The Only Exception escrita por Jenny


Capítulo 9
"Queria poder te livrar dessa dor"


Notas iniciais do capítulo

Heeey meu povo! Eu volteeeeei e voltei com revelações. Sim, é isso mesmo. Preparados pra descobrirem o segredinho da KitKat? (Que rufem os tambores) hahaha! Já vou aproveitar agora pra me desculpar por não responder os comentários passados. É que hoje é minha prova e eu to até passando mal de ansiedade, pq ta foda viu! Mas saibam que eu li, e obrigada por comentarem, meninas. Os comentários de vocês que me dão ânimo para continuar escrevendo! Enfim, vamos ao cap. Espero que gostem. Nos vemos lá em baixo.
Boa leitura!



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Pov's Katniss
Acordei com um toque irritante de celular, mas logo percebi que esse não me pertencia. Virei para o lado e me deparei com o celular de Peeta em cima da mesinha perto da minha cama. Porém, o loiro não estava mais no quarto ou no banheiro. Ignorei o aparelho e fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e me trocar. Nesse meio tempo, o telefone tocou várias outras vezes e quando notificou uma mensagem recebida, não resisti e peguei para ver quem queria tanto falar com Peeta às 08:00 da manhã em pleno sábado. Afinal não era o Haymitch, já que eles não trabalham no final de semana. Certo, eu não deveria fazer isso. Pode ser que isso seja invasão de privacidade, mas idai? Ta no meu quarto e eu preciso pegá-lo para devolver, de qualquer forma. Matar minha curiosidade não vai machucar ninguém, né?
Havia 9 chamadas perdidas, mas não abri o registro de ligações para ver de quem se tratava, mas tive a audácia de ler a mensagem pela barra de notificação.
"De: Delly
Para: Peeta
Oi, pãozinho! Como você está? Sei que sua mãe disse que eu passaria as férias aí em NY, mas não consegui chegar a tempo. Me deram as férias atrasadas, e só parei de trabalhar ontem no dia de ação de graças. Agora sim estou indo pra sua cidade! Te liguei várias vezes, não sei se viu. Enfim, chego hoje a noite! Me liga ou me responda aqui pra gente se encontrar. To morrendo de saudades. Beeeeijos, Dells".
Delly? Quem é Delly? E que raio de apelido é esse? Que ridículo, argh! Patético! E por que eu estou tão irritada com essa merda de mensagem? Mas que inferno! O que ta acontecendo comigo, afinal? Só pode ser efeito da tpm. É isso mesmo. Minha menstruação está chegando, e meu emocional resolveu ficar descontrolado, nada demais. Bem, eu é que não vou levar esse celular para o Peeta. Se ele quiser, que venha buscar! Vou aproveitar que finalmente consegui férias do hospital e passar um tempo em casa, já que é a coisa que eu menos faço.
Aproveitei o fato de ter acordado tão cedo graças a coisinha denominada Delly, e resolvi fazer uma faxina na minha casa. Não que estivesse realmente bagunçada, mas eu tinha uma estranha mania de reorganizar as coisas. Já mudei a posição dos móveis da sala 4 vezes nos últimos 3 meses. Acabei minha organização já eram 11:00 e só então lembrei que não havia comido nada até agora. Fazer comida iria demorar muito, e digamos que cozinhar não é minha tarefa predileta e especialidade, então optei por ir comer comida em um restaurante que eu amo, perto da casa de Johanna. Ia convidar minha amiga para almoçar comigo, mas lembrei que ontem depois que ela e Finnick sairam, a Mason me mandou uma mensagem desnecessária, meio constrangedora e completamente sem noção (típico dela) que me fez gargalhar. Na mensagem ela dizia as coisas que ela planejava fazer com meu caro amigo depois que chegassem na casa dele, para onde estavam indo.
Entrei no conhecido restaurante e sentei em uma mesa perto da janela que tem uma ótima vista.
— Hey, Katniss! Tava sumida. - Madge, a gerente do restaurante, vem me cumprimentar. Madge é filha dos donos do restaurante e é um amor de pessoa. Ela é super gentil, simpática e divertida. Adoro ela! Como venho com frequência no restaurante, acabamos nos conhecendo. Ela também tem uma filha de 4 anos, Luna, que é uma graça. Sou a médica da pequena Luna.
— Madge! Pois é, eu ando meio sem tempo, mais que o normal. - Respondo, abraçando-a.
— Entendo! E como você está? - Ela pergunta, sentando-se de frente para mim.
— Eu estou bem! E você, Luna, como vão? - Pergunto também.
— Luna está ótima! Mas eu ando meio receosa. John voltou e quer conhecê-la. E o pior, Luna adora a ideia de conhecer o pai! - Ela conta e posso notar o nervosismo da mulher. Madge namorou com John na faculdade, e acabou grávida. Quando soube, o homem fugiu, literalmente! Mudou-se para o Canadá e a abandonou. A pobre coitada ficou arrasada, teve uma gravidez muito difícil, mas conseguiu se recuperar. Os pais dela a ajudaram muito, ela terminou a faculdade de administração e hoje praticamente toma conta do restaurante dos pais. Ela mora em um apartamento lindo há alguns quilômetros daqui, só ela e a filha. Agora está namorando um homem muito gentil e aparentemente de bom caráter. Tresh, é o nome dele. Ele tem uma filha da idade de Luna, Rue, e as duas meninas se dão muito bem. O homem também gosta muito da filha da minha amiga e vice versa! Espero que eles dêem certo.
— Oh, não acredito! Por que ele decidiu isso assim, do nada? - Pergunto e Mad faz uma careta engraçada.
— Ah, ele disse que se arrependeu de ter ido embora, que sabe que não agiu como homem e quer recuperar isso! Afinal ele tem direito de conhecer sua própria filha. - Ela dá de ombros.
— Bem, nisso ele tem razão. Se ele se arrependeu mesmo, você não tem porquê não deixar, Mad! - Comento e ela suspira.
— Eu sei, Kat! Mas não tenho certeza se estou preparada pra esse momento. - Vejo ela morder o lábio inferior.
— Entendo! Bem, nisso eu não posso ajudar. Mas fique calma, vai dar tudo certo! - Pego em sua mão e sorrio, tentando confortá-la pelo menos um pouco, já que não há nada que eu possa fazer.
— Obrigada, Kat. Espero que você esteja certa! - Ela também sorri. - Bom, vou mandar preparar sua comida! O mesmo de sempre? - Ela pergunta agora mais animada.
— Sim, o mesmo de sempre! - Rio e ela concorda, indo em direção a cozinha. Mantenho minha atenção no movimento do lado de fora do restaurante quando, ao olhar em direção a entrada, avisto Peeta entrando todo sorridente com uma loira aguada com cara de vadia, ao lado. Ela ria a cada palavra que saía da boca dele, como se fosse uma palhaça, me fazendo revirar os olhos. O casal alegria se senta a algumas mesas de distância, me dando uma visão privilegiada dos dois. Peeta está de costas, portanto não me viu, o que me deixa livre para fuzilar aquela loira sorridente com os olhos sem que ele perceba. Tentei não olhar muito, mas era inevitável! Como eles pareciam um casal perfeito e contentes juntos. Como ela insistia em tocar nele o tempo todo durante a conversa e como eu estava com uma vontade enorme de ir até lá e esfregar a carinha bonitinha dela no asfalto.
Argh! Eu não devia me sentir assim, Peeta é apenas meu amigo. Mas que droga!
Terminei de comer, e depois de pagar e me despedir de Madge, tomei coragem para sair do restaurante, ciente de que teria que passar pela mesa deles. Torci mentalmente para que Peeta continuasse entredito na conversa e não notasse quando eu passasse correndo, mas é claro que ele me viu.
— Hey, Katniss! - Ouvi ele me chamar e me virei em direção dele, com a melhor cara de "Eu não tinha te visto, que surpresa" que consegui fazer.
— Oi, Peeta! - Fui até ele e lancei um breve (e falso) sorriso para a mulher.
— Hã, essa é a Delly, minha amiga! Delly, essa é Katniss minha amiga também. - Ele nos apresenta. Então essa é a tal Delly! Ela tem mais cara de vadia do que eu pensei.
— Oi, Katniss! Amiga, né? Engraçado, já que Peeta nunca me falou de você, mas é um prazer mesmo assim. - A loira fala com uma cara inocente, que não me convence.
— Não nos vemos há meses, Delly! Como eu poderia? - Peeta parecia sem graça pelo comentário da mulher.
— Peeta também não me falou de você, mas vi suas várias ligações perdidas no celular dele ontem. É um prazer conhecê-la também. - Sou eu quem sorrio com uma cara inocente dessa vez, fazendo o sorriso da outra se desfazer. - A propósito, você esqueceu o celular lá em casa ontem, e eu esqueci de trazer pra te entregar. - Me viro para olhar Peeta que parecia completamente desconcertado com a situação.
— Ah, que bom. Achei que tinha perdido! Posso buscá-lo mais tarde? - Ele pergunta.
— Claro, provavelmente estarei em casa a tarde toda hoje. - Sorrio e ele concorda.
— Certo, então depois eu passo lá. - Ele diz.
— Tudo bem, então até mais tarde! Tchau, querida. - Me despeço dos dois e saio antes de qualquer outra palavra vinda deles, porque se eu continuasse ali, tenho certeza que não acabaria nada bem meu encontro com a loira.
Por algum motivo desconhecido por mim, meu estômago revirava de ansiedade a cada barulho de carro parando perto da minha casa, só por saber que ele viria. Eu simplesmente não entendo o que ta acontecendo! Por que eu quero tanto que ele chegue? E por que eu fico tão nervosa com a ideia dele chegar? E por que a certeza de que ele ta com aquela mulher, me deixa tão furiosa e com uma sensação estranha no peito? Céus, ontem estávamos dormindo juntos e por mais que eu gostasse da sensação, eu não me sentia uma completa idiota como agora! É, eu já descartei a ideia de por a culpa na tpm. Sei que não tem nada a ver, mas que droga!
Mais tarde, quando ouvi a campainha tocar, levantei em um salto pra correr até a porta. Era ele e meu estômago não estava muito preparado. Senti ele revirando, e deduzi ser as famosas "borboletas" brincando lá dentro. Bom, acho melhor elas pararem agora, senão eu mato cada uma delas!
— Oi. - Sorrio tentando não suspirar ao abrir a porta e encontrar aquele loiro com um sorriso torto, me esperando.
— Oi. - Ele responde, já se encaminhando para dentro da minha casa.
— Tudo bem, é claro que você pode entrar. - Dou um sorriso sarcástico e ele ri.
— Que bom, né! - Ele responde e senta no sofá, onde eu estava há alguns minutos. Sento ao seu lado depois de pegar o celular e entregar a ele.
— Eu adoro essa série! - Peeta comenta desviando os olhos da tv para mim e depois para o celular em sua mão.
— Friends é a melhor série de comédia de todos os tempos! - Digo me concentrando novamente na minha série preferida.
— É, eu concordo! - Sorri. - Por acaso você acordou com o toque dele? - Peeta me olha com uma sobrancelha levantada e indica o celular.
— Sim! Quem quer que seja que gostaria de falar com você, deveria saber que não é legal ligar em pleno sábado de manhã. - Reviro os olhos e finjo não saber que a inconveniente era Delly. Ele ri.
— Era Delly! Todas as ligações e mensagens. - Ele suspira e faz uma careta.
— Bom, ela é bem insistente! - Respondo ainda sem olhar para ele.
— Você não faz ideia do quanto! A propósito, me desculpe pelo comentário desnecessário dela no restaurante. Delly fala demais. - Ele fala e dessa vez me viro para encará-lo.
— Sem problemas, eu não me ofendi! Quem é ela? - Pergunto já não aguentando mais esperar para saber se era alguma ex namorda ou algo assim.
— Ela é filha de uns amigos dos meus pais! A conheço desde criança. Ela era legal antes, até chegarmos a adolescência! Delly decidiu que era apaixonada por mim, e daí ela pirou! Não deixava eu falar com ninguém, qualquer garota que olhasse para mim ela brigava e fazia a maior cena! Brigava comigo por qualquer coisa, e não era uma pessoa muito sociável. Quer dizer, ela não tinha amigos, apenas eu e Finnick, porque éramos meio que obrigados a estar junto com ela graças as nossas famílias. Sem contar que ela é bem irritante e paranóica! E o pior é que nós nunca tivemos nada. Éramos só amigos, mas mesmo assim ela ainda era louca! - Ele conta e parece realmente irritado com a presença da loira na cidade.
— Meu Deus, que coisa! - Rio da história sem noção. - Então porque você estava com ela hoje, e parecia tão feliz? - Digo arqueando a sobrancelha e então percebo que soei completamente ciumenta agora. Mas foda-se, eu quero mesmo saber. Ele me encara, analisando-me como se tentasse descobrir o que se passa na minha cabeça e sorri.
— Bem, agora ela é menos louca. Ou pelo menos se controla, já que não é mais uma adolescente! Mas a paixão platônica por mim ainda existe, e ela me achou. Perguntou a minha mãe onde era minha casa e foi até lá depois que não atendi ou respondi as mensagens! Eu tava saindo pra almoçar e ela se ofereceu para ir junto. E, bem, eu não gosto de ser mal educado! Sem contar que ela não anda surtando mais, então ela foi... - Ele explica e eu apenas concordo com a cabeça voltando minha atenção para a televisão. Pode ser patético e infantil minha atitude, mas eu realmente não queria fingir que eu não me importava sendo que por dentro eu estava morrendo de ódio daquela loira aguada.
— Talvez você devesse dar uma chance a ela. Ela é muito bonita, e não me parece louca! Agora que já é adulta, não acho que ela agiria daquela forma. - Comento, depois de alguns minutos em silêncio.
— Ah não, isso nunca aconteceria! - Ele responde.
— Por que não? - Levanto uma sobrancelha voltando a encará-lo.
— Bom, primeiro porque ela pode não parecer mas sim, ela é paranóica ainda. Como eu disse, só é mais controlada! E também, eu prefiro as morenas. - Peeta dá de ombros e me lança uma piscadela, me deixando corada como sempre.
— Muito bem, senhor galanteador! Vai ter que se esforçar mais pra conseguir créditos comigo. - Brinco pela primeira vez desde que ele chegou, sentindo meu humor melhorar estranhamente. Ele dá aquele típico sorriso torto que me derrete toda e se aproxima de mim.
— E se eu disser que prefiro as morenas de olhos cinzas? - Ele sussurra em meu ouvido, me fazendo arrepiar.
— Bom, aí talvez você tenha uma pequena chance. - Respondo em um tom de voz quase tão baixo quanto o dele, enquanto não contenho minhas mãos que vão mais um vez para a barriga definida do loiro, o arranhando de leve com minhas unhas. Sinto ele arrepiar também.
— Não sei porque você gosta tanto desse joguinho de provocações, chère. - Peeta diz e começa distribuir beijos e leves mordidas pelo meu pescoço, me fazendo soltar baixos gemidos involuntários. Céus, ele estava me enlouquecendo! A quem eu quero enganar, afinal? Eu não aguento mais essa situação, eu preciso dele. Preciso senti-lo por inteiro. Porque não adianta, os beijos nunca são o suficiente, e meu corpo implora por mais! Eu preciso deixar meus medos, mandar embora todos esses fantasmas. E eu sinto, no fundo do meu coração, que não importa quanto tempo eu demore, só Peeta é capaz de me ajudar. Só ele me faz sentir como eu nunca senti antes, só ele chegou tão longe, por trás de todas as barreiras que eu criei. E é só pra ele que me coração quer, pela primeira vez, se entregar verdadeiramente, sem medo das consequências.
— Quero te contar uma coisa. - Digo me afastando um pouco. Ele olha em meus olhos.
— Tudo bem! - Assente.
— Lembra quando disse que eu deveria falar sobre, ér... Sobre as que coisas que me atormentam, apenas quando eu quisesse e me sentisse preparada? - Pergunto e ele confirma. - Então, quero falar agora! - Completo e ele me encara surpreso.
— Tem certeza? Você não precisa... - Ele começa, mas eu interrompo.
— Sim! - Afirmo e ele se cala, assentindo. - Bom, quando eu tinha 12 anos minha única avó estava muito doente. Ela morava em Washington, e meus pais foram visitá-la. Saíram de madrugada, e no meio da pista um caminhão acabou perdendo o controle, o motorista dormiu eu acho, e tombou batendo no carro dos meus pais. A carreta do caminhão arrastou o carro para o outro lado e acabaram chegando em um posto de gasolina. O carro capotou até parar em uma parede e o caminhão parou só quando bateu no carro, prensando-o contra a carreta e a parede, ou seja, esmagando meus pais. Não demorou mais que 3 minutos até tudo explodir! Os dois morreram. Bem, os três, já que minha mãe estava grávida. Minha irmãzinha que nem chegou a vir ao mundo! Uma semana depois, minha avó também se foi. - Suspiro, segurando o choro e volto a falar. - Bom, meus pais e minha avó eram os únicos membros da minha família. Nunca tive irmãos e nem meus pais, meus outros avós já haviam falecido há tempos, e quando meus pais e minha avó se foram praticamente ao mesmo tempo, eu fiquei só, de certa forma! Eu era uma garota de 12 anos, órfã! Haymitch e Effie, que eram amigos de meus pais e me conheciam desde que nasci, passaram a ser meus novos pais. Eles cuidaram de mim e de toda a herança deixada, já que apesar de eu ter amadurecido mais rápido do que a maioria da minha idade, eu ainda tinha 12 anos e não podia administrar tanto dinheiro! A casa de meus pais foi fechada, eu fui morar com Effie. Quando fiquei mais velha eu vendi a casa dos meus pais, comprei a minha própria e o meu carro, além de usar o dinheiro para pagar minha faculdade e carteira de motorista. Mas isso não importa, de qualquer forma! A questão é que, quando tinha 14 anos, eu entrei no ensino médio! Eu achei o máximo, porque eu me sentia uma adolescente oficialmente. E nesse ano, entrou um garoto novo na minha sala. Gale Hawthorne! - Suspirei mais uma vez ao falar o nome dele. Eu definitivamente odiava lembrar ou falar sobre isso! Peeta fez menção de falar algo, mas eu não deixei. - Tudo bem! Bom, Gale era o típico príncipe encantado. Ele era lindo, era atleta, super gentil e simpático. Todas as garotas eram apaixonadas por ele e claro, eu não fui diferente! Era a primeira vez que eu realmente sentia algo por um garoto. Eu tinha essa paixão platônica que eu descobri não ser tão platônica assim, quando soube que Gale gostava de mim. Foi o dia mais feliz da minha vida na época, já que o menino que eu era apaixonada, gostava de mim! A partir daquele dia, ele passou a ser meu "ficante". Nem sei bem como isso aconteceu. Um ano depois, Gale me pediu em namoro. Queria oficializar nossa relação, e óbvio que eu aceitei. Ele falou que deveríamos comemorar então, e queria sair só nós dois. Ele me levou para sua casa. Os pais não estavam, porque tinham ido viajar, e o menino tava sozinho naquela semana! Eu fui, e depois do jantar ele decidiu que nós deveriamos comemorar, indo "mais além" do que simples beijinhos inocentes de dois adolescentes! Quando eu entendi o que ele queria dizer eu recusei, disse que não queria. Afinal, eu ainda era só uma menina de 15 anos que mal sabia se cuidar sozinha! Mas aí ele, bom, Gale não me ouviu! Ele simplesmente me ignorou e começou a me beijar a força. Eu pedi pra ele parar, disse que não queria, mas ele parecia surdo. Ele não parou, e... - Nessa hora eu já não me segurei mais, comecei a chorar como uma criança.
— Xii, tudo bem, não precisa falar mais nada! - Peeta me abraçou, acariciando meus cabelos. Afudei meu rosto na curva de seu pescoço e me deixei desabar, ciente de que ele não se importaria e estaria ali me consolando.
Quando consegui me recuperar, continuei falando.
— Ele me machucou muito, em todos os sentidos! Era bem maior e mais forte do que eu, e eu não consegui impedi-lo! Ele me amarrou e fez o que quis comigo, por horas, diversas vezes. Batia em mim, a cada vez que eu implorava para ele parar! Foi o dia mais aterrorizante da minha vida! Quando ele se sentiu satisfeito, depois de todo o terror que me causou, me jogou, literalmente, para fora da casa dele. Minhas roupas estavam todas rasgadas e eu estava suja de sangue, além dos varios hematomas pelo corpo! Eu nunca conseguiria me esquecer do rosto dele enquanto fazia o que fez. Effie me levou no médico depois, eles cuidaram dos meus machucados e fizeram alguns exames para ter certeza de que estava tudo bem. Fisicamente eu me recuperei, mas psicologicamente não! Eu fui diagnosticada com Síndrome do pânico, além de uma pré-depressão desde a morte da minha família. Eu tinha crises frequentes. Era horrível, como se minha mente se recusasse a estar no presente. Eu ficava encolhida em um canto chorando e implorando para que não me tocassem, mas eu não estava conciente, eu só enxergava Gale e ele tentando fazer tudo de novo, mesmo que estivesse sozinha! Effie e Haymitch tinham que se aproximar de mim e tentarem me trazer de volta à realidade. Foi assim por muito tempo, eu não saía de casa ou mesmo do quarto! Não comia direito, e não me relacionava com ninguém, eu mal falava com Effie, Haymitch e Johanna! Depois de muitos meses, finalmente eles conseguiram me convencer a ir ao médico. Frequentei a psicóloga por vários anos, e um terapeuta também! Me passaram vários remédios controlados para minhas doenças mentais, e graças a Deus com o tempo e apoio e paciência dos três, fui me recuperando um pouco! Conseguindo controlar minhas crises. Hoje já não acontecem como antes, o máximo que ocorre é as lembranças e o medo novamente, enquanto eu fico chorando por horas talvez. Mas pelo menos não são tão frequentes e eu não saio mais da realidade! Gale destruiu a única parte inteira que me restou depois da morte de minha família, e desde então a única coisa que faço é tentar juntar meus pedaços e seguir em frente! Mas eu ainda não consegui, não me livrei de todos esses fantasmas que me perseguem... - Terminei a história agora com o choro mais controlado! Peeta me encarava perplexo, sem saber o que dizer. Ele acariciou meu rosto eu depositou um beijo doce em minha testa.
— Eu... Eu nem sei o que dizer! Sinto muito, Katniss! Queria poder te livrar dessa dor, de algum jeito. - Ele fala e me abraça, novamente.
— Obrigada! Saiba que só o fato de você estar aqui já alivia muito mesmo, acredite! - Sorrio e o abraço mais forte, repousando minha cabeça em seu peito. Ele sorri e beija o topo da minha cabeça - Fica comigo hoje, de novo? - Peço já apavorada com a ideia dele ir embora.
— Claro! - Ele sorri novamente. - Sempre! - Afirma, trazendo pela primeira vez desde que tudo aconteceu, conforto e alívio verdadeiramente para meu coração...


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Notas finais do capítulo

Heeey! E então my babies, o que acharam? Katzinha com ciúmes, Delly sendo vaca e Peeta perdido haha! E sobre o a história trágica: Tadinha da Kat né non? E o Peeta é sempre fofura! Comentem e digam o que acharam, please!
beijocas e até o próximo ♡



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