Reencontro escrita por Seredine


Capítulo 2
Uma Brisa em Meio ao Deserto


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo yeeeyy!
Espero que gostem! ♥



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Era madrugada em Shurima e Taliyah estava em mais uma de suas vigias noturnas. As ruas estavam pouco movimentadas, apenas com tavernas abertas nas quais homens bêbados entravam e saiam por elas. A jovem tecelã encontrava-se sentada em cima de uma das grandes rochas que rodeavam as moradias pela cidade. Até o momento não havia tido brigas ou confusões em meio as ruas, então ela apenas contemplava a adorável vista noturna. Ao olhar para frente, via de longe o enorme castelo onde Azir e seus ascendentes residiam. Pelos lados estavam as diversas moradias, com apenas algumas em que era possível ver que haviam lamparinas ainda acesas. Quando olhava para cima, via o limpo e estrelado céu que era iluminado pela lua. O clima árido de Shurima era uma das partes favoritas de se viver ali. O dia era quente e ensolarado, enquanto a noite era fria e abafada. Ela juntou suas mãos, procurando encontrar um pouco de calor nelas. E nisso uma reconfortante brisa passou pelas suas costas e fez com que seus cabelos um tanto rebeldes balançassem junto dela, ela deixou escapar um sorriso fraco ao perceber que até mesmo uma brisa qualquer fazia com que ela pensasse em seu mestre.

Sentia falta dele.

Mais horas se passaram e nada de interessante acontecia em meio a cidade, Taliyah começou a ficar sonolenta. Ela pegou a bolsa de couro que estava ao seu lado e a jogou para perto de seu pescoço, deitando sob aquela enorme rocha e pronta para tirar um breve cochilo. Ela tinha um sono bastante leve, caso algo acontecesse já acordaria imediatamente. Observou o céu estrelado por mais alguns momentos e fechou seus olhos, desfrutando daquela brisa reconfortante que não cessava.

— Não devia se deixar tão vulnerável assim, Pardal.

Taliyah abriu seus olhos e sentou-se no mesmo instante em que reconheceu a voz rouca e misteriosa que viera junto com uma brisa mais intensa. Um enorme sorriso estava estampado em seu rosto. Não conseguia disfarçar a alegria que estava sentindo. Os passos estavam se aproximando cada vez mais de onde estava e ela ousou a olhar para trás, vendo então a pessoa na qual não saía de seus pensamentos. Yasuo continuava o mesmo. Os trajes azuis aparentavam estar um tanto diferentes, o cabelo permanecia preso com a fita que havia dado para ele e em sua cintura ainda estava o cantil feito de bambu com uma bebida típica de Ionia na qual Taliyah não recordava o nome.

— M-Mestre Yasuo! - ela disse, a sua voz expressava a alegria que estava sentindo naquele momento - Eu sempre soube que nos veríamos de novo.

— Os mercadores disseram que Shurima era uma cidade pacífica. - ele disse enquanto observava a vista do local - Meus assuntos em Ionia se resolveram e me trouxeram até aqui em busca de descanso, junto com o meu interesse em provar o hidromel do deserto que é tão bem falado.

''Me perdoe Taliyah, não posso te dizer a verdade. Não agora.'' Pensou Yasuo.

Ela não deixou de sorrir ao ouvir aquilo.

— Veio ao lugar certo. - respondeu - Você ficará por quanto tempo?

— O suficiente para que seu treinamento se complete.

— Então você ainda se lembra... - o sorriso dela não sumia de seu rosto.

— Eu nunca esqueci.

— É bom ter você de volta, Mestre Yasuo. - Ela ficou de pé e fez uma reverência em respeito, agora olhando para seu rosto.

— É bom ver que você está bem, passarinho. - ele respondeu, aproximando-se e acariciando os cabelos rebeldes da garota. Ela corou com o toque e ele esboçou um leve sorriso.

— Então... você ficará por um bom tempo, não é mesmo? Aonde você pretende ficar? Você pode ficar na minha casa e eu posso te apresentar pra minha famílias, eles estão doidos pra te conhecer! E-e também preciso te mostrar a cidade! E o castelo e todas as coisas interessantes que tem por aqui! Você também precisa provar o hidromel... - Taliyah disse tudo aquilo rapidamente, sua voz demonstrava sua total alegria e animação por ter ele por perto.

— Você continua fazendo perguntas demais.

— Desculpe, desculpe. - Um pouco envergonhada por ter expressado demais a sua animação, ela entrelaçou os dedos de suas mãos. - Mas responda as perguntas!

— Bem... - ele levou a mão até o seu queixo e parou para lembrar as diversas perguntas que a garota havia feito - Eu ficarei por bastante tempo. Não tenho lugar para ficar. Amanhã planejamos o resto.

— Então fique na minha casa! Eu posso te apresentar aos meus pais e depois pra todos os outros. Eles vão te adorar!

— Não será uma boa ideia.

— Por que?

— Eles podem reconhecer o meu rosto ou saberem sobre a minha identidade. Você disse algo a eles?

— Nadinha. - ela negou com a cabeça. - Mas ficará tudo bem. Você estará seguro aqui, eu prometo.

— Talvez não cause problemas se for por apenas uma noite... - ele respondeu, ainda pensando sobre o assunto.

— Já está bem tarde e a minha vigia já terminou. Vai ficar tudo bem! Venha. -
Ela se aproximou e tomou a mão de Yasuo, andando lentamente até a ponta da enorme rocha em que estavam.

— ...O que você pretende fazer?

— Confie em mim, vai ficar tudo bem. Só se segure.

— Eu acho melhor que eu desça com o meu próprio vent--

Taliyah deu uma leve batida com os pés, sentindo o poder que estavam crescendo debaixo da rocha. A pedra explodiu num pequeno arco, formando uma simples coluna na qual ela passou por cima como se estivesse flutuando sob uma onda. O vento frio da madrugada batia no seu rosto, enquanto Yasuo tentava permanecer sério com toda aquela adrenalina. Rapidamente, ela passava por cima de todas as rochas que rodeavam as moradias, saltando por cima de mais uma. A rocha que havia usado como prancha se desfez e ela estava pronta para a queda que estava por vir, animada. Yasuo entrou em desespero e desembainhou a sua espada, fazendo uma leve rajada de vento que fez com que caíssem com mais leveza atrás de uma das casas.

— Você não tem limites, não é mesmo?! - falou Yasuo, ainda um tanto assustado. - O que você tinha em mente quand-...

— Chegamos! - ela disse, animada. - Ah, o que você estava dizendo?

— Estaríamos perdidos se não fosse pelo vento. Teríamos dois ossos quebrados, ou mais. Não haveria nem grama ou árvore para amortecer a queda.

— S-Sim mas... digo, tudo sob controle. Quer dizer, eu já sabia que você faria isso. Hehe. - ela sorriu e tomou a mão de Yasuo novamente, pegando as chaves que estavam em sua bolsa e abrindo a porta dos fundos, guiando-o pela moradia.

Estava escura e silenciosa, então ele só deixou-se ser levado por ela. Sentia que estava subindo escadas e quase tropeçou numa delas. Logo ouviu o barulho de uma porta se abrindo e fechando em seguida. Voltou a enxergar com precisão quando Taliyah acendeu uma das lamparinas do cômodo que aparentemente era o seu quarto. Era simples e arrumado, com paredes decoradas num tom de azul escuro com linhas douradas. A cama de madeira acolchoada com algo que parecia ser feito com penas e de lençóis finos se encontrava ao meio, do lado estava uma cômoda. Na frente estava um pequeno sofá com um armário um pouco próximo. Ao lado estava uma pequena janela e uma entrada que dava até uma varanda.

Ela ficou corada quando notou que as suas mãos ainda estavam unidas e as soltou rapidamente, andando em passos largos até o armário onde jogou a sua bolsa dentro. Yasuo não entendeu bem a razão para que ela estivesse daquela maneira, mas logo chegou na conclusão de que fosse coisa da idade dela e parou de pensar sobre.

— V-Você deve estar cansado da longa viagem, precisa de alguma coisa? - ela perguntou.

— O meu estoque de água chegou ao fim e no momento eu só tenho um pouco de sakê que eu prefiro guardar.

— Sakê? - Ela perguntou enquanto jogava para Yasuo o cantil de água que sempre levava consigo.

— A melhor bebida de Ionia. - disse ele quando pegou o cantil e bebeu um pouco de seu conteúdo, devolvendo-o e deixando seus itens num canto do quarto, sentando-se no sofá em seguida. - Pode ser um problema para a sua família caso me vejam aqui.

— Eles estariam felizes por conhecerem a pessoa que cuidou de mim enquanto estive longe de casa. - ela sorriu e tirou as suas botas, colocando em seu armário. - Suas roupas não devem estar muito confortáveis com esse clima, quer que eu pegue algo para você?

— Não, está tudo bem. Com o tempo eu acabei me acostumando com essas rápidas mudanças de clima.

— Amanhã você mudará de ideia, é bem quente de dia.

— Veremos, pequena pardal...

— Já se passaram alguns anos, Yasuo. Eu já não sou mais uma criança...

Ela virou-se de costas e retirou lentamente o longo e pesado casaco que usava.

— Você continua a mesma pra mim. - ele provocou.

— ...Olhe para mim. - ela falou baixo e que soou muito adorável para os ouvidos do espadachim.

Yasuo voltou o seu olhar para ela e viu seu rosto corado olhando-o de ombro enquanto o pesado casaco deslizava para baixo de seu corpo, ficando com a fina blusa lilás de mangas compridas que ficava por baixo dele.
É claro que ela estava diferente. Haviam se passado bons anos desde a última vez em que se viram. Não entendia o motivo para que ela estivesse fazendo aquilo, mas conseguiu prender a sua atenção. Seu corpo estava mais desenvolvido e isso era possível de se ver com os trajes finos que ela usava. Suas pernas estavam mais grossas, a cintura mais torneada e o busto mais elevado. Sentia-se um depravado por estar analisando sua jovem aprendiz com tanta concentração e procurou ocupar a sua mente com outros assuntos.

— ....Taliyah.

— S-Sim?

— Me leve para conhecer a cidade amanhã.

— ...É claro. - ela respondeu um tanto desanimada. - Você pode dormir na minha cama essa noite. Esse sofá é muito pequeno para você.

— Eu ficarei bem aqui. Tenha uma boa noite, passarinho.

— Boa noite, Yasuo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. ♥



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