One Love Beyond Time escrita por Karoll Carvalho


Capítulo 16
Capítulo 16




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Bernardo foi para o mais longe que pôde daquele hospital. Suas esperanças eram mínimas com Emília sozinha em Bellarrosa, agora com Enrico, fica ainda mais difícil lutar por esse amor. Sente-se impressionado, pois logo que os viu juntos pela primeira vez sentiu um sentimento de perda que mal coube em seu coração. Na tentativa de espairecer, Bernardo foi para o mesmo lugar - onde parou para admirar o beijo das montanhas nas nuvens parcialmente nubladas no céu — lembrou-se que foi neste lugar por entre a estrada deserta e enlameada, que conheceu a mulher que lhe roubaria o sono. Ficou admirando e lembrando por um bom tempo. Sentido a brisa tocar-lhe o rosto. Em seguida volta para o hotel na tentativa de descansar da noite mal dormida, mas antes de deitar-se, em sua mente veio a cena em que Emília no hospital o fala com sua exaltação mental, que deixou de amar Enrico. O dizia tão verdadeiramente. Talvez na intenção de declarar isso a alguém e que ligeiramente a estava sufocando por dentro. Algo que não pudesse ou não conseguisse segurar, como  os delírios que vieram sem ao menos pedir permissão. Bernardo sabe que será árduo, mas não permitirá perdê-la para um homem como Enrico, mesmo ele sendo casado com a mesma. Agora mais do que nunca sente a necessidade de lutar por ela, de lutar por seu grande amor. E então... dorme.

        O médico depois de examiná-la para saber se realmente estava tudo bem, lhe dá alta. Gema, Enrico e seu Ariel, ajudam Emília e vão juntos para o hotel. Rosa leva Lívia junto com Alice para o local em que Emília está hospedada, sabendo que a mesma se encontra com os mais perfeitos cuidados. Ainda na porta, Lívia não pôde conter a alegria imensa que foi ver sua mãe, um pouco debilitada, mas a olhava com um belo sorriso no rosto ainda na tentativa de passar-lhe tranquilidade. E corre para abraçá-la ao se surpreender com a presença de seu pai sentado em uma poltrona. "Pai?", o pergunta sem acreditar. Com receio vai até ele para o abraçar, mas ele é frio, sente o abraço dele mais distante do que a pouco tempo quando pensava que ele estaria em Veneza. Resignada com a forma como o pai a tratou, com desdém, corre para abraçar a mãe e põe-se a chorar em desespero.

— Mãe, me desculpe! - Lívia diz com os olhos marejados. As lágrimas já insistiam em cair.

— Claro, meu amor, você não teve culpa... Não chore... A mamãe está bem! - Foi calma e paciente em suas palavras.  

— Mãe, eu tive sim! Me perdoe, eu não vou mais desobedecê-la, eu prometo... Eu prometo que daqui por diante serei uma boa filha, mamãe! - Implorou ainda aos prantos. Sabe que sempre foi uma menina tola, mas a sua desobediência quase tirou a vida da sua mãe. E não saberia viver, sem que em sua vida ela estivesse.

— Own... Meu amor, eu te amo filha. Muito! Você é tudo para mim. - Emília dizia a filha com lágrimas em seu rosto.

— Eu te amo muito, fiquei com medo de perder você mãe! Eu não devia ter atravessado aquela rua, se não fosse por isso a senhora não estaria assim! Eu tive tanto medo de te perder... - Declarou. Vê-la chorando era difícil demais.

— Por favor, Lívia, não chore! Dói ainda mais o meu coração. Eu buscaria forças por você, meu amor, o que passou passou, minha menina. Não chore... - Emília passou os dedos para enxugar as lágrimas da filha. Enrico ouvindo e observando a conversa das duas, fica enraivecido ao saber que Lívia foi a causadora do acidente de Emília.

— Como é? Emília, me explica direito o que eu acabei de ouvir! Foi isso mesmo? Foi a Lívia que causou esse fortuito? - Pergunta enfurecido Enrico ao levantar-se da poltrona.

— Pai eu já pedi desculpas, foi um acidente! Eu não imaginei... - Diz Lívia nervosa com medo da reação do pai.

— Está de castigo! Vá para o seu quarto! - Gritou.


— Enrico, as coisas não precisam ser assim... - Diz Emília com a voz embargada. 


— Mãe, eu não quis, mãe... Eu... - Dizia assustada Lívia.

— Está tudo bem, meu amor... Não chore! - Tentou acalmá-la.

— Lívia, só vou repetir mais uma vez! Vai para o seu quarto! - Exaltou completamente inconformado. 

— Mas pai! Por favor... - Insistiu chorosa.

— Lívia, não tem "Mas"! Só saia do seu quarto quando eu mandar! - Disse ao apontar a porta para ela sair.

— Vai, meu amor, depois a mamãe conversa com você! - Pediu Emília. Lívia depois de ouvir a mãe, sai correndo para o quarto.

— Por que você falou assim com ela, Enrico? Eu já tinha conversado com ela, estava tudo bem! - O questionou indignada.

— É por isso que a tua filha é desse jeito! Você fica passando a mão na cabeça dela o tempo todo! Sempre ignora o que ela faz! - Passou a mão no rosto e começou andar para lá e para cá com raiva.

— Enrico, Lívia é nossa filha, nossa filha! Eu não estou bem, acabei de sair de uma cama de hospital, fraca, e eu preciso de repouso, por favor, não grite! - O pediu pondo a mão para descansar a cabeça que ainda doía.

— Acontece Emília, que eu saí de Veneza feito um louco para esse fim de mundo, para chegar aqui e saber que a Lívia foi a causa do seu acidente! Será que não percebe a gravidade disso? - Aproximou-se.

— Enrico, sabe o que eu não entendo!? É a sua frieza! E quantas vezes vou ter que pedir que não grite? Eu sou totalmente culpada do acidente, foi eu quem atravessou sem olhar àquela rua. Eu! Entende agora? E eu não me importo que volte para a Veneza! - Exaltou impaciente. 

— Ah, Emília! Agora que estou aqui? Eu poderia, mas não vou! Só saio daqui com você e Lívia! - Esbravejou. 

— Eu estou com muita dor de cabeça, Enrico, por favor, não grite! - Insistiu. Realmente a falta de senso deste homem era impressionante.

— Eu posso saber, por que veio para este lugar e não me disse nada? - A questionou.

— O quê? Eu tentei falar, mas você me ignorou, Enrico. Foi no dia em que foi para Veneza, você não me deu atenção e ainda me deixou falando sozinha! - O lembrou. É um absurdo.

— Agora a culpa é minha? - Se fez de vítima.

— E não é, Enrico? Quer saber, chega! Eu não aguento mais brigar... Eu vou... Eu vou sair desse quarto! - Chorosa. Quis descansar, mas ele a impedia. Sua cabeça já não aguentava mais. Latejava clamando de dor. 

— Emília, o que está fazendo? - Perguntou ao ver a esposa querer sair da cama.

— Eu não quero mais ficar aqui! Minha cabeça lateja de dor e os pontos estão querendo sair! - Exaltou ainda mais com raiva.

— Você precisa de repouso, não vai sair daqui! Vamos, deite! - Forçou.

— Eu não consigo repousar com você aqui por perto, Enrico, me solte!

— Não! Não seja teimosa, não ver que não pode? Deite-se!

— Você não entende que não quero mais brigar! Me solte, por favor, eu sofri um acidente e você só se importa com a empresa, com os negócios. Eu quero que volte para a Veneza! E quando voltar iremos conversar! Enrico, não ouviu? Me solte! - Enraivecida.

— Emília, não tem o direito de falar assim com o seu marido! 

— Que marido é capaz de ser tão frio com a própria esposa? Gema! - Gritou. - Gema, por favor, venha aqui! - Está nervosa demais para vê-lo em sua frente. 


— Quero que saiba Emília que só sairei daqui com a minha mulher! Que só sairei daqui com você! Nem que seja a força! - Declarou. E agora? O que ele Emília pretende fazer?

— Gema! - Ainda gritava. Emília não estava mais aguentando. Essas brigas muitas vezes desnecessárias. Esse descontrole todo que ele bruscamente exercia sobre ela. A frieza que já não mais aguentava. Está desesperada. 

— O que aconteceu Emília? Dá para ouvir os gritos da sala! - Olhou para amiga com o rosto molhado pelas lágrimas que escorriam dos seus olhos. Emília está nervosa. Se desespera completamente com toda a tensão criada pelo Enrico.


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