Nasce Um Vampiro escrita por tami_fanfics


Capítulo 10
Capítulo 9 - Arder


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Meu tempo pra escrever está cada vez menor...
Sinto.

Bom, mas vamos ao que interessa: Um vampiro.KKKKKKKKK

Espero que gostem do capítulo; ele, com certeza, está no meu "Hall da Fama".

Beijos e obrigado.

Não esqueça de deixar o seu reviw, amore.



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Nasce um vampiro

Capítulo 9 --- Arder

 

Ainda me deixava espantado a facilidade com que seu toque aliviava minhas angústias. Só a ardência que se intensificava. A proximidade com o seu corpo, também quente, não ajudava em nada.

 

As luzes da casa apagadas. Provavelmente Charlie estava dormindo.

 

Ainda com os braços cruzados, subimos a pequena escada da entrada. Ela colocou a bolsa no chão mesmo. Olhei para a bolsa e de volta para ela. Ela apenas deu de ombros. E eu revidei revirando os olhos.

 

- Está em casa senhora. – Disse elegantemente antes de beijar sua leve e macia mão.

 

- Obrigado pela sua agradável companhia jovem senhor.

 

Sorrimos sozinhos de nossa brincadeira incomum. Ela parou de rir e colocou-se a pensar. Não foi por um tempo grande, apenas alguns segundos.

 

- Permitiria que eu lhe desse um abraço de despedida adorável cavalheiro? – Perguntou por fim.

 

- Com certeza bela dama.

 

Ela se aproximou de mim, seus braços em volta do meu pescoço. E os meus foram parar em sua cintura, já que eu era mais alto que ela. Abraçá-la era uma coisa gostosa de fazer. Sentir seu corpo junto ao meu. Passar minha mão em seus cachos sedosos.

 

Achei que não poderia ter sensação melhor. Talvez... Só talvez, sentir seus lábios. Mas uma coisa de cada vez. Não queria assustá-la parecendo mais um garoto dos que a importunavam no Arizona. Queria ser o que ela precisasse. Fosse um amigo confidente ou um amante paciente.

 

Senti que ela se afastava. Minha vontade era de permanecer ali, ao seu lado. Não ia prendê-la em meus braços se ela não se sentisse confortável, embora fosse nisso que estava pensando.

 

Confirmou. Ela estava se afastando. Lentamente. Quando estávamos a uns 20 centímetros de distância, ela parou. Espaço suficiente para um beijo.

 

Surpresa maior foi ver seus olhos.

 

Seus lindos olhos castanhos vacilavam. E mais intrigante ainda: eles vacilavam entre meus olhos e minha boca. Engoli em seco.

 

Ela estaria mesmo pensando em um beijo? Queria ela, que isso acontecesse tanto quanto eu?

 

Como se o ar já não estivesse limitado entre nós dois, ela se aproximou mais ainda. Seus braços muito bem colocados em meus ombros se apertaram mais em meu pescoço. O arrepio de suas mãos em minha nuca foi inevitável.  

 

Deveria eu, como homem, tomar a iniciativa e beijá-la. Mas me encontrava em um mix. Uma mistura louca e fascinante de confusão, surpresa e desespero. Confuso por não saber o que estava se passando em sua cabeça. Surpreso por ela ter dado o pontapé inicial para esse momento. E finalmente, desesperado para que tudo acontecesse logo.

 

Deveria ela, como menina, esperar pacientemente que eu lhe beijasse. Mas não eram esses seus planos. Tirando toda a conveniência do momento... Ela me beijou.

 

Foi um toque, apenas um teste. Em um selinho, ela me despertou. Todo o carinho se transformado em algo maior, mais forte, mais quente,... Desejo.

 

Foi calmo no início, estávamos conhecendo um ao outro, de uma forma diferente. Seus lábios, seu gosto. O mais maravilhoso possível. Seus lábios passeando junto aos meus. Sincronizados.

 

Ninguém poderia dizer o que senti naquele momento. Como se o mundo sumisse. Ele não existiu e não me importei se ele não voltasse, contando que ela permanecesse ali e pudéssemos nos beijar...

 

Linda, mais do que nunca, ela era a melhor garota do mundo.

 

Seu beijo me trouxe mais vida do que imaginei estar precisando. Como se eu necessitasse daquilo e só soube quando já a tinha em meus braços.

 

Sabia agora, enquanto a tinha comigo, que fui um idiota por me sentir inseguro com relação a ela. Só me faltava ver o que ela sentia por mim. Tardiamente, mas vi. E poderia ter visão melhor? Talvez... Chega de talvez.

 

Cedo de mais, ela se afastou. Seus olhos brilhando ao fitar-me. Se olhos são realmente a janela da alma, a alma dela tava mais feliz do que a própria Bella. E a minha não estava diferente. Suas mãos ainda apertavam meu pescoço.

 

Acho que a nobre e desinibida Bella também sente vergonha. Depois de me olhar alegremente, ela enterrou seu rosto sutil em meu peitoral. Sorri de seu ato, ela estava mesmo envergonhada.

 

- Para! – Choramingou em minha camisa branca, rindo, devo completar. Sua reclamação só me fez rir mais. Ela estava me acompanhando nas risadas, então, não levei tão a sério seu pedido.

 

- Do que você está rindo? – Perguntou, ainda sem me olhar.

 

- De você. Com esse beijo, você detonou a sua postura de dama. – Ela finalmente, olhou para mim. – Por que você está envergonhada?

 

- Eu não sei. – Respondeu bem a tempo de corar. Ela voltou a olhar pra mim – Você... – Pausa para olhar para o lado. – Você gostou... Do beijo? – Dessa vez, ela sustentou meu olhar.

 

Balancei a cabeça de forma negativa.

 

Não me importei com a tristeza que se abateu em seus olhos. Aproximei-me se seu ouvido e sussurrei:

 

- Eu amei. – Apenas retribuí os arrepios que ela me dera.

 

Mas ela não me deixaria empatar. Ao encontrar-se tão perto do meu ouvido, sussurrou coisas piores com uma voz sensualmente rouca:

 

- Safado. – Bella 2x1 Edward.

 

Uma luz se acendeu. Olhamos para cima, era a luz do corredor do andar de cima.

Ela olhou de volta pra mim e sua boca ficou com os cantos para baixo. Ela retirou seus braços do meu pescoço e colocou-os ao lado do corpo.

 

- Hora de entrar.

 

Levei minhas mãos para baixo e segurei sua mão. Eu podia ter perdido a competição de arrepios, mas poderia ainda ganhar meu prêmio de consolação.

 

Dei um passo à frente. Segurei seu rosto com a mão que ela não segurava e dei-lhe um selinho.

 

Quando me afastei, resolvi declarar o que ela havia feito por mim nesses poucos meses.

 

- Eu sou feliz desde que você apareceu. – Seus olhos brilharam tanto quanto antes. Ela me deu um selinho. Não sabíamos se Charlie estava nos espionando. Prevenir ou remediar? Prevenir ou remediar? – Até amanhã. – Prevenir.

 

- Até. – Pegou a sua bolsa preta esquecida no chão. Abriu a porta, e com uma mão na maçaneta virou-se pra mim e sorriu largamente antes de entrar.

 

Assim que ela desapareceu, o mundo voltou. E junto com eles a ardência. Quer dizer, a ardência sempre se fez presente, e piorou quando senti o corpo de Bella, quase tão quente quanto o meu.

 

Agora que ela havia saído, a dor me puxou de volta.

 

Seria realmente necessário um remédio. Mas eu não iria pedi-lo para Carlisle e muito menos pra Esme.

 

Ali, parado na rua, pensei em todas as mudanças que haviam acontecido. A família, Bella, a escola, Bella, a aparência melhorada, Bella, o beijo e Bella. Todas as mudanças pertenciam a ela.

 

Com um estalo percebi que minha vida se tornara dela.

 

Deveria achar tudo isso muito bizarro, mas estava adorando tudo. O fato de pertencer a ela era interessante para mim. Extremamente fascinante.

 

(...)

 

Usei a chave extra para entrar em casa. Assim como na casa de Bella, a luz do corredor era a única acesa.

 

Pensei em buscar um remédio no armário, mas achei que um banho poderia ser melhor. Carlisle sempre odiou o fato de tomarmos remédio sem prescrição médica.

 

Subi as escadas já arrastado. Sentia-me pesar uma tonelada em casa parte do corpo. Principalmente as pernas. Minha cabeça gritava por ajuda.

 

Começava a suspeitar que tivesse alguém dentro dela, um homenzinho intrometido, mexendo em meus arquivos de memória. Podem ter decidido implantar um chip de última hora.

 

Confortou-me o fato de amanhã ser sábado. Não teríamos aula amanhã. E eu poderia passar o dia na casa de Bella, como já era de costume. Nós iríamos fazer um piquenique, ideia dela claro.

 

Abri a porta do quarto e fui direto para o banheiro. Tomei um banho com água gelada, na esperança de que ela fizesse parar de arder.

 

Não estava mais com febre, disso tinha certeza. Eu devia ter passado do termo “febre” a alguns graus Celsius atrás.

 

Para meu desespero, a água gelada não ajudou em nada. Parecia que eu havia tomado um banho com água fervente. Sentia-me cada vez mais quente.

 

Na hora de escolher a roupa para dormir, pensei melhor na minha situação.

 

Sentindo o corpo ferver, por dentro e por fora, deveria mesmo vestir as calças largas para dormir? Não. Definitivamente, não. Vesti apenas a Box preta.

 

Arrastei-me novamente até cama e me joguei sobre ela, sem me importar de retirar os cobertores

 

 Estava tudo errado. Deitar foi uma péssima decisão. Lá tinha se formado a concentração de todo o fogo.

 

Olhei para o lado. Talvez a cama estivesse pegando fogo e eu ainda não havia percebido. Não, não estava pegando fogo. Era apenas eu.

 

Comecei a arfar de dor. Tentei aguentar, prender os ruídos, mas já não conseguia. O que era apenas a garganta e passou para o corpo todo, não podia ser nada bom.

 

Se estiver se perguntando se não tenho algum tipo de ventilação, eu respondo sim. Eu tenho. Lembrei-me da droga do ar-condicionado.

 

Tentei me levantar e ir ligar a droga do aparelho, mas tudo ardia. Meus olhos estavam vermelhos e embaçados. Tentei novamente, e nada.

 

Eu recusava veementemente o uso dos ares-condicionado, afinal de contas, para que usar aparelhos de ventilação em uma cidade fria como Forks?

 

Mas cheguei à conclusão desesperada, de que uma noite regado dessa idiotice não iria me matar. Talvez, até salvá-la.

 

E eu não poderia morrer agora. Não mesmo.

 

Seriamente, não me importaria em morrer no ano passado. Mas não agora que nossos caminhos estavam entrelaçados. Algumas palavras de Charlie vieram à minha cabeça.

 

Ela precisava de mim. E eu também precisava dela.

 

Mais uma tentativa, e em meio às chamas, consegui sair da fogueira, quero dizer da cama, e ligar o ar-condicionado fixado na parte superior da parede. Liguei-o no máximo, e não deve ser surpresa para ninguém, que não adiantou em nada.

 

Voltei para a minha fogueira e me joguei. Estava considerando a possibilidade de dormir no chão. Tive a ideia de relembrar Bella para tentar amenizar a dor como já fizera antes.

 

A dor era tanta que o raciocínio estava danificado. Minha mente variava entre fogo e fogo. Só havia fogo!

 

De tudo, das dores à impaciência, o que estava me deixando mais aflito foi o fato de não conseguir ver o rosto dela.

 

Acredite em mim, ficou mais quente. Contorci-me sobre a cama, gemendo de dor.

 

Cheguei ao ponto de não me contorcer mais, porque quanto mais me mexia, mas dor provocava. Tudo doía e ardia e me mexer estava deixando tudo pior. Desde as pálpebras ao calcanhar. Minha cabeça explodindo. Meus braços doíam como se tivesse puxado três caminhões pela rua. Não tinha músculos para fazer isso, então... POR QUE ESTAVA DOENDO?

 

O homenzinho que a invadira minutos antes, convidara amigos e estava dando uma festa.

 

Não aguentava mais. Tudo que queria era um simples lampejo do rosto dela. Mesmo que fosse para morrer. Com um flash de sua beleza morreria feliz.

 

Dor, dor e dor. Tudo se resumia a isso. Por mais que tentasse, seu rosto não vinha à minha mente.

 

Não gritei. Não por falta de vontade. Mas não queria acordar ninguém. Queimei sozinho. Implorando por ela e seu toque mágico.

 

Quando pensei que estava prestes a morrer, e com uma baita decepção por não ter visto a droga da minha vida em flashs como dizem que acontece, ela finalmente apareceu.

 

Em minha mente, seus lindos cachos ruivos, balançando livremente de forma graciosa.

 

Seu rosto próximo me dava uma bela visão do brilho de seus olhos e de sua boca perfeita.

 

Era imagem de quando nos separamos após o beijo.

 

Sempre que a via, meu coração disparava, mas hoje ele se acalmou.

 

Meu corpo ainda queimava violentamente, mas ver seu rosto me deixava calmo. Meu coração foi se acalmando, acalmando, até quase ficar inaudível.

 

Parei na cama. As pernas estendidas por toda a cama. Senti as pálpebras se fechando e imaginei que finalmente, depois de tanta dor, conseguiria dormir.

 

O coração dissipando suas batidas, até chegar ao ponto de sumirem completamente. Não me importei, se não estava as ouvindo, estava prestes a dormir e não sentiria mais aquela dor horrível.

 

Meus olhos se fecharam e eu adormeci. A última imagem que me lembro de ter visto foram lindos olhos cor de chocolate.

 

--- Fim do Cap. 9 ---


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Notas finais do capítulo

E é isso aí!

Próximo capítulo: Vampiros? Não! Loucos invadiram minha casa.

Sei que é grande, mas ficou divertido!

Corre, corre, amore.

Deixe o seu reviw pra mim...

Até a próxima!

Tamii Santos