Isso não é... escrita por Kurohime Yuki


Capítulo 13
Isso não é um casamento.


Notas iniciais do capítulo

Preparados? Bom-ba. Não deu para fazer ainda a sua ideia Luci, mas ela virá! Se eu não me esquecer, vou até anotar...
Espero que isso seja treta o suficiente para vocês por enquanto, embora ficou um pouco curto...
Ah, e quem não souber que música é essa já pode morrer, depois dos comentários, é claro. Quero comentários!



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Loving can hurt

Loving can hurt sometimes

(Amar pode doer

Amar pode doer às vezes)

 

13-Isso não é um casamento. (E não está doendo.)

Sábado, 30 de abril

Ashton não sabia o que esperava depois de ter saído com Julie – e ser beijado pela mesma – ele percebeu o clima que rolou entre eles antes de tudo – e ainda sentia calafrios ao pensar naquele beijo – mas com certeza vê-la agir como se nada tivesse acontecido nunca estaria na sua lista, se ele tivesse cabeça para fazer uma. Não é como se Ash esperasse que Julie estivesse envergonhada ou se atirando aos seus braços, contudo ela permanecia indiferente a ele.  Não que ele não estivesse assim em relação a ela, para Ashton, com qualquer menina rolava clima, contudo esse comportamento dela o fazia senti-se sem valor.

Está naquela festa também não ajudava em nada, Ashton sentia-se um inútil. Ele estava feliz por Nathan e Ella. Entediado, mas feliz. Foi uma surpresa para todos quando eles anunciaram que iriam se casar, pois ninguém nem sabia que eles estavam namorando, embora Julie afirmasse que sempre viu os olhares ente eles. Nem seus filhos sabiam. E, de uma hora para outra, Michael e Demi foram de vizinhos que eram amigos e que agora se ignoravam para meios-irmãos que morariam na mesma casa e que não poderiam mais se ignorarem de um jeito “certo”, pois seriam obrigados a conviverem de qualquer jeito.

—O que você acha que eles estão dizendo? – perguntou Ash, indicando-os.

Ele sabia que Demi e Mike estavam discutindo mesmo sem entender nada. Eles só viviam discutindo, assim ficava fácil adivinhar o que eles estavam fazendo. Julie era outra entediada e prontamente respondeu:

—Claro – mesmo que Ashton não tivesse feito nenhuma pergunta que merecesse “claro” como resposta.

As palavras saíram meio enroladas por ela está bebendo, Julie era uma entediada bêbada que não falava bobagens a quem quisesse ouvir. Na maioria das vezes, ela gostava de ficar calada no seu canto aproveitando a leveza e o turvamento que a bebida causava aos seus pensamentos. Naquele momento, ela aparentemente queria ficar calada superando o fato de Nathan trocá-la por outra. Ashton não era o único que Julie dava em cima, talvez o mais próximo da sua idade. Mas definitivamente não o único. Para uma garota tao jovem, Julie parecia um pouco desesperada.

—Demi está dizendo: Seu canalha, eu te vi se agarrando com alguém de cabelo amarelo. Michael: Amarelo? De quem você está falando? Demi: Só não é da Julie, é claro que estou falando do Ashton, sua vadi...

—Você está falando de qual conversa? – interrompeu Ashton. Ele tinha certa que não estavam falando da mesma conversa.

—Aquela conversa? – disse Julie, apontando com o dedo para eles e virando o champagne de uma só vez.

—Só se for traduzida de forma bem livre – comentou Ash, dando ênfase no bem.

Distraída pela taça vazia, Julie não percebeu a ironia do tom de voz dele – se tivesse ela não ficaria calada, Ashton achava – e levantou a taça, pedindo outra cheia ao garçom que passou bem a tempo ao seu lado, tomando logo duas da bandeja para si. Ela nem perguntou se Ashton queria. Ele nunca tinha visto ela daquele jeito, virando taça após taça, ficando cada vez mais bêbada. E calada. Julie calada era algo para entrar no livro dos recordes.

—Por que você está bebendo tanto? – perguntou Ashton, tentando inicializar uma conversa. Quem sabe assim as coisas não ficavam mais interessantes?

—Eu não posso? Quero esquecer. Algum problema? – Julie respondeu e perguntou ao mesmo tempo, irritada.

—Esquecer?

—Claro, eu tenho problemas também. Você sabe o quanto é triste eu vim num casamento e saber que nunca vou poder ter isso para mim?

—Por quê?

Ashton não estava entendendo nada.

—Eu estou apaixonada, Ash. Mas não vou poder ter um final feliz como esse – disse Julie, apontando agora para os recém-casados que dançavam na pista de dança e logo depois para Mike e Demi que conversavam mais calmos. – Nem ao menos vou poder ter um começo.

Ashton continuava não entendo nada. Ele nunca imaginaria que Julie estaria apaixonada por alguém. Julie com seu jeito despreocupado preocupava-se com algo além de comida? Vê-la desse jeito só reforçava seu desejo de continuar sozinho. Completamente livre e sem complicações. Ou sofrimento. O estado de Julie, observando-a atentamente, era deplorável. Os olhos que para Ashton era a parte mais bonita – depois de suas longas pernas, é claro – pareciam nublados. Ofuscados por uma tristeza o surpreendeu. Ash já tinha visto Julie em muitas situações ruins, mas nada nunca a deixou daquele jeito. Amar devia ser uma droga – nos dois sentidos.

—Por que não?

—Por que não? – Julie riu, meio chorosa, tentando impedir que as lagrimas caíssem. – Porque, mesmo se ele gostasse de mim, isso nunca poderá acontecer. Eu estou... – fungou ela, como se puxasse o catarro de volta e completando, como se ele tivesse ficado preso na garganta: – Eu estou apaixonada por Luke. Meu irmão.

Ashton piscou. E piscou de novo. Ele ouviu as palavras saindo da boca de Julie, sabia o que elas significavam, mas não entendeu. O que Julie queria dizer com aquilo? Ashton não achava que ela estava mentindo, além de que Julie podia ser uma chata, irritante e egoísta sem amor ao próximo, mas era honesta. Ela era uma chata, irritante, egoísta, sem amor ao próximo, mais honesta que já ouviu falar. E não parecia que ela mentia. Julie estava triste, desanimada de um jeito que ele nunca viu antes, e era um triste de um jeito maligno, como se quisesse que todos sentissem sua dor.

Entretanto o mais importante para Ashton era saber como deveria reagir ao ouvir isso. Ele fez o que toda e qualquer pessoa faria na situação daquele: roubou a bebida de Julie e foi procurar uma garrafa completa para ela, não antes de mostrar suas habilidades comunicativas com um bom:

—Oi?

 

Do outro lado da pista de dança, Ashton observava Luke e Julie. Não tinha como não observarem eles e não apenas porque Ash tentava encontrar pistas de que Julie disse a verdade, encontrando-as – a prova mais recente era noite anterior e o ataque de ciúme de Luke; ao menos o amor de Julie era recíproco, não que isso ajudasse Ashton em algo – mas também porque eles eram um casal que não tinha como desviar os olhos. Julie podia não saber dançar – Ashton sempre ficava com o pé machucado como prova – contudo Luke sabia como guiá-la. Talvez Ash que fosse um péssimo parceiro.

 -Meu pé, Ashton – reclamou a garota com quem ele dançava, deixando-o sozinho depois de ter tido o pé pisado mais uma vez.

Em sua defesa, Ashton não era um péssimo dançarino apesar das diversas provas que constatavam isso. Ruim? Sim, mas existiam outros piores. Entretanto, no momento, ele estava completamente distraído. E um pouquinho bêbado. Não tinha como Julie soltar uma bomba daquelas e Ashton ficar cem por cento no seu juízo, ele precisava de uma bebida e uma bebida levou a outra, que levou a outra... E assim continuou por um tempo até que não existia mais outra para beber.

Sem ter alguém para segurá-lo naquele momento, Ashton sentiu o chão ondulando aos seus pés e cairia se Demi não houvesse pegado-o pelo braço. Para uma garota pequena, ela era forte. Sem soltar o seu braço, Demi guiou-o até uma cadeira, olhando ao redor, procurando alguém, mas ninguém veio ajudá-la. Todos estavam muitos distraídos para prestar atenção a um adolescente bêbado numa crise de moral.

—Ei, Demi – cumprimentou Ashton, caindo sentando. – Você pode me deixar aqui.

Ela apenas balançou a cabeça, querendo deixá-lo ali, contudo sua obrigação de ficar ao lado de Ashton até que ele estivesse melhor falava mais alto. Ashton achava isso impressionante. A maioria dos seus amigos teria deixado-o para morrer e ainda passaria por cima rindo. E, sim, ele ainda pensava na Julie.

Puxando uma cadeira, Demi sentou-se ao lado de Ash. Eles ficaram calados por um momento, nunca haviam conversado muito. Para ser sincero, Ashton não conversava muito com garotas, ele tinha mais o que fazer com elas do que gastar saliva com palavras. Ele era acostumado a compartilhar saliva, não desperdiçá-la.

—Você está bem? – perguntou Demi, finalmente.

—Sim. Você já pode ir.

Mas ela não foi. Demi ficou parada e quieta na cadeira, não tentando começar uma conversa ou se livrar de Ashton. Ashton também não estava a fim de conversar. Não agora. Não por um bom tempo. Era capaz de sair palavras que formariam uma frase que ele não deveria repetir enquanto estava bêbado e não pensava coerentemente. Talvez ele não devesse nem pensar nelas durante um bom tempo – sua ressaca que nem existia ainda já estava piorando – Ashton deveria esperar para um bom tempo para pensar nisso, tipo, nunca. Embora se perguntasse se Demi já não sabia disso. Melhores amigas contam tudo uma para a outra, não? Principalmente garotas. Mas Julie obviamente não seguia as regras, não quando se inventou de se apaixonar pelo irmão gêmeo.

—Demi – gritou Melanie, correndo Melanie até eles, arfando e pulando. – Eu quero bolo. Por favor. Por favor. Por favor.

Na opinião de qualquer um, Mel já estava elétrica demais para comer mais doce. Demi balançou a cabeça e murmurou um “não, estou cansada”. Para falar a verdade, Ashton chutava que Demi negou o bolo e disse que estava cansada demais – esse ultimo Ashton definitivamente tinha chutado – mas parecia que era verdade. Demi dormia com os olhos abertos.

—Eu quero bolo. Eu quero bolo – choramingou Mel, caindo, e do nada pulou com uma ideia, exclamando: – Vou pedir a Julie!

—É melhor não – disse Ashton, levantando-se. – Eu pego para você.

Do jeito que Julie estava, Ashton acreditava que Julie era capaz de dá álcool a garota do que bolo. Tomando Melanie pela mão, ele olhou rapidamente para Demi, questionando-se deveria tirá-la ou não dali, mas decidiu deixá-la quieta no seu canto. Demi já dormia novamente, rendendo-se ao sono e não parecia que seria fácil retirá-la dele.

—Quero bolo de chocolate – pediu Mel, acrescentando tardiamente: – Por favor.

—Não acho que você... – começou Ashton, entretanto Mel iniciou uma nova birra:

—Chocolate! Chocolate! Choco...

—Ok, tudo bem – cedeu ele, deixando-se ser puxando para a cozinha. – Apenas não grite. Por favor.

Lançando um ultimo olhar a Luke e Julie que ainda dançavam, Ashton deixou-se ser puxado para a cozinha, lamentando-se por ter tentado iniciar uma conversa com Julie quando ela obviamente não queria. Se Julie não queria conversar, não tinha porque ele, Ashton, envolver-se nisso. Ele já deveria saber a altura do campeonato para ficar longe dela quando Julie se recusasse a fazer qualquer coisa que fosse básica para ela, como comer e falar. Mas não... Por que perder uma oportunidade única dessas? Ashton parecia ate que gostava de sofrer.


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Notas finais do capítulo

É, gente, eu sei. Eu tenho problemas. Primeiro a revelações dos meus shipps, agora essa. Quem esperava? Eu não sabia que você era assim, Julie.



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