The True Story Of Nat escrita por Flowerstarks


Capítulo 21
Perdão.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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— Não é possivel! — Dandara disse perplexa. — Meu amor e agora?

— E AGORA!? ESSA VADIA NÃO VAI SER NADA MINHA NUNCA.

Bianca saiu batendo a porta do quarto com Duca em seus calcanhares. Karina estava branca feito papel, João estava em silêncio e Cobra sorria muito.

— Caramba! Melhor notícia! A marrenta é minha irmã. Arrasou Gael.

— Cobra você endoidou? A Nat minha irmã cara, tem noção?

— Eu sei pequena mas estou feliz. Eu gosto muito dela.

— Fico feliz que você tenha gostado. Pelo menos um aqui que vai me dar forças.

— Ei! Eu estou aqui meu amor. — Dandara disse me abraçando. — A Nat será muito bem vinda aqui.

—Há! Fala por você né, mãe? Porque a Bianca reagiu super bem.

João estava certo! Bianca nunca aceitaria Nat. Nem mesmo eu estava aceitando.

—Pai? — Karina se aproximou de mim sem jeito. — O senhor sabe que vai ter que falar com a Nat, né? Ainda mais por que ela está de rolo com o Lobão.

— Eu sei filha mas não vai ser fácil. Até ontem eu não queria ver cheiro dela aqui na academia e hoje ela é a minha filha.

— Vai ter que enfrentar, Mestre. A Nat é marrenta e não vai te dar moleza.

Duca voltara e estava visivelmente abalado mas mantinha a postura firme. Provavelmente por causa de Bianca.

— Quero sua ajuda! Ninguém aqui têm mais intimidade com ela do que você e isso não é um elogio.

— Vixe é mesmo! Duca bancando o moço de familia mas pegou as três filhas do Mestre e podia ter sido pior se a Karina não tivesse ficado com Pedro.

— Nem me lembra disso, João. Que me dá um ódio, né senhor Carlos Eduardo?

— Está bem, Mestre mas que culpa eu tenho? Foi o destino.

— Foi a cama! hahaha.

— João! Respeita minha filha.

— Já está defendendo aquela vaca, pai? —Bianca voltara e eu percebi que ela havia chorado.

— Filha eu sei que é difícil mas tenta...

—Aceitar? Nunca! Vou só deixar uma coisa bem clara. Mantém a sua bastardinha longe de mim. Se ela entrar no meu caminho, eu juro que eu passo por cima como se ela fosse um verme, entendeu?

Bianca me assustou terrivelmente. Nunca tinha visto a minha filha tão transtornada. Seus olhos saltavam das órbitas e eu senti medo. Medo do que ela seria capaz para tirar Nat da sua vida.

— Eu vou falar com a Nat e você Bianca tenta se acalmar. Já vai ser difícil e eu quero que no mínimo você facilite as coisas.

— Duca vai com meu pai! — ela disse me ignorando completamente fria.

Todos ficaram perplexos. Bianca parecia outra, como se estivesse possuída. A garota descontrolada se tornou calma em segundos, como se já estivesse maquinando algo diabólico.

Duca sem mais palavras me acompanhou. Ele dirigia já que eu não tinha condições. A cada quilômetro percorrido o meu coração disparava. Eu iria encara-la mas dessa vez iria ser diferente. Dessa vez eu a veria como minha filha.

— Mestre, eu toco a campainha ou o senhor toca?

— O quê? — estava distraído, pensando no que eu faria e como ela reagiria.

— Eu vou tocar.

Duca apertara a campainha. Meu coração disparou quando eu ouvi ela dizer um já vai.

Nat abriu a porta. Em instantes o seu leve sorriso desapareceu mostrando apenas uma carranca.

— O que vocês estão fazendo aqui?
— a pergunta dela explodiu com as minhas esperanças de ter um bom diálogo.

— Quero conversar com você. — disse  trêmulo. O meu coração batia tão forte que qualquer um poderia ouvir.

— Não quero papo. Pode sair. Daqui a pouco Lobão chega e não quero fuzuê aqui.

Percebi que Duca ficou irritado.Não adiantava negar. Nat provocava e Duca caía direitinho. Aquele era o jogo deles e infelizmente eles ainda jogavam.

— Seria bom se o Lobão estivesse aqui. Ele poderia me ajudar.

— Quê!? Lobão te ajudar!? Desde quando vocês se ajudam?

Decidi ser curto e grosso. Com Nat era pau ou pedra. Como Duca e Cobra mencionaram...Ela era marrenta demais.

— Ele vai me ajudar a te contar uma coisa que...

—Fora! Não sei o que você tem pra me dizer mas não quero saber! Não têm nada haver com a  acadêmia, têm? Não? Então rua!

— Você precisa aprender a respeitar seu pai.

Nat ficou branca. Sua face, segundos atrás firme, se transformou em incredulidade.

— O quê você disse? — a voz dela  saíra como um fio.

— Eu sou seu pai! — tremi ao dizer aquela frase.

Nat se sentou no sofá, procurando algum apoio. Eu e Duca tomamos a atitude de sentarmos também. Contei tudo o que eu sabia. Enquanto falava, ela balançava a cabeça negativamente sem acreditar no que eu dizia.

— O Lobão pegou meu sangue? Sem permissão e fizeram um exame sem me falar nada? — sua voz a traía. Ela estava abalada demais.

— Me desculpa. Não queríamos alarmar nada sem ter certeza. Ia ser muito doloroso...

— É doloroso! — ela explodira em lágrimas. — Eu sonhei a vida inteira com um pai! Com o dia que eu finalmente o encontrasse. Que ele me  amaria como a minha mãe nunca me amou e esse pai é você? Que me despreza! É isso que eu mereço?

Pela primeira vez as lágrimas de Nat queimavam na minha alma. Uma dor terrível e uma culpa sem medidas me matava aos poucos. Ela sonhara com o amor e com uma família. E aonde eu estava que a privei de todo o meu carinho, amor e dedicação que eu dei para os meus outros filhos?

Duca se levantou. Abriu a geladeira e trouxe dois copos de água e nos entregou. Com muita relutância Nat bebeu alguns goles.

— Está mais calma? — Duca a puxara para um abraço e ela cedeu. Senti inveja. Eu queria abraça-lá mas ela jamais aceitaria.

— Nat, eu sei que eu não sou a pessoa que você sonhou como pai, porque eu ainda não te amo mas vamos fazer de tudo pra tentarmos nos aproximar.

—Não! — ela disse tão baixo que mal pude ouvir. — A única coisa que eu quero é você longe de mim. Não te quero como pai. Prefiro viver sozinha como foi até hoje.

— Por favor, não vamos fazer nada de cabeça quente. Vamos tentar.

— Não tem o que tentar! —Nat se levantou saindo dos braços de Duca. — Você me odeia e eu não quero você comigo por pena ou culpa. Nada do que disser ou fizer vai mudar as palavras que você me disse. Todas as suas desconfianças. Lembra naquele dia aqui em casa? Porque eu não me esqueci e jamais vou esquecer.

Nem eu me esqueceria. Eu a  feri como a morte com as duras palavras que lhe disse. Ofendi como jamais ofenderia os meus filhos ou minha esposa e a tratei como uma sem rumo. Ela não me perdoaria.

— Só quero reparar as coisas. Me perdoa por favor?

— Me faz um favor!? Some da minha vida! Você só tem quatro filhos: Cobra,Karina,Bianca e Miguel. Eu não sou nada além de um erro de percurso. Uma pessoa que carrega o seu DNA.

— Não fala assim. Você é a minha filha e eu jamais abandonaria um filho meu.

— Você já abandonou! E eu não digo quando largou minha mãe grávida.  Foi quando eu precisei e você não acreditou em mim!

Nat foi até a porta nos mostrando a saída. Duca me olhou com súplica balançando a cabeça negativamente. Ele a conhecia mais do que eu. Era melhor recuar mas eu não desistiria.

—Eu sei que você me odeia e com todo o direito do mundo! Mas saiba que eu não vou desistir de você. Se eu viver mil anos eles serão de tentativas. Eu quero muito amar você. Não aceite isso como uma provocação mas como um aviso: Eu nunca mais vou te deixar sozinha e irei insistir todos os dias pra te ter comigo. Eu juro por Deus que vou te procurar sempre.

Tentei me aproximar mas ela se esquivou. Duca me arrastou pra fora mas meus pés pesavam como se fossem feitos de chumbo. Eu queria ficar. Aconchega-la em meus braços e chorar. Chorar com ela e por ela.

Eu sentia uma dor terrível. Eu tinha uma filha que era linda e determinada e que jamais me amaria. Ela me odiava.
 


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Notas finais do capítulo

Coitada da Nat.



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