Estava indo buscar Tyler na reserva. Ele tinha dormido lá e eu teria que logo depois ver com Alice outra prova do vestido. Provavelmente entraria para o livro dos recordes de tantas provas que já tinha feito.

Assim que cheguei Jake veio me receber, me abraçando com sempre.

—Onde está Tyler?

—Lá dentro com o avô babão dele. Podemos dar uma volta?

—Podemos, claro.

Dessa vez não fomos para a praia, mas para dentro da floresta. Caminhamos um bom tempo até que paramos e sentamos em um grande tronco caído.

—Bells, eu sei que seu casamento com o sanguessuga é em alguns dias, mas Bella, algumas coisas você tem que reconsiderar.

—Jake...

—Bella, eu sei que você me ama. Ama o sanguessuga também, sei disso. Mas o que vivemos aquela noite mais de um ano atrás, não poderia ter sido como foi se não me amasse.

Antes que eu pudesse dizer algo, Jake me beijou. A principio relutei, mas talvez meu corpo tenha me lembrado daquela noite. O fato de Jake não precisar se conter para não me machucar não me ajudava muito.

Eu amava Jake. Bastante, mas não como eu amava Edward. Jake desceu seus beijos por meu pescoço e eu tive que pará-lo, por mais que uma parte de mim não quisesse.

—Jake... – eu ainda estava sem fôlego.

—Bella, podemos ser uma família.

—Nós já somos, Jake, só não uma convencional. E, sim, Jake, eu te amo. Eu só não queria ver. Mas eu te amo só o bastante pra magoar todos nós – eu mexia nos cabelos ansiosa, nervosa – Eu... Preciso ir embora, Jacob. Agora.

Fomos em silêncio para sua casa. Cumprimentei rapidamente Billy e peguei Tyler. No caminho para casa, ligo para Alice dizendo que me atrasaria. Não sei se era a minha voz ou algo que ela tinha visto, mas não reclamou e só disse que Rose e Esme pediram para eu levar Tyler.

—Bella – Rose me recebeu na porta.

—Oi, Rose – ela veio até mim e Ty já esticou seus bracinhos para a loira que o recebeu feliz.

—Onde está Edward? – pergunto, olhando para os lados ansiosa querendo acha-lo.

—Na floresta – ela apontou pra lá – Acho que não deve estar longe, ligo pra ele – Rose pegou seu celular e ligou para Edward, falando rápido demais para que eu compreendesse.

—Obrigada, Rose.

—Por nada, agora vou levar essa fofura lá pra dentro que Esme já deve estar louca.

Sorri em concordância e me sentei nos degraus da entrada a sua espera. Não demorou muito para que ele aparecesse e a culpa me consumisse. Como poderia eu amar duas pessoas? Edward é tão bom comigo, me ama tanto e ama Ty também apesar das circunstâncias.

—Oi, amor – Edward veio até mim e me beijou de leve – Rose disse que você estava estranha, nervosa.

—Podemos conversar? Não pode ser aqui.

—Claro – andamos em silêncio nos embrenhando na floresta – O que quer me dizer?

—Edward... – as lágrimas escorrem – Você não vai querer mais casar comigo.

—Claro que quero, Bella. Eu amo você e não tem nada que eu queira mais.

—Mas eu fiz uma coisa horrível, imperdoável... E-eu beijei Jacob.

—Bella...

—E eu o amo. Odeio dizer isso.

—Eu sei – sua voz é calma.

—Eu te amo tão mais... Como já sabia?

—O laço de vocês. Ele fez parte de um momento da sua vida. Ajudou-a a se recuperar dos ferimentos que eu causei. Já sabia que você o amava. Você chama meu nome enquanto dorme, mas também chama o dele.

—Edward, eu te amo tanto – agora eu soluçava – Sou uma pessoa horrível.

—Você é humana, meu amor isso acontece com humanos. Em uma analogia somos como Sam, Emily e Leah.

—É assim mesmo. Só o amo o suficiente para fazer todos sofrerem – ele me abraça e minhas lágrimas molham sua roupa – Você ainda quer se casar comigo?

—Nada me faria mais feliz do que torná-la Sra. Cullen – eu sorrio entre as lágrimas e o beijo.

Dia do casamento. Estava na mansão Cullen desde que acordei, Alice me sequestrara. Ty estava no andar debaixo com Esme e Renée. Tomei banho, fiz o cabelo, a maquiagem e Alice ainda fez um ajuste final do vestido – eu ainda estava voltando ao meu corpo normal – e ela e Rose pareciam bastante felizes em brincar de boneca comigo.

Alice seria minha dama de honra, entrando com Tyler no colo e Rose tocaria piano – a segunda melhor pianista da família. Tudo acertado, todas prontas, eu só aguardava o sinal para entrar quando Charlie e Renée chegaram.

—Bella, filha! – Renée veio até mim com Tyler no colo – Você está tão linda.

—Tenho que concordar. Está linda!

—Obrigado – sorri sem graça com os elogios – Tyler está uma graça.

Meu pequeno está com um terninho para bebês, a coisinha mais lindinha do mundo.

—Renée, pode ir que nós já vamos, agora me dê esse pequenininho – Tyler gargalhou quando Alice o pegou e girou levemente – só um pouquinho pra não sujar a roupa.

—Estarei lá embaixo – Renée beijou meus cabelos e foi junto com Rose que tomaria seu lugar no piano.

—Não me deixe cair, pai – disse enquanto me posicionava de braço dado com Charlie.

—Nunca – Charlie beija meus cabelos e eu sorrio.

—Conte até cinco depois que eu entrar – logo Alice ntrava deslizando com um Tyler bastante sorridente em seu colo. Meu pequeno adora gente, muito diferente de mim e parecidíssimo com o pai.

Depois de contar até cinco, entramos. Assim que vi Edward meu coração falhou uma batida. Tão lindo e no altar esperando por mim. Jamais me acostumarei com o amor que sinto por ele. Por mim esqueceria todo o casamento e cerimonia e correria para seus braços. Mas o aperto de Charlie me fez manter a lucidez.

Quando Charlie me deixou ao lado de Edward nossos olhos se prenderam um no outro e a única coisa que eu captava era Alice atrás dele com Tyler no colo. Os olhos âmbar que eu tanto amava. Ainda não conseguia entender como alguém tão perfeito, me amaria tão intensamente.

—Aceita, senhorita Swan? – a voz do reverendo se fez presente e me tirou um pouco do transe.

—Aceito – minha voz era fraca.

—E o Senhor Cullen?

—Aceito.

O resto não me importava até que ele disse que poderíamos nos beijar. Mais do que satisfeita me lancei em seus braços para beijá-lo. Instantaneamente esqueci toda a plateia que tínhamos e éramos só nós dois.  Lentamente Edward parou o beijo e me lembrei de todos que nos assistiam e aplaudiam.