Nico se aproximou de onde Will estava sentado no chão em frente ao sofá, debruçado sobre a mesinha coberta de papeis e livros.

— Will, você precisa dar um tempo. Que tal pedirmos uma pizza?

Will fez um barulho com a garganta que parecia ser de concordância, largou o lápis e esfregou os olhos. Sua figura era a própria definição do cansaço.

— Ei... Você está bem? – Nico se sentou perto dele, e Will apoiou a testa em seu ombro, envolvendo-o.

Por um tempo não houve nenhuma resposta. Nico esperou, passando as mãos pelo cabelo bagunçado de Will, que, por fim, perguntou sem se afastar:

— E se eu não conseguir?

— Quê? – Nico parou.

— Eu mal estou conseguindo manter uma média boa o suficiente para conseguir me candidatar. Como vou poder lidar com todos os outros testes e tudo mais pela frente?... E se eu não conseguir me tornar um médico?

Nico procurou fazê-lo encará-lo.

— Will, você é um médico desde os treze anos! Diferente da maioria dos outros, você está se dando a todo esse trabalho porque quer mesmo ajudar as pessoas... Esses idiotas deveriam implorar de joelhos para você estudar com eles.

— É, acho que vou escrever isso na minha carta de apresentação... – Will retrucou com um sorriso amargo.

Nico suspirou.

— Por que você não esquece essa coisa de bacharelado? Nós poderíamos simplesmente falar com Hazel e, com uma ajudinha da névoa, colocar você direto na faculdade de medicina, quem sabe até num hospital...

Will o encarou.

— Eu não me sentiria bem com isso.

Nico pensou mais um pouco.

— E se... E se eu invocasse, tipo, sei lá, Einstein para ajudá-lo com cálculo?

Will não resistiu diante da expressão séria de Nico dizendo isso e caiu na gargalhada.

— Você não devia rir. Eu estou querendo ajudar – reprovou Nico.

— Eu sei... – Will o puxou para alguns beijos. – Você é maravilhoso...

A expressão de Nico suavizou, mas ele procurava se manter sério. Will, continuou a beijá-lo, dizendo:

— Que tal esquecermos isso por enquanto e pedirmos aquela pizza? Depois, quem sabe...

Nesse momento Will beijava seu pescoço e Nico já não conseguia conter um sorriso.

— Hum, “quem sabe” parece bom... Que tal pularmos logo para o “quem sabe”?