As Sete Ameaças escrita por Leh


Capítulo 48
Parte III: Os Animais Guias – Uma coruja.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Um feliz sábado para todos :)



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Hibou estava empoleirada no ombro de Sophie. Ela olhava constantemente ao redor, curiosa para saber tudo o que acontecia à sua volta.

“Acho que consigo reproduzir” anunciou depois de um tempo.

“E a língua que eles falam? “

“Uh, são muito inteligentes, os robôs. Conseguiram adaptar à nossa linguagem com apenas uma fala sua. “

“Sim. Quem os fez deve ser um gênio. “

“Uh, como gostaria de conhece-lo! ” completou batendo as asas com entusiasmo.

Magistrado continuava guiando eles por um conjunto de corredores e salões que pareciam intermináveis, todos eles brilhantes e metálicos. Tudo parecia se mover em Down City, até mesmo as paredes, que, de alguma forma transparente, mostrava todas as roldanas girando e o óleo escorrendo pelas engrenagens.

Finalmente, chegaram à uma porta que tinha o desenho de duas formas estranhas, algo em formato de “L” com um arco na intercessão das duas retas. As duas formas estavam cruzadas e, por algum motivo, pareciam extremamente perigosas, especialmente quando Magistrado as tocou e elas brilharam, fazendo a porta abrir-se sozinha.

O salão que se mostrou era enorme. Tinham estruturas metálicas que seguravam diversas roupas estranhas como as que Magnus Lotus usava. E mais ao fundo um mundo de “L’s” metálicos.

— O que são aquelas coisas? – perguntou Clyde.

— São revólveres – explicou o robô – Funcionam com pólvora e uma bala de metal. É algo como um arco e flexa, mas muito mais letal e mortífero.

Yuki estremeceu e caminhou em direção aos revólveres. Pegou um na mão e testou o peso, as ranhuras, as estruturas. Então finalmente apontou para um ponto afrente, distante de todos e apertou uma espécie de botão na alça do “L”. Um barulho ensurdecedor se fez ouvir e uma singela fumaça voou ao redor do revólver. Yuki foi lançado para trás e quase caiu se não fosse a parede que o sustentou. Contudo, o mais impressionante era o manequim que tinha recebido o impacto da bala: o peito onde tinha atingido fora completamente destruído e existia um buraco na roupa que ele vestia.

“Uh, isso também parece brilhante! Vamos tentar! ” exclamou Hibou excitada.

Mas Sophie não estava nem um pouco ansiosa para testar. Sentiu que deveria ter feito um de seus escudos invisíveis quando Yuki pegou o revólver. Magistrado tinha dito que era uma arma mortífera e perigosa e estava nas mãos de um homem cego.

Ana deve ter pensado a mesma coisa, pois correu ao encontro do amigo e tirou a arma de suas mãos.

— Você está bem?

— Quando apertei aquele botão, a arma me lançou para trás...

— Sim! – falou o Magistrado empolgado – Chama-se recuo. Sempre que se aperta o gatilho, a arma é lançada para cima. Aparentemente você nunca usou uma, não é mesmo?

— Nenhum de nós usou – falou Clyde pegando outro revólver, um maior e cheio de engrenagens e círculos com agulhas dentro – Este é diferente.

— Este não é um revólver, é uma espingarda.

— E este? – perguntou Ana pegando um ainda maior que continha vários tubos conectados e uma tira de palitos metálicos como aqueles no cinto no peito do rei.

— Esta é a arma favorita do grande rei Magnus. Chama-se metralhadora, consegue atirar várias balas seguidas.

Sophie voltou-se para as roupas que estavam ao seu lado e pegou uma. Era um vestido curto que misturava um couro grosso no peito e cintura e um tecido sedoso na saia. Ele era marrom e cinza e era acompanhado de um cinto com compartimentos para armas e ferramentas.

— Estes são os trajes usados aqui – falou Magistrado – Este é o feminino, o masculino está na outra cruzeta.

Zaki caminhou até um deles. Parecia muito com as roupas que o rei usava: calças escuras, colete de couro com cintos transversais, blusas de tecido fino. O monóculo também estava ali, junto com outros tipos de óculos escuros e estranhos e uma grande variedade de chapéus.

Sophie pegou o monóculo e levou aos olhos apenas para levar um susto. Parecia apenas um círculo de vidro comum, mas ao ser colocado frente aos olhos, conseguia-se ver tudo muito mais próximo e com uma pequena bolinha cruzada no centro.

— Este monóculo serve como mira – explicou o Magistrado – Consegue ver um círculo riscado quando olha dentro dele? – Sophie assentiu – É a mira. Aponte a arma para ali e certamente acertará o que está no centro no círculo. Os outros óculos também são para mirar durante batalhas, mas não são tão precisos, embora consigam ver no escuro com eles.

— Podemos pegar qualquer coisa aqui? – perguntou Paul maravilhado.

— Sim, tudo o que quiserem. Não há mais ninguém que venha reivindicar.

Sophie pegou um dos vestidos e o tirou da estrutura metálica. Logo em seguida olhou para as armas e viu um “T” de madeira com engrenagens e roldanas que mantinham um fio amarelo esticado.

— É uma besta – falou o robô – Suas flechas estão guardadas no centro para maior praticidade.

De fato, Sophie encontrou as flechas douradas armazenadas ali. Mesmo aquela besta que parecia tanto com seus arcos e flechas, tinha um gatilho para disparar as flechas.

— Você pode ir ali para se vestir com privacidade – falou Magistrado apontando para um canto da sala com cortinas.

Sophie obedeceu e trocou-se ali. O vestido coube como uma luva. Era apertado na cintura, mas dava a ela uma sensação de segurança naquela parte. Conseguiu colocar algumas flechas no cinto. Parecia perigosa, e ela gostou muito dessa sensação.

Saiu do vestiário e sentiu os olhos de Clyde sobre ela. Ele estava boquiaberto, ainda segurando a espingarda.

— Ficou muito bom em você, Sophie.

— Obrigada.

Zaki também saiu com as roupas novas. Estava com os óculos que viam no escuro na cabeça junto com um chapéu comprido, um colete de couro e uma camiseta branca. Parecia um pirata novamente. Um pirata armado.

— Nada mal – falou ele colocando as mãos nos bolsos da calça de couro marrom – Nada mal mesmo.

— As roupas ficaram perfeitas em você, mestre – elogiou o robô.

— Obrigado, Magistrado. Acho que qualquer um fica bom nessas roupas.

— Sim – falou Ana saindo também de trás da cortina – Até mesmo eu fico bonita nelas.

E, de fato, ela não estava tão ruim assim. As mangas compridas cobriram seus braços fortes, deixando-os parecendo mais finos, o decote favorecia seu busto e o espartilho conseguiu afinar sua cintura. Parecia a roupa perfeita para Ana.

— Você está linda – elogiou Sophie.

— Está mesmo – falou Yuki com um sorriso suave.

Ana corou terrivelmente, ao mesmo tempo que Zaki perguntava:

— Como você sabe?

— Eu simplesmente sei.

Logo todos estavam com seus trajes completos e armas escolhidas. Sophie ficara com a besta, Yuki, Nina e Paul com revólveres, Clyde e Zaki com espingardas e somente Ana escolhera a metralhadora, pois era a única que conseguia carregar a arma pesada.

— Maravilhoso! – exclamou Magistrado – Agora só precisam treinar com suas armas.

Zaki riu colocando algumas esferas metálicas com pinos no cinto.

— Será um dia divertido.

— Cuidado com essas, são granadas. Tire o pino e elas explodem, destruindo tudo em um raio de dois metros.

— Estou começando a realmente gostar de Down City – declarou Paul – Podemos ficar aqui para sempre?

— Creio que não seja possível. Além disso, vocês têm uma missão! Precisam derrotar os senhores Paladium, Gapazium e Luzarium.

Sophie engoliu em seco ao lembrar disso. Afinal de contas, esses três nomes não representavam mais três príncipes mesquinhos e revoltados, mas três potências militares.

— Serão, definitivamente, dias muito divertidos – falou Zaki terminando de se abastecer de granadas.

Sophie só podia pensar no bolo que estava em sua garganta: medo. E finalmente sorrir, pensando em quantas coisas incríveis faria para vencê-lo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da Sophie? :3



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