Scorpius Malfoy e a Pedra da Ressurreição escrita por Mariana


Capítulo 1
Férias na Toca




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Scorpius não sabia o que escrever. Alvo Potter o convidou para passar uma semana na Toca e ele estava com receio de aceitar. Nem tanto por seu pai, Draco Malfoy, que finalmente tinha feito as pazes com Harry Potter e os Weasleys (ou quase todos eles), mas sim por seus avós. Lucius e Narcisa podem até não terem sido aliados de Voldemort até o fim, mas não eram muito chegados em fazer amizade com trouxas, nascidos trouxas e traidores de sangue.

Ele se lembrava dos comentários que eles faziam sobre Astória quando achavam que Scorpius não estava ouvindo. Que ela estava traindo os Greengrass e os Malfoys ao permitir que ele sequer falasse com nascidos trouxas. Que ela era uma nora decepcionante. Uma mãe desnaturada. Scorpius podia jurar que viu a avó sorrir no velório de Astória. E não queria que os avós se voltassem contra seu pai se ele aceitasse o convite de seu melhor amigo.

Mas se ele não fosse, perderia a chance de ficar bem pertinho de Rose. Rose Granger-Weasley era a sua paixão desde o terceiro ano. Mesmo ela sendo uma Grifinória e ele um Sonserino, Scorpius a amava e estava certo de que se tivesse outra chance, Rose não recusaria sair com ele. Aquela semana na Toca seria uma ótima oportunidade, de pelo menos olhar para ela o tempo todo.

Estava começando a escrever a carta quando o pai chegou.

— Filho, está muito ocupado agora?

— Não, pai – a coruja podia esperar.

— Preciso que você venha à sala. Quero te apresentar a alguém.

Scorpius guardou o papel numa gaveta, trancou a porta do quarto e saiu. Na sala, se deparou com uma mulher de pele morena, cabelos negros repicados e um sorriso falsamente amistoso.

— Então é esse o seu filhinho, Draco? Que gracinha... – falou a mulher, apertando as bochechas de Scorpius. Ele antipatizou com ela logo de cara.

Draco, feliz da vida, deu a pior notícia que Scorpius podia ouvir.

— Scorpius, quero que conheça Pansy Parkinson. Uma velha amiga dos meus tempos de colégio, e... – Draco corou nesse instante – sua nova mãe!

Scorpius empalideceu tanto que quase desmaiou.

— Ai, Draquinho, você tem razão, ele é tão lindo! É a sua cara na idade dele! Olha como ele tá feliz!

— D-d-desde quando v-vocês...

— Estamos juntos há um mês, e Pansy estava ansiosa em contar tudo, mas eu preferi esperar mais um pouco. Nós vamos passar duas semanas na Albânia e se quiser, pode se juntar a nós.

O sorriso falso de Pansy se desfez um pouco.

— Não – Scorpius se recompôs rapidamente – eu prefiro ficar com Alvo. Ele me convidou para ir à Toca. Tudo bem?

— Tudo bem, pode ir. Mande lembranças a todos.

...

Alvo Potter estava deitado em seu quarto pensando na conversa que teve com o pai. E refletia sobre os homens que inspiraram seu nome. Cresceu ouvindo maravilhas sobre Alvo Dumbledore e Severo Snape. E se perguntava se seria tão bom bruxo quanto eles um dia.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma coruja cinza que entrou pela janela de seu quarto. Já sabia o que era. Scorpius aceitou seu convite e escreveu que estará na Toca no dia seguinte. Alvo ficou contente. Seu melhor amigo o faria companhia e ao lado dele, se sentia menos solitário. Era o único da família na Sonserina, e embora Harry e Hermione dissessem que todas as casas tinham seu valor, seus irmãos e seus primos o importunavam, dizendo que ele viraria um bruxo das trevas e que ele podia falar com as cobras. Estava cheio de ver James e Fred silvarem quando ele passava no colégio. Todos os irmãos foram para a Grifinória, e os poucos que não foram estão na Corvinal e na Lufa-Lufa. Alvo era o primeiro sonserino entre os Potter e os Weasley que se tinha notícias.

A porta do seu quarto se abriu e uma mulher alta e ruiva entrou. Era Gina, sua mãe.

— Filho, não vem jantar?

— Sim, já estou indo – Alvo se levantou, deu um sicle à coruja, que voou graciosamente e ele fechou a janela – Mãe, o Scorpius confirmou que vem amanhã.

— Ótimo, vou separar uma cama para ele. Tudo bem se ele ficar no seu quarto?

— Não tem problema, só falta combinar com Hugo – os dois saíram.

O jantar estava quase pronto. Molly e Audrey tinham preparado uma apetitosa lasanha de frango, e o cheiro tomava conta do ambiente. James, Fred e Rose jogavam Snap explosivo, Hugo, Roxanne e Lílian já estavam sentados juntamente com Jorge, Angelina, Rony e Hermione, que tinha acabado de chegar.

— Papai já veio? – perguntou Lílian.

— Não, querida, ele disse que vai demorar um pouco no trabalho – respondeu Arthur, que se sentou no lugar à ponta da mesa.

A garota ficou emburrada, mas Alvo interveio.

— Papai trabalha muito, mas logo ele vem! Não se preocupe, Lili.

— Vou separar um pouco da lasanha pra ele – disse Molly, pegando a espátula – porque se depender de alguns aqui – falou ela, olhando para James, Fred e depois para Rony e Jorge – o coitado vai passar fome!

— Logo eu, mamãe? Logo eu que estou fazendo dieta... – resmungou Jorge, que estava com uma barriguinha saliente.

— Só se for dieta de engorde – interrompeu Rony, arrancando gargalhadas de todos à mesa.

— Acho que vamos ter que separar mais alguns lugares aqui! – uma voz forte ecoou pela sala, que Lílian logo reconheceu. Era Harry Potter. Ele veio acompanhado de Duda, sua esposa Teresa e a filhinha dos dois, Olívia, que tinha apenas cinco aninhos.

— Querido! – Gina se aproximou dele, e os dois trocaram um selinho – Você não nos avisou que eles vinham!

— Pois é! Eles só confirmaram de última hora, não deu tempo de avisar...

Duda e Teresa olhavam impressionados para o relógio de Molly, que tinha vários ponteiros com cada membro da família. Os de quase todos os membros estavam marcando Casa, exceto o de Percy, que estava em Trabalho, mas estava se locomovendo rapidamente para se juntar aos outros ponteiros.

 - Impressionante! – exclamou Duda – Este relógio é mesmo único, Harry! Ele nunca falhou?

— Não – interrompeu Molly, cumprimentando o casal com apertos de mão – Eu mesma o enfeiticei e, modestamente, é o meu melhor trabalho! Eu sou Molly Weasley, aquele ali é Arthur, meu marido, e todos os ruivos adultos são meus filhos!

— É um prazer conhece-los, sra. Weasley, creio que não se lembre de mim, mas eu sou Duda Dursley, o primo de Harry que ficou com a língua inchada naquele dia...

— Ah, mas é claro que eu me lembro de você! – falou Arthur, indo em direção aos visitantes – Harry contou que você se tornou um lutador famoso, não?

— Sim, mas já me aposentei. Agora estou cuidando da empresa do meu pai, resolvi sossegar e ficar mais perto da minha família. Esta aqui é Teresa, minha querida esposa e essa linda menininha é a minha adorada Olívia.

A mulher alta e loira, que lembrava um pouco Petúnia, só que era muito mais bela, tentava segurar a menina loirinha e gorduchinha, que queria sair dali para explorar o ambiente.

— É um prazer conhecer a senhora e sua casa, senhora Weasley, é tudo tão bonito e arrumado! Lamento que só possa ficar aqui até amanhã, mas Dudinha tem que supervisionar o novo carregamento de brocas e eu terei que levar Olívia ao dentista.

— Ah, sim, mas não se acanhem, sentem-se conosco! Acabei de preparar uma lasanha de frango, tem o suficiente para todos aqui!

Todos se sentaram e saborearam a lasanha, que foi suficiente para todos. Arthur puxou Duda para um canto e fez diversas perguntas a respeito da internet, que o bruxo tinha certeza que era um uso ilegal de mágica. Lílian e Roxanne brincavam com Olívia e as outras crianças se juntaram para mais uma rodada de Snap explosivo, exceto Alvo, que foi falar com o pai a respeito da vinda de Scorpius.

— Não vai ter nenhum problema se seu amigo vier amanhã, filho, ele é bem-vindo aqui!

— Eu sei, pai, mas...

— Acha que tio Rony vai implicar com ele por causa de Draco Malfoy? Se achar melhor, eu falo com ele, peço que não faça nenhuma piadinha a respeito.

No dia seguinte, Scorpius veio, como prometido, e os Dursleys se despediram, mas não sem comerem um almoço farto e ganharem um pote de geleia de maçã. Alvo foi logo falar com o amigo.

— E aí, cara, tá gostando daqui?

— Sim, a casa de seus avós é muito legal, mas eu tenho uma bomba pra te contar.

Alvo o levou para o seu quarto, onde teriam um pouco mais de privacidade. E lá, Scorpius contou sobre a namorada nova de seu pai.

— Acho que ele levou a sério demais quando eu disse que ele deveria seguir em frente. Não queria que ele arranjasse uma madrasta pra mim tão rápido. E muito menos aquela Pansy Parkinson, que é uma chata.

— Garanto que ela não deve ser pior que a madrasta da Branca de Neve – interveio Hugo, que foi ao quarto buscar o livro “Hogwarts – Uma história revisada”.

— Quem vê assim pensa que ele gosta de estudar – ironizou Alvo – roubou outro livro da própria irmã?

— Não, esse é da mamãe, e eu não roubei, pedi emprestado — enfatizou ele, que tinha os mesmos cabelos crespos da mãe, só que num tom mais avermelhado, e os mesmos dentes avantajados dela.

— E ela sabe disso?

— Eu vou contar antes que você possa dizer Quadribol – e saiu correndo. Hugo não era tão inteligente quanto Rose, era mais displicente com os estudos que o pai na idade dele, mas suas notas baixas fizeram com que os pais o proibissem de assistir jogos de Quadribol e Hugo teve que prometer se dedicar mais aos estudos se quisesse ver os Chudley Cannons novamente.

— Esse idiota... Então, Scorp, acho que você não precisa se preocupar. Essa tal Pansy Parkinson não deve ser tão ruim assim. Ela era colega de seu pai?

— Acho que era, ele não me falou direito. Em Hogwarts deve ter mais informações sobre aquela lá.

— Vou falar com Rose, ela deve saber de algo. Ou com tia Hermione, ela sabe tudo!

A estadia de Scorpius na Toca foi tranquila, de uma maneira geral. Rony não fez qualquer comentário a respeito do pai dele, o que já foi um grande avanço, mas percebeu os olhares do loiro para sua filha, que retribuía timidamente. Na primeira oportunidade, Rony puxou Scorpius para um canto e deu um aviso:

— Escute aqui, rapaz, se eu souber que você anda perseguindo a Rose eu te faço em pedacinhos! Não queira me ver bravo!


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