Igualdade escrita por Deuzalow


Capítulo 2
Capítulo2


Notas iniciais do capítulo

Para quem se interessou. Boa leitura, espero que gostem.



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                Sigma ia precisar de uma boa desculpa quando chegasse em casa. Seu pai nunca aprovara que ela andasse de Skate e que ficasse na rua até tarde. Só que o medo do que tinha visto mais cedo era muito maior do qualquer bronca que poderia levar dele. Ela abre a porta de casa e corre em direção ao quarto se jogando na cama. Estava muito cansada e seu joelho doía muito sentindo que algo o espetava. Quando olhou com mais cautela percebeu que um dos cacos agora estava dentro da sua pele. Ela não queria pedir ajuda aos pais, pois teria que explicar a situação. Só que não sabia o que fazer com aquele machucado, era só uma garota de sete anos que tinha se enfiado numa baita encrenca.

                 Do outro lado da casa, sua mãe preparava o jantar enquanto o marido assistia ao jornal na TV. Ele se levanta a anda em direção ao quarto de Sigma com o intuito de chama lá para jantar.  Foi quando viu sua filha encolhida na cama chorando baixinho para não ser vista. Eric senta na beira da cama com um semblante preocupado sobre a filha já imaginando o que tinha acontecido.

—-- O que aconteceu com Você filha?

—-- Nada pai, eu só machuquei andando de Skate.

—-- Acho melhor alguém parar de andar com essa coisa.

—-- Pai não foi nada demais. Você sabe que adoro andar de skate. Sigma fala em tom de súplica.

—-- Vou conversar com sua mãe, você precisa de proteção. Olha o seu joelho. Vou pegar algumas coisas para fazer um curativo.

                Sigma estava triste, sabia que o pai ia confiscar o seu Skate. Talvez lhe comprasse mais bonecas para que ela ficasse dentro de casa. Sigma tinha um espírito mais livre e gostava de brincar na rua e andar pelo bairro. Se machucar fazia parte da sua personalidade. Quem a visse de longe diria que ela era uma bonequinha frágil. Com o seu rosto fino e delicado tinha o cabelo castanho, longo e ondulado, estatura um pouco baixa para sua idade enganava muitas pessoas. Boa parte acreditava que ela não tinha força para nada incluindo seu pai. Seus olhos verdes já estavam inchados de tanto chorar. Não queria discutir com o seu pai, mais se fosse preciso para reaver seu skate assim faria. Logo que seu pai chega ela vê a quantidade de coisas que ele tinha com sigo. Pensou o quanto exagerado ele estava sendo e não pode disfarçar uma risada.

                Já Eric queria se certificar de que estava tudo bem e não precisariam ir a um hospital àquela hora da noite. Estendeu a perna da filha analisando a situação. Não era nada grave, mais exigia um certo cuidado.  A primeira coisa que ele fez foi colocar álcool no machucado fazendo a filha contrair o corpo. Sigma se segurava para controlar o choro, principalmente quando seu pai usou a pinça para retirar o caco de vidro que tinha perfurado sua pele. Depois ele passou uma pomada e finalizou com gazes e esparadrapo.

—-- Assim que você se sentir melhor venha jantar. Seu pai fala lhe dando um beijo na testa.

—-- Pai vou ter que ficar mesmo sem meu skate? Ela diz o vendo sair do quarto com o objeto em mãos. Sua voz tinha soado em um tom choroso e manhoso.  

                Aquela cena toda era de cortar o coração de Eric, ver sua filhinha triste e machucada não lhe deixava nada feliz. Só queria o bem dela, por isso fez o que achou que era certo. Deixando de lado a vontade de Sigma.

—-- Por hora sim querida. Precisamos conversar e analisar a situação.

—-- A culpa não foi do skate pai, eu que me desequilibrei e cai. Sigma fala tentando argumentar com pai.

—-- Sigma nós já conversamos sobre isso. Não tem volta assunto encerrado. Eric fala usando um tom mais severo do que estava acostumado.

                Isso só a deixou mais revoltada, pois o pai não confiava nela para nada. A tratava como se ela fosse de porcelana. Queria poder fazer o que gostava sem recriminações. Ela retira sua jaqueta jeans e pendura sobre a cadeira, retirando apenas a carta que tinha pegado na mansão. Sabia que a qualquer momento sua mãe ia separar a roupa para lavar, caso isso acontecesse seu plano ia por água baixo. Guardou a carta em uma gaveta qualquer do seu quarto e foi jantar.

                Sigma revirava seu macarrão no prato sem vontade de comer. Queria muito não estar nesse situação e ainda não tinha comentado com ninguém sobre mais cedo a deixando nervosa por dentro. Sua mãe olhou a expressão triste da filha e resolve intervir:

—-- Filha porque você não está comendo? Ficou ruim?

—-- Não mãe é que eu não estou com fome. Você sabe que adoro sua comida.

—-- Filha você tem que comer para crescer forte. Além do que passou a tarde toda na rua sem se alimentar. Eric fala com um olhar mais severo que o da mulher.

—-- Porque essa carinha filha? Diz a mãe acariciando seu rosto.

                Sua mãe diferente de seu pai era bem mais compreensiva e lhe dava um suporte maior, mais ainda não aceitava totalmente seu jeito de ser. Mesmo assim era para o colo dela que Sigma corria quando precisava de ajuda ou estava triste, o que causava um certo ciúmes de seu pai. Só que com a forma como ele a tratava, as vezes acabava por colocar medo em sua filha. Ele não queria isso, fazia sem perceber e achava que estava a educando dessa forma.

—-- Eu só estou cansada mãe. Amanhã tenho que acordar cedo para ir à escola.

—-- Come pelo menos metade do prato filha, seu pai tem razão.

                Assim Sigma comeu o prometido e em seguida ajuda sua mãe a retirar a mesa do jantar. Toma um banho quente, refazendo ela mesma o curativo no joelho. Quando já estava na cama com o celular na mão pronta para mandar mensagens para sua melhor amiga sua mãe chega.

—- Boa noite filha, vê se não fica até tarde nesse celular. Ela fala cobrindo a filha com a coberta e lhe dando um beijo.

—-- Boa noite mãe.

—-- Boa noite filha. Seu pai fala se aproximando dos dois. Lhe dando um beijo também.

                Logo que ambos foram embora ela destrava a tela do celular a abre no contato de sua amiga iniciando uma nova conversa.

—-- Você está acordada Ju?

—-- Sim Sigma, aconteceu alguma coisa? A amiga escreve curiosa pela mensagem a essa hora da noite.

—-- Se lembra de que eu ia na Mansão da Sr.Mercedes?

—-- Sim. Me conta o que aconteceu lá?

—-- Então eu acho que eu vi o fantasma dela de verdade. Até ouvi sua voz.

—-- Se tem certeza? Você não bateu com a cabeça? Pode ter caído do skate.

—-- As pessoas dizem que é só uma lenda, mais não é. Eu até cai do skate, mais machuquei foi o joelho.

—-- Sei não Sigma. Acho que a casa está a tanto tempo abandonada que deve ter algum morador de rua se apossando dela, ai você achou que podia ser a velha.

—-- Vamos combinar assim, amanhã nos vemos na escola e eu te mostro uma prova. Só me promete que não vai contar para ninguém está certo?

—-- Tudo bem combinado. Boa noite.

—-- Para você também.

                Assim ambas adormeceram. Sigma demorou um pouco mais para pegar sono, estava ansiosa para mostrar para amiga a descoberta que tinha feito. No meio da noite ela começa a soar frio sentir algo estranho invadir seu corpo. Estava tendo um pesadelo com a velha misteriosa. Sussurrava seu nome e não parava de se mexer na cama como se estivesse realmente vivendo tudo aquilo. Passado alguns minutos sente alguém cutucando seu corpo tentando lhe acordar. Extintivamente ela abraça a primeira pessoa que vê a sua frente, respira fundo e percebe ser seu pai.

—-- Filha o que aconteceu? Ouvimos você gritando.

—-- Eu tive um pesadelo. Estava tudo escuro e tinha uma pessoa me perseguindo. Não dava para ver direito quem era. Estava tudo embaçado.

—-- É normal ser assim os pesadelos. Seu coração está disparado. Ele disse sentindo os batimentos da filha pelo pulso. Fique quietinha ai que eu vou preparar um leite quente para você.

                Sigma tentava raciocinar e se lembrar do pesadelo, mais tudo tinha passado como raio em sua cabeça. Só o fato de levantar da cama a tinha feito esquecer-se de tudo, a parte ruim era que a sensação de estar sendo observada continuava no ambiente. Ela tinha que arrumar um jeito encontrar o filho da Sr.Mercedes e lhe entregar essa carta. Assim que Sigma se ajeita na cama novamente seu pai chega com o copo de leite em mãos.

—-- Agora que a senhorita se acalmou, podia me contar o que houve?

—-- Eu não me lembro. Quando eu levantei tudo se apagou. Sigma fala um pouco decepcionada consigo mesma.

—-- Vai ver não era nada importante. Agora durma bem e vê se tirar essas ideias malucas da cabeça para não ter um outro pesadelo desses. Seu pai fala apagando as luzes do quarto.

                Sigma deita a cabeça no travesseiro, mais já não conseguia mais dormir. Olhava constantemente para os lados achando que o fantasma da Sr.Mercedes ia aparecer a qualquer momento. Uma sensação estranha invadia seu corpo sentia que tinha um dever a cumprir, mesmo não fazendo parte daquela família. Seu quarto á noite podia ser bem assustador. Em cima da sua cama tinha uma prateleira cheia de ursinhos e bonecas que a luz do luar pareciam ter seus olhos brilhando no escuro. Ela se sentia observada a todo o momento. Depois de muito se revirar na cama, ouviu seu despertador tocar. Ela estava com sono, praticamente não tinha dormido á noite.  

                Sigma se levanta indo direto para o banheiro. Começa fazendo sua higiene matinal, colocando uma camiseta da escola, uma calça jeans e sua velha e surrada jaqueta. Era assim que gostava de se vestir e não se importava muito com isso. Hoje ela estava com uma aparência péssima, e sem vontade alguma de disfarçar. Seus olhos tinham profundas olheiras, seu longo cabelo castanho estava embaraçado e rebelde. Ela só queria sentar no banco do carro e voltar a dormir. Quando senta à mesa para tomar café, houve seu pai protestando com a forma que tinha se vestido. Na verdade Eric achava que sua filha, mesmo vestida daquela forma ainda estava bonita. Só que não admitia que Sigma fosse assim para escola. Garotas não podem andar na rua desse jeito a pensou rapidamente.

—-- Filha acho bom você se arrumar melhor para ir à escola. Ele fala a conduzindo novamente ao banheiro.

—-- A, pai não estou a fim de me arrumar de novo. Sigma fala bocejando.

—-- Troca essa calça por essa saia. Tira essa jaqueta velha e usa essa tiara para prender o cabelo.

                Sigma não quis protestar, estava cansada de mais para isso. Arrumou-se como o pai pediu e foi logo tomar seu café.  Dormiu o quanto pode no caminho até a escola. Assim que chegou na escola foi direto para o banheiro se arrumar como gostava. Se olhou no espelho retirando a tiara deixando o cabelo castanho caído pelos ombros de forma natural. Calçou seu All-star preto cano médio. Colocou novamente sua jaqueta, ficando apenas com a saia andando em direção da sala.  Agora ela se sentia bem, via que era ela mesma quem estava sendo refletida no espelho e não uma montagem feita pelo seu pai.

Sigma sempre chegava cedo na escola e aproveitava esse momento para brincar com os colegas ou como na maioria das vezes lia algum livro. Ficou sentada na sua carteira à espera de sua amiga. Queria muito dividir suas experiências com ela. Os meninos ainda não tinham chego e ela não sabia se podia confiar neles. Naquela tarde eles a desafiaram, mais mesmo assim não tinham decido o final de toda história.


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Notas finais do capítulo

E ai o que achou?? Caso apareçam mais leitores dou continuidade. Assim é uma forma de eu saber se estão gostando :)



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