All I Want escrita por K2 Phoenix


Capítulo 9
El's Choices


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei que prometi voltar após o Natal kkkk
Acontece que, além de cansaço, ainda tive bloqueio criativo, MASSSS... saiu um capítulo, aleluia!
Obrigada pelo carinho e apoio de vcs nas reviews.



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Era muito frio lá fora e Eleven mirou a vista da janela. Sussurrou:

— Muita neve.

— O que você disse? – Will perguntou, passando por ela com um enorme estojo de lápis de cor, pincéis e várias folhas especiais para desenhar.

— Neve. – ela suspirou, cruzando os braços.

Os dois estavam presos em casa pois uma nevasca caía naquele início de ano de 1987. Eleven não gostava de passar muito tempo trancada em algum lugar, a não ser que Mike estivesse por perto. E ela sabia que não deveria perturbá-lo, que ele estava estudando como nunca, mas o impulso foi mais forte e ela se viu pegando o telefone e ligando para o namorado:

— Oi? Como você está, meu amor? – ele indagou.

— Melhor agora.- Eleven respondeu.- Precisava ouvir você.

— Aconteceu algo? – Mike ligou seu sinal de alerta. Alguma coisa não parecia estar em com El, mesmo que ela não admitisse.

— Eu só... – Ela desviou o olhar para fora; ela via a neve, e além dela também. – Preciso de você.

Há alguns dias ela já estava pensando naquilo. Mike tinha o futuro pronto, planejado, e seus pais tinham uma poupança para que ele fosse para uma boa faculdade, assim como a que Nancy estava. Mas, e ela? O que ela faria da vida?

Eleven tinha aprendido muito sobre a vida desde que tinha fugido do laboratório. Desde o básico, como o que era amor, amizade e família, até Inglês, Matemática e Ciências. Ela nunca tinha ido para a escola, mas estudava bastante em casa; ela tinha noção de que dali a cerca de um ano e meio, deveria ir para uma faculdade, como os garotos, ou ao menos arranjar um emprego. Mas, em quê? No que El era boa de verdade? Ela adorava ler, isso era um fato. Mas o que ela poderia fazer?

— El... Eu vou até aí. – Mike disse, resoluto.

— Está nevando muito.

— Eu vou, mamãe me empresta o carro, não se preocupa. Te amo.

— Também te amo. – ela murmurou, pensativa.

Cerca de maia hora depois, dirigindo bem devagar, Mike chegou à residência dos Byers. Bateu na porta e El o atendeu, puxando-o para a cozinha:

— Fiz chocolate quente para nós. – ela disse, mentalmente retirando as canecas do armário enquanto pegava a garrafa térmica.

— Mas antes...- Mike segurou sua cintura. El fechou os olhos e o garoto gentilmente encostou os lábios nos da namorada.

— Você está tensa. – ele beijou a ponta do seu nariz arrebitado.

— Impressão sua.- ela sorriu, tímida, mas Mike continuou a segurá-la pela cintura, colocando a cabeça no ombro da garota.

— Eu conheço cada pedacinho da sua personalidade, Elle Byers.

— Não diga, Mike Wheeler. – ela sorriu.

Por mais que estar nos braços de Mike representasse toda a segurança do mundo para a garota, ela se desvencilhou e disse:

— Mike, eu preciso saber o que vou fazer do meu futuro.

O rapaz deu um gole no seu chocolate e ponderou:

— Você já pensou em alguma coisa? Isso não é fácil.

El se sentou defronte a ele, colocando marshmellows na sua xícara:

— Como você descobriu que queria ir pro MIT?

— Bom, eu pesquisei bastante... lá é um lugar que vai me dar oportunidade de fazer cursos em Física, Biologia, Química, Engenharia... enfim, estas coisas de ciências de que eu gosto.- ele sorriu de lado.

Eleven apertou a mão dele:

— Você é muito bom, Mike. Mas eu não sei em quê eu sou boa.

— Bem, na escola existem orientadores profissionais, eles podem ajudar você. Não é hora de você deixar de ter medo de ir pra lá?

Aquele era um assunto delicado para a garota. Ir para a escola ainda dava arrepios na sua espinha, pois as lembranças do fatídico dia em que estava fugindo dos homens maus e que matou o Demogorgon eram uma sombra que a acompanhava. Ao mesmo tempo, ela também queria “ser normal” e ir para a escola, porque ela ainda tinha chance de viver essa experiência junto com o namorado e os amigos.

— Dou um doce pelos seus pensamentos. – Mike riu, tocando de leve com o indicador na testa dela. – El, você adora ler. Nossa, acho que você já leu mais livros que muitos alunos da escola, como... o que você leu mês passado? “Os Miseráveis”? Ele é gigantesco!

Ela riu, um pouco sem jeito:

— Eu adorei, aliás.

— Pois é. Você é inteligente, El, você é... incrível. Inteligente, sensível, bonita...

— Não fala assim, eu fico tímida.- Eleven riu, colocando uma mecha do cabelo castanho levemente ondulado nas pontas atrás da orelha.

Mike segurou o rosto dela e a beijou. Ambos fecharam os olhos e se entregaram à sensação de desprendimento do mundo, as línguas juntas, sincronizadas, o sabor da boca um do outro levando-os a querer mais. Segundos depois, sem fôlego, mas um pouco mais satisfeitos, Mike e El trocaram um olhar profundo e quente, e ela decidiu:

— Eu vou pra escola com você.

— Sério? – ele sorriu. – Você tem certeza?

— Eu quero... eu quero tentar, Mike.

[...]

Joyce e Hooper ficaram felizes que El quisesse cursar o resto do Ensino Médio na escola, ao invés de em casa. Todos sabiam que ela tinha motivos de sobra para ser traumatizada com o lugar, mas querer ir para lá demonstrava o quanto El também era forte.

Os primeiros dias na escola foram razoavelmente tranquilos, pois ela tinha várias aulas em comum com seus amigos e seu namorado. Aos poucos, ela tentava se enturmar, como naquela aula de Literatura Inglesa, quando a professora estava tentando chamar a atenção para o livro “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald.

—Alguém aqui já leu? Já ouviu falar? – Mrs. Roberts indagou.

Timidamente, El levantou a mão:

— Eu já.

A professora olhou curiosa para a garota:

— Você é nova aqui, não é? Como é seu nome?

—Elle... Elle Byers.

— Você é parente do Will Byers?

— Eu fui adotada pela mãe dele e pelo xerife.- El falou baixo, um pouco hesitante.

A professora sorriu um pouco e continuou:

— Bem, e o que você achou do livro, mocinha?

Livros, definitivamente, eram algumas das coisas de que Eleven mais gostava, junto de Mike (claro), Eggos e seus amigos e família. Conhecida como uma leitora voraz na biblioteca da cidade, ela procurava neles saber mais do mundo e da vida, sobre as coisas que não pudera aprender como as outras pessoas porque, por acaso, ela fora criada pelo governo para ser uma arma contra os soviéticos.

— Ei. – uma menina cutucou o braço de Eleven.- A professora te fez uma pergunta.

Ela ficou devaneando e nem percebera; suspirando, tomando coragem de falar em público:

— Ele é narrado por um personagem que faz parte da história, mas não é o narrador. Ele é Nick Carraway, que fica fascinado pelo seu vizinho, Jay Gatsby, que é muito rico e dá muitas festas. Ele é apaixonado pela prima de Nick, Daisy, e as suas festas são dadas na esperança de que ele possa vê-la. – ela pausou, pensando mais.- Dizem que este livro é muito interessante porque ele retrata a sociedade americana antes da Grande Depressão.

A professora olhou-a admirada e exclamou:

— Parabéns! Você é excelente, garota!

Ao final da aula, ainda com o peito inflado de orgulho por ter se saído tão bem na aula de literatura, El não viu que a garota que tinha lhe chamado estava atrás dela:

— Hey! Você foi muito bem hoje na aula!

— Ahn, obrigada!

— Seu nome é Elle, não é? O meu é Zoe Walker. Eu também sou nova, me mudei pra cá no início do ano letivo.

—Prazer.- Eleven ofereceu sua mão e cumprimentou Zoe. Ela era magrinha de cabelo castanho-escuro e olhos verdes, e El logo sentiu simpatia por ela.

Naquele dia, mais tarde, depois de uma sessão de Dungeons & Dragons, enquanto repartiam uma pizza, Dustin indagou:

— Ouvi dizer que uma pessoa aqui deu show na aula de Literatura, é verdade, El?

— Sim, ouvi dizer que uma certa novata deixou a professora toda orgulhosa.- Mike bateu seu ombro no dela, e ela devolveu com um beijo em seu pescoço:

— Ela só perguntou sobre um livro que eu já tinha lido. – respondeu, modesta.

— Você já leu mais que qualquer aluno do Ensino Médio, El.- Lucas riu, e Mike fez uma cara de “eu te disse” para a namorada. – Por que você não faz Literatura na faculdade?

— Eu não sei ainda. – ela ponderou, olhando para Mike e seus amigos com carinho.- Por isso fui para a escola, para saber o que fazer da minha vida, assim como vocês.

— Você já é incrível de qualquer jeito. – Dustin riu. – Ah, se eu tivesse metade dos seus poderes...

Eles ficaram especulando, então, o que fariam se tivessem poderes telecinéticos, e Mike e El se viraram um pouco, de modo a terem uma conversa mais reservada:

— Eu tô muito orgulhoso de você. – ele pegou uma mecha teimosa do cabelo de El e enrolou na ponta do dedo. – Minha namorada é a mais espetacular do mundo. – depois, aproximando mais dela.- Eu te amo.

Naqueles momentos, em que Mike sabia ser tão simples e tão profundo, Eleven sabia que, por mais que lesse tanto, nunca concorreria com ele no uso das palavras:

— Eu também, eu te amo muito. – ela disse, enlaçando o pescoço do amado e sorrindo enquanto o beijava.

— Caras, vocês são terríveis! – Lucas gritou. – Sempre dão um jeito de ficar se beijando!

E todos caíram na risada.


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Notas finais do capítulo

Reviews???



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