You and I. escrita por Jones


Capítulo 1
From way up here...


Notas iniciais do capítulo

Segunda do desafio o I'm on fire.

Música, vejam o videozinho também, You and I da Ingrid Michaelson
https://www.youtube.com/watch?v=XdEN1b-dwlw



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We might not have any money
But we've got our love to pay the bills
Maybe I think you're cute and funny
Maybe I wanna do what bunnies do with you

Hermione se olhou no espelho.

Tinha mania antiga de querer tudo em seu devido lugar, de suas vestes aos fios rebeldes dos cabelos sempre armados. Em dias mais nostálgicos, costumava rir de si mesma pelas magias já executadas no passado para tentar domar os fios: houve uma vez que os alisara tanto que chorara por meia hora já que não conseguia reconhecer seu reflexo. E nenhum de seus amigos atenciosos notara.

Também tinha dúvidas, mas só ás vezes, do quanto gostava de si mesma: se mexia no cabelo porque gostava de mudar ou se queria se parecer com alguém, se vestia-se de determinada maneira porque queria ou se havia algum objetivo oculto por trás disso. Era exaustivo, na verdade, mas foram perguntas que a transformaram. Hoje em dia, nos seus quase vinte e cinco anos de idade, ela era consciente de que gostava do tom de sua pele e das formas irregulares dos seus cabelos, tinha encontrado alguém que gostava igual e que queria ter filhos que se parecessem com ela.

Isso sempre a fazia sorrir, mesmo naquele vestido horroroso e nos arranjos de cabelo que estava sendo obrigada a usar para o aniversário de 115 anos – que pareciam bem mais, da Tia-avó Muriel.

— Esse vestido é ridículo. – Ronald disse olhando para os babados cor de caramelo estragado da vestimenta até os olhos repreensores de Hermione. – Eu sei, você sabe e em breve todos da festa saberão.

Ela poderia ter respondido de maneira sarcástica ou ter dito algo sobre o smoking de veludo roxo que ele usava, mas nada disso combinava muito bem com ela. Além disso, ele estava certo: parecia estar vestida para uma festa a fantasia.

— Nós deveríamos parar de deixar sua mãe escolher nossas roupas. – Ela sentou-se com cuidado na cama, para não amassar o vestido, não que fosse fazer alguma diferença de qualquer maneira. – O que eu faço agora? Não posso aparecer na festa com outra roupa.

— Você continua linda. – Ron sorriu, sentando-se ao lado dela. – Se a gente se concentrar apenas no seu rosto.

— Alguém já te disse para trabalhar mais nos elogios? – Ele beijou sua bochecha, fazendo-a sorrir também.

— Você. Constantemente.

Olhou para ela afetivamente. Estavam juntos há muito tempo, há uns oito anos ele diria se fosse bom em matemática e em lembrar-se de datas importantes, e ele ainda não acreditava que ela o tinha escolhido entre tantas pessoas mais brilhantes, ainda que não como ela. Claro que após quase uma década de namoro, ele sabia que era ele que ela amava, mesmo que não soubesse porquê.

— Você deveria se casar comigo. – Falou, de repente. – Eu sei que a gente não tem muito dinheiro, não depois de termos resolvido construir uma casa, na verdade. E que de acordo com tia Muriel a gente vive em pecado, porque eu gosto de fazer com você o que coelhos fazem, se você entendeu o que eu estou dizendo.

— Eu já tinha dito que me casaria quando você me pediu há uns cinco anos. – Ela disse, ignorando a vontade de rir que lhe invadiu por ter entendido a referência dos coelhinhos.

Podia ver nos olhos dele que ele diria algo estúpido como não ser merecedor do amor dela e que há cinco anos ele achava que ela iria embora a qualquer momento, por repentinamente achar que McLaggen era um cara inteligente e a altura dela. Isso era tão sete anos atrás que dava preguiça só de pensar em participar dessa discussão novamente.

Por sorte ele também sabia que era exaustivo. E que as coisas eram diferentes agora.

— Talvez possamos pagar nossas contas com amor. – Ron falou olhando para o teto, fazendo Hermione rir de seu autocontrole. – Daqui a uns anos talvez você seja a nova ministra da magia e a gente compre um Palácio.

Hermione se deitou na cama ao lado dele, jogando o emaranhado de cabelos para cima para amassar menos. Ron riu para a imagem do pequeno leão deitado ao seu lado, sempre fazia isso.

— Podemos comprar uma casa para nossos pais no sul da França. – Ela entrou na brincadeira, respirando fundo para sentir o cheio de pasta de dente de hortelã, o shampoo de coco dela que ele vivia usando e o cheio doce das balas que com certeza estavam no bolso de seu paletó horroroso.

— A gente pode poupar os dedos da minha mãe e comprar suéteres legais de natal para todos da família. – Ron estava brincando com os dedos de Hermione enquanto ela ria.

— Nenhum suéter vai ser mais confortável que o da sua mãe. – Disse para o nariz franzido dele.

— Nenhum suéter vai ser mais feio que o da mamãe. – Fez uma careta, enquanto ela aninhava a cabeça no peito dele.

— Podemos usar nosso tempo livre e toda nossa fortuna e finalmente sair para dançar. – Hermione sentia-se em casa nos braços dele. – Eu e você. 

—Você e eu. – Beijou a testa dela. – E meus quatro pés.

Sentia-se culpado por não leva-la para dançar como ela gostaria ou jantarem aquelas comidas esnobes que apenas ela sabia pronunciar o nome todas as noites. Sentia sua falta quase o tempo todo, adorava que ela tivesse sua ambição e que ele tivesse encontrado algo em que era bom e gostava de fazer, porém seus turnos noturnos e o trabalho sem folgas do ministério não ajudavam muito, quase sempre quando ela estava em casa, ele não estava. Ás vezes se encontravam ás da manhã, quando ela acordava para ir trabalhar e ele voltava do trabalho.   

— O que vai mudar se nos casarmos? – Ela o perguntou, de repente séria.

— Não sei, sinceramente. – Respirou fundo e beijou o topo da cabeça dela. – Talvez possamos começar a nos ver com mais frequência... Se eu tiver a desculpa de ser casado de repente eles me deixam trabalhar de dia, funciona para o Harry na maioria das vezes.

Sabia que ela não mudaria seus planos ambiciosos de transformar o mundo e ele não seria a pessoa que privaria o mundo de Hermione Granger, porque se ela tivesse recursos ela salvaria todos os universos, trouxa ou bruxo. Ele queria que ela tivesse recursos.

Ela era o sol e era tudo o que importava.

— Eu sinto que você e eu, nós já somos mais casados que muitas pessoas e a gente passou por tanta coisa. – Ele encolheu os ombros. – Sem os pedaços de papel, sem a festa chique e os convidados, sem os anéis. Nós compramos uma casa que não temos dinheiro para pagar no topo da montanha! Tem coisa mais casal do que isso?

— Porque você disse que queria que todos se parecessem com formigas quando olhássemos lá para baixo. – Ela girou os olhos, e riu.

— Ainda acho a ideia genial. – Mostrou a língua. – Mas eu também quero as outras coisas, quero uns filhos com seu rosto e seu cabelo, talvez o meu humor...

Ele examinou o rosto sorridente dela, era o rosto mais importante do mundo.

But baby how we spoon like no one else, so I will help you read those books if you will soothe my worried looks and we will put the lonesome on the shelf

— Então vamos nos casar. – Hermione disse simplesmente e assistiu o rosto dele se iluminar. – Prometo te ajudar a ler todos os livros que você odeia ler se você prometer tirar sempre os vincos de preocupação do meu rosto.

— Esses já são seus votos? Quero umas palavras que ninguém entende no meio. Refaça.

Ela bateu de leve no seu braço.

Adorava que os dois se divertiam mesmo depois de todos esses anos. O adorava tanto que não sabe o que não faria por ele e ainda bem que ele não sabia disso, talvez soubesse uma vez que conhecia tudo sobre ela e amava de todas as maneiras.

— Se você prometer nunca ir embora e me amar quando eu sou irritante já está bom. – Ronald falou, encostando o nariz ao dela. – Porque eu nunca vou sair do seu lado e te amo o tempo inteiro.

— Vamos ficar juntos para sempre. Você e eu.

— Eu e você.


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