Awakening escrita por sallyssong


Capítulo 7
You know, I came back.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70488/chapter/7

   Amber acabara de escrever e largara a caneta sob a mesa, dobrando a carta delicadamente e deixando-a ao lado da caneta. Olhou para trás e observou Catherine parada ao lado da porta. Trajava uma calça jeans, com uma blusa de gola alta negra e um scarpin da mesma tonalidade da blusa. Parecia muito mais sombria vestida assim. Ao lado de Catherine estava uma grande mala, que ela segurava com facilidade.

- Pronta? – Catherine dissera, com seu tom de voz firme e baixo. Amber fizera um sinal positivo com a cabeça e passara a mão delicadamente sobre a carta, acariciando o nome do remetente. Virou-se e caminhou até Catherine, abrindo a porta de casa e saindo da mesma, sendo seguida pela vampira. Caminhou até o carro do seu irmão, colocando a mala no banco de trás. Catherine sentara no banco do motorista, ligando o carro assim que Amber sentara-se ao seu lado. Arrancou rapidamente e em menos de segundos já estavam na estrada. Amber passara boa parte do percurso olhando para baixo, encarando suas mãos. Não sabia se era o certo a fazer, mas era o que queria no momento. Algo dentro dela gritava para ir com Catherine, e ela sabia que se não fosse, arrependeria-se pelo resto de sua vida. Passou algumas horas encarando suas unhas, como se fosse a coisa mais interessante do mundo e adormeceu. Catherine dirigia distraída, deixou seu olhar cair para a menina ao seu lado, dormindo calmamente. Sua respiração era leve e sua boca vermelha estava entreaberta. Catherine deu um pequeno sorriso. Era tão bonita. E se dependesse dela, teria Amber ao seu lado por muito tempo. Pela eternidade.

 

  Catherine parou o carro ao lado de um bar. Olhou no relógio, marcava 19:30. Abriu a porta do carro e desceu do mesmo delicadamente, encaminhando-se ao local. Abriu a porta do lugar e sentiu todos os olhares caírem, por cima de si. Só havia homens alí. Caminhou séria em direção a uma estante e pegou alguns pacotes de bolachas, jogando-os por cima do balcão e jogando o dinheiro junto. Quando fora pegar os pacotes, sentiu algo tocar sua cintura. Virou-se rapidamente e viu um homem que aparentava ter seus 40 anos encarando-a sorrindo. Outros atrás dele tinham o mesmo semblante.

- Uma mocinha como você não deveria estar aqui, há essa hora, sozinha. Quer ajuda, boneca? – O homem falara com um tom de voz grotescamente malicioso. Catherine revirou os olhos e continuou com sua expressão séria e fria.

- Não se encoste em mim e preserve sua vida. – Ela falara, pegando os pacotes e virando-se até a saída. Um dos homens, amigo do mesmo que fora falar com ela, barrara a porta, sorrindo maldosamente. O dono do bar encostou-se ao balcão sorrindo. Seria divertido. E ela era realmente uma gracinha, pensou.

Catherine sentiu um braço puxar-lhe bruscamente pela cintura e soltou os pacotes, virando-se rapidamente. Passou a mão por trás do pescoço do homem e virou sua cabeça com força, ouvindo o barulho de algo quebrar. O corpo inerte caiu no chão e um silêncio se instalara no bar. Todos os homens encaravam-na assustados.

- Quem é o próximo? – Ela dissera em um tom de voz repleto de maldade. Mostrou suas presas e sentiu o cheiro do medo dominar o local.

 

  Amber acordara com a porta do carro batendo. Elevou sua cabeça e passou a mão pelos cabelos bagunçados, tentando endireitá-los. Olhou ao redor e viu que ainda era noite. Limpou seus olhos com as costas das mãos e observou o relógio. 21:00. Olhou para o lado e observou Catherine dirigindo serenamente. Pegou um dos pacotes que estava ao lado do volante e abriu-o, degustando de alguns biscoitos.

- Quando comprou isso? – Amber virou seu rosto e perguntou a Catherine, observando que a calça da mesma estava manchada. – O que houve? – Amber perguntara, visivelmente preocupada.

- Nada que deva se preocupar. – Catherine sorrira docemente e Amber relaxara. Dobrou sua perna e colocou-a sobre o banco, ficando confortável.

- Para onde vamos? – Amber perguntara, curiosa, olhando descontraída para a paisagem que sumia rapidamente pela janela do carro.

- Para minha antiga casa.

 

  Catherine desligara o carro e pegara a mala de Amber. Olhou para o local. Continuava o mesmo. Amber saiu rapidamente do carro e olhou em volta. Era um bom lugar.

- Vamos entrar. – Catherine falara, dirigindo-se para a entrada da casa. Amber a acompanhou e subiram as escadas. Catherine tentou girar a porta, porém estava trancada. Abaixou-se e deslocou o pequeno tapete que ficava na entrada, observando o chão repleto de poeira. Empurrou com uma de suas mãos um montinho de poeira que havia alí e tirou uma chave, completamente suja. Sabia que estaria alí. Colocou-a na porta e girou a maçaneta.

Os móveis continuavam todos no mesmo local. Completamente empoeirados. Acendeu a luz e contemplou a sala. A sala que lhe trazia tantas lembranças, tanto boas quanto ruins. Sorriu para si mesma. Estava de volta.

  Amber descera as escadas rapidamente. Havia colocado sua mala em um dos quartos que a casa possuía. Andou em passos rápidos pela sala e chegou à janela, observando a vista do céu noturno do centro de Londres. Abriu um largo sorriso. Gostou de lá. Ouviu passos leves atrás de si e virou-se, encarando Catherine, que se aproximara dela.

- O que achou? – Catherine perguntara, dando-lhe um meio sorriso. Amber colocou uma das mechas do seu cabelo que caía-lhe pela face atrás da orelha, e esboçou um sorriso tímido.

- Sua casa é belíssima. Um toque vitoriano e um tanto quanto antiquado, com tons negros, mas, encantador. – Ela dissera e sorrira. Da enorme janela que a sala possuía poderiam ver a lua perfeitamente. Ela parecia perigosamente perto. Seus raios invadiam a sala, iluminando os cabelos claríssimos da garota, deixando-a com uma aparência majestosa. Catherine sorriu, levando uma de suas mãos a altura dos cabelos da menina, passando-a por entre eles, acariciando. Os olhos verde-esmeralda encararam-na com fascínio.

- Você tem noção da onde e com quem você está lidando? – Catherine dissera com a voz amável, sorrindo. Seu tom de voz era completamente doce. Amber não conseguira falar nada por alguns segundos, apenas contemplando o rosto de Catherine. Não acreditava que ela era tão perigosa quanto dizia. Não parecia.

- Não. – Amber falara, depois de alguns minutos. – Mas não me importo. É isso que eu quero seguir e fazer. – Amber completara e Catherine deu um meio sorriso, saindo de perto de Amber, em direção ao sofá. Sentou-se no mesmo e olhou para o relógio em cima da mesa. 2h.

- Vem, vamos comigo. – Catherine falara e levantara rapidamente, sendo seguida por Amber. Abriu a porta de casa e deparou-se com o frio inexistente para ela de Londres. Amber passara a mão pelo corpo, em uma falsa tentativa de aquecer-se.

- Não é muito longe... – Catherine falara enquanto caminhava. Amber permaneceu em silêncio. Não tinha certeza se queria saber para onde iriam.

 

   Catherine abriu a porta dos fundos da casa e Amber a seguiu. Poderia escutar uma música alta, mas não deu ouvidos. Subiu pelas escadas em direção ao segundo andar, dando de cara com o corredor. Caminhou por ele, observando as paredes que tão bem conhecia. Abriu uma das portas e adentrou o quarto. Era amplo, com alguns sofás. Amber sentou-se em um sofá e Catherine parou ao lado dela.

- O que estamos fazendo aqui? De quem é essa casa? – Amber perguntara, passando a mão pelos seus longos cabelos loiríssimos. Catherine ficara em silêncio e ouvira alguém adentrar o local, fechando a porta em seguida. Virou-se e não falou nada. Amber olhava do homem para Catherine, tentando entender.

- Eu sabia que você voltaria. – Kurt falara, esboçando um pequeno sorriso. Conhecia Catherine e sua alma diabólica.

- Eu sei. – Catherine falara, como de costume, fria. Kurt aproximou-se devagar dela e tomou-a nos braços, envolvendo-a em um braço gelado. Ficaram alguns segundos assim e ele a soltou.

- Preciso me estabelecer novamente. E preciso de sua ajuda. – Catherine falara e Kurt concordara.

- Todos seus pertences pessoas estão comigo. Irei entregá-la. A senha do banco você já sabe. – Ele falara e Catherine concordara. Ficaram em silêncio. – Matthew está... – Kurt tentara falar e fora cortado bruscamente pela menina.

- Morto. – Ela falara e ficara quieta novamente. Kurt remexeu-se e endireitou os longos cabelos loiros.

- Como deixou isso acontecer? – Ele perguntara. Catherine suspirou e balançou a cabeça.

- Não sei. Um descuido, suponho. Descuido que me custou muito caro. – Ela falara em um tom de voz mais baixo. Kurt ficara em silêncio e elevou seu rosto com uma de suas mãos, delicadamente.

- Você irá achar Thomas. – Kurt falara e sorrira. – Ele ainda freqüenta meu ninho.

Catherine abriu um largo sorriso. Isso era uma ótima notícia. Kurt desfez seu sorriso e olhara para o lado de Catherine, observando uma menina loira sentada no sofá, olhando-os distraída. Os cabelos eram loiros e os olhos verde-esmeralda. Olhou para Catherine e elevou o cenho.

- Quem é essa? – Ele falara e Amber elevou seu rosto para o homem. Notou que falara dela.

- Amber. – Catherine falara indiferente e Kurt a encarara sério.

- Catherine, irá começar com tudo de novo? É uma humana! Quantos anos deve ter? Não mais que 18. – Kurt começara a falar e Catherine cortara-o.

- Quando roubou minha alma eu tinha 16, Kurt. Quem é você para falar algo sobre mim? – Catherine começara a falar e Kurt emudeceu. – Ela está comigo porque quer.

- Já se alimentou dela? – Kurt falara e Catherine ficara em silêncio. – Se ela sabe do nosso mundo, tem de ser sua para isso. E pelo visto não é... Quebrou a tradição sem alimentar-se dela ou transformá-la. Sabe que é errado. – Kurt falara e Catherine ficara quieta. Amber prestava a atenção séria.

- Tantas coisas erradas nessa sociedade vampírica. Quem irá falar de mim? Todos hipócritas. – Catherine começara e olhara para Amber. – Amber, esse é Kurt, de que lhe falei. – Ela dissera sorrira. A menina levantou-se e estendeu a mão para Kurt, que ficara olhando-a por alguns segundos. Segurou delicadamente a mão da garota e beijou-lhe a palma. Amber sorrira timidamente.

- Então, não poderia ter me contado sobre o seu mundo? – Amber perguntara e Catherine confirmara com a cabeça.

- Só se lhe transformasse ou me alimentasse de você. – Catherine falara indiferente e Amber ficara quieta.

- Transforma-me então! – Amber falara e Kurt olhara para ela. Catherine fizera o mesmo e ficara em silêncio durante alguns segundos.

- Não. – Catherine falara e Amber a encarara séria. Não entendia.

- Por quê? – Amber falara com um tom de voz indagante. Catherine revirou os olhos e a encarara.

- Preserve sua vida. A maioria dos humanos sente falta dela. E já tive deveros problemas com recém-nascidos por um século! – Catherine falara e encaminhara-se para a porta. – Apareça em minha casa, Kurt. Precisamos conversar. Sabe o caminho. Vamos, Amber. – Catherine falara, já deixando o local. Amber olhara para Kurt durante um tempo e o mesmo dera um sorriso confortável.

- Não se agradaria de ser vampira, criança. Catherine não é exatamente o tipo de pessoa amável que deve pensar. – Kurt falara e Amber ficara quieta, seguindo o mesmo caminho que Catherine havia feito. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!