O Jogo Assassino escrita por Nabea
“Tão engraçado como as pessoas acham que conseguem encontrar algo com as coisas que deixo para trás! Se eu deixei foi por algum motivo...”.
— Assassino de New York.
Mesmo no começo da estação, o clima da primavera estava agradável, nem parecendo que dias atrás ainda era inverno!
Michael fazia a volta pelo Central Park vazio no momento, enquanto as folhas das árvores ali espalhadas para enfeitar há rua e o parque, mexiam-se ao ritmo do vento, reproduzindo um harmonioso som. Era encantador a beleza que essa criava, não dando duvida o motivo de ser um dos pontos turísticos da cidade.
— É bem mais bonito pessoalmente. — Mika sussurrou, observando o parque com olhos brilhantes de admiração e surpresa.
— Realmente — concordou Lenon, sem olhar o parque que já conhecia. Em consideração, observou a colega, qual estava a sorrir como uma criança que realizava um sonho tão desejado.
Era possível ela nunca ter visto esse?
Mas, ao invés de perguntar, Lenon permaneceu em silêncio, observando-a, qual continuava concentrada no local que começava a sumir a cada momento que o carro criava distância. E assim que esse sumira por completo, ajeitou-se no banco, ainda sorrindo, só que agora de satisfação.
— Visite no outono — sugeriu sorrindo de canto. Mikaella lhe olhou pelo retrovisor, deixando claro sua confusão —, fica bonito quando as folhas estão caídas no chão. — Explicou olhando para a direção donde o parque estava.
Mikaella concordou após imaginar tal paisagem, e depois disso, o caminho à delegacia prosseguiu em silêncio.
12° Departamento Policial de New York.
Mais alguns quilômetros foram prosseguidos, até que Michael parou o veículo frente a um edifício alto e largo de paredes beges; com grandes janelas de vidro temperado e fumês; uma entrada em porta dupla, de mesmo vidro, por onde oficiais e civis entravam e saiam, e arredor enfeitado por viaturas estacionadas, prontas para uso. Ao lado da porta, o brasão da polícia fazia presença, junto com as inscrições: “Police Depertment City of New York”*.
Após observar o edifício, Michael olhou a tela do celular e como previsto: haviam chegado rapidamente. Satisfeito, saiu do carro junto aos colegas, trancando-o e, assim, pegaram caminho a porta, adentando sem hesitação.
Seu interior era simples: chão e paredes de cores claras, dando a impressão de ampliação, junto à distribuição das luminárias plafon que proporcionavam uma iluminação mais que eficiente, e as janelas, ainda fechadas, impediam a invasão do ar, sendo o único a circular provido do ar-condicionado e a porta aberta. No canto direito havia cadeiras azuis em fileira, semelhante a uma sala de esfera, e a frente dessas um balcão de madeira, da qual os agentes se direcionaram. Ao se aproximarem viram que, atrás daquela “barreira”, sentada, estava uma morena a mexer no computador, concentrada.
— Boa tarde... — Michael chamou-lhe a atenção, esgueirando-se no tampo envernizado —... Susan — completou ao ler o nome no crachá preso à camisa.
A moça ergueu o olhar, sem interesse, mas ao deparar-se com esses que, pela postura, denunciava um alto cargo e serviço, abriu um sorriso.
— Boa tarde, no que posso ajudar? — sua voz era serena, e o sorriso, mesmo esboçado de última hora, era completo de gentileza.
— Poderia, por favor, informar a nossa chegada a Mye?
Susan assentiu a cabeça e sem questionar, levantou-se indo a passos lentos em direção à porta — que escondia a escada de emergência — ao lado do elevador, sumindo assim que essa fora fechada.
— Mye? — questionou Lenon com uma expressão confusa.
— Policial que conversei por e-mail — deu de ombros. — Ela trabalha no caso.
Assim respondido, mais nenhum comentário fora feito, e em silêncio, ficaram à espera.
Pouco tempo depois Susan voltou pela porta que adentrara, junto à outra mulher: oficial Mye, portadora de cabelo negro e liso, preso em um rabo-de-cavalo-alto; os olhos puxados da cor de ébano; pele branca e rosto de traços lever.
— Obrigado. — Michael agradeceu Susan que já se preparava para sentar-se. Essa lhe deu um último sorriso.
— Boa tarde — cumprimentou a policial uniformizada que se aproximou sorrindo. — Michael, Lenon e Mikaella — a cada nome se virava ao dono —, estou certa?
Concordaram sorrindo.
— Prazer, sou Mye. — Apresentou-se, estendendo a mão, recebendo um aperto de cada um: um sem muita força, mas ainda assim firme. — Eu já avisei o Ramires, ele só está à espera. — Os três assentiram e, assim, deram as costas ao balcão pegando caminho ao elevador, para a sala do chefe.
***
A conversa com Ramires fora rápida. O homem de cerca 53 anos — que nunca pensara em aposentadoria até então —; portador de fios cinzentos pela aparição dos grisalhos; pele parda de rosto enrugado, não apenas pelo tempo como também pelo estresse do trabalho; postura para o cargo que exercia e olhos escuros que mostravam seriedade, esclareceu tudo que estava acontecendo há tempos.
Em meio a seus dizeres era perceptível o nervosismo, deixando mais claro o motivo de ter, enfim, chamado o FBI: desespero; derrota.
Após a conversa dera permissão para pegarem as provas que possuíam, tanto que estavam no galpão cheio de estantes preenchidas por caixas de vários outros casos, formando corredores.
— Achei! — exclamou Mye em algum dos corredores. — Aqui tem todas as provas que achamos e as que foram disponibilizadas pelo Laboratório Criminal. — Apareceu com duas caixas marrons nos braços, equilibrando-os. Ambas tinham em suas laterais uma fita branca, onde lia-se em letras garranchadas “8 Assassinatos – NY”, sua identificação.
Lenon, ao vê-la com as caixas, foi em sua direção, pegando-as de suas mãos.
— É... — ficou sem o que comentar, olhando o homem levando as caixas até a mesa ali perto. —... Obrigada. — Agradeceu envergonhada ao juntar-se ao trio. — Bem, isso é o que temos — disse com certo receio, olhando a caixa ainda fechada —, espero que ajude.
Black as despampou e começou a esvazia-las aos poucos, tirando as evidências: uma por uma.
— Bastante coisa, não? — expôs Mika com a testa franzida, após ver o amontoado de papeis de relatórios, fotos e outros, dentro da caixa.
— São tudo dos 7 casos... — Mye assentia a cabeça, decepcionada —... que não deram em nada.
Michael olhou cada prova espalhada sobre a mesa, até que, em suas mãos parou um plástico, qual guardava um pedaço de folha: um bilhete. E desse não se desfez.
— E isso aqui? — indicou levantando-o diante os olhos, contra a luz artificial do ambiente, mas não tinha nada a olho nu, apenas uma porção de números e letras espalhados no papel cinco por cinco.
Outra negação com a cabeça:
— Procurei algum significado; alguma digital; sangue; saliva, alguma coisa... — pegou um dos outros plásticos e analisou o papel, mais uma vez, como fazia todos os dias —... Mas não achei nada. — Concluiu com voz baixa, ainda mais decepcionada e um tanto cansada, devolvendo à evidência as outras: pois como sempre, não encontrara nada diferente.
Nenhum comentário, a única coisa que continuou a ouvir eram as folhas sendo viradas. Ao chegar ao fundo da última caixa, Lenon tirou outro plástico que zelava a preservação de uma faca de cozinha bem afiada, de punho de couro e sangue seco em sua lâmina.
— Arma do crime? — questionou enquanto observava cada detalhe da faca, que era pouco.
— Mais ou menos — encolheu os ombros ao responder. Os agentes pararam de olhar as provas e lhe encararam, confusos. Soltou um suspiro, antes de começar a explicação: — Dia 28 de Fevereiro, no quarto homicídio, encontramos a faca... — pausou e começou a vasculhar as provas —... Mas não foi usado para matar o casal — concluiu colocando cinco papéis em um lado isolado na mesa: duas fotos de casais diferentes; dois exames de sangue e um da autópsia.
As Indicou, quais os agentes leram com atenção, logo entendo.
— Esse aqui foi o casal do dia 28 de Fevereiro — indicou a foto do casal de cabelos negros. Analisando-os do queixo para cima aparentavam estar em um sono agradável, porém, a foto toda deixava claro que não, que estavam mortos, em um sono profundo que nunca mais iriam acordar, qual os tomara sem a menor compaixão.
A pele um dia morena estava sem cor, branca como papel, por causa do sangue que esvaiu de seus corpos, qual estava espalhado por toda parte, evidenciando a tragédia que aconteceu lá. O carmesim que lhes pintava a parede; a roupa; o corpo e, a cama estava seca na hora da foto, deixando claro de onde vinha tanto sangue: pelo corte brutal em horizontal na garganta, três dedos acima da clavícula, tão profunda que dava para ver o osso, a carne, as artérias cortadas... A real intenção do assassino: de lhes cortar a cabeça.
— Se não foi utilizada neles... — Lenon desviou a atenção da foto, atordoado pela visão, mas não com medo —... em quem foi?
— No primeiro casal — retrucou apontando para a foto que sobrara: outro casal, esse portadores de cabelos chegando ao grisalho. Eram outras vítimas e em outro local — nesse caso na sala de sua casa, em um sofá antes bege, agora pintado de vermelho —, mas sua forma de morrer fora a mesma: o sangue estava espalhado por todo o local; os olhos abertos, com puro medo e agonia, ou antes, era, pois agora eram inexpressivos, buracos ocos olhando um ponto específico, sem significado; a boca aberta como se fossem falar algo — ou dar o último grito de socorro, qual fora impedido — e a garganta cortada brutalmente, deixando suas cabeças pendendo para o lado, quase desprendendo-se do corpo. — Mas, infelizmente, não tinha nada, a não ser o sangue que confirmou o que agora sabemos.
Os agentes olharam a faca, depois as provas ali espalhadas, e então perguntaram-se: “O que queria com aquilo?”.
— Ele fez isso para nos atiçar! — Praguejou Mye, com certeza em timbre.
Os outros a ouviram, mas nada comentaram. Tinham anos de experiência e sabiam que, se existisse algo desse tipo em uma cena de crime, era porque o assassino queria...
“Não.” A negação surgiu ao ouvir a policial. Mesmo a curiosidade — assim possa dizer — e a duvida lhes envolvendo a mente, sabiam que não era aquilo. “Ele só quer zombar”. Era típico de criminosos daquele tipo: brutais, cruéis, sem sentimento e perfeccionistas.
Mika, que dispersara a questão rapidamente, voltou a olhar as provas:
— Vocês não têm a relação familiar? — questionou após em meio a tantos papéis não achar esse.
Mye negou com a cabeça.
— Tudo bem — Mikaella sorriu —, isso já é suficiente. — Guardou o que tinha em mãos, logo recolhendo as outras para ter o mesmo fim. — Obrigada Mye — agradeceu tampando as caixas. — Qualquer informação nós avisamos.
A policial sorriu, concordando com a cabeça. E, com as caixas nos braços, despediram-se e deram as costas, indo embora.
Agora iriam trabalhar para, além de desvendar o assassino, acabar com seu jogo! Jogo que nem sabiam o quanto complicado será.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
* Significa: “Departamento de Policia da Cidade de Nova York”.
Como prometido, está aí! Espero que assim me perdoem :3
Desculpe pelos erros, mas espero que tenham gostado ♥ E estou feliz, porque agora os capítulos vão começar a ser mais “interessantes” — espero kkkkk —, com mais mistério! Então: semana que vem eu irei postar outro capítulo, sem falta!
Agradeço por estarem lendo e até a próxima. Tenham um bom feriado, semana e fim de semana!! ♥ XD