Awakening escrita por sallyssong


Capítulo 8
Disappointments.




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   O celular de Amber tocara insistentemente sobre a mesinha de centro. Já estava para anoitecer e a menina havia saído, aproveitando o tempo que estava só. Caminhou pelas ruas frias de Londres (apesar do sol, o frio ainda era intenso) chutando algumas pedrinhas no chão que atrapalhavam seu caminho. Ouvia diversos elogios sempre que passava. Amber sabia o efeito que causava nas pessoas, mas ela não se importava. A única coisa que queria no momento era ser como Catherine. E ela abusaria de toda sua sensualidade e seu poder de persuasão para conseguir isso.

Abriu a porta de casa e trancou a mesma, indo até a janela. Abriu-a e sentiu o ar frio passar por sua pele, arrepiando-a até a nuca. Sorriu ao olhar os tons de laranja e rosa colorirem o céu. O crepúsculo sempre lhe chamou atenção. Porém, preferia a noite. A lua e sua magnitude, acompanhada pelas estrelas e seu brilho encantador. Ouviu um barulho de algo tocar e caminhou até a pequena mesa que ficava em frente a um dos sofás, pegando o celular. Dez chamadas perdidas. Suspirou e atendeu.

- ONDE VOCÊ ESTÁ? – Amber escutou a voz aguda do seu irmão do outro lado da linha berrar. Sua respiração era cansada e transbordava raiva.

- Não precisa se preocupar, eu estou bem. – Amber falara, caminhando pela sala e observando os tons negros da noite pintarem o céu.

- Amber, por favor, diga-me onde você está! – Nicholas tentara moderar o tom de voz, suspirando impacientemente. – Onde diabos você se enfiou? E com Catherine!

- Eu estou bem, já disse. Não fale assim de Catherine. – Amber falara, trancando o tom de voz e ficando irritada.

- Você confia nela? Amber será que você não pode ver? Ela irá se cansar de você um dia e te fará do lanchinho especial. – Nicholas falara com seu tom de voz sarcástico e Amber ficara cada vez mais irritada.

- Eu estou bem, é só isso que precisa saber. – Amber falara e desligara o telefone, sem esperar o irmão responder. Pegou seu celular e colocou-o sob a mesinha de centro. Bateu distraidamente sua perna e sentiu uma gaveta se abrir. Abaixou-se e puxou a mesma, dominada pela curiosidade, retirando de lá algumas cartas e duas fotos. Sentou-se novamente no chão com os papéis na mão e encarou-os curiosa. Soltou as cartas no chão e observou uma das fotos. Era de uma mulher com cabelos curtos e castanhos. Ela sorria para a câmera, parecia feliz. Soltou o pedaço de papel no chão e pegou a outra foto, observando um homem olhando distraidamente para o lado. Parecia não saber que estava sendo fotografado. Seus cabelos eram castanhos claros e seus olhos verde-esmeralda. Como o dela. Amber soltou a foto rapidamente no chão e encarou seus pés confusa. Lembrou-se de algumas palavras que Catherine havia dito. Então era ele. Ouviu um barulho de algo se arrastando no andar de cima e recolheu os papéis rapidamente, indo depressa até a gaveta e colocando tudo de volta no lugar. Jogou-se no sofá e encarou a janela. Em alguns segundos Catherine estava parada ao seu lado.

- O que está fazendo? – Catherine perguntou, com sua voz insolente. Amber virou seu rosto devagar e encarou-a por um tempo. Se Catherine descobrisse que viu as fotos, ficaria irritada. Muito irritada.

- Observando o céu. – Amber falara pouco confiante. Catherine encarou o fundo dos seus olhos durante um tempo e deu de ombros, caminhando até o seu quarto. – Arrume-se, iremos sair hoje. Visitar o ninho de um velho conhecido. – Amber ouvira a voz de Catherine pronunciar, do andar de cima.

- De Kurt? – Amber falara, brincando os dedos dos pés, enquanto estava sentada no sofá.

- Não. Louis. – Catherine falara, batendo a porta do quarto em seguida. Amber levantou-se e caminhou até seu próprio quarto na casa. Abriu a porta e jogou-se na cama, encarando o teto e se deixando mergulhar em pensamentos. Ela mostraria para Catherine que era perfeita para acompanhá-la pela eternidade. Ela mostraria.

Amber desceu as escadas e Catherine estava parada ao lado da janela, trajando um vestido azul marinho curto. Amber desceu devagar e Catherine virou o rosto, encarando-a encantada. Amber trajava um vestido curto preto, com sapatos de salto vermelhos. Sua maquiagem forte mascarava seu rosto infantil. Estava linda.

- Trajada assim, é uma bela presa para vampiros. – Catherine falou, esboçando um pequeno sorriso no canto dos lábios. Amber caminhou até ela e respondeu o pequeno sorriso.

- Que seja, vamos logo. – A loira falara e caminhara em direção a porta, deixando Catherine surpreendida com sua atitude.

 

  Catherine tocou a campainha daquela enorme casa e ficou aguardando distraída, olhando para a vizinhança. A casa ficava em uma parte bem afastada de tudo, porém era magnífica. Tinha um ar vitoriano, e era toda decorada em tons de marfim e salmão. Amber olhava ansiosa para a porta, e a mesma fora aberta no segundo seguinte. Um velho vampiro com aparência nobre apareceu e sorriu.

- Seja bem-vinda, Catherine. Quanto tempo que não a vejo. Continua magnífica. – O homem falara, encarando Catherine dos pés a cabeça. A mesma apenas deu um pequeno sorriso. – Aonde está meu caro Kurt?

- Não pode vir. – Catherine falara indiferente, observando o interior da casa. O homem deu passagem para elas entrarem e Amber se deleitou com a visão interna do lugar. Era magnífico. Cada detalhe dele. Havia muitas pessoas por lá, humanos tomavam champagne e riam, escorados em vampiros. Algumas mortais se deleitavam, jogando-se em cima dos seres das trevas, esperando serem mordidas. Catherine caminhou em direção a um homem de cabelos compridos, castanhos claros e olhos azuis. Ele estava sentado em uma cadeira, envolto por outros vampiros e mulheres.

- Olá, Louis. – Catherine falara, sorrindo sedutoramente. O homem levantou-se, empurrando devagar uma humana que estava sentada em seu colo, ouvindo um resmungo dela.

- Catherine, meu anjo. – Louis se aproximara dela e puxara sua mão delicadamente, encurvando-se e encostando seus lábios gélidos nas mãos da menina, observando-a durante o ato.- Quanto tempo não a vejo. Está linda, como sempre. – Louis falara e a menina apenas esboçou um pequeno sorriso. O homem inclinara seu rosto para o lado esquerdo de Catherine e reparara na loira parada, quieta, observando tudo. – Quem é a humana que está contigo? – Louis caminhara até Amber, observando-a fixamente. A menina abaixara a cabeça e desviara o olhar. Estava com medo.

- Uma amiga. – Catherine falara indiferente. – Louis, estou aqui porque quero falar com você. Em particular. – Catherine falara e Louis desviara o olhar de Amber para a vampira. Sorriu e estendeu-lhe o braço.

- Vamos até a outra sala então. – Louis falara e Catherine o acompanhara, deixando Amber sozinha. A menina olhou ao redor e sentiu-se observada. Caminhou rapidamente para fora da casa, indo até o jardim e observando a lua. Sentiu passos leves atrás de si e o ouviu o barulho da grama sendo pisoteada. Virou-se para trás e deu de cara com um homem de cabelos castanhos encarando-a sorrindo maliciosamente.

- O que faz uma pequena garotinha como você sozinha por aqui? – Ele falara, caminhando devagar em direção a Amber. A menina dava passos para trás, enquanto observava ele se aproximar.

- Não estou sozinha. – Ela falara firme e o homem soltara uma risadinha debochada. Amber sentiu suas costas baterem rudemente em uma árvore e viu-se encurralada. O homem respirou fundo, fechando os olhos, abrindo-os logo em seguida.

- Seu sangue tem um cheiro delicioso. Assim como sua pele e sua alma. – Ele sorriu e agarrou-a pelos cabelos, espremendo-a contra a árvore e seu corpo. Amber soltou um grito e tentou se debater, sentindo o homem passar a língua áspera pelo seu pescoço. O desespero tomava conta de seu corpo.

- Eu simplesmente adoro esse jardim. – Uma voz doce fora ouvida atrás do casal. O vampiro virou-se assustado e Amber observou Catherine parada logo atrás, sorrindo docemente. O homem soltou a menina por um momento e encarou a vampira no fundo dos olhos. Não era possível... Ela deveria estar enterrada ainda, naquele caixão. – Oh, quanto tempo, não é mesmo? Desde aquele fatídico dia... – Catherine caminhava devagar pelo jardim, sua voz soava calma e a luz da lua iluminava-a de um jeito magnífico. – Eu preciso de respostas.

- Você não terá respostas. – O homem falara rudemente e Catherine dera um sorriso debochado. Amber remexeu-se e o vampiro olhou de uma para a outra, entendendo tudo. No segundo seguinte Amber estava elevada na árvore, sendo segurada pelo pescoço, debatendo-se rapidamente. – Saia daqui, se não quiser que o seu pequeno saco de sangue perca a cabeça. – O vampiro falara grosseiramente. Catherine continuara parada, observando-o, ainda sorrindo. O homem olhou-a surpreso e com medo. – Você não entendeu? Eu irei quebrar o pescocinho dessa garota se você não sair daqui, já!! – Ele falara, aumentando o aperto envolta do pescoço de Amber, que já estava vermelha, debatendo-se e tentando tirar a mão dele.

- Faça o que quiser com ela. Eu não me importo. – Catherine falara com seu jeito frio. – De qualquer forma, você será meu no final. – E ao pronunciar isso, ela sorriu. O homem surpreendeu-se com a frieza da vampira. Em um surto, soltou Amber, que caíra no chão, com as mãos envolta do pescoço, marcado e vermelho. Amber arfava, procurando ar para seus pulmões, e ouviu o barulho de algo pesado caindo no chão e rolando. Seus olhos seguiram o caminho das manchas de sangue e a cabeça do vampiro estava caída próxima de si. Soltou um grito histérico e encostou-se à árvore, olhando apavorada. Catherine estava parada mais a frente, com as mãos sangrentas e a mesma face fria.

- Vamos falar com Louis e ir embora. Agora.


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