Pov’s Peeta

Duas semanas se passaram e eu não vi Katniss novamente! As vezes ouço Haymitch falando algo sobre ela para Effie, mas creio que ele a veja fora daqui. E desde aquela vez, nada mudou. Ainda posso ver seus olhos brilhantes a cada vez que fecho os olhos, e sonhar com ela ficou cada vez mais frequente! Eu me sinto um tremendo imbecil por isso, já que aquela foi de fato a única vez que eu falei com ela, e só nos vimos duas vezes até hoje! A primeira foi uma semana antes, quando eu estava indo embora da galeria, ela estava lá conversando com Haymitch e Effie. Apenas a cumprimentei com um aceno de cabeça e saí. Mas sua imagem impregnou na minha mente, apenas com esse rápido encontro. E agora, sempre que ouço alguém chegar, torço mentalmente para que seja ela. Mas nunca é.

— Hey, Peeta! – Effie entra na minha sala pouco antes do horário de ir embora.

— Oi, Effie! – Continuo guardando minhas coisas, enquanto ela se senta em um banco qualquer.

— Amanhã é aniversário do Haymitch, você sabe. Então eu pensei em fazer uma festa surpresa! O que acha? – Ela pergunta, animada.

— Claro, vai ser ótimo! Quanto tempo ele não tem uma festa, em? – Rio e ela acompanha. – Mas você não acha que ele pode nos ouvir falando aqui? – Levanto uma sobrancelha encarando-a.

— Ah, não! Ele tinha umas coisas para resolver, então já foi! Enfim, eu organizarei tudo. Será às 20h00, na minha casa, certo? – Effie orienta e eu assinto.

— Não quer ajuda em nada? Que eu leve algo, ou sei lá? – Ofereço, mas ela nega com a cabeça.

— Não é necessário! Pode deixar por minha conta. Só esteja lá e não se atrase! – Ordena e eu faço sinal de continência.

— Sim senhora, estarei lá! – Ela ri e assente.

— Bom, agora eu também já vou. Você tranca tudo aqui? – A loira levanta-se pegando sua bolsa.

— Tranco sim. Já vou também! – Respondo terminando de pegar minhas coisas.

— Certo, então até amanhã, querido! – Ela se despede e vai embora.

Saio da galeria doido para chegar em casa, me jogar na cama e desmaiar. E é o que faço! No sábado, acordei já se passava do 12h00. Por sorte, não tinha nada importante para fazer hoje, então apenas fiquei em casa fazendo absolutamente nada, além de descansar. As 19h00 fui me arrumar e depois de pronto, rumei para casa de Effie. Cheguei já era quase 20h00, mas não havia muito movimento vindo de dentro da casa. Claro, afinal é uma festa surpresa, então deveria parecer tudo normal. Adentrei o local, onde logo avistei Effie falando com um homem que eu desconheço. E haviam várias outras pessoas espalhadas pela casa, todas desconhecidas por mim. A decoração, ao contrário do que imaginei, não estava extravagante e exagerada como Effie gosta, mas simples como Haymitch prefere. Havia até mesmo um globo de luz no centro da sala, onde fora deixado espaço para dança! Resolvi sentar e me servir de alguns salgadinhos que estavam sendo servidos.

— Acho que ele chegou! – Falou alguém, atraindo a atenção de todos. Effie pediu silêncio e foi até a janela, confirmando que era ele.

— É ele! Todo mundo calado. – Ela ordena e imediatamente todos se calam. – Querida, abra a porta quando ele bater, por favor! – Effie conclui sua frase e automaticamente me viro para ver com quem ela falava nesse último pedaço. Meus olhos chegaram a brilhar quando vi Katniss assentindo ao pedido da loira. Nossos olhares se encontraram e ela sorriu, sorriso esse que eu imediatamente correspondi. A morena estava mais linda do que nunca, vestindo um vestido preto de cumprimento até o meio das coxas, e usando um forte batom vermelho que deixava sua boca ainda mais convidativa! Katniss abriu a porta, deixando Haymitch entrar onde foi recebido com um coro gritando “surpresa”. O loiro ficou um tanto sem graça, mas depois dos parabéns agradeceu a todos e foi cumprimentar as pessoas presentes. Avistei Katniss sentada no lugar em que eu estava a minutos antes, então decidi me aproximar.  

— Hey. – Chamei sua atenção.

— Oi! Não sabia que você vinha. – Ela comenta, chegando para o lado para eu me sentar.

— Eu também não imaginei que você estivesse aqui. – Digo, me acomodando ao seu lado.

— Na verdade, eu não deveria! Tinha um plantão, mas consegui fugir. – Ela dá de ombros e eu assinto.

— Você está linda! – Elogio e ela cora, o que só a deixa mais linda.

— Obrigada! Você está muito bonito também. – Agradece ainda um pouco sem graça.

— Obrigado! – Sorrio, então um silêncio se instala. Uma música começa a tocar e alguém apaga as luzes, deixando a sala iluminada apenas pelo pequeno globo de luz. Algumas pessoas se juntam no meio da sala e começam a dançar, então Katniss fala primeiro.

— Eu amo essa música! – Ela diz, fechando os olhos e cantarolando baixinho uma música do Ed Sheeran.

— Vamos dançar? – Me levanto e estendo uma mão para ela. A morena abre os olhos e parece pensar por um instante, mas logo segura firme minha mão e nos conduz para o meio do pessoal. Coloco minhas mãos em sua cintura e ela rodea meu pescoço com os braços. Nos mexemos no ritmo da música, encarando um ao outro. Eu me encontrava em uma espécie de transe, hipnotizado pelos seus olhos cinzas, e ela não parecia diferente. Ainda ousei apertar levemente sua cintura, para ter certeza que estávamos mesmo aqui e não é apenas mais um sonho. Ela suspirou, mas não parecia zangada. Pelo contrário, parecia gostar da sensação de ter nossos corpos tão próximos, assim como eu. Katniss deitou a cabeça em meu ombro e pude sentir ela cheirar meu pescoço, sorri também inebriado pelo seu cheiro e o calor de seu corpo. A música acabou, mas nenhum de nós ousou se mexer, até que começou uma outra mais agitada! Nos separamos e começamos a nos mexer ao som das batidas. Katniss agora de costas para mim, se movia no ritmo em uma dança sensual que estava me deixando maluco. Senti meu corpo começar a dar sinal de vida, só pelo fato de observá-la a poucos centímetros e decidi que era hora de sair dali antes que alguém visse a situação que eu já começava a ficar. Quando me virei para ir, senti uma mão segurar meu braço.

— Onde vai? – Katniss perguntou, me fazendo virar para olhá-la.

— Vou tomar um ar! Aqui está muito quente. – Dou um sorriso de canto e acho que ela entende o duplo sentido da frase, já que abre um sorrisinho sacana.

— Ah, nada disso! Não quero dançar sozinha. – Ela fala já me arrastando de novo para o local de dança. Mas agora estávamos em um canto da sala menos iluminado, onde não tinha muita gente. Ela continuava a se mover em sua dança sensual e eu não estava aguentando. Se isso continuar, eu não me responsabilizo pelos meus atos. Já não estávamos em uma distância razoável como antes, já que nossos corpos chegavam a se tocar com alguns movimentos. A morena percebeu que estava me enlouquecendo e isso só serviu como incentivo para ela continuar. Em um impulso, agarrei sua cintura por trás, fazendo-a parar por um momento.

— Se você continuar com isso, eu não vou conseguir me controlar. – Sussurro em seu ouvido e vejo ela se arrepiar.

— Talvez eu não quero que você se controle! – Ela se vira de frente para mim, mas sem afastar minhas mãos, e sussurra de volta.

— Sabia que brincar com fogo é perigoso, morena? -  Trago-a para mais perto, colando nossos corpos.

— Eu não tenho medo de me queimar! – Ela diz com um sorrisinho safado, mordendo o lábio inferior. Aproximo nossos rostos tocando nossos lábios, mas sem selá-los de vez. Ela deixa a boca entreaberta, esperando que eu a beije, mas apesar de toda minha vontade não o faço, apenas para provoca-la.

— O que você quer que eu faça, chère? – Pergunto, ainda roçando nossas bocas.

— Me beija logo, Peeta! – Ela ordena e tenta me beijar, mas eu não deixo ainda, rindo da sua impaciência.

— E porque eu deveria? – Continuo com minha brincadeirinha, esperando que ela responda.

— Porque você me quer! Você quer tanto quanto eu. Então pare com essa porra de joguinho e me beija de uma vez, inferno! – Ela fala impaciente e eu rio.

— Olha a boca, chère! – Ela revira os olhos, tomando meus lábios de uma vez, finalmente. Nosso beijo começa com pressa, e eu sinto que vou explodir de desejo a qualquer momento. A essa altura, Katniss já estava presa entre a parede e meu corpo, enquanto nos beijávamos vorazmente e nossas mão exploravam o corpo um do outro. A única coisa que se passava em minha mente era como eu queria arrastá-la para o banheiro mais próximo e arrancar aquele maldito vestido. Mas quando veio a falta de ar, ela me empurrou levemente, apenas para olhar em meus olhos.

— É melhor pararmos por aqui, garoto! Eu não vou transar com você em um banheiro. – Ela diz, como se lesse meus pensamentos.

— É claro que não! Seria aterrorizante para uma médica, não? – Digo sarcástico. Ela revira os olhos, mas sorri.

— Sim, seria mesmo! Mas isso não significa que não vai acontecer em outro momento. – Ela sussurra contra meus lábios, e eu quero desesperadamente beijá-la de novo.

— Mal posso esperar por esse dia! – Deixo uma marca em seu pescoço, que a faz soltar um gemido um tanto alto. Graças que o som ainda tocava uma música alta e agitada, caso contrário todos teriam ouvido.

— Vá tomar um ar, pintor! Aqui está muito quente. – Ela diz com um sorriso sarcástico e malicioso, notando o volume em minhas calças e passa por mim indo em direção ao banheiro rebolando mais do que o necessário! Fico olhando até que ela suma, depois vou para o jardim antes que alguém note minha situação, na tentativa de me “acalmar”, ainda pesando em tudo que acabara de acontecer...