Desde que soubera do desaparecimento da melhor amiga da filha, ela não parava de pensar na proteção dela. Cada passo dentro de casa ou fora dela era vigiado. Não via a hora de encontrar o paradeiro da garota.

O sol dessa tarde deixava o ambiente um pouco mais leve do que as pesadas sombras do inverno sendo dissipando pelos raios solares. Os tons de cinza sendo trocados pelas multicores próprios da primavera.

No quintal, a mãe carregava um pouco de adubo pro canteiro, quando uma viatura estacionou na frente da casa. Logo, fez sinal pra que entrassem e foi recebê-los no portão, sendo observados pela filha atenta, após sair do computador, pela janela do quarto dela

─ Fiquem a vontade! - indicou lhes um banco ─ Já retorno pra conversarmos. Vou chamar a minha filha, vai ser útil pra vocês!

─ Tudo bem, senhora. - disse um deles sentando no banco ─ Nada muito formal. Não queremos deixá-la mais preocupada.

 Os dois agentes, sentados no banco no quintal da casa, estavam consultando o bloco de anorações sobre o caso. Estas norteavam as indagações de alguns próximos da garota, servindo também para criar uma pista até um possível motivação e outros detalhes.

Desde cedo, estava navegando na web,  olhando o perfil da rede social da sumida. Uns posts eram compreensíveis; outros, porém, misteriosos. Por isso, boa parte dessa manhã, ela ficou tentando interpretar essas postagens para preencher certas lacunas.

— Olha - disse consigo mesma - Tudo indica que ela sumiu, depois de escrever na página do crush dela. A mensagem foi postada depois da festa no quintal da república, sendo vista no dia e hora do envio. Será que ela ...

─ Só um minuto! - disse ao ouvir alguns toques na porta do quarto ─ Daqui alguns segundos estou indo conversar com vocês.

─ Anda rápido! - disse a mãe por detrás da porta ─ Quanto mais rápido você vir, mais rápido encontrará sua amiga.

Ouvindo isto, ela deixou o computador  hibernando e foi colocar uma roupa, pois ainda estava usando a roupa de dormir - uma camisa de banda antiga e calças meio geek. O visual poderia causar uma impredsão não muito legal nos agentes de segurança.

Antes de sair do quarto, um filme sobre a amiga passou em sua cabeça quando viu a quirlanda pendurada na parede do quarto. Isso a fez lembrar da última conversa delas que tiveram no quintal da república, no baile da festa de primavera.

─ Se um dia, tiver que ir embora voando na minha vassoura, antes, honro você! - sua voz expressava alegria, mas seu olhar, tristeza. 

Quando lembrou dessas palavras, tinha certeza de que ela não estava desaparecida, apenas se ausentou dessa sociedade. Agora, resta confirmar a suspeita da sua separação da vida comunitária sem prejudicar a jornada dela, sem prejudicar a iniciação dela.