Home {HIATUS} escrita por wizardry


Capítulo 2
Kids Problems


Notas iniciais do capítulo

Alterei um pouco a idade das crianças, então o desaparecimento de Scorpius já faz 10 anos. Espero que estejam gostando da história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706105/chapter/2

Long Beach, New York - Atualmente

Era apenas mais um dia normal para Albus Potter, exceto que ele era a única pessoa na praia que estava vestido em traje esporte fino. Na verdade, o moreno não havia tido tempo algum para qualquer que fosse os seus planos do dia. Rose havia ligado desesperada em cima do horário das crianças saírem da escola trouxa – que ela insistiu para eles estudarem como crianças normais – pedindo que ele fizesse aquele favor para ela, visto que ela teria que ficar mais uma vez até mais tarde no trabalho. Como qualquer “tio” super legal como ele, iria deixar os menores na mão... Por fim, resolveu mudar as coordenadas do GPS para buscar os gêmeos e acabaram parando na praia.

“Querem alguma coisa? Estão com fome?”

“Não, obrigada.” Disseram os dois quase totalmente juntos.

“Não estão com fome? As vezes desconfio que vocês são adotados.” Brincou ele, sentindo o celular vibrar no bolso. “Uh, parece que tia Alice está brava... Tem sete ligações perdidas.”

Os garotos fizeram uma careta juntamente com o tio e começaram a rir, mas o olhar do mais velho era um pouco preocupado. Ele nem mesmo precisou dizer que as crianças entenderam. Sabiam que o Potter precisava atender o telefone. Eles estavam ficando cada vez mais inteligentes... Albus podia notar a diferença deles agora que eles já estavam beirando os dez anos de idade. Logo, logo eles iriam estudar magia de verdade. Era incrível... Ele mal podia esperar para ver a própria filha segurando uma varinha pela primeira vez. E depois Hogwarts! Ah, isso seria o melhor sentimento do mundo... Se ele conseguisse voltar para Londres, é claro.

“Alô? Alice? Querida?” Dando as costas para os jovens, Albus começou a andar para um pouco mais longe, onde o som do vento mar não atrapalharia sua conversa. “Não estou escutando muito bem.

“Eu. Vocês. Areia. Agora.” Disse o menino, desafiando a que era apenas uns poucos minutos mais nova que ele e em seguida saiu correndo.

A praia não estava muito cheia, para a sorte deles e, com os sapatos deixados no carro, eles tinham a liberdade que queriam. Uma liberdade usada para nada mais que competir um contra o outro, como sempre faziam. E tudo começou com a corrida...

“Senhoras e senhores, apresento-vos o maravilhoso, incrível e destemido... Apollo Weasley!” O garoto comemorou a vitória quase gritando, fazendo com que a irmã lhe empurrasse para o lado.

“Por que está se chamando pelo segundo nome?” Ela perguntou de braços cruzados, um pouco brava por ter sido derrubada nos segundos finais da aposta.

“As pessoas ficam me olhando estranho quando digo que meu nome é Spectrum...”

“E daí? Eu adoro o seu nome...”

“Claro, você ficou com os nomes melhores, Artemis Ray.”

“Melhores? Ah, Spec, eu sofro tanto quanto você. Nomes gregos não estão na moda, sabe?”

“Desde quando você entende de moda?”

“Eu não entendo.” Ela riu. “Mas até nossos tios tem nomes melhores...”

“Albus Severus? James Sirius? Hugo Billius?” Riu o menino. “É um azar de família.”

“Em falar nisso...” A garota olhou a procura do tio. “Temos quase dez anos... Só falta um ano para ir a Ilvermorny.”

“Eu sei...” Suspirou “Eu não quero ir.”

“Está pensando em Hogwarts, não é?” Ela parou, sentando-se na areia.

“Está tão obvio?” Ele olhou-a e deu uma estrela. “Hogwarts é totalmente demais! Você já viu os olhos da mamãe quando ela fala sobre lá? Estou cansado de New York.”

“Eu também queria ir... E sair dessa escola de trouxas.” Artemis revirou os olhos. “Pare de se mostrar, Spec. Sabe que eu faço melhor que você...”

“Faz mesmo, é?” Ele desafiou-a novamente e logo ela estava dando uma estrela frontal, o que em base já o humilhava.

Albus desligou o telefone e observou os gêmeos. Ele sabia muito bem o que eles estavam fazendo. Era o mesmo que Rose e Scorpius faziam quando estavam em Hogwarts: competir por quem faz algo melhor. Só que a diferença era que naquela competição havia atração e na dos dois meninos havia apenas a competição misturada com um pouco de excesso de orgulho.

“Ei, tio Al!” Gritou Spectrum. “Joga a bola de futebol americano!”

“Você quem manda...” O moreno correu até o carro, onde pegou a bola e ao voltar se preparou para o lançamento. “Façam um jogo limpo, hein? Não vale trapacear! Eu dei educação a vocês sobre isso...”

“Nada de arrancar sangue, fazer desmaiar ou comer algo que não seja comestível.” Repetiram eles antes que a bola voasse pelo ar e os dois se trombassem para pegar.

Então, Albus pegou a câmera que sempre levava consigo no bolso e começou a filmar. No começo, ele filmava com o intuito de mostrar a Scorpius quando ele voltasse... Depois dos cinco primeiros anos, as gravações passaram a ser um hábito. A esperança de que um dia eles acordariam com o velho Malfoy batendo na porta era uma visão que aos poucos foi se apagando.

“Ei, desculpe a demora.” Disse a familiar voz de Rose, mas o moreno recusou-se a virar para ela. Não queria perder aquilo. “Eu tive problemas com o carro outra vez.”

“Não importa... Eles notaram a muito tempo atrás que você é a pessoa mais ausente da vida deles. E a única pessoa que eles tem, além de mim.”

“Eu queria ter mais tempo para eles... Meu vira-tempo seria eficiente...”

“É claro...” Suspirou. “Agora pode ficar quieta, Rosie? Está estragando a filmagem com essas desculpas...”

“E o que eles estão fazendo?” Ela perguntou, mas ao olhar era obvio. Estavam lutando pela posse da bola. Cada um de um lado, se preparando para correr e pegar. “Spectrum é mais rápido.”

“E Ártemis é mais inteligente.” Ele completou. “Além do mais, ela não vai desistir até ver ele chorar.”

Com os olhos fitos nas crianças loiras que corriam na areia, eles podiam sentir a tensão. Havia uma determinação imensa em ambos para ganhar. Em um piscar de olhos, ambos começaram a correr e...

“Senhora Weasley?” Uma voz chamou a atenção dos dois. “Desculpe, não queria assusta-los. Você é a mãe de Ártemis e Apollo?”

Rose se virou para ver quem lhe chamava e pode ver o técnico do time de baseboll da escola, que também era conhecido como Professor de  Educação Fisica.

“Treinador Jones? O que faz por aqui?”

“Eu venho aqui ocasionalmente... Minha namorada trabalha como salva-vidas aqui.”

“Ah, sim... Que emocionante.” Ironizou o Potter baixinho.

“Eu estava observando seus filhos... Eles são muito talentosos.”

“Obrigada.” A ruiva sorriu

“É de família.” Comentou Albus, rindo.

“Desculpe, acredito que ainda não nos apresentamos... Você é...?”

“Albus Potter.”

“O pai?”  Ele questionou, fazendo ambos rirem.

“Somos apenas amigos.” Rose explicou.

“Mais do que amigos, somos primos.” Complementou Albus.

“Ah, sim... Perdão.” Ele sorriu sem graça. “Desculpe. Sei que aqui não é o lugar apropriado, mas... Senhora Weasley, podemos conversar por alguns minutos?”

“Está bem... Claro. Não vai demorar muito, não é? Eu tenho um compromisso daqui a pouco...”

Observando atentamente, Albus viu os dois se afastando. Sempre ficava muito apreensivo quando professores resolviam que precisavam falar com Rose. Era um perigo para as crianças estudarem em uma escola para trouxas em plena idade de explosões mágicas... Mas quando ela resolvia colocar algo na cabeça, não tinha outro jeito. Nada tirava ideias daquela cabeça vermelha.

“Não se preocupe, tio Al.” Disse Ártemis agora do seu lado. “Eles estão apenas falando de nós...”

“É... E isso vai render uma noite bem estressante para mamãe.” Suspirou Spectrum.

“Por que?” Questionou Albus, reparando que as crianças estavam com rostos mais infelizes agora.

“Senhor Jones acha que somos crianças especiais...” Respondeu o menino olhando para o mar. “E realmente temos problemas porque não somos como os outros.”

“Melhores notas, mesmo estando em uma classe avançada. Melhores jogadores do time, mesmo praticando três atividades extracurriculares... E nenhum amigo.”

“Sim, Ártemis foi até trancada no armário.”

“Hoje o que?” O homem pareceu indignado. “Agora é um problema ser bonito, inteligente e talentoso?”

“Lindsey Redd disse que somos aberrações.” Murmurrou a garota, prendendo o cabelo.

“E vocês acreditam nisso?”

Os gêmeos se entreolharam e levantaram os ombros como resposta. Visivelmente viver entre dois mundos estava fazendo-lhes muito mal, mas é claro que a ruiva não tinha tempo para ouvi-los dizer isso ou para dizer que tudo iria ficar bem... Eles realmente precisavam estar mais próximos dos Weasley, ter amigos e poder fazer qualquer coisa, mesmo com magia, por ninguém julga-los. O problema era convencer a prima a mudar-se. Desde que Scorpius foi embora e ela descobriu que estava gravida era como se milhões de dementadores vivessem andando nas ruas e que fossem pegar-la caso voltasse.

“Escutem bem o que eu vou dizer para vocês...” Ele disse com firmeza, fazendo com que ambas crianças olhassem para ele. “Vocês são dois bruxos, como seus pais, e sendo filhos de quem são (e netos também), vocês nunca vão ser normais. Mas sabe o que é incrível em tudo isso? As melhores pessoas do mundo não se encaixam na normalidade.”

“O que isso significa?” O menino perguntou confuso.

“Significa que ser normal é chato.” Explicou “E ser bruxo é o que existe de mais legal em todo o universo.”

“E que mamãe está voltando.” Comentou a loirinha.

“Tio Alb... Não fale sobre isso com ela... Não quero ser um bebê chorão.”

“Por favor, tio Albus. Ela vai ficar brava.”

“Não se preocupem. Não vou dizer nada.” Albus garantiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Os nomes das crianças tem um grande significado na história que vocês irão descobrir logo mais... Mas uma prévia para vocês: Spectrum Apollo tem como nome Spectrum (como o feitiço) por começar com S de Scorpius e Artemis Ray tem como segundo nome Ray por começar com R de Rose. Nossa querida Weasley apenas acredita que escolheu esses nomes por gostar de como eles soam, mas no fundo da sua mente (ainda obscurecido pela falta de lembranças) ela sabe o porquê.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Home {HIATUS}" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.