Uma Canção de Lobos e Centauros escrita por Jenniffer Samara, Loba Escritora


Capítulo 1
Lyarra I




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705275/chapter/1

Podia sentir a respiração de Robb. Era lindo de se ver, ali, nu. Os braços fortes, cabelos ruivos emaranhados, lábios cheios e ávidos para beijá-la quando acordasse, e pudesse defrontar belo olhos azuis. Olhos de mares.

Sentia-se uma pequena boneca frágil quando estava no colchão de penas junto ao corpo dele, um colchão que ambos carregaram num dia de lua nova para os restos da Torre Quebrada. Nenhum guarda viu duas sombras enamoradas, e a aventura quase fizera o meio irmão de Robb descobrir o passeio nortuno com a serviçal da cozinha.

Mas todo o perigo valia a pena ao lado de Robb Stark. Temia sofrer alguma punição por se deitar com o herdeiro de Winterfell, mas Talla, a cozinheira tinha aliviado seu coração:

— Os cavaleiros, os grandes e pequenos lordes, até mesmo os reis deitam-se com plebeias como nós. Ao apagar das velas, somos tão doces e desejadas como qualquer Rainha. Mas precisa ser forte para aguentar o outro dia querida, pois nem sempre eles voltam para a escuridão das nossas pernas. — Talla deu um suspiro triste, talvez algum cavaleiro, ou grande lorde tenha quebrado em mil pedaços suas esperanças.

E tudo aquilo era verdade. Soube da triste história de uma moça que fora deflorada por um cavaleiro, boato que chegara até os ouvidos de Robb e sua família. A moça foi arrasada, podia vê-la andando pelo castelo, sempre com o olhar baixo, carregando grandes baldes de água para os cavalos, não ousava olhar para nenhum homem, tinha medo de ser ainda mais desvalorizada.

"O amor não é para o deleite dos grandes lordes, apenas o dever. Deveríamos ser gratos por isso"

Crescera em praça Torrhen ouvindo isso de seu pai, um velho beberrão, que vivia nos bordéis, enquanto sua mãe chorava com Pipar nos braços. Era engraçado ouvir seu pai falar de amor, quando ele mesmo não nutria amor nem por si mesmo. E por isso o perdera tão cedo, assim como sua mãe sumiu com Pipar, e ficou sozinha, até decidir ir para Winterfell. Podia se lembrar do sorriso amarelado do pai, o cheiro de cerveja que não sabia da boca, e da barba sebosa, era um homem gentil, pelo menos para os outros, sua mãe sofrera com ele.

Lembrar de seu pai e Praça Torrhen era dolorido, e quando notou, Robb estava de olhos abertos, apoiando-se em seu braço.

— Está distante minha senhora. — ele lhe mostrou um sorriso terno, e aquilo lhe acendia o calor no coração.

— Não me chame assim 'nhor. Não sou uma senhora, sou apenas sua Lyarra.

— Lyarra da praça Torrhen. — ele soltou um risinho.

— Pare de me provocar. — empurrou-o de volta ao colchão, e lhe deu um beijo suave. Sentiu as mãos dele vasculharem seu corpo, descobrindo cada canto. Ele deitou-a carinhosamente por baixo dele, tomou um de seus seios e levou-o a boca, chupando, e mordiscando, fazendo-a arfar. Colocou o dedo dele dentro de si, e fechou os olhos, estava flutuando num céu escuro e ricamente estrelado, sentia o gosto de pêssegos nos lábios, o cheiro de grama, e uma brisa quente roçar seu corpo nu. Abriu a boca, e os dedos de Robb trouxeram a umidade de seu sexo à boca, ele a penetrou, seu corpo chocava contra o seu, frenético. Trouxe-o para perto de si, encontrou seus olhos, e por fim seus lábios, não havia nada o que dizer, era grata por tê-lo ali. Sentiu a semente dele invadir seu ventre, então caíram num sono profundo. Era alvorada quando acordou sozinha, enrolada em um lençol. Robb partira para seu quarto no castelo, onde diziam que Brandon, o construtor tinha feito águas quentes escorrerem pela pedra fria, aquecendo cada quarto daquela fortaleza.

Era bom tê-lo para si durante algumas noites, quando este escapava de seu quarto noite adentro, vinha vê-la e desfrutar de seu corpo de donzela. Após fazerem amor perante aos velhos deuses e os novos, ele contava-lhe histórias fantásticas, coisas que nunca imaginaria saber, ou sequer um dia ouvir. Robb lhe contava sobre a conquista de Aegon, o Conquistador, Balerion, o Terror Negro, Sor Duncan, o Alto. Mas adorava ouvir as histórias do Norte, da era dos heróis, eram suas favoritas. Os antigos reis do inverno, ficara fascinada com Joramun e Bran, The Breaker, que derrotaram o Rei da Noite e sua Rainha, ficou com medo quando ele contara sobre os Reis Vermelhos do Forte do Pavor, e buscou abrigo em seus braços após todas as histórias de esfolamento.

— Deve me achar uma garotinha boba, 'nhor. Nunca soube disso, apenas de canções.

— Não é uma garotinha, muito menos boba, minha Lyarra. Mas suponho que deva ser algo novo para você. — ele beijou-a na testa, e pegou em suas mãos.

— Queria ver um Rei do Inverno. Seu pai poderia ser um. — ele soltou um risinho e apertou suas bochechas.

— Não pode. Meu pai é fiel à coroa. Desde Torrhen, o Rei que se ajoelhou. Há apenas um rei, Robert Baratheon.

— Um dia será rei? — olhou-o nos olhos, e viu Robb sorrir da maneira mais doce que tinha visto.

— Se eu for, você será minha Rainha.

As palavras daquela noite ficaram na sua cabeça, mas não ousava nutrir qualquer esperança que fosse. Lyarra não era Jenny de PedraVelhas, e Robb não era o Rei. E mesmo se fosse, haveria centenas de donzelas querendo casarem com ele, e ele se enjoaria da companhia de uma mera serviçal. Era difícil imaginar Robb sendo um fidalgo inescrupuloso, ou até mesmo Rei. Ali, com ela, ele era apenas Robb. Não era Robb Stark, herdeiro de Winterfell, apenas o homem que a beijava suavemente.

"Eu o fiz um homem"

E não ousava lhe contar, que ele derramou seu sangue de donzela sobre aquele colchão. O que ele faria? Contaria a mãe? Pediria ao pai para dá-la a algum cavalheiro para proteger a honra, e não acontecer igual a pobre moça que vira com os baldes? Ninguém ousaria zombar da garota que dormiu com o herdeiro de seu suserano, mas Robb nunca seria seu.

— Lyarra da Praça Torrhen. — a voz grave fez Lyanna arrepiar-se, estava apenas coberta com um lençol, e sem nada para se proteger. Seria algum cavaleiro metido a besta, querendo reinvidicá-la para si, como um prêmio ganhado em alguma justa. Ergueu o rosto, e virou-o para contemplar quem era o dono da voz, quase deixou o lençol cair, quando viu Lorde Eddard Stark à sua frente.

— 'Nhor, me desculpe. Não deveria estar assim a frente do 'nhor. — Pôs-se a ajoelhar imediatamente, ainda segurando o lençol que cobria seu corpo.

— Vista-se. Por favor. — Lorde Eddard Stark não olhava para ela, manteve os os olhos baixos a todo o momento enquanto estava em lençóis. — Precisamos conversar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Canção de Lobos e Centauros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.