One Love Beyond Time escrita por Karoll Carvalho


Capítulo 8
Capítulo 8




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Tudo bem... - Disse Raul preocupado, pois a tempos não ver o seu amigo tão desnorteado assim, sem rumo.

[...]

O dia ontem para Emília foi muito cansativo. Apesar de ter chegado as tardes horas da madrugada, Emília é do tipo de mulher que acorda cedo mesmo sem ter muito o que fazer, porém, tenta aproveitar bem as horas que o dia lhe oferece. Mas acordar cedo para ir trabalhar, digamos que não seria uma boa desculpa. Sobretudo, com um robe preto transparente, Emília acorda as cinco da matina. Realmente o que lhe aconteceu pela manhã do dia anterior e poucas horas atrás, fez perturbar a sua mente. Não conseguiu voltar a dormir, muito mais pela insônia que a fazia se levantar a cada dez minutos de seu sono que, por fim, desiste e resolve levantar-se. Emília ficou por um bom tempo sentada, pensando nas "leves" discussões que fez com o "senhor Bernardo", lembrou-se das farpas, das grosserias que futilmente saíam da sua boca, mesmo não sendo esta a criação que Vitória lhe deu. Ainda sentada entre o criado-mudo e a cama, Emília sorrir ao lembrar-se do tombo que levou e que se não fosse por Bernardo teria torcido o pé. O mesmo tombo que a fez cair nos braços do homem que não sai por teimosia de seus pensamentos. Se ver perdida. Não queria pensar nem por um segundo nele, mas o beijo, o beijo foi tão intenso, diria "bruto", que é impossível negar o quanto foi bom e gostoso. Ela toca os lábios para certifica-se que ele não os levou, seria muita ousadia se ele os roubasse, mas não pode se ludibriar, não pode deixar-se enganar apenas por um "simples beijo", apenas por um forte abraço que ele a forçou se abraçar, pelo seu cheiro másculo, um cheiro que mesmo sem sentir a fragrância, ou até mesmo a "marca" lhe coube bem e não pôde deixar-se inebriar.

Emília também não pôde deixar de notar a reação de Bernardo, seus olhos pareciam sentir dor, medo, as veias querendo saltar-se literalmente, assim mesmo, de seu corpo, a vermelhidão enraivecida de sua pele que antes na escuridade parecia não ter "cor". Bernardo sentia raiva, ódio, por algo que Emília não tinha conhecimento e nem poderia fazer alguma coisa para ajudá-lo. Passaram-se exatamente duas horas e Emília ainda acordada, agora no sofá. É Incrível, como tudo àquilo vinha em seus pensamentos sem se importar, sem pedir licença para entrar. Decididamente acredita que não irá mais vê-lo, e diz a si mesma, que se for diferente não o tratará mal mais, e que fará o possível para "selarem" os dois a paz caso se encontrem novamente.

São sete da manhã e Emília liga para Carola. A pergunta se sabe o paradeiro de Enrico que desde que viajou para Veneza, não ligou para saber notícias dela e nem de Lívia. Carola afirma a Emília que ele não ligou. E a notifica que os negócios na empresa estão tudo em perfeita ordem, e que seu pai, Alberto, está cuidando da parte que lhe cabe durante sua ausência.

No telefone. Emília conversa com Carola.

— Obrigada, Carola. Se Enrico ligar não hesite em me avisar, o que tenho para falar com ele é de suma importância. - Ponderou.

— Pode deixar, Dona Emília! A deixarei a par de tudo. E não se preocupe, quando o seu Enrico ligar, repasso a ligação imediatamente. - Disse Carola atenciosamente.

— Agradeço, Carola. Boa tarde! 

— Sim. Uma boa tarde!

Fim da ligação. E Gema chega bocejando e se "contorcendo" de preguiça.

— Posso saber com quem a essa hora da manhã a senhorita falava? -  Pergunta Gema entre um bocejo e outro.

— Carola. Liguei para saber notícias do marido que esqueceu que tem esposa! Vai ver deve estar bem ocupado em Veneza. - Respondeu Emília inconformada.

— Sinto muito Emília, mas nada justifica Enrico não ligar para você! O que pode ser mais importante que a filha e a esposa. - Soltou. O que ele pensa que é para se desfazer tão facilmente das pessoas que deveriam ser as mais importantes em sua vida? Sem cabimento!

— Quer que eu responda mesmo?! Os negócios, Gema, os negócios! Por tanto, há sim uma justificativa. Só espero que não seja uma outra na qual estou pensando. Vou tomar um banho e não demoro! O que acha de tomarmos café aqui mesmo? Não estou disposta a sair. - Fala Emília propondo-a  a não sair  logo cedo para tomar café fora do hotel.

— Por mim, tudo bem! - Declarou, Gema.

— Por mim também! Mas antes de banhar vou chamar Lívia, se deixar ela dorme até tarde! - Fala Emília ao ir em direção ao quarto da filha.

— Tudo bem, vou pedir aqui então. - Gema pegou o telefone e começou a discar o número que pediria a primeira refeição do dia. Enquanto isso, Emília segue rumo ao quarto da filha.

— Lívia, meu amor, está na hora de acordar. - Disse carinhosa acariciando-a os cabelos.

— Ah mãe! Deixa eu dormir mais pouco, ainda está cedo! - Pediu a pequena Lívia cobrindo-se com o edredom.

— Não Lívia, acorde! Isso é hora de uma mocinha estar dormindo? Sua vó sempre diz "Nada como acordar bem cedo, e aproveitar as horas do dia." - Lívia  se insinuou dizer em coro junto com a mãe -  Vamos! Deve está lindo o dia lá fora.

— Logo a senhora falando assim?! O que aconteceu? Parece que tomou uma dose de humor. - Foi sarcástica. Realmente Emília não costumava acordá-la com um humor tão elevado assim. Mal passava em seu quarto pela manhã, para dá-lhe "um bom dia" ou acordá-la com mimos, sempre estava "atrasada" para ir a Beraldini.

— Não tenho direito de acordá-la feliz? Vamos, Lívia, não quero perder tempo! - Insistiu. Abriu as cortinas do quarto para a luz entrar e clarear mais o quarto. 

— Por mim, ficaria aqui mais horas! - A tentou.

— Você não vai sair não, Lívia? - Perguntou. Emília vendo que a filha não a obedecia, foi em sua direção na intenção de chantageá-la com cócegas.

— Mãe, por favor, isso não! A senhora sabe que odeio cócegas! - Temeu Lívia. Para ela esse era o pior castigo, uma tortura. Cobriu-se novamente com o edredom na tentativa inútil de proteger.

— Sei? Devo ter esquecido! - Brincou. E correu para a enchendo de cócegas, fazendo-as gargalhar sem parar. Sem resistir Emília cai na cama com a filha e as duas começam a chorar de tanto rir.

— Ah é?! Algo me diz que a senhora também odeia! - Foi forte. E se jogou sobre a mão para tentá-la com as cócegas que com suas mãos pequeninas conseguiam fazer.

— Lívia, isso é uma tortura. Está bom, minha filha! Chega! Não consigo aguentar! Cansei! - Desistiu. 

— Está bem! Isso que significa brincar com quem não se garante. - Ofegante. E se jogou na cama cansada de tanto gargalhar.

— Nossa! Essa é a minha filha? Vem cá com a mamãe, deixa eu te dá um abraço de urso bem apertado! Te amo meu amor, você é a coisa mais preciosa na minha vida. - A declarou com tamanho desvelo. 

— Ai mãe! Não sou mais uma bebezinha! - Corou.

— Você me ama, Lívia? - Pergunta como se fosse ouvir o contrário.

— Sim. Muito! Mesmo sendo essa mãe turrona. 

— Peço desculpas pela nossa ausência minha filha.

— Já me acostumei com a distância de vocês! - Essa doeu. 

— Não diga isso! Insista! Não se acomode meu amor, chame minha atenção se necessário, está bem?! Quando voltarmos para casa chame o seu pai para conversar, participe a ele o que sente. 

— Mãe, ele não se importa. Ele me ignora! Quando falo sobre as notas que tiro na escola, ele me diz "Não faz mais do que deveria." - Desabafou Lívia triste.

— Tudo bem. Vou conversar com seu pai sobre isso. Agora, Lívia, se comporte! Não desobedeça a mamãe. Como posso ajudá-la se vive com malcriações?! Seu pai não está, mas eu estou aqui meu amor.

— Está bem, mamãe! Mãe? - Ao sair da cama a questionou.

— Sim!

— Não pude deixar de notar, sua coxa está roxa, a senhora se machucou? - Foi impossível não deixar de notar. A pele de Emília clara seria inevitável não perceber.

— Eu me machuquei na mobile da casa da Rosa. Na hora fiquei assustada, mas já passou, filha! - Disse para tranquilizá-la.

— Hunm.. dói? - Lívia a tocou friamente.

— Lívia, dói! Não faz assim... - Exaltou mordendo os lábios.

— Desculpe! - Se desculpou ao perceber que a mãe fazia uma careta. Ainda doía. Geralmente, nem sempre pede desculpas pelas bobagens, faz as coisas sem pensar nas consequências. 

Elas se levantam. E Emília dá um tapinha no bumbum de Lívia ao vê-la sair correndo para o banheiro.

— Ah, mãe! Obrigada por me acordar assim. 

— Está bem, não demore! - A advertiu saindo do quarto para fazer sua higiene. Afinal, não havia banhado ainda.

E assim aconteceu quando elas acordaram. Emília, Lívia e Gema fazem seu desjejum. E a manhã se segue com o céu ensolarado.

Horas depois...

— Mãe, a senhora está muito ocupada? - Pergunta Lívia. O que será que ela pretende aprontar?

— Não, filha! O que gostaria? - Emília estava de óculos vendo alguns documentos importantes que deixou na escrivaninha. O tirou para dar mais atenção ao que a filha dizia.

— Sabe o que é mãe, não tem a Alice?

— Sim! Filha da Rosa, não é?! Responde ao lembrar da adorável Alice. 

— Isso! Ela mesmo. Combinamos de nos encontrar na Osteria da mãe dela. Podemos almoçar lá hoje? - Pediu.

— Sim! Mas não faça compromisso sem o meu consentimento, Lívia. - A certificou.

— Obrigada, mãe! Vamos? 

— Mas agora, minha filha? Ainda são 11hrs, está com fome? - Falou impressionada.

— Sim, muita! E quero aproveitar mãe. Como a senhora mesmo disse! - Foi esperta.

— Hunm... Vamos, então! Só vou trocar essa roupa.

— Não mãe, a senhora está linda! - Lívia na tentativa de apressá-la mais.

— Não está falando isso por que é minha filha, está Lívia? - Perguntou sorrindo. Só poderia estar aprontando para querer elogiá-la assim tão gratuitamente.

— Quando crescer quero ter a sua beleza e elegância. Jamais me espelharia em outra mulher se não fosse a senhora. - Foi o suficiente para Emília se derreter. Lívia sabia como emocionar a mãe.

— Lívia, quer fazer eu chorar? - Questionou com os olhos marejados. Não sabia da admiração da filha. Elas mal conversavam abertamente, era sempre uma preocupação a mais que vinha em primeiro lugar.

— Não mãe, vamos! - Insistiu sem pode deixar notar os olhos cheios de água.

— Assim terei que me maquiar novamente. - E então se abaixou. - Mas meu amor, encontre sua própria beleza e elegância, não se espelhe em mim. Encontre sua essência! - E a abraçou forte, impregnando seu cheiro no pequeno corpo de Lívia.

Gema fica e diz que aceitou o convite de almoçar com o Raul mais tarde. E com um beijo elas se despedem. E Emília ao sair olha para Gema e diz "Olha lá, hein!". Gema apenas sorrir.

Saindo do quarto...

— Mais calma e menos correria, Lívia! Assim me fará tropeçar. Deixa eu só pegar minha bolsa! - Exaltou quase em desespero. Lívia parecia não ter limite.

— Urrum... - Faz Lívia.

E vão na correria.

— Seu Ariel, preciso que nos leve, por favor, para a Osteria da Rosa. O senhor sabe a qual me refiro? - Perguntou. E como não saberia? Teve que estudar por conta própria passeando rapidamente, conhecendo bem os principais pontos de Bellarrosa, para estar à disposição de Emília.

— Sim, Dona Emília, vamos! - Pronto a respondeu.

— Vamos! Devagar Lívia, assim você machuca a mamãe. Se lembra que a mamãe se machucou? 

— Sim, mãe! Me desculpe de novo. - Pediu novamente a mãe.

— Agora, vamos! - Decidiu. Emília pôs o óculos de sol. Um vestido um pouco abaixo dos joelhos, no tom claro, cobrido-lhe os ombros e dando a ela simetria as curvas._

Quando Bernardo chega a tempo de Emília ir.

— Senhora, Emília Beraldini? - A gritou quase em berros a tempo d alcançá-la. Emília virou sem ainda reconhecer a voz que a gritava.

— Sim! - Respondeu ainda confusa. Quando se dá conta que é Bernardo quem a chamava. Ambos tiram os óculos, e se olham de forma penetrante. E foi impossível seu coração bater menos forte, celeremente descompassou e foi difícil mantê-lo em equilíbrio por dentro, mas por fora, toda a emoção forte que estava sentindo tentava o possível ignorar, não queria deixar que ele percebesse o quanto a desconsertava. Logo em sua mente veio o beijo que mesmo que quisesse esquecer, jamais conseguiria. A incomodava.

— É... Preciso sair com a minha filha. Podemos conversar uma outra hora? - Foi incisiva. Quebrando o clima.

— Prometo! Prometo não tomar muito o seu tempo. - Insistiu. Poxa, mal deixou ele dizer o motivo para a ter gritado e já quer se livrar dele.

— Mãe! A senhora não vem? - Agora Lívia quem a chamou. Desse vez Emília sabia quem a gritava. Olhou para trás e disse a filha pacientemente.

— Sim, filha! Espere um momento aí no carro! Vou falar um instante com esse senhor e não demoro. Seu Ariel? - O chamou.

— Sim, Dona Emília! - Respondeu o motorista.

— Por favor, olhe a minha filha por alguns instantes? Não hei de demorar!  - O pediu.

— Tudo bem, Dona Emília. Fique despreocupada! - A assentiu com a cabeça. 

— Obrigada! O senhor venha comigo. - Disse a Bernardo. Emília foi na frente o fazendo guiá-la para a recepção do hotel. Uma parte que eles poderiam conversar tranquilamente. Tudo rápido demais.

Ele faz que sim com a cabeça e a segue.

— Se não se importa, não posso demorar muito! - O encarou.

— Não! Como eu disse, não vou tomar muito o seu tempo. - Também a encarou.

— Então, o que o senhor gostaria de falar comigo? - Foi incisiva.

— Hunm... Estou impressionado! Não vai ser grossa comigo, me xingar? - Pergunta Bernardo tentando um sorriso no canto dos lábios. Emília o olha com cara de sonsa, tentando ignorar o que ela a tentava fazer.

— Não, por mais impressionante que seja, eu decidi ignorar o seu sarcasmo. E se o senhor quer farpas, eu "tive uma noite péssima", acredita que tive "pesadelos" com o senhor!? Então se queria farpas, eu estou a ponto de fazê-las. - E que pesadelos em Emília! Não dormiu quase a noite inteira pensando nele. Acha que é esperta tentando enganar a si mesmo.

— É realmente impressionante. Até em seus pesadelos tenho honra. Mas eu estou aqui para pedir desculpas por ter gritado, enfim, eu não deveria ter feito isso. Sei... Sei que pedi na matina, mas se senti obrigado a vir aqui pedir desculpas novamente, Emília, e poder... - Quando mais uma vez Emília age de forma incisiva.

— Desculpas aceitas. Mas alguma coisa? Estou apressada, tenho que sair com a minha filha. 

— ... e poder vê-la mais uma vez! - Declarou. E Emília temia agora o rsto ter corado. Será que ele percebeu o quanto a deixa frágil, livre para ele?

— Hunm... O senhor está me vendo? - Uma resposta muito óbvia, não é, Emília?

— Sim! - Afirmou. Mas deixou bem claro em seu rosto o quão sem sentido achou da pergunta, mas mesmo assim achou melhor responder.

— Pronto! Foi um prazer senhor Bernardo. - Disse ao querer sair da sua presença.

— É... - Agora entendeu. Mas a conversa não termina por aqui.

— O quê? É, o quê? Me desculpe, estou tentando ser o possível gentil com o senhor. Mas o senhor não está me ajudando. Eu realmente preciso ir, minha filha deve "estar arrancando os fios de cabelos brancos do meu motorista!" - Foi grossa. O que mais ele queria? Já não bastava o papelão que ele a fez passar no dia anterior?

— Certamente, puxou a mãe! - Ponderou sarcasticamente. 

— É só isso? - Insistiu perguntá-lo mais uma vez. Estava ficando difícil manter-se em equilíbrio perto dele.

— Infelizmente não, mas... - Emília simplesmente o ignorou. Não sabe o que poderia acontecer se parasse para ouvi-lo dizer mais. Saiu da sua frente, colocou os óculos e voltou para o carro, despertando a alegria de Lívia que a aguardava ansiosa.


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Notas finais do capítulo

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