O que "pilhéria" quer dizer? escrita por Zoey


Capítulo 1
Capítulo 1 - Cabelos Ruivos


Notas iniciais do capítulo

Heey, folks. I'm back.
Terminei Cursed Child essa tarde e estava com os dedos coçando para escrever algo, depois de muitas horas revirando as profundezas da minha mente, surgiu inspiração.
Espero que gostem!



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Ela está lá e encara-me com aqueles olhos verdes intensos.

“Não olhe para mim essa cara, Weasley, eu não pedi para você ter um ataque e surtar” – digo.

“Ah, então, agora é minha culpa eu ter um ataque por você ter enfeitiçado minha mochila e colocado sapos dentro?” – ela devolve.

Esboço um sorriso lateral ao lembrar-me de minha proeza. Foi um belo show. A Weasleyzinha estava almoçando no salão comunal quando resolveu tirar algo da mochila, ao fazer dezenas de sapos começaram a saltar em todas as direções. Ela gritou e, por alguns instantes, ficou com uma expressão atônita no rosto, mas, ao recuperar-se, olhou furiosa e para a mesa da Sonserina.

“MALFOOOOOOY”.

Lembro-me do grito até agora. Não sei dizer como os professores chegaram tão rapidamente até nós, mas, quando se trata de nós dois, acho que todos eles estão prontos para agir a qualquer sinal de confusão. Depois de seis anos na mesma escola, enfrentando os mesmos problemas, as brigas entre nós são parte de nossas rotinas.

“Tire esse sorriso convencido do rosto, Sr. Malfoy, não pense que essa situação passará despercebida”.

A diretora Mcgonagall entra na sala com aquele olhar fuzilante. Ela encara a nós dois e suspira.

“Por Merlin, qual o problema de vocês dois? Por que conviver em harmonia é um problema para vocês?”

“Professora, eu...”

“Não estou interessada, Srta. Weasley.”

Ela olha severamente para nós, os lábios comprimidos e mais um suspiro escapa-lhe.

“Não preciso dizer que ambos estão em detenção e que seus pais serão noticiados de toda essa bagunça. Vinte pontos serão retirados de cada casa”.

Ambos pulamos de nossas cadeiras e tentamos argumentar em vão. A diretora Minerva levanta uma mão no ar e diz:

“A cada palavra que vocês proferirem serão diminuídos  dez pontos para cada casa”.

Nós dois aquietamo-nos imediatamente. Olhamos um para o outro. No rosto de Weasley há um misto de raiva e aversão. Eu devolvo o olhar, mas acrescento um pequeno sorriso convencido.

“Melhor. Vocês irão polir toda prataria da sala de troféus. Sexta-feira. Meia noite. Um atraso ou mais uma briga essa semana e irão ajudar Hagrid na Floresta Proibida” – ela fez uma pausa e olhou ferozmente para nós – “Estamos entendidos?”.

Assentimos e saímos.

Já longe dos ouvidos da professora, Weasley vira-se para mim e empurrando-me fala:

“Viu o que você fez, Malfoy? Sabe quantos trabalhos eu tenho que fazer? Qual o seu problema?”.

“Ei, ninguém mandou você fazer aquele escândalo”.

“Ah, desculpe, eu esqueci que sapos saem da minha mochila o tempo todo”.

Ela ironiza colocando veneno em cada palavra. Naquele momento, ninguém duvidaria que a ruiva era uma legítima sonserina.

“Menos, Weasley. Olhe pelo lado, pelo menos você vai conseguir passar ainda mais tempo comigo na sexta à noite”.

Pisco para ela.

“Você é... é... é...”.

Exasperada ela desiste de dizer o que eu era e rosnando vira-se e vai embora.

“Lembre-se, Weasley, sem escândalos até sexta ou vamos ajudar Hagrid”.

Grito. Sem se virar, ela ergue a mão e mostra-me o dedo do meio. Saio rindo alto e volto para a sala comunal de minha casa.

“Outra vez encrencando com a minha doce priminha, Scorpius?”

Albus está atirado no sofá, coloca um livro de lado e encara-me com uma cara de quem sabe tudo.

“Doce? Eu não colocaria o que sua prima é nessas palavras. Aliás, você pode explicar-me como ela não está aqui junto com as outras cobras?”.

Digo sentando-me ao lado de Albus e empurrando suas pernas para o chão. Ele senta também e encara-me.

“Espera só até ela dar o bote” - ele diz rindo – “Mais uma vez vocês deram um belo espetáculo”.

“Espetáculo será amanhã quando eu receber um berrador da minha mãe...”.

Comento seco. O da última vez tinha sido um terror, os gritos de Astoria Malfoy ainda ressoavam em meus ouvidos. Estremeci com a lembrança.

“O que deu em você para encher a mochila de Rose com aqueles sapos? Até parece que não conhece a pequena granada que é minha prima”.

“Você tem ideia de como é divertido atormentar a Weasley?”.

“Não, mas o especialista aqui é você. Se eu não te conhecesse, Scorpius, diria que isso é amor reprimido. Mas você não está apaixonado por Rose, está?”

“Não seja ridículo, Potter. Sua prima é uma diversão. Apenas isso”.

“Isso foi machista, Malfoy”.

“Mas o que você quer que eu diga, Potter? Enlouquecer sua prima é praticamente um hobbie!”.

 “Vocês dois são loucos, é isso que são. Eu não sei quem é pior, você, por insistir em azucrinar Rose, ou ela, por responder na mesma moeda”.

“Não sou louco, Albus, só sei identificar uma boa diversão quando vejo uma, e, sejamos sinceros, sua prima está rendendo-me seis anos de diversão”.

“Isso tem outro nome para mim...”.

“Ah, cale a boca, Potter. Vá resolver suas próprias questões amorosas e depois venha falar das minhas”.

Percebo o que disse no mesmo instante, assim como Albus.

“Então você admite que é uma questão amorosa?”

Albus não consegue controlar o sorriso e eu lhe encaro com um olhar ameaçador.

“Não foi isso que eu disse...”.

“Não me venha com mentiras, Scorpius, eu ouvi muito bem”.

Reviro os olhos.

“Albus, eu detesto sua prima, assim como ela me detesta. Não há nenhuma questão amorosa envolvida aqui”.

“Isso mesmo, Scorpius, diga isso até se convencer”.

Desisto de discutir com aquele cabeça de ovo do Potter e vou para os dormitórios. Depois de uma rápida higiene, deito-me em minha cama e fecho as cortinas. Não quero ver Albus e nenhum dos outros garotos. Acomodo-me com a barriga para cima e coloco as mãos na barriga.

Ao fechar os olhos, vejo uma massa de cabelos ruivos atingindo-me o rosto quando a dona dela vira de costas. Ela saia a passos largos e furiosos e sorrio com a lembrança, o dedo do meio sobe e uma unha bem feita é mostrada para mim. Tenho vontade de rir com a memória, mas atenho-me a um sorriso enorme.

É claro que eu gostava da Weasley, mas não daria o prazer a Albus de admitir em voz alta. A Weasley tinha conquistado-me desde a primeira vez que eu a vi na cerimônia de escolha das casas. Eu estava na fila, nervoso, como todos os outros, mas conversava baixinho com Albus, havia conhecido ele no trem do Expresso de Hogwarts, rapidamente havíamos tornado-nos amigos.

Porém, uma menina em especial não parecia nervosa. Ou aquele era o jeito que ela demonstrava nervosismo: falando pelos cotovelos. Uma menina ruivinha e sardenta falava animadamente sobre todos os dados que ela havia lido nos livros sobre Hogwarts, sobre os feitiços que havia aprendido e sobre tudo o que mais ela pudesse ter lido durante sua longa vida de onze anos. Eu não precisava perguntar para saber quem era ela. Todos conheciam os filhos do famoso trio.

Rose Granger Weasley era, de longe, a menina de onze anos mais irritante que ele já havia conhecido. Recitando dados e datas, ela era uma irritante sabe tudo. Mas tinha uma mente brilhante. Diziam que ela havia puxado a mãe, que a Ministra da Magia, Hermione Granger era igualzinha à filha quando estudava em Hogwarts. Todavia, eu fiquei impressionado com a inteligência da garota.

Em nossa primeira semana de aula, iniciamos a tradição das brigas.

Estávamos na aula de Herbologia, Sonserina tinha aula com a Grifinória, eu estava tentando reenvasar uma planta que cada vez que era puxada, as raízes cresciam e prendiam-se mais ao vaso. Obviamente, Rose já havia terminado a tarefa e esperava com um sorriso de orgulho no rosto enquanto todos tentavam inutilmente cumprir a tarefa. Em algum momento, minha planta decidiu que colaboraria e não me contou. Já estava na quinquagésima tentativa, puxava com toda força possível ela do vaso, mas, como ela tinha desistido de resistir, puxei com muita força e terra voou para todos os lados. Especialmente, em uma menina ruiva e baixinha.

“Mas o que é isso?”.

Ela olhou pra mim furiosa com os cabelos cheios de terra. Eu estava totalmente assustado, mas, por alguma razão, uma parte de mim queria rir. Um risinho escapou dos meus lábios e percebi a bobagem que tinha feito naquele momento. A menina pressionou um lábio contra o outro e cerrou os olhos. Sabia que o que viria a seguir não seria bom.

“Qual o seu problema, garoto? Acha engraçado fazer pilhérias com os outros?”.

Eu não tinha a mínima ideia do que era pilhéria. Franzi o cenho e fiquei encarando-a. Qual a criança de onze anos que sabe o significado de “pilhéria”?

“O que está acontecendo aqui?”

Perguntou o Professor Neville.

Aquele dia havia rendido minha primeira bronca, muitas sucederam.

Dormi com um sorriso no rosto, lembrando-me de nossas desventuras.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Aguardo os comentários!



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