Depois da Madrugada escrita por Fairy


Capítulo 5
Sem Dinheiro


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII
Tô aqui para cumprir a minha promessa!
E aí está mais um capítulo de Depois da Madrugada!
A música desse capítulo é No Money, do Galantis.
Inclusive eu tenho quase certeza que esqueci de colocar as músicas em outros capítulo... vivendo e aprendendo não é mesmo?
Até lá embaixo!



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   Eles se separaram após alguns minutos. Não se afastaram completamente, apenas distanciaram seus lábios. Manuela mantinha os olhos fechados e ele sentia a sua respiração acelerada. Depositou mais um breve beijo antes de voltar a posição original. A ruiva continuou acariciando-o.

      Miguel abriu os olhos antes dela e aproveitou os poucos segundos para analisar mais uma vez a menina. Ela era realmente linda, era perfeita.

     - Você tem gosto de álcool. - ela constatou num meio sorriso. Ele fez o mesmo e depositou outro selinho no canto de sua boca. Uma das música eletrônica começou a tocar. Não era seu ritmo predileto, mas Manuela conhecia qualç era. - Sorry, I got no money! I'm not trying to be funny but I left it all at home today... - ela cantarolou.

      - É cantora também? - ele brincou. A ruiva afastou a mão de seu rosto e Miguel aninhou por mais carinho. Ela revirou os olhos em resposta a sua pergunta e riu.

      - Só um pouquinho! E você? Canta ou só toca? - indagou. Ele cantava também. E era compositor também. Talvez um dia ele pudesse mostrar uma de suas canções para ela. Talvez The Old West ou Mainly. Que pensamento tolo. Era óbvio que ele nunca mais encontraria a ruiva depois daquela noite. Qual eram as chances disso acontecer afinal?

      - É... eu canto um pouco também. - o rapaz respondeu fazendo uma careta. Manuela riu leve. - Gosto mais de compor... Sei lá! - revelou. A menina-ruiva-do-puff levantou as sobrancelhas, surpresa. 

     - Uau! - ela elogiou. Ele não se sentia um super-herói fantástico por compor. Era algo que ele fazia naturalmente. Era algo que ele sabia fazer bem. Era um de seus talentos. Mas o fato de Manuela ter dito aquilo o fez sentir algo estranho no peito. 

     You might knock me down but I will get back up again.

     Eles ficaram se encarando por alguns segundos, apreciando um ao outro. Manuela seria uma boa canção. Ele não entendeu exatamente porque pensara aquilo. Miguel não entendia muitas das coisas que pensava na verdade. 

      Johnny passou por eles aos beijos com uma menina loira que ele desconhecia. O casal foi na direção do camarim e Miguel ouviu a porta se fechando. Revirou os olhos. Johnny era muito descomprometido com vida. Sentiu uma ponta de dó daquela garota. Fosse ela quem fosse. Raissa veio atrás com um copo de alguma bebida azul na mão.

      - Vou tirar eles de lá. Johnny está começando a passar dos limites. - ela disse devagar, com a voz tonta. Ele percebeu que ela estava com dificuldade para de ficar de pé. Raissa estava bêbada. O rapaz desviou o olhar para Manuela que ouvia aquilo com certa estranheza e confusão. 

      - O que pretende fazer? - ele perguntou. Sua melhor amiga abriu a boca para dizer algo, mas levou o dedo ao queixo como se tivesse se esquecido do que pretendia falar. - Raissa, você bebeu quantas copos disso? - ele indicou a bebida em sua mão.

      - Cinco... eu acho. - ela respondeu com os olhos semicerrados.

      Miguel virou o rosto para espiar Manuela outra vez. Seus olhos azuis estavam arregalados e ela fazia força para não abrir a boca num perfeito O. Ele riu levemente. - Espere aqui. - pediu à ruiva e se levantou puxando a loira platinada para algum lugar.

***

     Miguel voltou sozinho e se sentou ao seu lado. Se ela havia estranhado a garota que aparecera ali de repente? É claro que sim. Ela parecia conhecer Miguel e também parecia ser mais velha que ele. No momento em que ele saiu ficou se perguntando sobre onde ele teria a levado. E o que teria acontecido por lá.

     Ele levou exatos três minutos para fazer o que quer que tenha feito. Ela sentiu o coração diminuir em seu peito de uma forma estranha, mas ignorou a sensação. O roqueiro a encarava como se quisesse desvendar seus pensamentos. 

     - Quem é ela? - Manuela perguntou de repente, sem pensar. Em seguida levou a mão à boca. Não pelo que dissera, mas pelo modo como aquela frase havia soado. Um leve toque de ciúme pairou no ar e Miguel riu levemente.

     - Raissa. Ela é minha melhor amiga... hum... tipo irmã, sabe? - a garota ruiva sabia. Algo dentro de si aliviou, mas ela não entendera o porquê.

      - Sei.

      - Você tem uma?

      - Sim, tenho. O nome dela é Olívia. - Manu explicou. Ao pensar na amiga, lembrou-se que havia deixado a mesma sozinha com o cara do balcão de bebidas. Será que estava tudo bem? Preferiu acreditar que estava. - A gente se conhece desde a primeira série. - deu um meio sorriso, enquanto Miguel escutava com atenção. Por que ela estava contando aquilo à um roqueiro desconhecido que beijava bem pra caramba? Será que não sabia que ele poderia ser um psicopata que estava fazendo ela dar informações sobre sua vida para atacar logo em seguida?

     Afastou o pensamento. As chances de Miguel ser um maníaco valentão eram muito pequenas naquele momento. E, por algum estranho motivo, ela sentia que podia compartilha tudo com ele.

      - Ela é muito certinha, sabe? Não dorme tarde, não sai sem autorização dos pais. Nunca falta na escola e as suas notas são sempre entre nove e dez porque se não ela se afoga nas próprias lágrimas. Às vezes eu acho que ela tem algum tipo de TOC... - refletiu, mais consigo mesma que com o rapaz ao seu lado. - Eu sou um pouco mais livre. Tem noção do quanto eu e meus amigos insistimos para que ela viesse com a gente hoje? Foi, tipo, muito! Ela acha que vai tudo dar errado só porque nós vinhemos escondidos.

     - Escondidos? - ele perguntou.

     - É.

     - Vocês fugiram ou algo assim?

     - Mais ou menos. 

     E ali se iniciou uma longa conversa sobre assuntos completamente aleatórios. Manuela descobriu que Miguel trabalhava como modelo também e que ele tinha uma coleção de garrafas retrôs. Ela contou que era apaixonada por desenha desde criança e quem em mas paredes de seu quarto ela pendurava suas melhores mandalas. Ele disse que já havia conhecido a França e a Holanda e que Amsterdã era a melhor cidade do mundo. Ela revelou que já havia ido para a Flórida árias vezes, mas que tem vontade de conhecer o norte dos Estados Unidos, principalmente Nova Iorque. 

***

     Ela se empolgava facilmente para falar de seus planos, sonhos e das coisas que gostava. Seus sorrisos vinham um atrás do outro no mesmo ritmo que seus olhos azuis cintilavam. Os dedos finos deslizavam tão facilmente por seus cabelos que ele tinha vontade de passar dias a fio apenas passando a mão naqueles fios ruivos. 

     Ela não pareceu surpresa quando ele contou de seu segundo trabalho. "Se nada der certo na minha vida, eu ainda tenho chances de vender miçangas na praia apenas por causa da minha beleza natural", ele brincou fazendo ela rir e agitar a cabeça em negação. Ela mostrou o seu feed  no Instagram e ele disse que ela tinha chances de ser uma tumblr girl excepcional. Exatamente com esta palavra. Ela perguntou que tipo de pessoa dizia excepcional e ele disse que gostava de coisas difíceis e a fez corar. 

     Agora eram quase três da manhã e ela começava a bocejar. Ele a abraçava de lado enquanto ela apoiava a cabeça em seu ombro. Você pode me derrubar, você pode me derrubar / Mas eu vou me levantar novamente / Pode me chamar do que quiser / Eu não te darei um tostão / Agora eu não vou fugir.  Ele descobriu que o nome daquela música era No Money  e que era uma das poucas músicas eletrônicas que a garota-ruiva-de-franjinhas-do-puff-preto gostava. 

      Ela recebera uma mensagem e se levantara no mesmo instante.

      - Tenho que ir. - ela disse num lamento. A expressão do roqueiro entristeceu. Mas já estava na hora de ir embora. Ele se levantou e percebeu que era muito mais alto que ela, ainda que Manuela estivesse de salto. Ela inclinou o rosto levemente para cima e ele segurou com as duas mãos. Selou seus lábios num terno beijo de despedida. 

      Algo dentro de si doeu quando Miguel pensou que nunca mais veria aquela garota incrível. Ele a abraçou e foi retribuído. Não demorou muito para um menino um pouco menor que ele aparecer ao lado de uma menina loira e que a levassem. Ele observou o ruivo do cabelo de Manuela desaparecer no meio de tanta gente.

     Deixou o corpo cair no puff e relaxou os ombros. Ele sentia algo estranho. Queria que as horas voltassem naquela noite pelo resto de sua vida. Nunca havia sido tão bom passar um tempo no Pitchu's com alguém como fora com Manuela. Mas qual era a possibilidade deles se encontrarem outra vez? 

     Nenhuma, era a resposta certa.

      Mas ele sentiu algo vibrar ao seu lado. Era um iPhone e a tela havia sido desbloqueada. O papel de parede era uma foto de uma menina ruiva de coque virada de costas sentada na beira do mar. A menina, ele reconhera sem muito esforço e um sorriso se fez em seu rosto.

      Mas qual era a possibilidade deles se encontrarem outra vez?

      Uma, era a nova resposta certa.


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Notas finais do capítulo

HEY HEY HEY!
O que acharam desse capítulo? Amaram ou odiaram?
Deixem seus comentários e sejam caras de pau coom a Clove-Flor (vou te chamar de Couve Flor porque é mais legal!)
Nós vemos semana que vem? I Hope so!
XOXO
Fairy



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