Crescente escrita por MariGuedes


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Queria postar antes mas minha internet não estava facilitando. Espero que gostem.
Obs: muuuuuuito obrigada a todos que comentaram, vocês fazem meu dia mais feliz!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705038/chapter/3

Estou andando por um longo labirinto. Está tudo escuro e sombrio, mas Edward está ao meu lado. Quando chegamos no centro, ele para e me olha no fundo dos olhos.

—Eu vou embora, Bella. Você não é boa o bastante para mim – meu coração dói com as palavras duras dele e meu pulmão fica sem oxigênio.

Edward some nas sombras e me deixa só. O ambiente parece ainda mais escuro, ouço passos que sei que não são dele. Sou consumida pela tristeza e pelo medo. Começo a vagar atrás dele, chamando por seu nome. Começo a ficar desesperada e caio de joelhos.

—Edward! Não me deixe!- imploro desesperada.

—Estou aqui, Bella – ouço sua voz e fico calma novamente – Nunca mais vou embora.

Ele me abraça e eu soluço em seus braços. Em parte pelo medo do sonho e em parte por que tenho medo de que me deixe depois que souber da gravidez.

—Eu não teria tanta certeza disso – eu digo sem olhar para ele – Tenho uma coisa pra te contar.

—Esse é o motivo pelo qual Alice estava traduzindo mentalmente todos os poemas conhecidos para coreano? – eu sorrio com a ideia.

—É. Edward, se você quiser ir, eu entendo.

—Bella, o que foi?

—Quando você esteve fora, eu e Jacob nos relacionamos, digo fisicamente, uma vez. E eu... eu... Eu estou grávida.

Me encolho sob as cobertas, temendo sua reação. Se ele partisse não sobraria nada de mim. Que tipo de mãe eu seria se fosse aquela Bella de meses atrás?

—Bella... – ele acaricia meus cabelos – Eu não vou embora. Só se me disser com todas as letras – ele me puxa para seu abraço e eu não consigo não sorrir.

—Então você não vai nunca – eu sorrio, feliz de estar em seus braços.

—É com isso que eu estou contando – ele beija minha testa.

—Mesmo com a gravidez?

—Mesmo com ela. Não vou dizer que estou soltando fogos de artificio de felicidade, mas se é o que você quer e te faz feliz, me deixa feliz também.

—Alice viu que é um menino, sabia?

—Mesmo? Está explicado por que entre uma tradução e outra ela estava pensando em tema de floresta infantil. Não entendi nada.

—Ela quer fazer um quarto na sua casa para o bebê. É precipitado, nem sabemos como sua família vai reagir.

—Carlisle e Esme ficarão felizes. Alice está saltitante pela casa que só vendo. Jasper vai ficar surpreso. Emmet vai pegar nos nossos pés para sempre... – ele enumera.

—E Rosalie? – eu pergunto. Eu e ela nunca fomos melhores amigas.

—Ela é uma incógnita, Bella. Você não conhece a historia dela, mas Rosalie sempre quis ser mãe. É uma das grandes frustrações dela. Além de não poder voltar a ser humana.

—Eu nem sabia que queria ser mãe até... –eu sou interrompida por um bocejo.

—Hora de a humana dormir – ele beija meus cabelos – Agora eu canto para dois.

Seus dedos gelados percorrem meu baixo ventre e me arrepio. Conforme a melodia soa, eu caio no sono sem pesadelos.

Na manhã seguinte sou acordada com enjoo. Pulo da cama, correndo até o banheiro colocando tudo que tem no meu estômago para fora. Edward vem até mim e segura meus cabelos.

—Edward... Você não precisa ver isso – resmungo tentando empurrá-lo sem sucesso obviamente.

—Estou te ajudando, Bella. Não vou sair daqui.

Desisto de discutir e termino de vomitar. Lavo o rosto e escovo os dentes e desço para tomar café. Edward vai para sua casa e eu vou para a escola. Os Cullen iriam caçar hoje então seria só eu, Angela e Ben.

Dessa vez consigo prestar mais atenção nas aulas, fazendo anotações. Jacob soube que os Cullen estariam fora e foi me buscar. Passamos a tarde como se nada estivesse acontecendo. Não éramos a humana e o lobisomem. Só Bella e Jacob, melhores amigos que teriam um filho. O que há demais nisso? Tudo, mas tentávamos deixar tudo o mais natural possível, pelo menos eu.

Vamos encontrar os lobos na casa de Emily. A alegria era contagiante e me permiti ser contaminada. Risos bobos por brincadeiras igualmente bobas. Notei a ausência de Leah e percebi que vez ou outra Sam vagava o olhar como que a sua busca e se entristecendo. O imprinting ainda que lhe trouxesse a alegria ao amar Emily, lhe causava a culpa de ter magoado a pessoa que ele amou e ainda nutria um carinho. 

Enquanto Edward a julga por deixar exposto o tempo inteiro sua infelicidade sou incapaz de apontar o dedo. Só de me imaginar na situação dela, meu peito dói. A imagem mental de Edward com outra, felizes e sorridentes me atordoa e volto a focar na brincadeira generalizada

No final da tarde Jacob me deixa em casa, e eu subo, ansiosa para o que eu iria fazer. Hoje mesmo Edward iria me buscar para irmos a sua casa contar a sua família da gravidez. Minhas mãos suavam e meu coração palpitava.

—Dá pra ouvir seu coração da esquina – Me sobressalto com a presença de Edward.

—Estou nervosa – eu o abraço e ele me beija os cabelos.

—Vai dar tudo certo, desde que você tome um banho pra sair esse cheiro de cachorro - Edward aceitou melhor o fato de eu e Jacob continuarmos amigos, apesar de ser "perigoso". Teríamos um filho juntos e a convivência seria inevitável.

Sorrio, apesar do nervosismo, pego minhas coisas e vou para o banho. Espero que a água quente tenha efeito relaxante e quando saio estou calma o bastante para não desmaiar. Os Cullen são uma família pra mim também, a opinião deles importa muito para mim.

—Bella – Edward me puxa para seu abraço – O bebê muda tudo. Como vai se transformar depois da formatura se quiser amamentar? Além disso, vai querer ficar para sempre assim e ver seu filho envelhecer.

—É melhor adiar os planos – eu digo – Pensamos melhor nisso quando o bebê nascer. Mas talvez... Talvez eu queira permanecer como humana. Preciso pensar nisso com mais calma.

—Não sabe o quanto me agrada ouvir isso – ele dá seu sorriso torto e meu coração acelera.

—Quero só ver quando você tiver de dizer que sou sua mãe, sua avó... – resmungo enquanto pego a minha bolsa.

—Vai continuar sendo a minha Bella – ele me beija rapidamente e vamos para o carro.

A casa dos Cullen é imponente e grandiosa. Qualquer pessoa se sentiria intimidade, mas só me trazia conforto e a sensação de lar. Esme e seu jeito tão maternal, minha segunda mãe. Carlisle sendo o pai de todos. As bricadeiras de Emmet. Alice e seu jeito espevitado. Jasper se mantinha ainda mais distante depois do incidente no meu aniversário, não éramos próximos mesmo antes. Rosalie demonstrava completa desaprovação pela minha insistência em querer me tornar vampira o tempo todo. Duvido que ela fique feliz pelo motivo que talvez me faça desistir.

—Precisamos falar com todos – Edward diz assim que entramos e em segundos todos estão na sala – Temos algo importante para contar.

—É sobre a transformação depois da formatura – Rosalie cruza os braços e me olha mal humorada, deixando claro sua desaprovação – Mas pra contar o motivo, preciso voltar um pouco. Para quando vocês foram embora. Durante aquele período difícil - Esme me olha culpada e tento suavizar minhas feições para deixar claro que não há mágoa pelo que passou -  Me tornei mais próxima de meu amigo Jacob, que vocês talvez não saibam, mas ele é um lobisomem. E bem, eu... É constrangedor dizer - nervosa e envergonhada jogo o cabelo para trás e respiro fundo - eu me envolvi fisicamente com ele e eu estou grávida. Isso não muda nada entre eu e Edward. Estamos felizes juntos. Então os planos para a transformação estão adiados. Talvez cancelados.

—Ótimo – a voz de Rosalie pinga ironia – Seja feliz com seu cachorrinho. Tenham uma família feliz! Rosalie me dirige um olhar profundo que eu não sei  identificar e sai em disparada e Emmet me olha, como que pedindo desculpas e some atrás de sua loira. Um silêncio constrangedor se mantem até que Esme vem até mim, parabenizando. Sei como sempre quis ser mãe, como foi e perdeu seu bebê logo após nascer. Carlisle também. Alice já sabia e Jasper se mantém a distancia, mas me sorri e sei que está feliz.

—Bom, foi como eu esperava – digo a Edward – Podia ter sido pior.

—Correu tudo bem – Edward me abraça e eu me aconchego em seus braços – Vai dar tudo certo.

—Espero que sim – sorrio mais esperançosa de que dará tudo certo.

A noite, Edward canta novamente e eu adormeço. Estou ficando mal acostumada. Resolvemos que só as pessoas importantes saberão. Angela e Ben. O resto saberia conforme a barriga crescesse. Iriam surgir os boatos e eu não os desmentiria.

Iriamos depois da escola fazer a primeira consulta com Carlisle. Pelas contas eu devia estar com dez ou onze semanas. Angela, um amor como sempre, me abraçou e parabenizou. Disse que um dia também teria os seus e cutucou Ben.

Edward e eu fomos para o hospital e Jake nos encontrou lá. Poderia cortar um pedaço do clima que ficou quando estavam na mesma sala de tão denso. Havíamos decidido por uma trégua, mas não era como se o que passou sumisse. Carlisle como sempre foi ótimo, paciente e calmo, controlando os ânimos.

—Está tudo na mais perfeita ordem, Bella – Carlisle me sorri – É uma gravidez normal. Você está com 11 semanas. Quer ouvir o coração? – a voz de Carlisle é suave e me tranquiliza de todo o nervoso que sinto.

—Sim, por favor – eu peço.

Logo o ambiente é preenchido com batidas rápidas tornando mais tangivel o fato de que em meses teria um bebê em meus braços. Meu filho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Vou aproveitar a internet e programar alguns capítulo. Um milhão de beijos e até o próximo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crescente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.