Love Story escrita por Fofura


Capítulo 203
De Volta à Las Vegas


Notas iniciais do capítulo

Leitores Fantasmas
Quem são?
Onde vivem?
O que comem?
Algum dia, no Nyah Repórter



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Dois dias depois, o casal já estava chegando em casa. Não achavam que voltariam a Vegas tão cedo. Tinham algumas coisas pra fazer e tinham que decidir o que fariam primeiro.

Decidiram guardar as coisas, se acomodar, tomar banho, comer alguma coisa e depois sair. A questão era, ir atrás de um médico pra acompanhar a gravidez e fazer todas as consultas direitinho, ou ir direto ver os amigos e depois ver isso.

Resolveram ir atrás do mais importante primeiro e demoraram um bocado pra achar um profissional que não cobrasse um absurdo pra cuidar dela e fazer seu parto. Mas conseguiram achar a doutora Suzanne que era um amor de pessoa e que lhe garantiu que iria ajudar a trazer seu bebê pro mundo, um poço de humildade e simpatia. Ela disse a mesma coisa que o médico do México disse sobre os riscos da gravidez tardia, e que poderia ser tranquila se ela seguisse a risca todas as recomendações.

Com tudo certinho e as consultas marcadas, Gil e Sara partiram pro laboratório. A essa altura todos lá já sabiam da novidade e não teve um que não falou com eles quando chegaram. Catherine combinou de fazer um chá de bebê em sua casa, mesmo o casal dizendo que não precisava, e chamou geral enquanto eles ainda estavam no Ishmael. Inclusive, Gil e Sara mandaram mensagem para Russell e Betty enquanto ainda estavam em alto mar pra dar a notícia. Mandy e Wendy ficaram sabendo por Henry. O resto da galera que estava longe e não eram tão chegados, só saberiam se a fofoca se espalhasse, e com rede social é questão de um post só.

Foi uma grande festa, Gil e Sara foram abraçados com muito carinho, quase não cabia tanta felicidade no ambiente. Infelizmente não conseguiram bater muito papo nem paparicar os novos papais, pois estavam atarefados, mas o casal conseguiu falar com todo mundo.

Na hora que estavam voltando pra casa, Sara parou por um instante.

— Honey?- Gil estranhou. — O que foi?

Sara parou pra pensar em toda alegria que compartilhou com os amigos minutos atrás e só conseguiu pensar em três pessoas.

— Antes de ir ver minha mãe, eu quero ir em outro lugar.

— Está bem. Onde?

— No cemitério.

Gil demorou poucos segundos pra entender o porquê. Sem dizer nada, eles foram primeiro onde Warrick estava enterrado, pois os túmulos que queriam visitar eram em lugares diferentes.

Compraram flores no caminho e quando chegaram, sentiram uma pontada no coração.

Ajoelharam e depositaram uma das flores no túmulo. Ficaram em silêncio por um tempo e Sara suspirou.

— Desculpa não te visitar com frequência. Oito anos se passaram e tentamos superar todos os dias.- Grissom fechou os olhos ao ouvir as palavras de Sara. — Queríamos que estivesse aqui, curiosos pra saber o que você diria quando descobrisse que ia ganhar um sobrinho.- sorriu e uma lágrima caiu. — Tenho certeza que onde quer que esteja, você já sabia antes de eu contar.- tentou secar as lágrimas inutilmente. — De qualquer forma, eu queria te contar pessoalmente.- soluçou e deitou a cabeça no ombro de Gil quando o sentiu abraçá-la.

— Sentimos sua falta, Warrick…- ele completou também secando uma lágrima olhando pro túmulo do amigo, praticamente filho, que perdeu.

Alguns minutos em silêncio pelo luto e pela saudade e Gil sugeriu que fossem embora. Mas antes de irem pra casa, Sara quis passar no outro cemitério pra deixar as outras flores.

Minutos depois, estavam mais uma vez andando entre túmulos onde Sara procurou por dois específicos. Como já sabia onde estava um, foi direto pra lá e suspirou ao chegar.

— Ainda não consigo aceitar que você se foi…- Sara falou baixinho colocando as flores na lápide da amiga. — Não é justo…- uma onda de choro quis vir e ela segurou. — Você com certeza seria a tia que ia estragar meu filho…- Sara riu com a frase e uma lágrima teimosa caiu. Grissom, que estava em pé, lamentou, mas também sorriu. Não chegou a conhecê-la, mas dava pra ver o quanto ela era importante para Sara. — A tia Julie seria uma comédia…- sua voz embargou e com dor ela exclamou. — Você tinha que poder ver ele nascer, Finn… Greg e Morgan estão namorando e nós tínhamos que ter surtado juntas…- Sara fungou e secou as lágrimas. — Você tinha que estar aqui pra tentar levar meu filho pro mal caminho e dizer que casamentos são horríveis.- Sara conseguiu rir com esse pensamento, mas a dor era dilacerante e ela fechou os olhos deixando mais lágrimas caírem.

Grissom odiava vê-la chorando e sentia a dor dela em suas palavras, ainda mais pela morte de Finlay ter sido tão recente. Demoraria um pouco pra ferida cicatrizar como a de Warrick demorou.

Mais alguns minutos ali em pura tristeza, e Sara se despediu dela, passando rapidamente pela lápide de Anthony, onde depositou não só as flores, como um beijo em dois dedos com a mão aberta e tocou a mesma lápide, como se dissesse que também sentia falta dele.

Grissom não se importou com isso, pois ela já tinha lhe dito que eles eram amigos e que o rapaz tinha salvado a vida dela. Isso o fez lembrar que Sara não lhe contou todas aquelas quase mortes que disse que contaria.

De qualquer forma, ali não era o local e nem o momento adequado pra isso. A abraçou pelos ombros e assim foram pra casa.

O caminho foi silencioso, e naquele clima melancólico, Gil puxou Sara pro sofá e ficou ali quietinho com ela, compartilhando de sua dor ao lembrar dos amigos já falecidos, como de sua felicidade em “contar a eles” que estava esperando um filho dele. Sorriu com esse pensamento e deixou-se levar pelas memórias, a trajetória dos dois até ali.

Sara percebeu que ele estava aéreo e o tirou do devaneio.

— Tudo bem?

— Hm?- ele voltou a si. — Ah, sim. Tudo bem.- sorriu com o canto dos lábios e beijou sua testa. — Eu… lembrei de uma coisa quando visitamos o cara do esquadrão.- Sara ergueu uma das sobrancelhas. — Você disse que ia me contar os perigos que passou. Anthony te salvou de uma bomba?

Sara então contou da bomba que teve que segurar por vinte minutos, do tiro de raspão que levou, do tiro que quase levou no estômago por estar na lista de um atirador, da quase intoxicação e claro, todo o rolê de seu pior aniversário.

— Espera, então… quando me ligou daquela vez e eu te contei sobre o Hank, você… tinha ligado pra se despedir porque achava que ia morrer?

Sara assentiu com uma expressão de dar dó.

— Você achou estranho o lugar onde eu estava, mas eu desconversei. Eu só queria te ver uma última vez e dizer que te amava, mas você ia perceber.

Grissom a abraçou forte. Nem conseguia imaginar o quanto todos aqueles eventos impactaram a vida dela, e em todos eles, Gil estava longe. Sentiu-se péssimo mais uma vez.

— O último é mais cabeludo…- ela tentou quebrar a tensão que se instalou ali, mas com o assunto era meio difícil, então logo o clima ficou pesado de novo. — Lembra da Edie?

— Claro, a garçonete do Frank's, uma graça.

— Pois é… ela está morta.- Gil abriu a boca em choque. — Todos os fregueses frequentes do Frank's, Gil…- Sara ficou triste ao lembrar. — Edie, Dália, Connie, aquele casal de idosos… foi uma chacina…- Gil estava pasmo com as mãos na boca e nariz. — Eu achei que tinha sido o cara que estava perseguindo a Edie, mas foi o Vincent.

— O Vincent???

— Problemas de família, o plano dele deu errado. Foi ele que matou a Edie, porque ela testemunhou tudo, não o psicopata. Eu confrontei ele e… ele não gostou muito. Me vigiou por meses, leu meus e-mails, entrou na nossa casa…- Gil não tinha reação enquanto ela falava, de tão aterrorizado com a situação. Achava que não podia piorar, mas podia. — Gil, ele foi atrás da minha mãe, ele tinha o seu número no celular dele.

— Meu Deus…

— Ele fez da minha vida um inferno até ser preso. Isso aconteceu quando ele tentou me matar. Fui tentar fazê-lo parar e ele quase atirou em mim, Nick me salvou. Basderick decidiu agir sabe que dia?- Gil ergueu as sobrancelhas. — No meu aniversário.- Sara sentiu o nó em sua garganta. — O dia que deveríamos ter jantado juntos no Mediterranean.- Grissom fechou os olhos com força. Se tivesse ido… — Você não apareceu lá, mas ele apareceu.

— Quando Jim me disse que tinha sido seu pior aniversário, eu não imaginava que esse era o motivo… eu…

— Espera, como assim "quando Jim disse"?- interrompeu, surpresa.

— Ele me ligou quando soube do divórcio pra me dar uma bronca.- Sara colocou a mão na testa e se apoiou no cotovelo. — Eu mereci ouvir tudo o que ele disse, está tudo bem.- disse ao ver a reação dela.

— Eu pedi pra ele não fazer isso, Gil.

— A Catherine também ligou. Eles se importam com você, honey. Eu entendo os motivos e hoje em dia eu até concordo com o que fizeram. O fato é que não teria passado por isso se eu tivesse ido até lá, se eu… se eu estivesse com você.

— Amor, eu não quero que se culpe mais, está bem?- tocou o rosto dele com as duas mãos e acariciou com uma. — Eu só estou te contando tudo isso porque você me pediu. Já passou, não há nada que você possa fazer, já aconteceu. Eu já me recuperei de todas essas situações embaraçosas.- olhou bem pra ele, com dó daquela carinha, e sorriu com o canto dos lábios. — Tá? Promete?

Ele sorriu do mesmo jeito, assentiu e a abraçou.

~ ♥ ~

No dia seguinte, Sara foi visitar sua mãe pra ver como ela estava e já lhe dar a notícia de que seria avó, e lá pro fim da tarde, recebeu a visita de sua sogra. Betty apesar de apreensiva com a gravidez tardia, ficou super feliz pelos dois e passou um bom tempo lá com eles conversando.

Outra que também soube da gravidez de Sara, foi Heather. Grissom estava tão feliz que teve que contar para a amiga que seria pai. Sara não achou ruim. Tinha aceitado que Gil gostava muito dela e que a amizade deles era bem forte, não ia proibi-lo de manter contato com a terapeuta, era ridículo isso. Ainda mais depois da força que ela deu pra ele.

E, com a chegada da décima segunda semana, Sara se preparava para o seu primeiro ultrassom.

Grissom estava mais ansioso que ela, sempre inquieto e nervoso. Sara ria do nervosismo dele.

— Amor, relaxa. Parece até que vai tentar passar numa prova.

Suzanne riu.

— É o primeiro que eu vejo tão ansioso assim. Respira, campeão, você vai ouvir um coraçãozinho logo, logo.

Sara sorriu e acariciou a mão do marido que segurava a sua.

— Prontos?

Eles assentiram e a doutora passou o gelzinho e o aparelhinho por cima da barriga de Sara. Com o indicador, ela os orientou onde olhar na tela.

— E olha a primeira imagem do neném de vocês.- os três sorriram. — Como sabem, ainda não é possível saber o sexo, mas escutem só…- fizeram silêncio e prestaram atenção no som. Eram batimentos cardíacos e na imagem preta e branca meio confusa, eles conseguiam ver algo pulsando. — Esse é o coraçãozinho dele.

Sara tapou a boca e o nariz, emocionada com o momento que estava vivendo e que jamais imaginou que aconteceria. Gil estava sorrindo pra tela e nem percebeu uma lágrima traiçoeira escapar. O casal se olhou no mesmo momento e sorriram sem esconder a emoção de mamãe e papai de primeira viagem.

Grissom se aproximou e depositou um beijo em sua cabeça, agradecendo silenciosamente tudo o que Sara estava lhe proporcionando na vida desde que a conheceu.

~ ♥ ~

Um mês se passou e com a chegada de Rayle e Rebecca — que, inclusive, levaram as primeiras roupinhas de presente pro bebê e o casal quase morreu de amores —, Gil ficou mais tranquilo em arrumar algo pra fazer já que estava longe do mar. Falou com Sara em voltar a lecionar, pelo menos nesse tempo que ficariam em Vegas, e a morena achou uma ótima ideia ter o professor Grissom de volta.

Mas isso só depois do ressesso de fim de ano. Faltavam apenas quatro dias pro natal e eles resolveram fazer a ceia na casa do casal já que agora dava. Já tinham combinado tudo, cada um ia levar alguma coisa. Gil, Sara, Rayle e Rebecca ficaram com o principal, o peru e a decoração do ambiente. Gil e Sara o peru e a mesa de jantar, Rebecca e Rayle a árvore e a sala.

Enquanto o dia de preparar tudo não chegava, eles faziam suas coisinhas rotineiras. Era uma tarde fresca em nevada, era inverno, mas estava ali em seus 16ºC. Rayle tinha saído com Rebecca e os pombinhos ficaram em casa assistindo um filme de suspense.

Lá pra metade do filme, Sara ficou com fome e aquilo não podia esperar.

— Amor?

— Hm?

— Estou com vontade de comer bolo de chocolate com recheio de prestígio.

— É só vontade? Vai passar né?- ele brincou.

— Não! Eu quero.- riu da provocação.

— Desejo de grávida tão cedo?- riu também. — Está bem, vem.- levantou e estendeu a mão para ela.

— Ah, me leva?

— Que folgada!- ela riu da cara que ele fez e de como ele disse aquilo. — Levo.- vencido, ele a pegou no colo e ela envolveu seu pescoço — Leve como uma pluma.- começou a andar em direção à cozinha.

— Espera só minha barriga crescer pra você ver o que é “leve”.

Ele riu.

Sara estava com quase quatro meses e sua barriga já estava criando forma. Ainda estava pequena, mas bem redondinha. Gil vivia dizendo que ela estava muito fofa daquele tamanho.

Chegaram à cozinha e Gil a colocou sentada no balcão com cuidado.

— Pronto, abelhinha.

— Obrigada.- ele abraçou a cintura dela e ela enlaçou suas pernas na cintura dele lhe dando um beijinho na ponta da nariz. — Eu faço o recheio, tá?

— Você que manda, sra. Grissom.

Sara sorriu, desceu do balcão e o ajudou a colocar todos os ingredientes no balcão. Foi então que Gil pegou um pouquinho de farinha no dedo e passou na ponta do nariz dela.

Ela espirrou.

— Saúde!- deu risada ao ouvir seu espirro fofo.

Ela pegou um pouco na mão e jogou na bochecha dele. Assim, ele aspirou um pouco espirrando também.

— Saúde pra você também!- deixou escapar a mesma risada..

— Assim não vale! Eu passei pouco em você.- ele jogou um pouco mais na blusa dela.

— Hey! Assim que não vale!- ela jogou mais na camiseta dele.

Pronto. Não tinha mais volta, essa brincadeira resultou em uma guerra de farinha de trigo. Correram pela sala de jantar e pela sala, fugindo um do outro para tentar evitar farinha na cara.

Gargalhavam sem parar.

Os cômodos estavam uma bagunça.

— Eu nem devia deixar você correr, Sara, você não tem juízo.

Com cuidado, ele deitou com ela no tapete da sala, ambos cobertos de farinha de trigo.

— Sobrou alguma coisa pra fazer o bolo?- Sara gargalhou.

— Não é possível!- ele gargalhou também, se deleitando com o som da risada dela.

— Você é maluco.

— Você que me deixa maluco.- fez cosquinha em sua axila.

Ela riu mais uma vez.

— Não se esqueça de que foi você quem começou.

— Então posso terminar.- lhe deu um beijo. — Hmm, que delicioso gosto de farinha.

Sara gargalhou mais uma vez e com isso quase se engasgou.

— Vamos nos limpar.- disse ao se recuperar e tentou se levantar.

— Vamos, mas calma.- levantou e a ajudou nessa tarefa. — Antes de fazermos o bolo e tomarmos um banho, podíamos tirar uma foto na cozinha cheios de farinha de trigo na cara, né?- riu com a própria ideia.

— É.- riu também. — Boa ideia.

Gil pegou o celular e os dois bobões tiraram a foto fazendo caretas engraçadas pra foto ficar melhor ainda. Rayle e Rebecca chegaram no meio do processo e se assustaram com o tanto de farinha na casa. Gil e Sara mostraram a foto, depois que já estavam limpos e o bolo já no forno.

— Claramente a bagunça teria sido pior se estivéssemos com vocês.- comentou a fotógrafa rindo com a filha.

Quatro dias depois, então, chegou a véspera de natal. A família Grissom já preparava tudo, após se arrumarem, pra receberem os amigos.

— Tia Sara, acha que já dá pra saber?

Rebecca passou a semana toda perguntando se já dava pra saber o sexo do bebê.

— Talvez, meu amor, eu vou saber só mês que vem.- a morena respondeu enquanto terminava de arrumar a mesa. Estava descalça, pois não ia arriscar usar salto e ficar com o pé doendo. Seu vestido era mais estilo gala pra manter a tradição, mas era bem clarinho e levinho.

— Eu estou ansiosa!- ela deu uns pulinhos, balançando sua linda saia com suspensório, e Sara riu.

— Seu tio com certeza está do mesmo jeito que você. Só falta dar pulinhos.

Becca também riu.

— O bolão está rolando solto, né?- Abby comentou encostando na mesa esbanjando seu vestido vinho até um pouco abaixo dos joelhos.

Sara convidou Joanna e Bryan pra passar o natal com eles e Abby, mas Joanna acabou ficando doente e o marido ficou pra cuidar dela, porém, deixaram que Abby fosse festejar sem problema nenhum. Inclusive, a garota era pura empolgação quando soube da gravidez de Sara e, sempre que podia ia visitá-la e passar um tempo com ela, ainda mais agora por Rebecca estar na cidade.

— Não acredito que foram adiante com isso.- Sara riu. — As apostas já passaram de três mil dólares.

— Caraca!- exclamou Rebecca. — Tudo isso? Quem apostou em quem?

— Nick está com tudo anotado.- Rayle apareceu com sua câmera em uma das mãos e o vestido preto em outra pra não tropeçar no salto. — Eu não lembro é de mais nada. Só sei que quem foi em "menino" vai ganhar comigo.

— Rayle está confiante.- Grissom comentou enquanto andava até a esposa, lindo com seu smoking. — Estou começando a cogitar a ideia de apostar também.

— Nem pense nisso.- Sara deu um tapa no braço dele fazendo todos rirem. — Nós estamos de fora.

— Podíamos ganhar uma grana pra reformar o quarto de hóspedes pro bebê, honey. Pense nisso como um investimento.

Abby riu da apelação dele.

— Boa, Gil!- Rayle concordou.

— Não incentivem.

Todos sorriram e Grissom lhe deu um beijo na bochecha tocando sua barriga.

Não demorou para a família Willows chegar.

— Quanta mulher linda na minha casa!- Grissom exclamou quando elas entraram.

— Ihh, só tem você de homem aqui?- Catherine foi até ele esbanjando seu vestido vermelho sendo seguida por Lindsey arrastando seu azul.

— Foi tudo planejado.- ele brincou.

— Quem vê pensa que é paquerador.

Elas riram do casal.

— Oi meninas.- Sara cumprimentou não só Helena e Maria, como Lilly também. — Fiquem à vontade, tá? Não precisam ficar acanhadas.

— É, todo mundo aqui é doido.

— Rayle, não diz isso, elas vão querer ir embora.- Abby comentou rindo.

— Ué, você não quis.- disse Lindsey rindo.

— Ah é, vocês disseram isso pra mim da primeira vez.

Maria tinha a idade de Rebecca, Helena era quatro anos mais nova. Ainda estavam se acostumando com a nova família, mesmo depois de quase um ano com Catherine, era a primeira vez que se reuniam com a galera toda. Ou não toda, porque Russell não conseguiu ir, David foi passar com a família da esposa, Archie, Bobby, Crawford e o resto da galera que não era tão chegada não estava lá.

— Dave não vem, estava doida pra apertar o Joshua.- Catherine lamentou.

— Ele está com quase quatro anos, né?- Sara comentou. — Como o tempo passa rápido.

— Ai, nem me fale.- disse Rayle beijando a testa da filha.

— Logo, logo teremos o nosso.- Grissom falou dando mais um beijo na bochecha de Sara e ela quase se derreteu. Deu um nele em troca.

— Eu vivi pra ver o Grissom todo bobinho porque vai ser pai.- Catherine disse encantada com o olhar feliz do amigo.

Não demorou muito pras meninas se enturmarem, nem para Greg, Morgan e Ecklie chegarem, seguidos de Nick.

Rayle foi correndo abraçá-lo. Aqueles encontros periódicos só lhes deixavam saudosos, mas por enquanto era o que dava.

— Ah, minha fotógrafa favorita!- ele retribuiu o abraço forte dela. — Que saudade, meu amor.

— Achei que não viria, não respondeu minha mensagem.- ela desfez o abraço e tocou o rosto barbudo dele fazendo um leve carinho.

— Perdão, eu não vi.- ele tirou o celular do bolso e checou. — Devo ter ficado sem sinal.- ele então guardou e voltou a apoiar sua cintura. — Está brincando né?! Eu não ia deixar de te ver nem se surgissem mil assassinatos pra resolver em San Diego hoje.

Rayle riu e lhe deu um beijo.

Sara quase deu um berro.

— Que bonitinho.- disse Greg. — O Nick é carinhoso, olha só.

Acharam que o texano não tinha escutado até ele levantar o dedo do meio para Greg mesmo ainda abraçado a Rayle. A galera deu risada.

Morgan, com seu chique vestido branco, foi ajudar Sara a arrumar na mesa tudo o que já tinham levado, enquanto Gil recebia Jim, Robbins e, surpreendentemente, sua mãe. Betty conseguiu ir passar o natal com eles e levou uma lembrancinha pro novo membro da família.

— Um ursinho de pelúcia! Que amor.- exclamou Sara agradecendo a sogra e depois perguntou como ela estava.

Betty disse que estava bem e revelou de onde veio aquele ursinho. Sara se emocionou.

— O que ela disse?- perguntou Rayle.

— Disse que esse ursinho era o favorito do Gil quando ele era bebê, e que ela guardou todos esses anos na esperança de dar pro filho dele um dia.- Sara respondeu se segurando pra não chorar.

Todos acharam muito fofo da parte da senhora. Gil e Sara a abraçaram com carinho e agradeceram novamente. Gil lembrava vagamente daquele ursinho de gravata, mas nem sabia que sua mãe o guardava.

Foi um momento marcante.

Hodges e Henry chegaram um pouquinho atrasados, mas com a chegada deles, eles finalmente puderam festejar e, consequentemente, cear depois.

Foi de longe um dos melhores natais que já tiveram, só não foi o melhor, pois não estavam todos ali juntos. Mesmo assim, foi muito especial.

~ ♥ ~

E lá estavam Gil e Sara na ultrassom novamente, assim que a morena completou 16 semanas, pra tentar ver o bebê.

— Será que essa coisinha pequena vai facilitar pra gente hoje?- sorriu a amável doutora Suzanne passando o gelzinho na barriga de Sara.

— Espero que sim.- respondeu ela. — Tem muita gente ansiosa além de nós dois.- riu e os dois fizeram o mesmo.

— As apostas ainda estão rolando?- Sara contou a ela sobre isso. — A maioria votou em qual?

— Estão sim, acho que foram umas 11 apostas em menino e umas 15 em menina.

— Acirrado.- ela sorriu e tentou ver na telinha. — Ah!- ela exclamou com alegria. — Felizmente esse príncipe não é tão misterioso como os que eu atendo geralmente. Quis matar a curiosidade logo.

Gil e Sara ficaram tão emocionados que não tiveram reação de imediato.

— Quer dizer que…- a voz de Sara falhou um pouco. — É… é menino?!

— É sim.- sorriu. — Parabéns mamãe e papai, vocês vão ter um menininho.

Sara soluçou com um sorriso enorme e olhou para Grissom que seguia de boca aberta, com seus olhos azuis marejados.

— Amor…- ela chamou a atenção dele chorando com a mão tapando seu nariz e sua boca, e abafou: — O “sonho”…

Grissom assentiu e sorriu deixando uma lágrima cair. A visão de Sara se realizaria exatamente do jeitinho que ela imaginou. Eles teriam um menino! Eles fariam aquele piquenique de fato com um menininho!

— Você teve um sonho com um menino?- Sara assentiu ainda chorando. — É incrível isso, né? Instinto, no fundo você sabia qual era.

— É incrível… é…- Grissom concordou com a voz embargada, mas não somente com a ideia de Sara já saber, mas por toda essa sensação de ver seu filho na tela crescendo dentro de sua esposa, toda essa emoção de saber que aquele serzinho dependerá deles.

Sara sorriu e tentou secar as lágrimas inutilmente, Grissom fungou segurando a emoção e a abraçou tocando seu cabelo agradecendo silenciosamente por tudo aquilo. Ainda tinha dificuldade de se expressar na frente dos outros.

Apenas quando chegaram do lado de fora, sozinhos de frente pro carro, Gil chorou de verdade.

— E-eu não achei que… sentiria isso um dia…- secou as lágrimas que ainda caíam. — Sara, você…- a morena, ao ver essa reação, voltou a chorar. — Você vai…- tocou a barriga dela ao senti-la tocar seu rosto secando mais uma lágrima dele. —... vai me dar o melhor presente que… eu poderia ganhar.- fungou mais uma vez. — Você tem ideia do que isso significa? Eu vou ser pai, eu…- ele soluçou e Sara sorriu derramando mais lágrimas ainda. — Você é tudo pra mim, isso é…- Sara simplesmente o abraçou forte e ele chorou de felicidade afundado em seu pescoço.

— Nosso garotinho vai ter o melhor pai do mundo…- Sara sorriu e ele fez o mesmo em seus braços.

— Eu te amo, honey… Eu te amo muito.

— Eu sei, meu amor…- respondeu acariciando sua nuca. — Eu também te amo… Nós te amamos…

Grissom sorriu, desfez o abraço e lhe deu o beijo mais fofo e molhado pelas lágrimas que já deram.

Só restava contar pra galera o que descobriram.

Rayle havia ganhado a aposta juntamente com Nick, Catherine, Henry, Mandy, Jim, Crawford, Mitch e uns dois CSI’s do diurno. Lindsey, Greg, Morgan, Ecklie, Hodges, Russell, David, Robbins, Archie, Bobby, Judy, Akers, Vartann e também mais uns três do diurno foram confiantes em menina e se lascaram. A galera que estava longe e ainda mantinha contato como Wendy, Sofia, Langston e etc não apostaram, mas torceram e deram seus  palpites mesmo assim. como a galera que estava perto, tipo Lilly, Abby e os pais.

Fizeram um grupo no Discord com todo mundo que estava participando do bolão quando descobriram a gravidez, e quando o casal colocou que o sexo do bebê era masculino, o grupo virou uma loucura. Não parava de chegar mensagem durante umas duas horas.

Nick tinha tudo anotado então ninguém deu uma de engraçadinho, quem perdeu, perdeu, e quem ganhou era só alegria.

— Eu sabia! Eu sabia!- Rayle saltitava pela sala depois de chegar de San Diego.

Ela e Becca tinham ido passar a semana lá com Nick depois do natal, voltaram pra passar a virada do ano com Sara e em seguida voltaram pra San Diego pra passar mais uma semana com Nick. As férias de fim de ano de Rayle foi viajando de carro pra lá e pra cá com Nick e a filha. Assim que o passou a primeira semana de janeiro, ela voltou pra Las Vegas, dessa vez sem Nick, pra ficar o fim de semana com a amiga antes de voltar pra São Francisco.

— O neném de titia é menino, eu tinha certezaa!

— Eu ainda não sei como tinha tanta certeza, era 50/50.- disse Sara ainda chocada.

— É a primeira coisa que mamãe acerta, ela nunca teve sorte em acertar palpites.- Rebecca fez o casal rir.

— Por isso mesmo eu estou desacreditada, não faz sentido.

— Olha só, esse é meu momento, não tirem meu mérito, poxa!

Riram novamente.

— Já podemos marcar o chá de bebê. Vai ser na casa da Catherine, não é?

— É, mas é melhor montarmos o quarto do bebê antes.- Gil respondeu a pergunta da amiga.

— Já sabem que nome vão dar pra ele?- Rebecca perguntou.

Gil e Sara se olharam e responderam ao mesmo tempo.

— Ainda não.


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Notas finais do capítulo

Atualizei hoje porque ontem não deu, espero que tenham gostado e que deixem um feedback pra eu saber o que estão achando ^^
Abraço de urso e até o próximo :3



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