Assim que chegamos do lado de fora da boate, esperei Aria dizer alguma coisa. Mas ela apenas sorriu e veio na minha direção, a intenção era me beijar.

— Calma lá!

— O que foi?

— Vamos determinar o que está rolando aqui primeiro. Porque eu ainda estou meio perdido.

— Achei que você já estivesse entendido.

Ela sorriu, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e se inclinou pra mim. Na verdade eu não entendi muita coisa, mas estava gostando daquilo. Estava ficando cada vez mais excitante ficar com ela as escondidas.

Acho que nos beijando milhares de vezes, o clima estava bem quente quando ela sugeriu irmos até um lugar mais confortável.

— Podemos voltar para o hotel.

— Não acho uma boa ideia. Eles podem nos ver.

— Acho que eles vão voltar tarde esta noite.

— Melhor não arriscar. - ela se inclinou até o meu ouvido - Você não está gostando do nosso joguinho?

— Claro que sim.

— Então… Vamos lá, deve ter algum lugar em conta…

— Fala sério?

— Seríssimo.

Eu não sou de negar garota nenhuma e não seria esta a primeira vez. Os puritanos do Caleb e do Toby com certeza vão me condenar. Mas o que importa? Vim para esta viagem com este único objetivo em mente e vou aproveitá-lo até o fim.

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A volta para o hotel foi terrivelmente tensa, Hanna não calava a boca um minuto. Ela estava elétrica e não falava coisa com coisa e até chorou insensatamente. Toby tentava me ajudar a controlá-la, mas ela só foi acalmar depois que paramos no restaurante do hotel e pedimos um suco de maracujá bem forte pra ela.

— Obrigada! Vocês são os melhores amigos do mundo!

— Agora vamos para o quarto né.

— Não. Eu vou sozinha. Vocês merecem um tempo juntos.

Antes que eu pudesse contestar a ideia, Hanna já tinha saído da nossa frente. Sorri sem graça para o Toby, ele me olhou tempo suficiente para me deixar sem graça.

— É… Bem… É melhor eu subir.

— Claro, claro… Eu já vou também.

Assim que entrei no quarto vi Hanna deitada nas pernas de Aria que por sinal estava de camisola e com a cara amassada. Nem parecia que tinha ido para a boate.

— Eu fui uma tola, Aria. Fiz tudo do jeito que a Alison queria. Agora o meu namorado está lá cuidando dela!

— Han, relaxa! Não é nada demais. Ele só fez o que é correto. Você sabe como o Caleb é. Disse Aria.

— Sim, sei… Mas também sei como a Alison é. Tenho certeza que ela vai aproveitar a situação!

— Mas você tem que confiar no Caleb.

— Já disse isso pra ela um milhão de vezes…

— Tenho certeza que se a Aria não tivesse saído estaria entendo o meu lado.

— Saído? Da onde?

— Da boate.

— Mas eu não fui lá, gente!

— Como não? Você estava com vestido azul lindo que com certeza você terá que me emprestar.

Olhei para a Aria que imediatamente entendeu o que aquilo significava. Hanna ficou perdida por alguns minutos, mas logo depois fez um grande “o” com a boca e começou a gritar loucamente “ai meu deus, ai meu deus”.

— Mas vocês tem certeza? Mas como? Por quê?

— Não faço ideia…

— Ai meu deus, ai meu deus… Posso falar isso alto? Preciso dizer isso alto pra acreditar!

— Pode dizer isso alto.

— Vocês estão acham que é a Bethany?

Era exatamente isso que estávamos achando. Bethany Young, irmão gêmea da Aria tinha voltado. Aria descobriu que tinha uma irmã gêmea há dois anos, ela ficou animada com a situação, mas Bethany não parecia gostar de toda aquela história. Na verdade, ela há anos vigiava Aria, observava todos os seus passos, manias e segredos. Assim que descobrimos tudo isso, Bethany foi diagnosticada e internada em uma clínica psiquiátrica. Ela não podia receber visitas e desde então nunca mais tínhamos ouvido falar dela.

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Interessante ouvir a sua história sendo contada por outra pessoa. Sendo contada pelas mesmas pessoas que transformaram os últimos dois anos da sua vida uma tortura. Elas não sabem o que eu passei naquele lugar, elas não sabem o que eu passei antes de saber que Aria era uma cópia mal feita de mim.