All I Want escrita por K2 Phoenix


Capítulo 1
Finding Eleven


Notas iniciais do capítulo

Hello! A primeira fic Mileven que fiz recebeu tanto carinho que eu voltei! Prevejo esta com cerca de 5 capítulos, que não vão estar necessariamente ligados entre si, funcionando como episódios que vão narrar um pouco do eu queria que acontecesse com estas duas pessoinhas tão lindas do meu coração rsrsr. Enjoy!



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All I Want

All I want is nothing more

To hear you knocking at my door

Cause if I could see your face once more

I could die as a happy man, I'm sure

When you said your last goodbye

I died a little bit inside [...]

But if you loved me

Why did you leave me

Take my body

Take my body (Kodaline)

(Tudo Que Eu Quero

Tudo o que eu quero é nada mais

Que ouvir você batendo na minha porta

Porque se pudesse ver seu rosto mais uma vez

Poderia morrer um homem feliz, tenho certeza

Quando você disse seu último adeus

Morri um pouco por dentro [...]

Mas se você me amava

Porque você me deixou

Tome meu corpo

Tome meu corpo)

— Você acha que ele vai ficar bem? – Dustin indagou a Lucas.

— Acho que sim... digo, o monstro não conseguiu fazer nada de muito mal com ele, não foi? – o amigo parou para refletir.

— Não, não o Will. Ele. – Dustin apontou para Mike, que olhava para baixo com uma expressão soturna.

Na volta do hospital, naquela madrugada, a sensação de todos era que tudo tinha acabado bem, afinal de contas, Will havia voltado, estava sendo medicado, mas... Mike suspirou. Como ele poderia achar que tudo estava bem se ele vira Eleven se sacrificar por todos ali? Uma garota que nunca havia sido amada por ninguém, que havia sido tratada como arma para a Guerra Fria... uma garota, que ele, apenas ele, tinha conseguido ver além de seus poderes incríveis.

Quer dizer, a telecinese e tudo o mais eram coisas incríveis, mas Mike gostava de verdade dela, das coisas que só ele tinha reparado. No sorriso contido dela, porque El meio que nunca tinha tido motivos para sorrir; no nariz arrebitado, nas maçãs do rosto, nos olhos expressivos. E no jeito como a boca da garota pareceu tão incrível em contato com a sua. E agora... agora ela se fora.

1 ano

Karen Wheeler desceu ao porão decidida a arrumá-lo. Chegara a um ponto em que Mike já tinha juntado tanta bagunça lá embaixo que ela precisava dar um jeito para ter mais espaço para a máquina de lavar e as roupas. Além do mais, ela poderia juntar coisas que ele e as filhas não usavam mais e separar para a doação.

Estava entretida dobrando roupas velhas dos filhos quando reparou no canto do porão. A tenda improvisada com cadeiras, lençóis, almofadas, um saco de dormir, lanterna e walkie talk. Ela estava ainda contemplando a tenda quando Mike entrou no porão; estava chegando da aula:

— Mãe, por favor, não mexa.

— Filho... isso... já faz um ano.

— Mãe... – ele disse, em súplica. – Por favor.

— Michael, de verdade, está na hora de esquecer o que houve. Will está bem, está a salvo, todos vocês. Acabou.

Ele sentiu as narinas dilatarem, e sua voz saiu séria, rouca:

— Por favor. Eu só... deixa como está, mãe.

— Você ainda tem esperanças de que ela volte?

—Tenho. – ele respondeu sem pestanejar. – Eu apenas... eu sinto isso.

— Você gostava mesmo dela, não é? – a mãe sorriu, daquele jeito em que percebe que seu filhinho já tinha sentimentos complexos e estava crescendo. – Bom, eu nunca planejei que minha nora fosse uma garota que era experiência científica do Serviço Secreto porque possuía superpoderes, mas...

— Mãe! – ele ruborizou.

— Michael, é o seguinte. – ela segurou os ombros do filho. – Vou deixar você manter esta tenda aqui por mais um ano, se ela não voltar... – Karen sentiu um aperto no peito, como se estivesse apenas alimentando mais ainda a dor da espera do filho – enfim, nós desfazemos isso aqui. Combinado?

Ele admitiu que sim com um gesto de cabeça.

— Outra coisa, filho. Busque novas coisas para fazer, além de passar horas aqui jogando o que faz vocês lembrarem tanto do que houve. Vá a cinema, talvez... convide uma garota pro Baile da neve, hum?

Não!— ele disse com uma veemência que fez a mãe se assustar. – Não. Nada de bailes. Sério.

Ela relanceou a cabeça e saiu.

[...]

Úmido, escuro, frio, pegajoso.

Dor.

Ela espremeu a cabeça com as mãos, gritando, chorando. Também estava tremendo, com fome, cansada.

Ela abriu os olhos e foi como se seu corpo estivesse sendo atacado por inúmeras agulhas invisíveis. Ela lembrou do laboratório, de quando a espetavam e ela chorava de medo. Medo.

Eleven se encolheu e meio que se surpreendeu por se sentir; por tocar-se e sentir seus braços, pernas, os joelhos e cotovelos; pegou na cabeça que ainda ardia de dor: cabelo. Grande, por sinal, o suficiente para cobrir bem a cabeça toda. “Still pretty”?, ela lembrou. “Yeah, pretty. Really pretty”.

Ela soluçava e parecia que aquilo tinha sido noutra vida. Por quanto tempo ela estivera ali? 3:15, ela lembrou. Claro que não tinha sido este tempo, mas lembrar dele, de qualquer coisa dele parecia que diminuía um pouco todo aquele sofrimento. Mike. Mike, Mike, Mike. Eu estou aqui.

[...]

Ela dormira de novo, e não vira outro monstro por perto, mas muitas coisas feias que a fizeram se espantar e se esconder. Ela tinha tanta fome; estava tão suja, tão exausta. Mas ela continuou andando; quando sentia que as pernas poderiam aguentar, corria; quando sua cabeça finalmente parou de doer ( e doera muito, como se ela estivesse se readaptando a tantos poderes), ela conseguiu mentalizar algo que não fosse o menino que fora tão bom para ela. Ela pensou que poderia encontrar um portal, e fugir.

Estava andando há dias. Estava cansada. Com sede. Fome. Febre. Deitou-se no chão, naquele espaço que agora lembrava uma floresta, e imaginou-se na tenda da casa de Mike, enrolada em um cobertor, comendo Eggos.

[...]

—Mike...floresta.

— Quem falou isso? – o garoto engoliu as pipocas que tinha em mãos e olhou para os amigos. Estavam assistindo de novo a Star Trek II: The Wrath of Khan; O pai de Mike tinha comprado uma nova tv para a sala e, como forma de agradar o filho, ou de vê-lo menos triste, deu a antiga TV da sala para ele colocar no porão.

— Ninguém, cara. – Lucas deu de ombros.

— Eu também ouvi algo. – Will disse.

—Mike...floresta.

— Estão vendo? Alguém falou mesmo. – Will olhou para Dustin e Lucas.

Mike correu e caiu derrapando os joelhos no chão, pegando o walkie talk:

— Eleven? – seu coração rimbombava no peito, sua respiração ofegava.

Aqui. — a voz da garota estava fraca, mas era ela, ele sabia.

— É ELA! É ELEVEN! – ele berrou para os amigos e dizer aquelas palavras em voz alta parecia ter-lhe dado um pedaço de vida nova.

— Onde ela está? – perguntou Dustin. – Lá no Mundo Invertido?

— Não, não sei...- Mike estava completamente aturdido.- Ela falou “floresta”. “Aqui”.

— Talvez você deva falar com o xerife, foi ele quem ajudou a sra. Byers a salvar o Will. – sugeriu Lucas. – Aliás, vamos todos nós, e agora. – ele ajeitou sua faixa branca que agora estava usando na cabeça ( porque estava obcecado pelo filme Karate Kid desde que eles tinham assistido no último verão).

— Obrigado, Lucas. – disse Mike, batendo no ombro do amigo após ele desceram de suas bicicletas em frente à delegacia.

— Eu sei o quanto ela é importante pra você. – Lucas afirmou, sorrindo.

— Xerife, estes garotos querem falar com o senhor. – a secretária informou.

— O que foi, algum valentão tentou algo contra vocês hoje? Eu pensei que a Eleven já tinha resolvido isso.- Hooper tomou um gole de café.

— É sobre ela que a gente veio falar. – Mike tomou a frente. – ela fez contato comigo hoje, e ela disse que estava na floresta, aqui.

O xerife arqueou uma sobrancelha, tomando lentamente mais um gole de café. Um ano colocando comida e outros mantimentos espalhados nas redondezas; um ano trabalhando para o Serviço Secreto para protegê-la, se acaso ela realmente voltasse...

— Xerife? – Mike interrompeu as reminiscências dele.

— Ok. Vamos. – ele pegou seu casaco e chapéu e os garotos foram atrás dele.

Rodaram até a noite cair, o xerife mais os quatro garotos esquadrinharam a floresta inteira: nada de Eleven. Mike teimou contra as lágrimas, fungando e enxugando os olhos nas mangas do casaco. Ninguém ali estava tão ansioso quanto ele; todos ali gostavam de Eleven, e até Will sentia-se no dever de ajudar, por tudo o que a garota fizera, mas ninguém mais que Mike estava sentindo a garganta fechar de desespero, uma pedra afundar dentro da alma.

— Escutem, vão para casa e descansem. – o xerife pediu.

— E a Eleven? – Mike se esganiçou.

— Mike, eu..

Xerife, o senhor está na escuta? Acharam uma garota na floresta, já no condado vizinho...  

A voz no rádio do policial ecoou dentro da noite que já caía.

— Oi, estou na escuta. – Hooper respondeu, pegando o rádio.

— O senhor mandou avisar sobre qualquer garota que fosse encontrada por aqui, ou em lugares vizinhos. Ela está no hospital de Greenwood.

Mike voltou a ter esperanças de novo, assim como os meninos, mas o xerife foi cauteloso:

— Vão para casa.

—Mas...

— Sr. Wheeler, eu sou o policial aqui, entendeu? Eu vou lá, verifico quem é ela, e se for a sua menina... eu o aviso amanhã, ok?

Mike piscou um pouco:

— Ok. – resmungou.

Ele, Dustin, Will e Lucas pegaram suas bicicletas e pedalaram rápido.

— Hey, cara. – Dustin disse.- É ela. A Nossa Jean Grey voltou, você vai ver.


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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor :D



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