Desajustados escrita por Siaht


Capítulo 1
Desajustados


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, mais uma da série "simplesmente precisava escrever isso ou ia ficar louca".
Espero realmente que vocês gostem! ♥



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Ele era uma farsa. Por trás dos olhos azuis, dos sorrisos galantes e das vestes caras, Renly Baratheon sabia que havia alguém que dificilmente agradaria as pessoas a sua volta. O irmão caçula do rei sempre despertara amor e simpatia por onde passasse, ainda assim, o jovem Lorde não conseguia deixar de se questionar se continuariam a amá-lo se soubessem o que escondia. Se conhecessem a verdade, o abominariam ou pior. Quem Renly era não era aceitável. Havia um padrão sobre o que significava ser homem, um padrão que definia quem deveria ser, como deveria agir e quem deveria amar. Um padrão ao qual, por mais que tentasse, ele nunca conseguira se adequar.

Era fútil demais para um homem. Apesar de nunca ter entendido muito bem o que aquilo queria dizer. Mas, acima de tudo, se interessava por rapazes, sentia-se atraído por rapazes, amava rapazes... Aquilo era algo que ele jamais poderia mudar ou evitar. Nascera daquele modo, mas ninguém compreenderia, então, ele cuidadosamente mantinha seu segredo.

De qualquer forma, pensar em tudo aquilo era inútil. As coisas eram como eram e o jovem não tinha pretensões de conseguir muda-las. Forçou-se, então, a se concentrar na música e na bebida. Havia um banquete acontecendo ao seu redor, embora seu humor não combinasse nenhum pouco com o ambiente em questão. Ainda assim, o Lorde de Ponta Tempestade se obrigou a sorrir, mantendo sua falsa simpatia. Era um visitante na bela ilha de Tarth e, após toda a hospitalidade que recebera, o mínimo que poderia fazer era ser simpático. Não que aquilo fosse uma tarefa difícil, para Renly sorrisos vinham tão fáceis quanto mentiras.

O caçula dos Baratheon passou os olhos pelo salão e foi, então, que percebeu a garota. Honestamente, não era difícil nota-la. Era alta e forte demais para uma menina e certamente não se enquadraria em qualquer conceito de beleza vigente. Estava ridícula dentro daquele vestido cor de rosa e seu desconforto era óbvio. Um único olhar seria o bastante para perceber que a filha de Lorde Selwyn Tarth, seu anfitrião, preferiria estar em qualquer lugar menos naquele estúpido banquete. Renly não podia culpá-la. Os julgamentos silenciosos, as piadas sussurradas e os olhares maldosos eram extremamente intimidantes e o rapaz poderia apenas imaginar como deveriam machuca-la.

Brienne de Tarth era pouco mais que uma menina e já precisava lidar com um mundo que a condenava por não ser o que acreditavam que deveria ser. Havia um padrão sobre o que significava ser mulher. Um padrão que estipulava qual a aparência e comportamento eram adequados e ditava quem ela seria e qual seu lugar naquela sociedade. A garota obviamente não se encaixa naquele padrão, não por uma tentativa qualquer de rebeldia, apenas por ser quem era. Nascera daquele modo, mas ninguém entenderia. Bom, ninguém a não ser Renly.

A garota de Tarth era uma desajustada. Assim como ele. A única diferença era que o Lorde de Ponta Tempestade era capaz de ocultar sua inadequação e fingir se encaixar como todos ali. Se soubessem o que se escondia por trás da aparência galante, no entanto, dedicariam a ele o mesmo tratamento cruel que davam aquela garota. Uma garota que muitos sequer conheciam, mas sentiam-se no direito de humilhar e ferir.

Brienne claramente não se sentia adequada sendo Brienne, sentia que havia algo errado consigo mesma e que passaria a vida inteira tentando se encaixar em um mundo que não fora moldado para pessoas como ela. Renly sabia disso, porque se sentia do mesmo modo. Talvez tenha sido isso que o impulsionou a caminhar até a jovem Lady e convidá-la para uma dança. A menina aceitou desajeitada, mas o rapaz fingiu ignorar qualquer inadequação.

Naquela noite, Renly Baratheon concedeu a Brienne de Tarth toda a gentileza e simpatia que havia em seu ser. Seu gesto calou as piadas e dissipou os olhares maldosos – ele era irmão do rei, afinal – e gerou na moça uma gratidão que a acompanharia até seu último suspiro. Em um mundo de escárnio e crueldade, Renly lhe estendera a mão e lhe oferecera sorrisos. Brienne jamais se esqueceria.


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Notas finais do capítulo

Brienne e Renly são preciosos e vou defendê-los!
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos...
Thaís



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