Durante todo o trajeto não pronunciaram uma palavra, como se não fosse necessário, os dois, fervorosamente, só aproveitavam cada parada para trocarem beijos e carícias. A fala não era de suma importância para os dois, não naquele momento. Bastava um olhar, uma arqueada de sobrancelhas ou um simples sorriso e ambos entendiam o recado.

Quando chegaram, Sara foi a primeira a saltar do carro, olhou o namorado trancando o carro e, como um casal de adolescentes no auge de toda sua forma, saiu correndo para dentro da casa com Grissom no encalce. Só pararam de correr quando avistaram Beth, não podiam passar por ela sem dizer nada. Tinham coisas a acertar.

Sara havia parado bem a sua frente, abraçou seu corpo ainda esguio e, sorrindo ofegante, saudou a mãe:

" Oi mamãe. "

" Oi meu bem." - Ela olhou a mulher que o filho abraçava e sorriu, agora verdadeiramente. - "Vejo que está melhor, Sara. Fiquei preocupada com você. "

" Eu estou bem Dona Beth. Muito bem. Obrigada pela preocupação. "

As duas mulheres começavam a se dar bem, talvez ainda tivessem pedidos de desculpas para trocarem, mas estavam dando um passo importante. Porém não aconteceria agora, Grissom não estava nada paciente por esperar. Estava feliz em ver as duas conversando amigavelmente, mas ele queria outra coisa, queria Sara. Se aproximou ainda mais dela, evidenciando que mais alguém ali estava ansioso para que aquela conversa findasse, e, como quem não quer nada, sussurrou baixo em seu ouvido, sem importar-se com a mãe ali, bem na sua frente.

— Você pode ficar e conversar com minha mãe ou podemos subir. A escolha é sua. - Deu-lhe um beijo estalado na bochecha e sorriu para a mãe.

A vontade da morena era de agarra-lo ali mesmo, no meio da sala com sua mãe de espectadora, mas tinha bons modos e tinha que se segurar. Pousando de boa namorada e boa nora, apenas sorriu para a mulher a sua frente e desculpou-se.

" Sei que temos que conversar, mas estou cansada e Gil logo vai voltar para o laboratório. Nos dá licença? "
" Claro, claro que sim. Bom descanso. " - Ela disse e retirou-se.

Assim que a mais velha saiu da alcance de vista dos dois, eles subiram, Sara sendo carregada pelo namorado com as pernas enlaçadas em volta de sua cintura, trocando beijos intermináveis. Antes mesmo de chegarem à porta, sem perder tempo, ela já havia livrado-se da camisa de Grissom, exibindo seu peito másculo por qual começava a distribuir beijos.

Grissom abriu a porta, gentilmente, como sempre foi, deitou Sara em sua cama e trancou a porta, não queria ser pego em momentos íntimos. Voltou a atenção para a bela morena que ali estava, deitou-se junto dela e, beijando-a iniciou um ritual que ele tanto amava. Dos lábios, desceu ao pescoço, com sua trilha de amor ele tirou sua blusa e deu o máximo de atenção ao lar do seu filho, ao fruto de tudo que eles tiveram.

Tão logo eles estavam se amando, verdadeiramente, tornando-se um só. Ou seria dois? Durante toda a dança sensual que ambos faziam, ambos não deixavam de pensar no que conquistaram: a maternidade e a paternidade. Estavam muito mais do que felizes, estavam realizados. Porém, alguém ainda precisava fazer um certo pedido.

Após caírem, cansados, na larga cama, Grissom viu ali, uma oportunidade ímpar de fazer o que tanto adiava.

— Amor, quero te pedir algo. - Ele sentou-se na cama, sério.

— Pois peça, Gil.

Ele suspirou, não deveria ser tão difícil, eles se amavam, iam ser pais. Era uma mera formalidade do que já estavam vivendo. Mas estava sendo tão difícil formar a pergunta.

— Você tem noção do quanto eu te amo, e do quanto você me faz bem, todos os dias, em todos os momentos. Sabe que mudou minha vida e me mostrou todo o verdadeiro valor da vida, que pra mim, meu bem, é você e o nosso filho.

Ela o interrompeu, sorrindo:

— Eu devo me preocupar?

Grissom virou-se e pegou algo na cômoda, algo que estava lá desde que resolvera dar ouvidos à mãe, tomou as mãos dela para si, as beijou e laçou-lhe:

— Sara, casa comigo?