Anna Selina escrita por Georgeane Braga


Capítulo 9
Capítulo Nove - Grandes Esperanças


Notas iniciais do capítulo

Vamos seguindo com Anna Selina



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Com a presença de Alexia na Casa Blanchard, Anna  Selina ficou mais disposta. A moça soube do drama que a prima estava vivendo e decidiu ficar com ela até que George voltasse de viagem, o que já perdurava um mês.

—  Dê uma chance a ele,  Selina, espera viver dessa forma por quanto tempo? —  inquiriu Alexia enquanto caminhavam pelo jardim.

—  Não sei se consigo, ainda penso em John e em como George tem culpa disso tudo.

—  Você tem que fazer uma escolha. Essa convivência não faz bem para nenhum dos dois. Eu não quero te ver definhando a cada vez que eu vir lhe visitar.

—  Eu estava pensando se não seria melhor anularmos o casamento e voltar para a casa dos meus pais.

—  O que dizes? Só haveria essa possibilidade se... o que estás dizendo,  Selina? —  Alexia parou de caminhar e olhou pasma para a outra.

—  Não me olhe dessa forma como se eu fosse uma assombração. Estou aliviada de ele não ter requerido seus direitos de marido, não suportaria. 

—  Estão casados há meses e você não quer que eu me espante? Mas preciso te ser sincera, minha prima, se você está pensando em anular um casamento não consumado há quase um ano, o escândalo será maior do que se você tivesse o traído.

—  Ah, não seja tola!

—  Sabes que é verdade. Será a ruína social para você, sua família e para o Conde —  alertou.

—  Você é demasiada dura em me mostrar a realidade. Mas eu te amo mesmo assim. —  E deu um sorrisinho enquanto a outra fez uma cara agradecida.

As duas se sentaram em um dos bancos próximos à cascata. 

—  Eu ainda tenho esperanças de que você ame seu marido. Ele não é má pessoa. Tivemos a oportunidade de conhecê-lo antes do casamento. Só quero que enxergue que poderia ter sido bem pior como vemos por aí.

 Selina nada disse.

Os dias passaram sem grandes mudanças. Alexia fazia companhia à condessa na maior parte do tempo e nas horas vagas escrevia cartas. Por sua vez, Anna  Selina entrava na biblioteca e lia páginas do seu mais novo livro preferido: Great Expectations, de Charles Dickens.

 

“Pense num dia qualquer, e o subtraia, e veja que, sem ele, sua vida teria um rumo inteiramente diferente. Faça uma pausa, você que lê estas palavras, e, por um momento, pense na imensa corrente de ferro ou de ouro, de espinhos ou flores, que talvez jamais o tivesse encadeado, não fosse a formação do primeiro elo de um dia memorável.”

 

—  Sim... eu queria que aquele baile nunca tivesse existido —  murmurou na penumbra da sala de livros.

As chuvas haviam voltado e trouxe com elas um forte resfriado à Anna  Selina. Mas Alexia, sempre muito atenta, acreditava que a prima estava usando a tal doença para se entregar ao marasmo de sua vida infeliz e isso a preocupava. As febres iam e vinham, não queria se alimentar, se sentia muito fraca e dormia a maior parte do dia.

O Conde chegou no fim de 45 dias de viagem, no cair da tarde.

—  Que bom que estás de volta, senhor Conde. —  O recebeu Betsy, toda sorridente.

—  Obrigado, Betsy. Preciso de um banho quente e uma boa sopa. O tempo lá fora não está dando trégua. Alguma novidade?

—  Já pedirei para providenciarem. Não, tudo dentro da normalidade, senhor. Com sua licença. —  E foi saindo.

—  Espere. Onde está Gilbert? —  perguntou já que o mordomo nunca deixava de recebê-lo.

—  Hã... está lá em cima, senhor... acompanhando o médico...

—  Médico? O que há? É Anna?

—  Não se preocupe, senhor é apenas um resfriado.

O Conde fitou-a num semblante duro.

—  E a senhora me diz que está tudo dentro da normalidade?

—  Ah... perdoe me....

Mas o Conde já havia se retirado. Ao adentrar no quarto da esposa, o médico dava recomendações a Alexia e Gilbert o viu.

—  Senhor, que bom que estás de volta. Graças a Deus...

—  O que se passa? —  indagou olhando para a cama e vendo Anna  Selina adormecida sobre os travesseiros. 

—  Ela precisa tomar esse elixir todos os dias. Ela está muito fraca e desidratada. Deve tomar bastante líquido e se alimentar bem —  explicou o médico.

—  Ou seja, nada do que ela estava fazendo ultimamente —  reiterou Alexia. —  Tudo o que é oferecido a ela quando está acordada, rejeita e nada a faz comer ou beber algo —  completou preocupada.

George não tirava os olhos da condessa e não sabia o que dizer.

O médico se despediu e Gilbert o acompanhou. 

—  Ela está assim a quanto tempo, senhorita Becker? —  perguntou à prima.

—  Há pelo menos quinze dias.

Ele ficou parado onde estava. Não se aproximou ou fez menção de fazê-lo. 

Após o jantar, foi tomar um conhaque no seu gabinete. O ambiente ainda estava florido e com artefatos femininos. Encontrou um de seus livros sobre o divã. Pegou-o. Era o seu favorito, Great Expectations. Folheou-o, encontrando algumas partes marcadas. Fazia tempo que ele não o lia. Seu pai o dera quando tinha oito anos.

Leu:

“Há uma coisa da qual quero que fiques certos, Pip – disse Joe, depois de ruminar uns pensamentos, por algum tempo – é que uma mentira é sempre uma mentira. Embora existam, não deveriam existir; elas vêm do pai das mentiras e não trazem proveito nenhum. Não mintas, Pip. Não é essa a maneira de deixar de ser vulgar.”

 

Suspirou fundo e continuou mexendo no livro. Viu um papel entre as páginas. Certamente era de Anna, pensou. Abriu e leu: Mein himmel. Mein Paradise.

 

***

 

Alexia já havia se recolhido. George entrou no quarto de Anna  Selina sem fazer barulho, sentou-se em uma das poltronas e ficou observando-a.

Passavam tantas coisas em sua cabeça que não conseguiu dormir. Uma delas é que não podia ter passado tantos dias longe de casa. Contudo, precisava espairecer, a convivência com ela não estava nada fácil e seus nervos não eram de aço.

Não viu o tempo passar quando levantou e deixou o livro sobre a mesa de cabeceira e foi saindo.

—  George... você voltou... —  disse ela com a voz fraca.

Ele voltou-se e hesitou em chegar perto da cama, mas o fez. 

—  Sim, voltei... Como está se sentindo? —  Não tinha uma pergunta melhor pra fazer.

Ela se remexeu entre os travesseiros.

—  Cansada. E não sei dizer o porquê. E com muito frio...

George olhou para a cama e ela estava com muitas mantas. Achou que não poderia colocar mais alguma. 

—  Eu acho que você já está com todos os cobertores da casa. —  E sorriu sem graça. —  Mas se for de alguma valia, posso acender a lareira.

Ela balançou a cabeça, aceitando. 

Não chamou os empregados, preferiu descer até a cozinha e pegou mais algumas lenhas e um pouco de querosene. Demorou um pouco para acender a lenha, mas conseguiu.

—  Obrigada —  disse Anna  Selina ainda sonolenta, e ele fez um sinal com a cabeça.

—  Vejo que você achou meu livro favorito —  tentou uma conversa.

Ela sorriu fraco e disse:

—  Agora é o meu favorito também. —  E começou a tossir.

George pegou um copo com água no jarro próximo. Não sabia como agir com ela, mas apoiou suas costas com uma das mãos e ofereceu água aos poucos. Percebeu que bebera bastante.

Ajeitou seus cobertores e testou a febre com as costas de sua mão. A temperatura parecia alta ainda.

—  Vou pedir à sua dama de companhia para vir te visitar de hora em hora. 

—  Não precisa...

—  Claro que precisa. Está ardendo em febre.

Ela abriu os olhos pesados e olhou para ele:

—  George... —  sussurrou.

—  Estou aqui.

—  Que bom que voltou.

E ele não se mexeu e nada falou. Apenas ficou ali por mais algum tempo depois que ela recaiu no sono. 

 

***

 

Na manhã seguinte, Anna  Selina já amanhecera mais disposta e até tomara boa parte do seu desjejum, para surpresa de Alexia.

—  Vejam só! Se eu soubesse que ficaria tão bem com a presença do Conde, eu teria mandado revirar toda a Áustria atrás dele.

—  Não seja tola! Eu já estava ficando boa. Vocês são dados a exageros.

—  Exagero, sei... não sabes o quanto estou preocupada com a sua saúde. E não apenas isso...

—  O que é?

—  Você não está feliz,  Selina. E está se entregando à tristeza e às frustrações.

 Selina nada falou. A criada bateu na porta e retirou a bandeja, saindo em seguida.

—  Eu só queria que fosse tudo diferente.... —  disse a condessa, suspirando.

—  Eu também. Mas você sabe a minha opinião sobre isto: você e George têm chances de serem felizes. Não viu como ele cuidou de você ontem à noite?

—  Isso não quer dizer nada, e eu ainda penso em...

—  Te direi mais uma vez: —  interrompeu Alexia —  ainda que não fostes desposada pelo Conde, jamais poderia ficar com John. Ele é um lacaio,  Selina. Há um grande abismo entre você e ele, e sempre haverá.

—  Mas é tão injusto... 

—  Sim, é. Mas uma vez eu escutei a seguinte frase: há amores que são da vida, e amores que são para a vida. Pense nisso.

Dois dias depois, Alexia despediu-se dos primos e partiu. Anna  Selina já tomava banho de sol com a ajuda de sua dama de companhia. À tarde, ficava na biblioteca lendo e, de vez em quando, George aparecia.

—  Está procurando este livro? —  Entrou George na sala com o “Grandes Esperanças” na mão.

—  Sim... —  sorriu ela pegando o livro.

—  Anna, posso te fazer uma pergunta? —  indagou, sentando-se em uma das poltronas.

—  Pode...

—  Tem um papel dentro do livro com a frase Mein Himmel, mein paradise... —  E Anna  Selina gelou —  que é a mesma frase que me disse no dia em que descobriu que não era eu no baile. O que significa?

A moça ficou aturdida, mas tentou disfarçar:

—  Significa: meu céu, meu paraíso...

George riu pelo nariz como gostava de fazer.

—  Disso eu sei. O que quero saber é o que significa para você e por que me disse isso na sala da Casa Becker quando a visitei?

—  Eu... gosto dessa frase. Alguém me disse uma vez que meu nome era a representação de céu e que era especial. Que eu poderia ser o paraíso de alguém... —  explicava sem olhá-lo. 

—  Então isso seria uma espécie de código para a sua alma gêmea?

Não poderia ter definido melhor, pensou ela.

—  Sim. Isso mesmo.

Ele desceu os olhos para o assoalho e falou:

—  Você se parece com o John. —  E sorriu novamente e ela levou um choque pela segunda vez. —  Ele tem ideias utópicas quanto a essa coisa de céu e paraíso... 

—  Você não acredita em algo além do natural? Que pode te fazer uma pessoa feliz e completa? —  perguntou ela, quase indignada.

—  Não. Acredito em algo que pode ser construído com o tempo e assim, no fim, sentirmos que alcançamos uma grande realização. É mais realista.

—  Você está zombando do seu amigo John, e de mim, por pensarmos diferente. 

—  De forma alguma. Sou apenas do grupo que não idealiza ninguém perfeito ou amores à primeira vista.

—  Então você acha o amor verdadeiro uma besteira? —  Ela foi rude.

—  Mas o que é o amor verdadeiro? Não seria algo baseado na convivência? Ou numa miragem?

—  Oras, o que você sabe sobre o amor? —  E riu, irônica.

—  Por acaso estou falando com uma especialista?

Ela queria jogar na cara dele que o amor à primeira vista existia sim! E ela o experimentara. Mas optou por:

—  Não sou uma especialista, mas sou uma esperançosa. —  E mostrou o livro para ele. Ele apenas a encarou. E para mostrar sabedoria no assunto, Anna folheou o livro algumas vezes e leu:

—  “Viajar, ela suspirou, tão previsível”. “O que há de errado em viajar?” “É mais uma forma de fugir da realidade.” “Eu acho que a realidade é algo muito superestimado.” —  E fechou o livro.

Ele gargalhou deixando-a mais nervosa ainda e respondeu:

—  Não se esqueça de que este é um diálogo e opiniões diferentes entre duas pessoas.

—  Sim, mas não significa que estão erradas!?

—  Tudo bem. Então terás que aceitar o trecho que diz: ”Jamais se guie pelas aparências; sempre se funde em dados concretos. Não há melhor regra que essa.”

 

***

 

Apesar de ainda não saberem agir um com o outro, o casal dera uma trégua nas brigas e desavenças. Anna, na opinião de George, estava mais calma e até já jantavam juntos e conversavam sobre amenidades.

Ora ou outra, na biblioteca, os dois passavam horas conversando sobre determinados livros, já que a leitura era uma paixão em comum, e quando se davam conta, estavam rindo e fazendo brincadeiras.

A governanta passava pra lá e pra cá meneando a cabeça em desaprovação, enquanto Gilbert, o mordomo, comemorava internamente o progresso no relacionamento.

Em certa feita, Anna passou pela sala principal e viu a bandeja de cartas. Verificou se havia alguma de Alexia. Não a encontrou, mas havia uma que lhe chamou bastante a atenção, com letra feminina e muito perfumada, sem remetente, endereçada a George. 

 Nunca havia aberto uma carta alheia. Não era de seu feitio. Mas não podia negar a curiosidade em saber mais da vida pessoal do marido. Não que lhe fosse da sua conta, mas tinha que admitir que era estranho George não requerer seus direitos de marido com pouco mais de um ano de casados.

Ele devia, com certeza, ter suas aventuras por aí.

Apenas olhou a carta e decidiu que esperaria por ela ser aberta pelo dono, então depois, ousaria saber o seu conteúdo.

Não sabia o porquê exatamente de querer fazer aquilo, mas era como se uma ânsia crescesse dentro de si.

Resolveu esperar e o plano dera certo.

Estava na sala quando viu George chegar, e ela sabia que ele sempre passava, olhava as correspondências e as levava para o escritório. 

—  Anna? Anna! —  Ele a chamou duas vezes, percebendo que ela olhava para a sua mão com os envelopes, totalmente aérea. 

—  Hã? Ah, me desculpe.

—  Está aí olhando como se eu fosse transparente —  brincou. —  Bem, vou ao escritório resolver algumas coisas antes do jantar.

—  Claro. 

E assim foi. Ao perceber que ele subira ao quarto, Anna atravessou a porta do escritório e abriu as gavetas. Estava lá:

“Querido George,

Já estou com saudades. Foi muito bom esse tempo que passamos juntos.

Tinha receio de me abandonar após o seu casamento, mas sei que sempre voltarás. De seu eterno amor, Olívia.”

 

—  Olìvia… —   disse pensativa.

—  Minha senhora. Posso ajudar com algo? —  interrompeu Betsy com seu ar impetuoso, olhando para as mãos da condessa que segurava a carta.

Anna demorou a responder.

—  Não, Betsy. Está tudo sob controle.

—  Vejo que estás procurando algo nas gavetas pessoais do Conde? Sei que ele não gosta que as abram sem sua permiss…

—  Estás me vigiando, Betsy?

—  Senhora… como podes…

—  Escute bem. Não penses que por eu ser mais jovem não sei o que faço. Sei pensar por mim e não preciso que ninguém o faça. Sempre a vejo esgueirando-se pelos cantos, medindo os meus passos. Peço-te que não faças a partir de agora. Essa casa é minha e eu dou as ordens por aqui. Fui clara?

Betsy não respondeu, estava chocada demais. Mas diante do olhar da moça e da sobrancelha erguida esperando algum retorno, resolveu falar:

—  Hã… me desculpe se eu a fiz entender dessa forma. Não era minha intenção. Com licença.

E saiu trotando como sempre, resmungando baixo alguma coisa.

Selina colocou a carta no lugar e subiu ao seu quarto. 

 

***

 

A noite chegara e George se encontrava na sala de chá escrevendo algumas cartas.  Selina pediu licença e entrou sentando-se em uma poltrona. O Conde continuou concentrado em sua função e ela não o interrompeu. Ficou imaginando se ele estava respondendo a carta de Olívia. Provavelmente estava.

— A senhora deseja algo? — perguntou George ainda sem parar de escrever.  Selina o achou frio. 

—Interrompo o senhor?

—Absolutamente. Apenas considerei. 

O silêncio imperou e  Selina resolveu se levantar e sair da sala após ser totalmente ignorada. O Conde não a impediu. Já em seu quarto, pensou em, também, responder a carta de sua  mãe. Por mais que tivessem suas divergências, sentia falta dela. Escreveu dizendo que gostaria de lhe fazer uma visita em breve e, quem sabe, passar uma temporada.

A criada foi orientada a postar a carta e já avisou que não jantaria naquela noite. A solidão começava a tomar conta e queria muito notícias de John. Então teve uma ideia.

 

****

 

—Aqui estão, senhora, as cartas que me pediu — disse Martha entrando no quarto da condessa, apavorada. Eram as cartas que George escrevera e que estavam esperando para serem postadas. —Meu Deus, senhora, se souberem que fiz isso, serei jogada na rua sem referências.

—Acalme-se, Martha. Não me demorarei. — Selina repassava uma a uma e se deparou com a tal carta para Olívia. Mas continuou procurando e encontrou uma se endereçada a Condessa Viúva, sua sogra. —Aqui está. Anotou o endereço em um bloco de papel. 

—É sobre a amante do Conde, não é? É isso que procuras, senhora? —Martha indagou curiosa.  Selina a olhou e nada falou. — Desculpe-me… é o que todos dizem…

—Todos?

—Sim, os empregados. Quando o Conde fica muitos dias em viagem, dizem estar com ela.

—Sei. Obrigada, Martha. Voltem-nas ao seu devido lugar e tome cuidado. E Martha! Nenhuma palavra sobre isso.

—Sim, senhora.

O plano de Anna  Selina era escrever a John, era muito arriscado, mas enlouqueceria se não tentasse. Precisava manter contato com ele de alguma forma, saber como ele estava. Haveria se apaixonado por outra mulher e se esquecera dela? Ainda tinha dúvidas e medo de fazer o que estava pensando.

Pegou o livro Great Expectations e abriu na marcação onde estava o seu precioso pedaço de papel. Leu novamente aquela frase que nunca se cansava. Depois leu um trecho do livro:

 

“Esquecer você? Você é parte da minha existência, parte de mim mesmo. Você estava em cada verso que li, desde que aqui vim pela primeira vez, aquele garoto rude e comum que você, já naquela época, magoava tanto. Você, desde aquela época, esteve em todas as minhas perspectivas.”

 

Então decidiu. Sentou-se novamente à sua escrivaninha, respirou fundo e pôs a pena em ação.


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