Pai desnaturado escrita por Konanhello


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá povo, é com entusiasmo que venho postar essa one. É simples e pequena, mas tem um grande significado para mim. Há anos eu não consigo escrever um one sequer, tive depressão e depois da mesma nunca mais conseguir escrever fanfics ou continuar meus projetos de long fics e livros. E hoje, acordei com esse plot na cabeça e pensei, por que não? E pela primeira vez desde que decide desisti de ser escritora e/ou ficwritter, eu consegui terminar pelo menos uma oneshort.
E é com muita emoção que eu digo:
Boa leitura ♥



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Não, não queria aceitar que ele ficaria mais essa data fazendo aquelas malditas missões que o Hokage-agora-não-tão-legal-assim-agora fazia questão de mandar seu pai para ficar meses longe da sua família, que, cá entre nós, desde que se entende por gente, Sarada não lembra do pai ficar mais de dois meses com sua família e isso só depois que ela decidiu ir atrás dele, porque antes ela nem sabia se o mesmo iria lembrar dela, e ela estava certo, pai desnaturado. Quando ele prometeu que ia ficar com a família imaginava que ia ser como todos os pais de seus amigos, fazer missões ali e aqui e voltar logo para casa para usufruir das maravilhas de estar com sua família. Mas não, ele tinha que ser um ninja de elite, um dos novos sannins da nossa geração, o redentor, antigo traidor e hoje um dos heróis do mundo, o indestrutível, o senhor sharigan e rinnegan e outros blá blá dos títulos de Sasuke Uchiha, seu pai.

Isso é tão injusto, é a segunda vez em menos de um mês que ela fica chateada com seu pai, o que custa estar pelo menos nas datas importantes como o próprio aniversário e agora os dias dos pais, que era uma data muito importante para ela, por mais que fosse orgulhosa e não derramasse tanta demostração de sentimentos por aí, queria hoje pelo menos mostrar para seu pai que o amava, contudo ele mesmo não colaborava, não sabia como sua mãe aguentava essa indiferença de seu pai, sério, como deve ser estar casada com um homem que não está nem aí em estar nas datas importantes com a sua família e que nem o celular se preocupa de deixar ligado, por mais que ele ache que seja uma caixa preta irritante que ele nunca carrega, as vezes é bom manter contato, mas ele tinha que achar tudo tão irritante.

Sarada estava sentada naquela cadeira na mesa que ficava justamente de frente para o fogão da cozinha, sempre sentava ali para conversar com sua mãe quando algo estava lhe perturbando, não que ela tivesse amigos para desabafar, mas Boruto só ia rir da sua cara e falar o quão incrível seu pai era e não esperava a hora dele voltar para aprender novos jutsus, ignorando totalmente que ele era seu pai, e como ele, queria que o mesmo passasse mais tempo com a família. Já Mitsuki ficaria olhando para ela como se estivesse ouvindo, mas tinha certeza que ele não estaria nem aí para a sua situação. Sua mãe é diferente, ela era sua amiga, companheira e entendia a situação, até porque o ser em questão é marido dela.

A rosada sabia que quando a morena mais nova sentava-se na mesa e ficava batendo o pé daquele jeito ritmado, estava a pensar sobre algo que a intrigava e estava querendo desabafar, mas conhecia a filha o suficiente para saber que o jeito emburrado dela impedia a mesma de começar a se expressar.

— Olá, Sarada, tudo bem? — Sakura sabia que não estava tudo bem, até porque a menina a encarou já explicitando pelos olhos que não estava tudo bem.

— Não, nada bem, como a senhora aguenta isso? Ele não aparece tem mais de três meses, não deu sinal no próprio aniversário, e hoje é dia dos pais, ele tinha que ter pelo menos uma consideração com essa família, não só consigo mesmo — deu uma pausa encarando a mãe e continuou — sei lá, parece que ele não liga para nenhuma de nós duas, e a senhora continua aí com esse jeito calmo, parece que isso não te incomoda, como a senhora consegue?

— O problema é seu pai entã— Sakura foi interrompida pela filha com um tom zangado da mesma.

— É claro que o problema é ele, eu queria ter um pai, um de verdade, que estaria em casa me esperando e não apenas um que sei que me concebeu e mais nada.— Estava irritada, e isso era sem dúvida algo que ela mesma estava surpresa, não acostumava ficar daquele jeito, mas quando o assunto é seu pai não conseguia se controlar. — Um que estivesse em casa quando fosse dia dos pais, que levasse a sério que tem uma filha e uma família.

Sakura olhou a filha e ficou perplexa com o desabafo irritado da mesma, sabia que a presença do pai fazia falta no dia a dia da menina, procurava preencher isso e sabia que seria difícil para ambas essa situação, mas não podia fazer nada, por mais que ela e Sasuke fossem de elite igual e atuais sannins, Sakura tinha como a missão mais importante administrar o maior e melhor hospital do país do fogo, por isso não era constantemente levada para missões como seu marido, que, por sua jornada de redenção, conhecia o mundo a fora bem mais que muitos ninjas de elite que residiam em Konoha, além, é claro, a suspeita de uma nova ameaça faria sempre a estadia de Sasuke em casa durar cada vez menos, e ele é o único que pode investigar algo dessa proporção, sabia que faria de tudo pelo bem da vila que tanto quis destruir, e agora acredita ter uma dívida eterna com a mesma. Sakura entendia o coração de seu marido e seus sentimentos, mas para Sarada isso é bem mais difícil.

— Filha, vamos conversar — Sakura se sentou em frente a filha, pegou a mão da mesma que estava sobre a mesa e a encarou de forma amorosa — Não há mais ninguém no mundo que ame mais que um Uchiha, sabia disso?

— É, ouvi falar. — Sarada não entendia aonde sua mãe queria chegar, estava irritada, chateada e não vai ser uma crença ou uma frase de efeito bobo que vai mudar isso.

— Os sentimentos dos Uchihas são os mais vivos, que chegam a explodir, sabe por que? Porque os Uchihas amam tanto quanto são orgulhosos, eles acumulam amor de uma forma que ninguém mais é capaz, mas são difíceis de transparecer, ahh se são. — Sakura riu enquanto as lembranças tomavam conta dela. — Seu pai nos ama, mas ele tem responsabilidades não só para com a vila, mas com ele mesmo. Ele precisa fazer isso, lutar pela vila, é difícil explicar para você, mas saiba que isso é muito importante para seu pai, não que você seja menos, pelo contrário, você é a pessoa que ele mais ama nesse mundo,contudo ele acredita ter uma dívida com o nosso país e por isso ele se submete a ficar longe das pessoas que mais ama para poder cumpri-la. Além de manter um mundo em paz para você, minha querida. Procure entender seu pai — Era difícil para Sakura também, mas ver sua filha naquele sofrimento era mais difícil ainda.

— Eu só queria meu pai pelo menos nas datas importantes — Mesmo depois de todas essas palavras, ver sua filha cabisbaixa indo para o quarto de cabeça baixa para se preparar para dormir era algo que apertava seu coração de mãe. Ela sabia muito bem como era isso, Sasuke já ficou bastante tempo longe de si que sabia, mas agora entendia, e um dia, sua menina também iria entender.

Já estava tarde, Sakura estava subindo as escadas quando ouviu a porta sendo aberta e alguns passos em direção a sala, ao se virar viu o marido a encarando com um sorriso de canto, seu jeito mais lindo de mostrar que estava em casa, ah, como ela amava esse homem, e sabia que sempre seria assim. Virou na direção de seu marido, encarou-o nos olhos e de forma séria falou para o mesmo. — Sarada está chateada contigo porque você não estava aqui hoje, sabia que ela tinha um presente para te dar no dia dos pais, que é hoje? Acho melhor amanhã você conversar com ela.

— Hum... vou dar uma passada no quarto dela para ver como está, depois te encontro no nosso quarto. — bufou Sasuke, andou calmamente e passou pela esposa indo em direção ao quarto da filha que tinha a porta encostada. Ao entrar, encontrou a filha dormindo, chegou perto da cama para ter certeza se a mesma estava bem, ajoelhou ao seu lado e sussurrou — Você é o meu maior presente, Sarada. — Levantou, virou-se e foi em direção ao seu quarto matar as saudades da esposa.

— Pai desnaturado — sussurrou Sarada ao encarar a porta fechada depois de seu pai sair, virou-se e se entregou ao sono com um sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que leram, essa one é muito importante para mim ♥