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Capítulo 15
Only Right Thing


Notas iniciais do capítulo

Para compensar a minha demora... Um novo capitulo.



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As seguintes horas se passaram lentamente e Rose permaneceu trancada no sótão. Como pedido pelo loiro, forçou-se a engolir a sopa e para dizer estava deliciosa. Assim que terminou, deitou-se para observar as estrelas e cobriu-se com o cobertor. Finalmente sabia de quem era aquele cheiro... Estava óbvio demais. E como se ainda tivesse quinze anos, sentiu o aroma e agarrou-se a cada pedaço daquele pano. De alguma forma, aquilo lhe trazia consolo.

Ninguém mais ousou subir. Ela finalmente estava sozinha, como desejava, mas passando algum tempo aquilo começou a lhe fazer mal. Resolveu, após uma discussão interna, descer e pensou que encontraria os três homens roncando na sala, mas ao invés disso ouviu o som de algo de espatifando no chão.

"Não é possível!" Gritava Scorpiu. "Tem que haver uma conexão! Esse lugar deve estar por aí... Eu preciso encontrar as crianças!"

"Mantenha a calma, amigão." Agora Rose podia ver os dois do topo da escada. A mesa de centro estava coberta de papéis e o chão estava cheio de cacos de vidro de uma xícara de café. "Se continuar assim, vai destruir a casa inteira."

"Como posso manter a calma quando meus..." O olhar do homem encontrou com o dela e ele virou-se bruscamente. "Com licença."

Com passos pesados, Scorpius saiu para o lado de fora da casa e Rose desceu a escada lentamente. Nunca havia visto o Malfoy daquela forma... Ele estava tão preocupado. Estava até mais preocupado do que Oswin.

"Você deveria tentar acalma-lo." Disse Albus pegando a varinha para limpar a bagunça antes que o café manchasse o piso de madeira.

"O que?" Rose encostou-se na parede, cruzando os braços.

"Estamos a noite inteira aqui, Rosie." O moreno pareceu irritado,batendo a mão sobre a mesa. "Bebendo café. Olhando mapas. Procurando alguna pista sobre a localização. Não fizemos pausa nem para ir ao banheiro... Enquanto isso seu namoradinho está ali dormindo."

"Dormindo...?" Rose questionou, incrédula.

"Eu não estava dormindo." Oswin declarou ao entrar na sala, colocando algo no bolso. “Como você está, meu amor? Está mais calma?”

“O que diabos você estava fazendo?” exclamou a ruiva.

“Albus está colocando minhocas na sua cabeça, não é?” Ele parecia tranquilo, mesmo em meio as acusações. “Eu não era bem-vindo aqui entre os dois heróis, sabe? Então resolvi fazer as coisas por eu mesmo e fiz algumas ligações do lado de fora, afinal eu conheço muita gente importante... Mas creio que Scorpius Malfoy tenha mais êxito do que eu nisto... Afinal, pelo que me disseram, os comensais estão atrás dele há muito tempo.”

“Como você sabe disso?” o Potter se virou, desconfiado.

“Eu disse que tenho meus contatos...” o homem deu de ombros. “Além do mais, ninguém vive sozinho durante tanto tempo em uma casa apenas porque quer.”

Rose parou por um momento para pensar. “Talvez você tenha razão.” Suspirou e começou a se afastar dele, indo em direção a saída da casa.

“Espera... Onde é que você vai?”

“Ele pode ter mais sorte que você, não é?” Com um sorriso, ela desapareceu da vista dos dois.

Do lado de fora, tudo estava calmo demais. Ela olhou em volta, procurando por ele a luz da lua e não o encontrou muito longe. Na verdade, ele estava sentado a alguns passos dela com a cabeça baixa, murmurando coisas para si mesmo de modo que ela não conseguia distinguir as palavras. Silenciosamente, ela sentou-se ao lado dele e observou os vagalumes dançando pelo jardim.

“Você tem razão.” Confessou ela, sem ousar olhar para seu rosto. “Meu namorado é um completo idiota.”

Esperava que o Malfoy dissesse alguma coisa, mas ele simplesmente continuava mudo. Aquilo lhe incomodou extremamente, fazendo com que ela ajeitasse a postura e forçasse uma tosse.

“Sabe... Eu realmente não sei porque estou com ele. Acho que é necessidade. Chega uma hora que nós, mulheres, precisamos de alguém para acordar ao lado... Sentir que é amada... Ou talvez eu esteja fazendo isso porque ele é a única pessoa que não se importou por eu ter dois filhos. É meio complicado e...”

“Onde você quer chegar com isso?” Scorpius disse cortando a falação da mulher.

“Porque você está tão preocupado?” Perguntou sem pensar.

“Porque tudo isso é minha culpa...” Ele confessou. “Eu passei dez anos da minha vida dando o meu melhor para sobreviver e agora... Vou em direção ao matadouro.”

“O que quer dizer?” Rose perguntou tentando compreender o que o loiro tentava dizer.

“Não importa o que eu fizer. Eles vão me pegar no momento que eu pisar lá... Então eu vou virar apenas uma história a ser contada.”

“Então é verdade o que Oswin falou? Eles estão te perseguindo há anos?”

“Dez anos.” Suspirou o Malfoy. “Dez anos que estou fugindo deles, buscando por um modo de sobreviver sem enlouquecer... É mais difícil do que eu imaginava. Principalmente quando eu vou dormir.”

“É por isso que você dorme no sótão?”

“É difícil acordar todo dia sabendo que a pessoa que você ama não está lá mais.”

Rose engoliu seco. Agora fazia sentido para ela. Ele sempre cutucava a aliança porque sentia falta da esposa... Esposa esta que deveria estar morta pelo modo que ele falava sobre ela. Tudo o que ele demonstrava era apenas a saudade imensa que ele deveria ter da falecida. Agora entendia porque Malfoy estava tão diferente.

“Sinto muito por ela.” Comentou baixinho, se levantando.

“Não precisa sentir... Ela está bem agora. Continua tendo um sorriso lindo, embora estejamos em tempos escuros demais para ver... Rose você está chorando?”

“Não.” Ela secou as lagrimas que tentaram cair pela primeira vez. “Então... O que aconteceu com você durante esses dez anos?”

“Muita coisa. Não conseguiria contar tudo para você.” Ele respirou fundo. “Preciso encontrar um modo de acabar com essa loucura.”

“É... Tem muita coisa que você não quer me contar.”

“Se soubesse de todas as coisas, Rose, você não confiaria em mim para ajudar a trazer seus filhos de volta.”

“Eu nem mesmo sei porque eu estou confiando em você...” Suspirou. “Só sei que a única coisa que parece certa aqui é confiar em você.”

Os segundos seguintes passaram-se tão rápidos que quando se deu conta, tinha Rose em seus braços em um abraço quente e amigável. Era como estar no céu. Sentia o perfume do shampoo que ela sempre usava e o perfume francês que ganhará de Victoire... Ah, ela ainda usava o mesmo! Queria poder ter mais do que aquilo. Queria beija-la e fazer ela esquecer por alguns segundos todos os problemas do mundo, porém ele ainda continuava com o mesmo pensamento. Talvez, se conseguisse sair vivo da batalha pelas crianças, eles pudessem voltar e reconstruir tudo desde o zero. Ele, ela e as crianças.

Lágrimas brotaram nos olhos do Malfoy. Duvidava muito que esse sonho pudesse dar certo.


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Notas finais do capítulo

Hm... Clima demais. Prevejo que haverá ação em breve.