Marcado pelo Destino escrita por Melllll


Capítulo 5
Capítulo 5




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TRIIIIIIIIIM.
Acordei com a merda do despertador tocando, levantei meio dormindo ainda, afinal ainda era 06h50min da manhã, e fui tomar um banho gelado para ver se acordava. Saí do banho e vesti uma roupa qualquer, olhei meu horário de aulas.
-merda, hoje não tem química. –falei desapontada e desci tomar café.
-bom di-dia mãe. –dei um bocejo.
-bom dia minha filha. –ela colocou umas panquecas na mesa e eu me servi. –passou o final de semana nos Way? –ela perguntou e eu fiz que sim com a cabeça, pois a boca estava cheia.
Terminei de tomar o meu café e fui como sempre andando para o colégio que ficava a cinco quadras da minha casa. Fui pensando em que desculpa dar para ir falar com o Frank na hora do intervalo, mas nada vinha a minha cabeça. Resolvi que durante a aula de História, que seria a primeira pensaria em algo. Quando cheguei ao colégio resolvi ir direto para a sala, lá deitei minha cabeça em meus braços e tava quase adormecendo quando alguém me cutucou.
-que é? –ergui a cabeça mal-humorada.
Era o Mikey, ele era um ano mais velho que eu mais havia reprovado uma vez.
-o professor já está na sala. –ele disse se sentando ao meu lado e apontando para um careca, gordo e baixinho, o professor Bleens.
Já estávamos na terceira aula, a última antes do intervalo e eu ainda não havia pensado em nada para falar ao Frank. Eu estava quase voltando a dormir quando bateu o sinal, seria agora ou nunca. Sai da sala devagar, queria encurtar o tempo que teria de falar com ele. Olhei por todos os cantos procurando por ele e nada de achar o guri, já estava acabando o intervalo quando resolvi ir atrás do colégio, no muro. Ele estava lá, sentado no muro junto com alguns amigos (?) rindo e parece que fumando alguma coisa, quando ele me viu jogou para o outro lado do muro o que fumava, e eu fui chegando mais perto, bem devagar, detesto pessoas que fumam, detesto cigarro e infelizmente todos lá pareciam fumar um cigarrinho mais fino que os normais.
-Frank, é... er.. preciso falar com você. –eu disse meio nervosa, um cara ao lado perguntou.
-eu também tenho uns fino se quiser gatinha. –eu olhei da cara dele para a de Frank sem entender nada.
-fino? –perguntei intrigada.
-é uns fino sabe? –ele disse gesticulando algo com as mãos, ou tentando pelo menos.
-vem você não precisava falar comigo? –Frank me puxou para longe daquele louco.
-sim, mas antes, o que é uns fino? –ele passou as mãos pelos cabelos inquieto e demonstrando nervosismo.
-é... er... cigarro sabe. –ele parecia desconcertado. –cigarro de maconha.
-o que? –eu parei de repente assustada.
-é isso mesmo que você ouviu. –ele falou me puxando pelo braço para voltarmos a andar.
-você... é... você fuma maconha? –eu perguntei ainda não acreditando naquilo. Ele apenas fez que sim com a cabeça, não teve coragem de olhar para mim.
Bah, aquela notícia tinha caído como uma pedra na minha cabeça, o primeiro que eu tava afim de verdade, não querendo só diversão, era um maconheiro, um drogado. Como minha mãe sempre diz: nada é perfeito nesse mundo. Ai é por isso que eu vou viver respirar e morrer sozinha. Simplesmente por que eu quero a perfeição, e isso é impossível encontrar em um cara.
-Daia, ta tudo bem? –eu acordei do meu transe momentâneo e reparei que todos os alunos já haviam entrado apenas eu e o Frank havíamos ficado para fora.
-sai de perto de mim. –eu falei andando na direção oposta dele.
-hei que foi, qual o seu problema? –ele segurou meu braço.
-o que foi o que foi? –eu virei para ele irritada, ria de nervoso e tinha um tom irônico na voz. –o meu problema é você Iero.
-mas...
-me solta seu drogado. –e corri para longe dele, este não me seguiu, ficou apenas olhando eu me distanciar.
Eu sentei embaixo de uma árvore, fechei os olhos, as lágrimas já começavam a escorrer, mais um não. –respirei o ar poluído que tinha em volta, aquilo me dava dor de cabeça, ou será que o motivo da dor era o excesso de informações para um dia só?

FLASHBACK ON- “Eu brincava no balanço do parque, tinha oito anos. O papai que havia me levada ao parque de uma hora a outra desapareceu e eu fui procurá-lo. Olhei em todos os lados e acabei o encontrando atrás de uma enorme árvore, conversava baixo com um rapaz de pele morena.
-cadê a grana? –o moreno apontava um revólver para ele.
-eu ainda não consegui, mas até semana que vem eu arranjo. –meu pai tremia.
-semana que vem o caralho, ou passa a grana ou devolve o bagulho.
-já acabou.
-o que? Você acabou com cinco quilos em dois dias? –o moreno estava nervoso e engatilhou o revólver, encostou na testa de meu pai e antes de disparar disse:
-diga adeus a sua filhinha. –meu pai olhou para mim, tinha lágrimas nos olhos, esbugalhou os olhos e eu vi o sangue escorrer por seu rosto. Ele estava morto.”
-FLASHBACK OFF

Essas lembranças voltaram à tona na minha cabeça, me fazendo deixar escorrer mais lágrimas, afinal meu pai havia começado com a maconha também e veja no que deu, era por isso que eu detestava as drogas, elas só levam as pessoas que mais amamos de nós. Bateu o sinal da última aula, nossa como passa rápido o tempo quando estamos tristes, voltei para casa devagar, a única coisa que eu precisava era da minha cama.

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