É tão estranho como uma pessoa chega em sua vida e joga tudo aos ares, não é mesmo? No caso das borboletas, o bater de asas de uma delas em um determinado lugar do mundo pode gerar uma movimentação de ar que, intensificada, desencadearia a alteração do comportamento de toda a atmosfera terrestre, para sempre. Parece loucura, mas acontece todos os dias, e chamamos de acaso. Meu relacionamento com Regina foi um acaso, nós somos duas borboletas raras Palos Verdes Blue que não deveriam se apaixonar, mas aconteceu. Eu pensava que o futuro já estava escrito, mas ao viver essa história, descobri que tudo pode mudar por uma simples ação que desencadeará um futuro completamente diferente do que você imaginava. Comigo foi assim.

Ao decidir passar minha vida toda com Regina, não foi um acaso. Eu realmente quis aquilo.

Essa é a história de como eu fui feliz ao lado de minha amada.

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Acordo com o barulho ensurdecedor do alarme disparando. Ergo minha cabeça para checá-lo em cima da minha cômoda e, buscando forças, o jogo brutalmente no chão. Eu não ligaria se naquele momento ele estivesse totalmente quebrado. Eu estava com muito sono para ligar.

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Depois de mais alguns minutinhos de sono, levanto pois minha mãe, Miranda, não parava de me atormentar. Ela acha que acordar depois de uma noite mal dormida era fácil. Como sempre, enfiei minha cabeça nos livros e nem vi a hora passar. Ao terminar meus estudos, dei-me conta que já se passava das 1:00 da madrugada.

Me arrumo rapidamente, desço para tomar café e aprecio a bela cena de meus pais tomando dividindo deliciosas tortas. David e Miranda eram um exemplo de casal de contos de fadas. Até hoje, com meus 16 anos, ouvi no máximo 3 brigas deles. Não sei de quem meu irmão Victor puxou a genética pior. O pirralho era um horror.

Mastigo apenas uma maçã pela metade e já vou direto para a escola. Eu não tinha muitos amigos lá, mas os poucos eram verdadeiros. Ruby era minha fiel escudeira, eu contava tudo para ela, nunca me julgou pelos meus atos e sempre me deu conselhos. Aurora era a mais puritana do grupo, eu era em segundo lugar. Sim, eu era uma rata de biblioteca, mas pelo menos tinha um pouco de vida social. Um dia eu fui para uma boate local. Aquele lugar parecia mais um hospício, mas com meus amigos juntos, foi até que bom.

Killian era o engraçado –sem graça- do grupo. Mrs. Jones era o desprezível em pessoa. Nós éramos amigos porque ele me ajudava em horas difíceis e eu retribuía, mas eu não gostava das coisas que ele fazia.  

Enfim, chega de falar sobre mim.

— Olá, galera. – chego sorrindo e sento-me com Ruby e Aurora.

— Oi, Em. – Ruby me manda um beijinho, Aurora sorri em minha direção e volta seu olhar ao seu celular- Você viu o que Regina e seus amigos fizeram com aquele nerd? – seu semblante era de escárnio.

Ah, esqueci de citar a Regina. Não, não é a Regina George. Mas bem que eu já pensei que elas fossem amigas ou algo do tipo.

Regina Mills é a figura mais imponente da escola. Sua mãe, Cora, é a prefeita de Storybrooke, e seu pai é um respeitado médico, eu só não sabia do quê. Mas nesse mundo de aparências, o importante é ser rico, não é mesmo?

Regina era fria, grossa e calculista. Ela parece só uma menina mimada, mas é muito mais do que isso.

Eu faço parte do clube teatral da escola. Os diretores queriam fazer algo legal para os alunos e inventaram isto. Eu achei interessante, porque atuação sempre foi a minha praia, e era bom para eu perder minha timidez. Eu era MUITO tímida.

Eu ouvi dizer que Regina começaria a frequentar as aulas como um castigo de algo horrível que ela deveria ter feito. Aquilo não poderia ser real, eu não gostava nem um pouco de Regina, não sei como a aguentava na sala de aula. Sua namorada, Kristian, eram o casalzinho mais amado pela escola, eu só duvidava se ali existia amor verdadeiro.

Amanhã, à tarde, teria aulas de teatro. Meu pesadelo ao lado de Regina iria começar.