Reviravolta escrita por Smitchkoff


Capítulo 11
Capítulo 11.




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18:30, Nevada, 25 de Novembro.

Quatro anos passaram-se lentamente, a saudade dos amigos sempre sendo intercalada, com antecedência sempre se visitavam nas férias, aproveitando o máximo de tempo que era permitido. Quando estavam separados, conversar por chamadas de vídeo era o que os salvavam na grande maioria das vezes, assim como jogos online – que Maka e Tsubaki se esforçavam, afinal era pra aproveitar já que a distancia os impedia – os de tiros sempre sendo os mais interessantes para as meninas o que os deixava impressionados e até com um pouco de medo.

A lapiseira tilintava sobre a mesa de madeira, os olhos claros corriam sobre as palavras digitadas do livro de advocacia, a grafite geralmente sendo substituída pela tinta amarela reluzente do marca texto, os pensamentos completamente focados no que lia a ponto de não se deixar perceber o toque suave na porta ao lado de fora do quarto.

— Maka Albarn! – A voz da matriarca se fez presente sobressaltando-a.

— Sim? – A atenção voltando para a mãe.

— Tsubaki já chegou. Desça logo. – A filha assentiu saindo da mesinha e a seguindo.

 Fazia uma semana que não se falavam apesar de estudarem na mesma universidade à maioria das palavras que trocavam era única e exclusivamente sobre a matéria. O que as deixava um pouco irritadas consigo mesma, entretanto para estarem a onde estavam precisavam se esforçar, afinal aquele era o ultimo ano.

— Eu não acredito! – Exclamou a Nakatsukasa levantando de seu assento no sofá e aproximando-se da amiga. – Você realmente cortou o cabelo...

— É, já estava mais do que na hora de mudar... – Explicou, passando a mão sobre o corte chanel.

— Te valorizou. Ficou linda de qualquer jeito. – Sorriram uma pra outra.

— Vamos? – Assentindo as meninas saíram de casa.

O ambiente era agradável, a mesa do havia dois assentos onde as duas amigas trocavam ideias e jogavam conversa fora sobre o dia-a-dia corrido que ambas viviam e claro, sobre a pressão que sentiam de estarem terminando aquela etapa de suas vidas.

A sexta-feira para elas era mais do que sagrada, sendo declarada como “o dia das amigas” servindo para aliviar o stress da semana e para que uma aproveitasse a presença da outra assim como para colocarem os assuntos em dia. Entre uma conversa e outra, risadas e piadas a hora ia passando dando a hora para que retornassem para casa. Maka, que dirigia naquela noite deixou a melhor amiga logo retornando para o aconchego de seu lar, depois de um dia cansativo era o melhor a se fazer.

Entrou sorrateiramente em casa, quando Shiro veio recebê-la ela apenas colocou o indicador por sobre os lábios na intenção que este ficasse em silencio e assim o fez, acariciou o topo da cabeça peluda pondo-se a caminhar ate a sala, onde conseguia perceber que a TV estava ligada e o que encontrou lá não poderia deixar seu dia melhor. Seus pais dormiam profundamente ao que parecia, apoiados um no outro como um casal de adolescentes, sorriu discretamente. Antes de voltar para seu quarto iria acorda-los, de qualquer forma eles não poderiam passar a noite ali de mau-jeito. Seu pai abriu um dos olhos e ela parou os passos surpresa, ele apenas piscou e sinalizou para que ficasse em silencio e esta apenas anuiu sorrindo e dando meia volta com o cachorro em seu encalço.

Assim que chegou ao quarto trocou-se e colocou-se em baixo das cobertas, Shirou acomodou-se aos seus pés como de costume. Era fim de ano, o frio já se fazia presente a qualquer momento começaria a nevar e ela não via a hora em que estaria nos braços quentes de seu amado Albino de olhos avermelhados, sorriu aninhando-se no colchão com aquele pensamento.

— Talvez neve amanhã, não é Shi? – O cachorro bocejou e ela riu. – Boa noite.

23:45, Inglaterra, 30 de Novembro.

Os dias de trabalhos eram árduos, toda atenção era pouca, sabia que tinha que dar o seu melhor ainda mais sendo o ultimo ano, não podia a ver nenhum deslize, já estava cansado de estar ali, apesar daquele ser um grande sonho que havia guardado por muito tempo. Mesmo assim a distância de sua família – não que se importasse com grande parte dela – e de Maka eram algo que doía no peito e ele não gostava dessa sensação, detestava melhor dizendo. Faltavam míseros quinze minutos para acabar seu plantão e Soul encontrava-se angustiado. Apesar de não exercer a função de medico em si, tinha um grande potencial para tal, assim tomando plantões quanto se tinha disponibilidade já que isso era de lá muito fora do habitual.

— Evans. – A enfermeira chefe chamou sua atenção. – Está liberado por hoje.

— Ah, - Uma lufada de ar saiu de seus pulmões. – você é um anjo sabia? – A mulher revirou os olhos. – Te pago uma bebida qualquer dia, sério.

— Eu só quero a festa do seu casamento. E que seja bom, com muita comida. – Ela piscou e ele riu. – Mande lembranças a Maka.

— Pode deixar Clarisse, mando sim. – E saiu quase que correndo da sala.

Tinha muito que fazer ainda, o fim de ano se aproximava mais rapidamente do que o habitual tinha as malas pra arrumar e uma surpresa toda pra planejar o que o fazia lembrar que precisava ligar para o-

Seu celular tocou quebrando a linha de pensamento.

— Não morre mais! – Disse logo que atendeu.

— Não consegue ficar sem pensar em mim né. – Zombou a reconhecida voz do outro lado da linha fazendo o albino revirar os olhos.

— Tudo pronto? – Black star confirmou convicto. – Eu não arrumei minhas coisas ainda, achei que esses papeis nunca se inverteriam.

— Sempre tem a primeira vez pra tudo não é mesmo? – Concordou. – Então daqui a três dias nos encontramos.

— Ok! Ah, o que comprou para Tsubaki? – Perguntou assim que via uma loja de artigos natalinos, lembrando também que não havia embrulhado o presente da namorada.

— Surpresa. E, já aposto que é melhor que o seu.

— Nem ferrando. Você tem um péssimo gosto, bizarro no mínimo.

— Há. Fala isso mais a Tsu adora meus presentes.

— Ela aceita de bom grado porque é muito educada pra simplesmente dispensa-lo.

— Você é um amigo horrível. Pelo menos ela me ama.

— Azar o dela que vai perceber o erro quando for tarde mais. – Soul gargalhou quando o Hoshizoku explodiu em insultos no outro lado da linha. – Não esqueça nada hein zoiudinho da mamãe.

— Vai se catar tecladista de meia tigela!

— Até mais, nos vemos em três dias estrelinha.

— Três dias, bola de neve, falou!

13:31, 03 de Dezembro, Em algum Aeroporto.

O moreno alto roubava alguns olhares das pessoas que passavam, entretanto este estava muito mais preocupado em olhar a cada um segundo seu relógio de pulso e verificar as mensagens de seu celular. Trincou os dentes. Porque sempre era assim, quando mais precisava as coisas colaboravam para não darem certo. Bufou. De qualquer forma já havia infirmado o melhor amigo a onde estaria para que não tivessem mais nenhum problema, e ainda tinham duas horas e meia até pegar o avião. Tentou manter-se calmo, jogou o peso do corpo em uma das pernas decidindo esperar de forma paciente.

Sem perceber a tensão de sua ansiedade o fazia bater o pé no chão inconscientemente.

— Ei, Black Star! – O moreno virou e viu Soul caminhando até si com cara de poucos amigos. – Até quem fim, desculpe a demora... Tive problemas com a minha mala. – Desabafou cansado.

— Eu já imaginava. Nem pra avisar eu já estava ficando desesperado cara. – Os dois amigos se encaram por um pequeno período de tempo. Logo caindo na risada.

— Você esta com uma cara de acabado, que meu Deus! – Disse em uma lufada de ar.

— E você? Já imagino você gritando em frente ao espelho que é um monstro, Tsubaki não fica assustada não?

— Ela tem é orgulho de se casar com um cara como eu. – Piscou convencido.

— Tá, sei. Ela vai ter é trabalho com as roupas. – O moreno piscou sem entender. – Se não usar números do seu tamanho ela vai ter que costurar todas elas né.

— Você tá é com inveja.

— Inveja, de você? Conta outra. Maka adora meu porte atlético.

— Porte atlético? É assim que chamam minhocas agora?

— Vai se catar. – Os dois gargalharam alto.

Depois das trocas de carinho os dois amigos dirigiram-se para um restaurante, Soul perguntava como tinha sido os treinos na marinha e Black star desatava a contar suas façanhas, umas um tanto engraçadas como outras bem sérias. Soul falava das operações, das cirurgias por coisas bizarras e o moreno não aguentava em dar risada.

— É sério! – Soul tentava falar enquanto ria. – Ele chegou lá dizendo que estava possuído por uma entidade maligna e que tava dentro dele. Tivemos que ir pro Raio-X e cara, eu fiquei abismado...

— O que? O que tinha no Raio-X?

— Um tubo de Shampoo. Palmolive.

— Não, isso é impossível.

— Acredite, é possível. E era do tubo maior ainda. – Black star piscava sem acreditar. – É nem eu que estava lá quis acreditar. E nem quis saber o porquê daquilo estar lá dentro...

— É cada doido.

— Cada louco com as suas loucuras. – Riram-se os dois.

— O dia em que eu fiquei com mais raiva dos meus colegas de quarto foi quando eu tive que pagar pelas irresponsabilidades deles. – O moreno contou ajeitando-se na cadeira. – Foi logo no começo isso, já era tarde de uma sexta-feira e os meninos do quarto estavam bem agitados quando voltamos, era gritaria e risada e um dos comandantes subiu e disse “vocês tem cinco minutos pra se arrumarem e apagar a luz” e quem disse que fizeram? Ele voltou lá e mandou a gente se vestir, nos tivemos que descer as escadas se rastejando e depois correr pelo pavilhão. – Soul riu negando com a cabeça. – Cinco vezes e ainda estava chovendo. Eu fiquei muito puto, sério mesmo. No outro dia eu aprontei com cada imbecil que tinha culpa nisso.

— Imperdoável.

— É lógico. – Bufou, parecendo que o ocorrido tinha sido a poucos dias. – Eu sou idiotia mais tem momentos para ser idiota, sabe...

— Você deveria dar um curso sobre isso. – Os dois caíram na risada novamente.

— Você é ridículo!

18:33, Nevada, 04 de Dezembro.

Maka caminhava cuidadosamente ao lado de Tsubaki, o chão estava coberto de neve, caminhar até sua casa nunca fora tão difícil, as duas riam vez ou outra quando quase escorregavam. Chegando a porta a loira abriu a porta logo estranhando por não ser ver seu mascote esperando para recebe-la.

— Tem visita hoje? – Perguntou a morena apontando para os pares desconhecidos de sapatos.

— Não que eu me lembre... – Maneou a cabeça entrando junto da amiga, seguindo para dentro.

Um forte cheiro de chocolate quente invadia a casa acompanhando de um bolo de laranja? Sim laranja Maka confirmou mentalmente. Chegando passagem que dava para a sala a loira ficou estática Tsubaki que vinha logo atrás não soube dizer o porque até ela mesmo ver o que a amiga via.

— Surpresa!!! – A mãe de maka acompanhada do marido gritaram junto com os dois homens que encontravam-se ao lado.

— Por-porque não aviaram? – Foi a única coisa que a loira conseguiu formular.

— Oras, se avisássemos não seria surpresa séria? – O namorado respondeu com um sorriso de canto. – Vem, quero um abraço. – Ele abriu os braços.

Maka mesmo depois de tanto tempo ainda não conseguia lidar com isso facilmente, entretanto o namorado pouco ligava quebrando as barreiras de sua timidez de formas diversas e mesmo que hesitante a loira correu para os braços que a esperavam. O mesmo acontecia com a morena e o Hoshizoku.

Sentaram-se a mesa onde várias guloseimas os aguardavam, cortesia de seus pais, as conversas não paravam um instante, cada um querendo saber sobre o ano do outro, a euforia estava no ar. A campainha soou fazendo Maka erguer uma sobrancelha.

— Eu tô um pouco assustada, quem deve ser? – Olhou a mãe levantar para atender a porta sem responde-la.

Shiro latia enquanto rodopiava e os jovens na mesa so podiam ouvir os passos sendo direcionados para a sala assim como burburinhos de varias vozes. Alguém saiu correndo e assim que chegou a sala Maka em um ímpeto levantou e a menina de cabelos cor de beterraba pulou em seus braços como fazia quando pequena.

— Angel!! – Maka gritou a loira apertando-a em seus braços enquanto Soul perguntava-se como ela estaria ali.

Logo a pergunta sendo respondida vendo seu tio, acompanhado da mãe e os pais de Tsubaki e os Hoshizoku.

— Bom, como somente nos dois estávamos sabendo da chegada de vocês porque não fazer uma surpresa da surpresa não é mesmo? – Akari perguntou divertindo-se com os olhares supreso dos dois meninos.

— Bom chega de tagarelice, tem muita coisa pra comer hoje. – O pai de Howaito disse fazendo os outros rirem.

E assim a casa encheu-se de vozes, risadas o tempo poderia estar frio e congelante mais ali dentro estava aquecido de uma forma que nenhum dos quatro jovens poderia explicar. O amor transbordando de várias formas, desde gestos a forma de preparo de cada alimento.

Nadeshiko abraçava a futuro nora enquanto conversava com Akari, as duas já um pouco alteradas pela bebida alcoólica. Os homens agora apostavam coisas absurdas em jogos de cartas. Tsubaki torcia por Black star junto de sua mãe e futura sogra na queda de braço com Soul. Angel brincava com Shiro por todos os cantos da casa e dando-lhe biscoitos escondida de Maka. E assim a noite ia caindo.

— O natal vai ser assim também? – Angel quebrou o silencio depois e um tempo.

— Assim?

— Todos juntos. Hoje foi muito bom, não é Shi? – Ela sorriu enquanto ele se apoiava em seus joelhos e lambia a ponta de seu nariz. – Viu, ele concorda.

— É, - Maka concordou. – podemos fazer isso sim, né? – Ela olhou para o namorado que depois de pensar concordou.

— Pode ser em casa né mãe? – Black Star perguntou esperançoso. – Lá é bem grande pra acolher todos esses agregados.

— Hey!! – Maka protestou e eles riram.

— Podemos viajar no ano novo também.

— Sim podemos.

As conversas seguiram alegres com a preparação, ainda que em cima da hora, para o natal e ano novo.

Do lado de fora a neve caia e ventava.

Mas nada abalava o calor que a lareira proporcionava junto das mescla de vozes e carinhos trocados.


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Notas finais do capítulo

FIM. OWARI. THE END.

Gente, eu tô feliz ainda que um pouco triste por ter acabado né mais já tava na hora e eu acho que por não estar acostumada a construção de fanfics grandes essa já estava me deixando um pouco cansada por me parecer que já estava ficando um pouco massante. E acho que não vou conseguir cumprir o bônus deles mais pra frente - da história -, talvez um one shot, quem sabe. Se eu postar, vocês iram saber hahaha
ENFIM meus queridos leitores, eu agradeço quem acompanhou até aqui, que esperou, teve paciência e tudo o mais porque ontem eu entrei em um leve panico quando eu vi q já fazia um ano q eu tava com essa fanfic, Jesus, fala sério né. Obrigada mesmo, de coração, vocês me incentivaram ♥ bjas

Espero vê-los nas minhas próximas fanfics!! ♥ ^^

AH, as histórias que o Soul e o Black star contam no aeroporto são reais tá UAHUAHAUHUAH acreditem. FLWW



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