Rough, Buddy. escrita por BTShiver


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Sei que preciso postar em TODAS as minhas outras fics, mas deu uma vontade enorme de escrever uma Zutara, então aqui estou.
Espero que gostem.
W.S.



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Era aniversário de Mai, e a Princesa do Fogo conversava polidamente com Ty Lee do outro lado do salão de festas lotado, a face inexpressiva como sempre. Zuko, depois de observar a esposa por alguns instantes, voltou seu olhar para Katara com o cenho franzido e um meio sorriso no rosto, meio preocupado e meio divertido ao vê-la pegar a quarta, ou talvez quinta, taça de vinho da noite. 

O senhor do Fogo pegou uma taça para si próprio de uma bandeja e caminhou até a sua melhor amiga. 

Katara estava linda como sempre, os volumosos cabelos castanhos soltos nas costas e um vestido que lhe acentuava todos os pontos positivos. E ela, no auge de seus vinte e cinco anos, não tinha pontos negativos. Provavelmente nunca teria. 

— Precisando de alguém para salvá-la dos piratas? - o moreno perguntou ao parar ao lado da mulher. Ela abriu um sorriso pequeno, porém este não chegou aos olhos. 

— Precisando de alguém para me salvar do Avatar. - disse em voz baixa. 

Zuko sabia que, como o dele, o casamento de Katara e Aang nunca fora um mar de rosas, mas a dobradora de água nunca dissera uma palavra sobre aquilo, e aquela afirmação mostrava o quão embriagada a jovem estava. 

— Você precisa de um pouco de ar. - ela assentiu e seguiram até uma das sacadas do Palácio, onde descansaram com os cotovelos apoiados na proteção de pedra esculpida.

— Aang... ele parece querer controlar tudo sozinho. Eu sei que é o Avatar e teve um passado difícil, muitas responsabilidades muito cedo, mas todos nós temos cicatrizes. Passados que queremos mudar. Tudo o que ele faz é voltado para ajudar o mundo, eu reconheço isso, mas parece que o garoto que conheci naquele iceberg se perdeu no meio de toda a política. Ele não é mais o mesmo. Antes, eu tinha voz ativa em todas as suas decisões. Agora, minha opinião não conta no meu próprio casamento. A minha própria vida! — disse num fôlego só e então deu uma pausa, ofegante. - Lutei contra um mestre da água quando tinha quatorze anos, me recusando a passar a vida como a pacata dona de casa, a curandeira que fica à sombra de alguém e cá estou eu, a esposa e sombra do poderoso Avatar Aang. - suspirou e calou-se exausta. 

Zuko teve vontade de sair daquela sacada e ir até Aang para sacudi-lo até que o dobrador de ar percebesse o que estava fazendo. Ele abafava a vívida e extremamente forte personalidade de Katara de um jeito imperdoável. A infelicidade da mulher estampava-se claramente em seus olhos da cor do mar e fazia o coração do Senhos do Fogo apertar-e como se tivesse uma mão de ferro o envolvendo. 

Em vez de fazer o que pensava, apenas disse:

— Pesado, cara. 

A conversa rumou para caminhos mais leves, e assim ficaram, rindo e relembrando, até que o sol começou a nascer no horizonte. As pessoas da festa ainda faziam barulho lá dentro, mas muitas delas já tinham se recolhido para os quartos. 

— Eu estou morta. - Katara disse.

— You rise with the moon.* - Zuko comentou com um sorrisinho. A mulher, mesmo cambaleante e de olhos pesados, respondeu com o sorriso mais verdadeiro da noite. 

— I rise with the sun. - Zuko pôs um dos braços da garota por cima de seus ombros e segurou sua cintura, guiando-a pelos corredores vazios até o quarto que dividiria com o marido. Durante o trajeto, porém, a dobradora de água foi ficando cada vez mais mole e pesada, chegando a um ponto em que o Senhor do Fogo segurou-a pela parte de trás dos joelhos e levantou-a, passando a carregá-la pelo castelo. 

Encontraram apenas uma empregada no caminho, que fitou-os com olhos curiosos, mas não disse nada e saiu apressadamente logo em seguida.

O quarto de Katara ainda estava vazio, então Aang ainda devia estar na festa, provavelmente conversando com um de seus amigos. Zuko deitou a amiga delicadamente em sua cama e tampou-a com um dos cobertores. Dando-lhe um suave beijo na testa, começou a se levantar para retirar-se, mas a morena segurou a sua manga, os olhos semicerrados. 

— Conheci uma vidente na época da guerra. Ela disse que eu me casaria com um grande dobrador. - disse repentinamente.

— Aang. - o homem sussurrou, a voz falhando um pouco. 

— Ele é um bom dobrador, mas percebi tarde demais que você é um grande dobrador, Zuko. Eu poderia ter te amado. - fechou os olhos e a respiração tornou-se compassada. 

Mesmo sabendo que Katara não sentiria ou ouviria, Zuko depositou o mais casto dos beijos em seus lábios e disse, um pouco antes de finalmente levantar:

— Eu te amo, Katara. 

E saiu do quarto, de volta para a sua nação e a mulher que não amava. 


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Notas finais do capítulo

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