One Love Beyond Time escrita por Karoll Carvalho


Capítulo 18
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705245/chapter/18

Bernardo e Raul passaram a tarde conversando sobre o livro. Algumas horas depois bem tarde da noite, Enrico não havia voltado para o hotel. Gema está no quarto com Emília e as duas conversam sobre a intuição que Vitória sentiu quando ela sofreu o acidente.

— Por favor, me diga que não contaram! Gema, se ela souber vai ficar mais nervosa e preocupada. - Preocupou-se Emília ao temer a reação da mãe. Conhecendo Vitória poderia passar mal, considerando o seu coração frágil.

— Não se preocupe tanto Emília, pedi a Carola que dissesse a Dona Vitória e a seu pai da melhor forma possível. Eles sabem que você já teve alta, está tudo bem! - A tranquilizou Gema. 

— Mesmo assim, Gema. Não conhece a minha mãe? Depois eu ligo para ela antes que ela decida vir. - Arrumou o travesseiro sob a cabeça para sentir-se mais confortável. Ela [cabeça] ainda doía.

— Isso, liga sim! - Exclamou Gema com um sorriso.

— O Enrico voltou? Você sabe se ele esteve aqui depois que brigamos, Gema? - A indagou receosa. Enrico é um homem muito imprevisível.

— Até agora, não! - Respondeu arqueando a sobrancelha.

— Hunm... Ele disse que só vai voltar para casa se for comigo, Gema. E eu não vou! Está decidido! Lívia gostou daqui e eu pretendo ficar mais um pouco. Você não viu? - Perguntou impressionada. - Lívia e Alice passaram poucas horas juntas e já se falam como amigas. - Coloca a mão no peito para expressar-se melhor. - E eu também preciso agradecer a Rosa por ter ficado com ela! Ela foi muito gentil. - Observou.

— Sim, foi mesmo. Mas outro dia... Amanhã com certeza vai estar bem melhor! - Refutou.

— Não Gema, eu estou bem! - Passou a mão no local que ainda doía ao toque. - Só preciso tirar esses pontos, não exagere. E você e o fotógrafo, como estão? - Emília a questionou sobre a relação dela com o Raul. 

— Raul, Emília. Raul! E estamos bem... Estamos nos conhecendo melhor! Parece ter um coração grande que nem o do Bernardo. Raul fala muito bem dele, são grandes amigos. - Disse Gema para ver o quanto o nome do Bernardo reagia em Emília. 

É! Hunm... Percebi no jantar! - Afirmou como quem não quer nada olhando para o lado. - Mas depois do que aconteceu, Gema. Com Enrico aqui vou evitar falar e ficar bem longe dele. Eles podem se encontrar e Bernardo chegar a soltar o que nos aconteceu, assim, espontaneamente e... E de problemas, já basta! - Olhou para a amiga para ver se ela acreditava no que ela dizia. Gema a olhava com um sorriso de canto, como se Emília tentasse disfarçar o que sente por Bernardo.

— Ele não faria nada para te machucar, Emília. Não depois do que eu vi! - Replicou Gema. 

— O quê que você viu, Gema? Já o conhece tão bem assim? - A questiona impressionada. Mesmo que não quisesse, não conseguiria, seus olhos se desviavam dos da Gema para ela não perceber o quanto incomodada ficava quando se referia Bernardo. Mas Gema a conhece há tantos anos, que seria impossível não conhecer esse lado da amiga envergonhado. Emília não precisaria sequer abrir a boca para dizer algo, seu semblante e os pelos do seu corpo automaticamente se eriçavam em resposta ao nome de Bernardo. Era vulnerável a qualquer ato que se tratasse a ele. 

— Ciúme, Emília? - Sorriu. Propositalmente a indagou para ver sua reação. 


— Ciúme, Gema! Você ouviu o que acabou de falar? - Perguntou com os olhos arregalados para a amiga. - Perguntei para você, porque queria saber como tirou essas conclusões. Ciúmes! Além do mais você está com o "Raul", não está? E eu, por enquanto, sou uma mulher casada! - Disse nervosa. As palavras que saiam rapidamente da sua boca se atropelavam entre si em desordem. 

— Emília, estou brincando! Mas bem que ficou nervosinha... - Ousou tentá-la ainda mais. 

— Gema! Pare com isso, sim! - Vociferou. 

— Está bem... Emília, ele a salvou de um acidente, isso não te diz nada? - Foi mais afundo para ver se Emília falaria o que sente por Bernardo. 

— Eu sei! Mas qualquer pessoa em sã consciência faria o mesmo. - Replicou.

— Tem certeza? Emília, ele pegou o carro junto com o rapaz que inocentemente a atropelou. Levou você nos braços feito um louco para o hospital, não esperou ambulância alguma chegar! E isso foi o que Rosa celeremente me contou, imagine o que mais ele pôde ter feito! O desespero dele ao seu acidente foi admirável. Como você sabe, não estava com você e Lívia na Osteria. Ele me ligou preocupado e eu não pude vir de outra forma a não ser "correndo" com o Raul. - Contou-lhe com os olhos marejados.


— Foi? - Impressionada. Mas também, como não poderia? Conseguia ver a verdade nos olhos marejados da amiga. Eles não poderiam mentir.

— Sim, mas quando cheguei para ficar com você ele foi embora "mais aliviado". E no dia seguinte foi falar com o Doutor para saber como você estava, e erroneamente o médico se referiu a ele como o seu esposo na hora em que o Enrico chegou! - Destacou. 

— Mas Gema, o médico não tinha como se enganar, se você passou a noite comigo, por que logo o Bernardo seria "o meu esposo", se ele não ficou por muito tempo lá? - Perguntou-lhe ainda confusa com essa "história".

— Emília, foi um engano. Isso acontece! - Exaltou nervosa. 

— Eu sei, mas ainda soa estranho! Se o médico que me atendeu no hospital quando cheguei após o acidente é o mesmo que me deu alta hoje pela manhã, como ele poderia se equivocar? Poderia, Gema? - Insistiu em questionar. Procurava nos olhos da amiga alguma resposta, mas ela os escondia, Emília sabia que por eles Gema não conseguiria mentir. Ela entendiam isso uma com a outra.

— Sim, como eu disse essas coisas acontecem! Agora chega de perguntas... - Exclamou irritada.

— Eu só queria entender o porquê Bernardo parece estar mais envolvido do que eu imagino. Não faz sentido Gema! Entende? - Emília não queria mesmo dá o assunto por encerrado. E Gema ficava mais ainda receosa.

— Isso é coisa da sua cabeça, Emília. O cara te salva e você fica procurando motivos para acusá-lo! - Exaltou. Sabe que está sendo injusta com amiga, mas com Enrico ali, não queria contar o por quê de tantas coincidências ligadas a Bernardo. 

— Não Gema, só estou tentando entender! - Disse com o rosto triste pela falta de paciência da amiga. - Esqueceu que passei a maior parte do tempo desacordada?! Pelo menos foi o que eu notei depois de acordar e perceber que mais um dia já havia recomeçado. 

— Eu sei minha amiga. Agora descanse mais um pouco! - Pediu sentindo-se culpada.

— Não, não aguento mais ficar aqui! Presa nesse quarto como se estivesse vegetando. Perdida em meus pensamentos e sem ter noção do que está acontecendo a minha volta... Sem a sua companhia e da minha pequena... - Sorriu. -  Você me conhece Gema, sabe que não gosto de ficar parada. Depois eu descanso e já é noite, logo eu durmo. Vou ler um bom livro à espera do sono chegar.

— Está bem! Vou sair e não demoro. - Disse mais resignada fazendo menção que iria sair ao levantar-se da cama. 

— Você vai deixar sua amiga sozinha! - Fez uma carinha triste chantageando-a emocionalmente. - Não, fique Gema! Vamos conversar! - A puxou pelo braço.

— Está bem! - Consentiu com um sorriso. - Emília, eu posso te fazer uma pergunta? - Gema sentou-se novamente ao lado de Emília.


— Pela carinha não deve ser coisa boa! Mas claro, pode falar. - Respondeu atenta aos olhos da amiga.


— Você... Você... E o... - Tentava dizer, mas sua a voz engasgava. 


— Fala Gema! - Exaltou. - Assim fico ainda mais preocupada! 


— Não é para se preocupar minha amiga. É que estive pensando sobre você e o Bernardo. - Falou de uma vez. 

— Aonde quer chegar, Gema? - A indagou receosa. Mas Gema precisava saber se estava seguindo o caminho certo em relação ao Bernardo. Precisa descobrir nos olhos da amiga os seus verdadeiros sentimentos. Não quer de forma alguma atrapalhá-la. Já percebeu que quando fala em Bernardo ele muda de repente, intencionalmente a questionava, e ver os olhos da amiga brilharem mais que intensamente dessa vez. 


— Você se sentiu atraída por ele quando ele te beijou? Sentiu algo diferente quando vocês se beijaram? - Perguntou receosa do que ouviria. E Emília já sabendo respira fundo.

— Gema, de novo com esse assunto? - Arfou. - Perguntei, mas sabia! - Gesticulou. - Eu não quero falar sobre isso e nem sobre ele. Vamos falar sobre você e o Raul! - Insistiu. 

— Emília... - Fez uma carinha de quem não se dará por vencida.

— Eu agradeço muitíssimo pelo que ele fez, mas eu não posso e não quero pensar nele. Eu não quero ouvir o nome dele, Gema! Sei que já é tarde para falar isso, mas não quero e não posso, entende? Não posso continuar com essa história! - Exaltou diante do nervosismo à flor da pele.

— Você se apaixonou, Emília? - Sim, ela viu o brilho em seu olhar. Emília com palavras queria negar, mas o brilho nos seus olhos, que mesmo com a escuridão do lugar, não poderiam negar. Brilhavam intensamente como as estrelas. 


— Eu... Eu fiquei sim envolvida com o que aconteceu entre eu e ele. Eu não posso negar que foi... que foi... foi... Eu fui pega desprevenida! - Olhou para o lado envergonhada, seus olhos não negariam. - E eu não quero admitir que sim. E Mesmo que me divorcie de Enrico, eu iria para o mais longe dele. Eu não quero me decepcionar, não quero pensar em ninguém, Gema. Mesmo que isso comprometa a minha felicidade. Eu vou me dedicar a minha filha e não vou permitir que isso se torne um estorvo na minha vida. Eu quero o Bernardo, longe de mim, Gema. Eu posso assegurar que é a melhor iniciativa que eu possa dar a minha vida. A melhor! - Olhou dessa vez para Gema para ver se amiga acreditava, mas como, se nem mesmo ela acreditava. 


— Você acha, Emília? Acabou de dizer que está apaixonada e acha que fugir é a melhor solução? 

— Eu disse? - Perguntou perplexa. "Será que ela não ouviu o que eu disse?"— Não Gema, isso tudo para mim ainda é muito confuso, não sei se é realmente o que estou sentindo. - Mas também não negou. Pensou Gema.

— Sim, você disse que não queria admitir que está apaixonada!


— Não consigo mentir para você Gema! - Isso veio para a Gema como um chute no estômago. - Eu vou ignorá-lo como sempre faço! Vou manter o meu "posto" de mulher casada aqui em Bellarrosa, e quando voltar para o Rio, pedirei separação ao Enrico. Esquecerei que um dia conheci, Bernardo Boldrin! E é isso! E as nossas vidas se seguirão dramáticas como as famosas telenovelas mexicanas. - Sorriu sem graça. Mas nada que ousou sair da sua boca fizeram ela mesma acreditar. E agora? O que dirá a amiga sobre essa revelação? E Bernardo, se afligirá?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "One Love Beyond Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.