Hoje é doze de abril, mas por que essa data é tão importante? Eu lhes digo o porquê, hoje é o dia em que eu finalmente resolvi me confessar. Estive apaixonada pelo Nam Tae Hyun por um ano e nove meses, não foi fácil manter esse sentimento só pra mim, achava que seria o suficiente apenas observa-lo de longe, mas como é meu último ano na escola, talvez eu nunca mais possa vê-lo de novo e pior do que levar um fora é viver sem saber a resposta.

Eu combinei com meus amigos que iria me confessar na hora do intervalo, mas não tinha coragem, por isso fiz uma cartinha com o local e a hora pra gente se encontrar. Parecia uma tarefa fácil, mas a cada minuto que passava sentia o nervosismo crescer no meu corpo, até que bateu o sinal. Há uns meses atrás a ideia de ao menos considerar uma confissão jamais me passaria pela cabeça , até porque não é fácil se aproximar do garoto mais popular da escola.

Ele estava sentado no pátio conversando com seus amigos, parecia estar de bom humor porque sorria enquanto escutava eles interpretando alguma cena, não era algo muito comum de se ver, Taehyun sempre foi um garoto muito sério, mas seu sorriso era radiante.

A cada passo que eu dava em direção a ele, mais meu coração acelerava, parecia que ia sair pela boca. Meu nervosismo era tanto que esfriava meu corpo, não conseguia controlar os dentes batendo e minhas pernas bambas que andavam com esforço, mas eu não podia desistir ali, poderia ser minha única chance. Quando me aproximei mais, ele reparou na minha presença e foi ai que parecia que eu ia desmaiar me obriguei a apressar meus passos enquanto ele fazia cara de curioso e seus amigos paravam com as brincadeiras e também reparavam em mim. No momento em que cheguei nele um nó surgiu na minha garganta e nenhuma palavra saia da minha boca. Ele e seus amigos me fitavam curiosos.

— O que você quer? – Por causa da minha demora Taehyun tomou a frente, seus olhos rapidamente reviravam meu corpo até parar na carta que eu tinha em mãos. Seus amigos se afastaram para poder nos deixar a sós.

— E-eu... Eu vim lhe en-entregar isso – Ergui minhas mãos que não paravam de tremer. Senti-me tão envergonhada que abaixei minha cabeça de modo que ele não visse meu rosto. Ele pegou a cartinha e sem nem ao menos hesitar começou a abri-la – Por favor, não faça isso aqui! – Disse tão alto que ele até se assustou e meu rosto corou de imediato – Por favor – Repeti.

— Tudo bem – Ele guardou a cartinha no seu bolso e eu já não sabia o que fazer, disse rapidamente obrigada e corri tão rápido que poderia participar das Olimpíadas. Meu coração estava a mil. Não acreditava que tinha conseguido fazer algo assim, me senti realizada.

Devido às atividades da escola eu estava atrasada, tinha que correr, havia marcado numa praça a duas quadras da escola, se não fosse rápida ele poderia ir embora. Corri desesperadamente pelos corredores enquanto, o inspetor me gritava. Ninguém poderia me parar, esse era meu sonho sendo realizado, esperei tanto por isso. Sem desacelerar, corria contra o tempo que cismava em me desafiar. Quando já estava cansada, o sinal de trânsito me parou, faltavam poucos segundos para o sinal fechar, mas eu estava com muita pressa, sem nem pensar duas vezes corri em direção ao outro lado da calçada, a praça estava logo ali.

A imagem borrada de um caminhão me surge no canto do olho, uma luz forte me faz fechar os olhos, um som alto me assusta tudo acontece muito rápido, Quando abro os olhos à imagem embaçada de um motoqueiro no chão me chama atenção, mas meu relógio de braço a rouba, eu já estava uma hora atrasada.

Quando cheguei à praça ele não estava lá, talvez ele nem tivesse ido, mas se tivesse não aguentou mais esperar. Eu entendia, quem iria se dar o trabalho de esperar alguém como eu? Invisível durante dois anos, por que eu seria vista logo agora? E ainda mais pelo Taehyun, isso é sonhar muito alto.

Algo gelado encosta no meu pescoço me causando arrepios – Então você é real – Taehyun estava diante dos meus olhos, eu não podia acreditar – Não vai dizer nada? Eu fiquei te esperando durante uma hora.

Não dava pra acreditar, ele estava me esperando, esse tempo todo ele esteve aqui a minha espera – Me desculpa eu tive que fazer algumas coisas na escola e eu corri e eu estava atrasada mas eu corri eu corri muito eu quase sofri uma acidente um cara de moto um caminhão veio na direção ai tinha um cara de moto no chão.

— Um acidente? Você está bem? – Ele me perguntava preocupado, mas toda vez que eu prestava a atenção no seu rosto, não parava de pensar como ele era lindo – Sim... e-eu to bem... To muito bem.

Taehyun sorriu, algo tão raro eu pude presenciar tão de perto – Mas o que você queria comigo? – Essa pergunta me fez cair na real, não estava ali para admirado, mas sim para confessar meus sentimentos, só não sabia uma boa formar de dizer isso – Eu tenho observado você há um tempo... Não, eu gosto de você... Pra ser precisa há um ano e nove meses... Isso foi estranho né? Mas o que quero dizer é que eu gosto de você... Muito, gosto bastante, tipo muito. Ai desculpa – A sua reação primeira foi de surpresa, mas depois ele começou a rir, seu riso foi até meio exagerado vindo dele, estava rindo de mim – Ok, tudo bem, vamos nos conhecer.

— Como assim? – Minha mente não sabia interpretar essa frase “vamos nos conhecer”.

— Nós podemos sair... Juntos.