco, pronunciou um pouco impaciente e inquieto.

A raposa sorriu de forma apática e pegou uma taça de vinho. — Dá poder aquém mais tem que quem acredite nele. — Provou um pouco do líquido, que esquentou seu corpo ao ser ingerido. — Meus caros, já passa da hora de ver quem é o mais forte, o mais amado, aquele que têm mais devotos entre nós.

Os espíritos se entreolharam, deveriam achar que a raposa enlouqueceu ou no máximo, estava brincando. O Leão foi contestar algo, mas foi interrompido.

— Não sou uma mulher de brincadeiras, vamos logo tirar as provas. Então, que passemos de reino em reino e confirmemos minha sugestão. Assim veremos quem é o favorito dos mortais.

— Está óbvio que serei eu. — Informou Amon. Os dragões rugiram para ele. Algo esperado pela raposa, dragões e leões nunca foram amigos, sempre competiam nas qualidades, vendo quem era o melhor, mais forte, inteligente. Uma luta sem fundamento que nunca acabava. Por puro orgulho e arrogância.

Antes que seus convidados começassem uma batalha, Kalisse abriu os portões do templo, sentindo o vento em disparate e deu visão a uma carruagem sem cavalos sendo flutuada por chamas roxas, assim ganhando total atenção. Fez um gesto com a cabeça para que os demais a acompanhasse e seguiu para todos os reinos.

E o resultado foi mais desastroso que se pode imaginar. Ao perguntarem em cada local quem era o Espírito mais adorado, todos diziam, veementemente, Somos devotos de Kalisse, o espírito Raposa e logo em seguida, destruíam os templos, construções e lugares que eram destinados aos outros espíritos que antes ali serviram. Renegaram e maltrataram o restante dos deuses, antes os mais amados.  As divindades se magoaram profundamente e a amargura inundou seus seres.

Os dragões e o leão tomaram uma decisão drástica. Iriam embora, partiriam. Se os humanos não os queriam, aqueles também não iriam mais abençoá— los. Foram para longe e não se comunicaram mais com os mortais. Os deuses estavam arrasados, sempre fizeram o que podiam para zelar de seus povos. Tentaram crescer junto a eles e acabaram sendo humilhados de forma tão desrespeitosa. A fúria divina foi acesa naquele dia.

E depois de tanto alvoroço, Kalisse soltou uma gargalhada tão macabra que espantou até mesmo os monstros mais assustadores que viviam na Floresta de Mellory. Vendo cada mortal se ajoelhar diante dela, a satisfação a invadia. Só faltava acabar com o Cervo, que não resistiria, pois agora a raposa tinha grande poder.

Só que o plano não foi tão bom assim. Kalisse precisava organizar seus homens antes de sair tomando outros países, ela queria poder total, sabia que o leão e os dragões saíram contando para os outros espíritos que os mortais não eram de confiança e muitos também abandonaram os humanos. Menos o cervo, esse afastou— se e escolheu apenas poucos para manter o contato, pois claro, ficou com medo de ser traído, mas ainda não podia perder seus devotos.

Kalisse planejou suas artimanhas para ser vitoriosa por completo, mas os humanos protestaram.

—Onde está o ouro que prometeu? — Onde está a saúde? — Sua mentirosa, onde está o que prometeu? — Urravam os mortais loucos de fúria por terem sido enganados.

A raposa não podia fazer o que havia prometido. Nem sabia como começar, não era uma estrategista como o Leão. Maldição — Ela blasfemou, até em desgraça pensava que os outros possuíam qualidades melhores do que ela.

Kalisse não pode suportar por muito tempo. Os países se revoltaram e o feitiço voltou— se contra a feiticeira. Ela foi desprezada e humilhada, taxada como mentirosa. Acabou sendo expulsa de vários lugares. Até mesmo seu país de origem não a amava tanto quanto antes.

Depois disso, houve guerras. Os espíritos vingaram— se e massacraram a maioria dos humanos infiéis e desleais. Era o castigo dos deuses. Fome, doenças, mortes, invasões, os monstros da floresta de Mellory ficando mais cruéis e assassinos. Tudo foi perdido para o Caos, a antítese do Equilíbrio. A tristeza foi espalhada pelo continente Wakanda. Os deuses raivosos e feridos não perdoaram e atacaram, mas depois, como um sopro, desapareceram.

E uma pequena esperança era mantida em Golty, o único reino que foi pouco afetado e minimamente abençoado pelo Cervo, que ainda mantinha amizade com alguns que ali moravam, pois nunca foi renegado de fato por seu povo. Os demais países ficaram com inveja e desesperados, começaram, portanto, a invadir as fronteiras goltynianas buscando a salvação, mas o local era bem protegido e não teve sua soberania ofendida muitas vezes. Sempre dava conta de se em segurança. Especialidade daquela população precavida.

Após alguns anos de guerras, principalmente entre Findoram e Golty e entre Premin e Draken, os reinos se conformaram, precisavam dos espíritos originais de volta. Teriam que implorar por seu perdão e pela sua volta.

Reconstruíram os templos, refizeram os ritos todos os anos, rezavam por perdão. Queriam corrigir o erro que nunca deveriam ter sido cometido. Kalisse tentada voltou logo, mas não melhorou muito a condição de seu povo. Também não conversava com todos, pois ainda tinha ressentimentos do modo pelo qual foi tratada antes. Era vaidosa e mimada, gostava de ser bem adulada.

Draken e Premin cresceram, cada um em pontos diferentes, mas bem destacados, desenvolveram— se bem, porém nunca tiveram notícias dos Dragões e do Leão. Alguns diziam que eram deuses que os abençoavam de longe, outros se davam o crédito, mas mesmo assim, não deixaram de oferecer as preces aos espíritos. Por mais que estivessem crescendo ainda era difícil sem os deuses, um trabalho árduo.

Coisas aconteceram nesse tempo de perturbações, passaram 500 anos desde o jantar da Raposa e esse episódio deixou marcas no continente. Ainda havia conflitos entre os países, mas nada comparado ao desastre que foi a vingança dos Deuses. E que nunca mais acontecesse.

Foi horrível.

 


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Notas finais do capítulo

Como prometido, aqui está a próxima apresentação♥

LUNALLY: Hello, it’s me…♫♪ (ops, isso não karaokê) Sou um tanto detalhista, mas tenho graves problemas com acentos. Porquê? Porque? Por Que? Por quê? Eles são confusos, essa tal de gramática brigou comigo quando inventaram a tal silaba tônica, porém tenho sorte que Artanis me auxilia. ♥ Sou responsável por Lunally (yes) e Hatori. O resto você que descubra! Tenho certa inclinação para personagens loiros (acho que já dei dica o suficiente!).



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