Adão e Eva, e os filhos de Agarta. Primeira parte escrita por Paloma Her


Capítulo 1
Capítulo 1. A cidade de Atlântida


Notas iniciais do capítulo

No planejamento urbano dessa cidade, um lago nasceu no centro dela, com água doce trazida de rios subterrâneos. Em redor desse lago, os edifícios pré-fabricados foram levitados e descidos um a um para o interior, até dar forma a uma cidade deslumbrante. Casas e mansões foram enfileiradas em ruas, rodeadas de jardins, e árvores enormes, que produziriam o oxigênio necessário à vida ambiental. Essas árvores foram plantadas, uma a uma, com cuidados especiais, principalmente ao redor do lago.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705385/chapter/1

A cidade de Atlântida nasceu embaixo do solo marinho. Sua localização teria sido no Mar dos Caraíbas, atual Antilhas, entre Belize, ao Sul das Ilhas Cayman, e ao Oeste da Ilha da Jamaica.

Para dar forma à Atlântida, 10.000 alienígenas, vindos desde um lugar longínquo do Universo, trabalharam arduamente para edificar essa cidade surreal.

Cinquenta naves intergalácticas encarregaram-se de separar as águas.

Formaram um círculo a 5.000 pés de altura, e com uma luz potente foram abrindo passo, até vislumbrar o chão das profundidades rochosas. Em seguida, guerreiros expertos em demolição mental, dilataram as pupilas e abriram um buraco gigante nessa rocha duríssima, até obter uma cavidade redonda a 9 mil metros, embaixo do solo marinho. Entre essa caverna gigante e o solo marinho, deixaram uma passagem de 5km de diâmetro, e 18km de altura, para entrar e sair dela pela eternidade. Essa passagem teria apenas uma porta. Entrada que ficaria invisível nas profundezas do mar, embora o Mar dos Caraíbas possuísse baixa profundidade.

Metade da caverna foi preenchida com pedregulhos, pedras e terra fértil.

No planejamento urbano dessa cidade, um lago nasceu no centro dela, com água doce trazida de rios subterrâneos. Em redor desse lago, os edifícios pré-fabricados foram levitados e descidos um a um para o interior, até dar forma a uma cidade deslumbrante. Casas e mansões foram enfileiradas em ruas, rodeadas de jardins, e árvores enormes, que produziriam o oxigênio necessário à vida ambiental. Essas árvores foram plantadas, uma a uma, com cuidados especiais, principalmente ao redor do lago.

Depois de terminada, os alienígenas abandonaram suas naves, para viver dentro de Atlântida, sem que nenhum índio da Terra ficasse sabendo de nada disso. A atenção dos silvícolas era apenas ver as naves voar no céu como pássaros gigantes. No princípio com temor, mas com passar do tempo com alegria, pois dessas naves sempre choviam coisas estranhas. Roupas de algodão e linho, panelas de argila, pratos de taquara trançada, colar de pérolas brancas, e frutas estranhas.

Após a chegada ao hangar de Atlântida, a alienígena Eva, esposa de Adão,  descarregou  seus pacotes da nave rindo com felicidade. Eram os pertences que Eva guardara com zelo antes da partida, para ter em casa um pedacinho de seu mundo deixado para trás. Caixas de papelão com esculturas de ébano, cristais entalhados a mão, porcelanas finíssimas, tapetes, almofadas, cobertores, tudo que uma civilização inventa para felicidade e conforto da humanidade, Eva os levitou com sua mirada, e esses volumes viajaram através das ruas como uma cobra voadora.

Enquanto isso, Amon-rá, filho de Eva, descongelava seus bichos de estimação, ajudado pelo pai Adão e em frente de sua irmã Inês, que olhava tudo com coração palpitante.  Afinal, Adão havia congelado a bicharada numa cabine especial, para não perturbar durante a longa viagem.

Os passarinhos de Amon-rá saíram da nave voando, gritando de fome, e se espalharam nos galhos das árvores comendo sementes, numa cantoria que seria eterna. De vez em quando, desciam em voos rasantes reconhecendo o território, ou pousavam nos braços de Amon-rá. Um falcão negro, que havia crescido no colo dele, medroso com o novo lar, preferiu ficar no seu ombro direito para receber carinho. O casal de pôneis brancos saiu das naves caminhando lentamente, um pouco tontos, e foram até uns canteiros de folhagens frescas e gostosas, na beira da avenida. Ao cão peludo Amon-rá o tomou no colo, embrulhado numa toalha, pois tremia como cão que era, enquanto Inês pegava a cachorrinha branca nos braços, qual uma filhinha. As seis tartarugas Adão as dispôs dentro de um cesto, para levá-las para os veterinários, junto com o aquário de peixes. 

Os veterinários examinaram as tartarugas de 20 cm lindinhas, mas ficaram pasmos, pois iam crescer até atingirem 2 metros quando adultas. Nesse lago só poderiam ficar por um tempo limitado, pois não haveria comida suficiente para elas. Elas mergulharam até o fundo dessas águas azuis, em busca de camarões, peixinhos, famintas como nunca. Os peixes coloridos dos aquários foram colocados numa fonte luminosa, que havia no centro dessa cidade, enriquecendo ainda mais essa mistura de engenharia e natureza, e cuja beleza enfeitiçou a todos os homens.

Os homens da cidade subterrânea cercaram Adão para abraçá-lo, dar-lhe as boas- vindas, e mostrar-lhe com orgulho tudo que havia ali dentro. Afinal, ele era o Comandante  e o último alienígena a chegar a Terra. Adão era o chefe responsável por essa longa viagem, e por tudo que fariam dali em diante. Embora a verdadeira missão de Adão ainda fosse um mistério, pois os alienígenas só foram informados que haviam chegado a Terra para ajudar os primitivos na evolução cultural, ninguém o interrogava ao respeito. Apenas Abel, o construtor de Atlântida, tinha dados mais relevantes.

E foi com esses amigos que Adão caminhou em direção ao novo lar, bem no centro da cidade, construído especialmente para ele e sua família.

A casa possuía três andares.

No primeiro piso, havia um jardim embutido nas paredes com samambaias de longas folhas, e entrando na casa deparava-se com uma sala com poltronas macias, infláveis, e uma cozinha com um robô, que faria as delícias gastronômicas desse lar. No segundo andar, havia duas suítes, uma sala de jogos com mesa de pingue-pongue e uma biblioteca para estudo e pesquisa. No terceiro andar, um escritório para Adão e um ateliê de artes para Eva junto à suíte do casal, com piscina tampada com vidro, embaixo de uma cama flutuante. Também havia nesse dormitório uma TV panorâmica, e um assento erótico encostado num canto.

 Em cada andar, havia uma sacada externa com uma escada que unia todos os andares e no fim dela se chegava ao terraço. Essa última plataforma era maravilhosa, tendo um jardim com plantas e uma piscina que os esperava ao lado de cadeiras de repouso, e de um bar para beber e petiscar com os amigos.

Fernando, companheiro de viagem de Adão, entrou numa casa vizinha com sua esposa Mônica e com a filha Noemi no colo. Imitando Adão, eles depositaram as coisas que carregaram de seu mundo, e convidaram os vizinhos, aos gritos, a uma festa improvisada. Três robôs prepararam um banquete rápido, com comidas trazidas de um supermercado, e serviram para os humanos numa mesa de cristal verde, situada no salão principal no primeiro andar.

 Comeram, beberam, e fizeram planos para o futuro.

Adão solicitou para Abel, que estava ao seu lado devorando um petisco de berinjelas,  a construção de uma “Base Lunar” no lado escuro da Lua, com um templo com “Espelho falante” para comunicação com os mundos superiores. Essa Base seria construída igual à Atlântida, embaixo da superfície lunar, perdida aos olhos dos homens através dos tempos. Depois conversaram sobre Lemúria, a cidade que se estava levantando na superfície, na Península de Iucatã. Afinal, dali em diante Adão assumiria o comando de todos os trabalhos de Lemúria. Agora, Fernando, teria que fazer o censo dos nativos da Terra em todos os continentes e ilhas.  Filmaria, fotografaria, desenharia mapas cartográficos, e registraria em computador. E, por último, marcaram um roteiro de trabalhos que não os separasse, para continuar a jantar juntos, pelo menos a cada ciclo lunar.

Tarde da noite, Adão e Fernando separaram-se para inaugurar as suítes maravilhosas, de suas respectivas moradias. Adão saiu da casa de seu amigo carregando Amon-rá dormindo nos braços, com o falcão revoando junto deles, e Eva caminhou junto abraçada com Inês. Contemplaram as luzes que iluminavam as ruas, dispostas entre as copas das árvores e suspiraram. Era encantador. Subiram as escadas externas, enfeitadas com vasos floridos com gerânios, margaridas, orquídeas, bromélias e samambaias. Eva beijou as flores, todas desconhecidas para ela, acariciou as pétalas verdes e sorriu. Lindo demais! Dois robôs já haviam depositado seus cristais em vitrines embutidas nas paredes, as porcelanas em armários com vidros, os tapetes altos e macios em todos os quartos, e uns vasos com violetas coloridas estavam em mesas pequenas. Eva olhou as violetas, cheirou-as de perto e suspirou! Dava para fazer deliciosos perfumes com essas pétalas.

Amon-rá foi deitado na cama por Adão, e o cachorro subiu junto para dormir aos pés dele. Ao falcão deixou-o no terraço, ao lado de um prato com ração especial para carnívoros.

Inês deitou a cachorrinha na suíte dela, numa cama pequenina cor de rosa. A seguir abriu seu guarda-roupa e ficou encantada. Examinou 30 vestidos trazidos pelos robôs do Supermercado, 10 pares de sapatos, blusinhas frescas, saias bordadas, e 5 camisolas para dormir. Eva deu-lhes um beijo, explicando que essas roupagens eram coletivas. Podia usar, e no dia em que se enjoasse delas teria que devolver, e só então ela podia trazer outras vestes. Explicou que era assim que uma sociedade superior funcionava. Nada era de ninguém. Só os presentes pessoais, que carregaram de seu mundo, lhes pertenciam. Só.

Adão hipnotizou os dois filhos e os cachorros para dormirem 48 horas seguidas, com um sorriso cínico no rosto.

Na intimidade de seu dormitório, sentou numa cadeira de respaldo alto, que era como seu cavalo, subia e descia cadenciadamente, para namorar sem cansaço.  No meio dessa noite, e suando como nunca, pois nessa cidade subterrânea o clima era quente e úmido, Adão abriu uma janela de vidro para entrar o ar fresco, e sentiu saudades de casa.

—Amor, topa um banho nesse lago?

—Será que tem mais alguém nadando nele?

—Não... Só a bicharada... Vamos levar um cobertor...

 Eva pulou na água, nadou com Adão agarrado nela como uma rã, e ficaram numa ilha desse lago até que o Sol artificial começou a iluminar a cidade com fúria, acordando os pássaros, cujos gritos alegraram o amanhecer. Estava cheio de peixinhos minúsculos e mariscos nesse lago. Também havia lagostas, camarões, mamíferos como botos cor de rosa, naturais da Terra, trazidos de um rio gigante. E as tartarugas comiam eufórica essa abundância, abrindo a boca escancaradamente.  E em meio de toda essa fauna, Adão e Eva eram mais uns peixes. Amando-se deitados na areia com a água batendo nas costas, ou nadavam agarrados.

Voltaram para casa e hipnotizaram seus dois filhos, e todos os bichos de casa, pelo período de 7 dias. Isso igualava, mais ou menos, um encontro normal entre os dois, no mundo de Atalanta. Dali para frente, essa cama balançou sem descanso durante o dia, o e a lagoa os recebeu cada vez que Atlântida ficava escura, iluminada com as tênues luzes das ruas.

Quando os filhos acordaram, os robôs estavam parados ao lado da cama, com uma bandeja cheia de delícias, próprias para quem estava faminto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fernando, companheiro de viagem de Adão, entrou numa casa vizinha com sua esposa Mônica e com a filha Noemi no colo. Imitando Adão, eles depositaram as coisas que carregaram de seu mundo, e convidaram os vizinhos, aos gritos, a uma festa improvisada. Três robôs prepararam um banquete rápido, com comidas trazidas de um supermercado, e serviram para os humanos numa mesa de cristal verde, situada no salão principal no primeiro andar.
Comeram, beberam, e fizeram planos para o futuro.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Adão e Eva, e os filhos de Agarta. Primeira parte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.