Solangelo Moments escrita por Junebug


Capítulo 55
Not Just Us


Notas iniciais do capítulo

Oi! Alguns me pediram mais do UA do último cap, principalmente querendo saber sobre a história do Will estar sem camisa quando conheceu o pai do Nico. Então, eu resolvi escrever o que tinha imaginado quando coloquei isso lá e é o que vocês verão nesse cap ;)

Ah, mas antes eu só queria comentar uma coisa que pode não ter ficado muito clara: O capítulo passado assim como esse estão ligados àqueeele cap. em que o Will tá na Itália e encontra o Nico no trem (cap. 7), é o mesmo UA. Na época, eu lembro de responder um comentário dizendo que pretendia tentar escrever mais capítulos nesse universo e isso só aconteceu agora rs.



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— Nossa, esse lugar me faz sentir tão pobre!

Nico tinha levado Will para conhecer a propriedade que pertencia a sua família há várias gerações e onde seu pai e sua madrasta iam comemorar o aniversário de casamento em alguns dias. A festa era o motivo oficial para estarem ali, mas por enquanto ainda tinham o lugar só para eles.

— Tipo as vezes em que visito a casa da família do meu pai em Nova York... – Will passou os dedos pelas lombadas lustrosas dos livros.

— Bianca e eu morríamos de medo desse lugar quando éramos crianças, mas ao mesmo tempo adorávamos imaginar que estava cheio de fantasmas, até dávamos nomes e inventávamos histórias para eles... – Nico comentou, indo até uma das janelas e abrindo um pouco as cortinas. A luz do sol deixou o aposento mais aconchegante para Will.

— Quando eu era criança, eu dava nomes e inventava histórias para as vacas da minha avó... Ah! Olha só! Minha avó também tinha um desses... - Will exclamou, vendo um gramofone numa mesinha de canto. - Ainda funciona?

— Acho que sim.

Will deu uma olhada nos discos ao lado, encontrou um intitulado Clássicos Italianos em Inglês. Perguntou a Nico se podia colocá-lo. Nico assentiu dando de ombros. Quando a voz feminina cantando o Mambo Italiano preencheu a sala, Will fingiu que estava segurando um microfone e dublou a música, fazendo Nico levantar uma sobrancelha com um sorriso no canto da boca. Quando a música ficou mais agitada, Will começou a se sacudir numa dança exagerada e meio desajeitada.

— O que...

— Você não lembra da Sophia Loren naquele filme...?

Nico pareceu engasgar com o riso.

— Quer dizer que você está tentando ser sexy? – Nico perguntou, cruzando os braços e apoiando-se na lateral do sofá de couro.

— Depende. Você está me achando sexy? – Will perguntou, aproximando-se dele com um sorriso que era para ser sexy.

Nico sacudiu a cabeça, ainda rindo, mas agarrou a frente de sua camisa e o puxou para beijá-lo, um beijo que foi ficando mais intenso embalado pela música agitada que continuava. Will levou as mãos para a barra da camisa de Nico, para a pele das costas que havia por baixo, enquanto sentia Nico apertar sua nuca com uma mão e com a outra desabotoar agilmente os botões de sua camisa branca.

Depois de se livrar da camisa, ele segurou o rosto de Nico com as duas mãos, parando um momento para trocarem um olhar e um sorriso antes de voltar a alcançar seus lábios e então se inclinar para o seu pescoço. Nico tinha um cheiro amadeirado que fazia Will se lembrar do cheiro do vento batendo nos ciprestes. Ele sentiu as mãos de Nico deslizarem do seu abdome para o fecho de sua calça jeans e não pôde conter uma risadinha contra o pescoço do jovem italiano.

Foi aí que uma voz grave e seca falou mais alto que a música:

— O que está acontecendo aqui?

Bem rápido, eles se voltaram para a origem da voz. Um homem estava parado na entrada da biblioteca. Uma visão imponente e intimidadora em um terno preto muito bem alinhado. Will sentiu como se o sangue em suas veias tivesse congelado enquanto seu rosto fervia. Mais do que a vergonha por terem sido vistos, ele sentiu um medo inexplicável. O homem não apresentava uma expressão especialmente zangada, na verdade ele não apresentava expressão alguma, exceto por uma sobrancelha ligeiramente levantada.

Pai! O-o-o que... Q-que diabos está fazendo aqui? Você ia chegar só no fim de semana! – Nico disse, em tom de acusação.

O homem caminhou até o gramofone e levantou a agulha, trazendo o silêncio de volta ao aposento.

— Perséfone quis vir antes – ele disse, do seu jeito impassível. – Ela quer que o jardim esteja impecável para festa. Ela e a mãe foram direto para lá, fazer não sei o quê.

— Você devia ter avisado... – Nico começou a dizer, mas os olhos de seu pai agora estavam pousados em Will, observando-o como se ele fosse uma mancha no tapete que o homem não entendia o que tinha causado. Will nunca tinha se sentido tão desconfortável na vida.

— Ehh... Este é o Will – Nico disse. – Nós chegamos nesta manhã. Eu estava... Mostrando a casa para ele.

— S-senhor, eu... – Will decidiu que precisava fazer alguma coisa para melhorar um pouco a impressão que o pai de Nico estava tendo dele. Então num gesto muito rápido, se abaixou e apanhou a camisa no chão, colocando-a de volta e abotoando-a o mais rápido que conseguia. Tudo sem parar de falar: - É que... Eu não... Eu juro que não pretendia conhecê-lo assim! Nós...

O pai de Nico apenas continuou a olhá-lo. Nico o interrompeu:

— Nós não sabíamos que você ia chegar. Podia ter avisado que viria mais cedo! – Ele também ainda estava muito vermelho, mas não tinha perdido sua capacidade de discutir.

— Você podia avisar que estaria mostrando a casa para alguém - seu pai falou, com um leve dar de ombros.

Nico agarrou o pulso de Will e começou a se afastar com ele, respondendo ao pai agora em italiano, de um jeito impossível de acompanhar. Ao saírem da sala, Nico seguiu pelo corredor até seu quarto e finalmente soltou o pulso de Will depois de fechar a porta com um baque e se jogar de costas na cama, murmurando xingamentos em italiano para o teto.

Com um suspiro, Will baixou os olhos e viu e que tinha pulado dois botões ao abotoar a camisa às pressas. Que ótimo! Além de pervertido, o pai de Nico devia achar que ele era idiota.


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