Sinceridade escrita por LeaDoll


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

digamos que eu nunca li uma fanfiction de durarara!! em português, então foi um tanto difícil escrever.
de qualquer forma, espero que gostem e boa leitura ❤️!



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Com as testas encostando, gotas de suor escorregando pelo rosto de ambos enquanto compartilhavam uma respiração ofegante, eles voltaram à ação. Línguas disputando dominância, os finos e delicados dedos do menor se entrelaçavam nos cabelos loiros, os bagunçando mais ainda. 

— Ngh, Shizu-chan...

Uma leve mordida no lábio inferior do menor foi suficiente para o calar, puxando-o de volta para aquele beijo molhado.

Eles poderiam continuar, e aquilo terminaria como sempre: os dois cansados após uma sessão absurdamente exaustiva de sexo (se é que aquilo poderia ser chamado de sexo. Definitivamente eles não faziam amor, isso é algo para casais que se amam, e a relação deles ainda parecia ser recheada de ódio). Então ficariam presos em um silêncio profundo, o moreno colocaria suas roupas e sairia sem sequer uma despedida.

Eles não falavam sobre aquilo — entre os dois, apenas existiam ameaças de morte e gemidos. Mas nesse dia foi diferente.

Shizuo percebeu que havia algo de estranho quando o outro, em vez de começar a o provocar como sempre fazia, apenas jogou seus braços ao redor do pescoço dele, escondendo seu rosto no peito do maior.

— Izaya...? — perguntou, sem sequer chamá-lo de pulga ou algo assim. Algo está definitivamente errado, sua mente gritava, e isso só piorou quando Izaya estremeceu em seus braços.

— Oi, Izaya. — o chamou novamente — Pulga?

Começando a se irritar com a atitude do outro, usou uma de suas mãos para forçar o rosto do moreno para cima, obrigando os olhares a se encontrarem.

 E não soube o que dizer quando viu aqueles olhos castanho-avermelhados cheios de lágrimas, que escorriam graciosamente pelo seu rosto. Suas bochechas estavam mais que rosadas, e ao perceber o que estava acontecendo consigo mesmo, o moreno escondeu o rosto novamente. Toda a raiva de Shizuo sumiu em um instante.

— O que... O que aconteceu? — perguntou, hesitando. Não tinha certeza sobre o que estava fazendo, pois nunca havia visto Izaya numa posição tão vulnerável. 

Se essa fosse qualquer outra situação, Shizuo já teria acabado com ele faz tempo. Mas nesse caso era impossível, principalmente devido ao fato de que o outro homem permanecia em seu colo, numa posição um tanto sexual, mas também frustrante devido ao fato de que o mesmo estava chorando em seus braços.

Você aconteceu. TUDO aconteceu! — Izaya segurava firmemente na blusa já aberta do maior, e olhos cor-de-avelã o encaravam com uma perspectiva confusa — Você quer saber? Quando eu comecei tudo isso, minha intenção era te destruir! Te humilhar, e pisotear seus sentimentos! Mas no final...

 Shizuo o observava com os olhos arregalados. Era a primeira vez que o via ficar irritado, e também a primeira vez que o via chorando. Nunca conseguiu entender Izaya; mas também nunca tentou, os sentimentos dele eram muito complexos para serem compreendidos por alguém. Porém, naquele momento, Izaya estava completamente aberto, uma explosão de pensamentos guardados escorrendo em forma de lágrimas brilhantes pelo seu rosto.

— E-Eu odeio isso. Odeio como você age, como você fala, eu completamente te desprezo, seu monstro! — gritou, fazendo um firme contato visual em uma tentativa de parecer intimidador, porém seu rosto molhado, sua voz rouca e os soluços não ajudavam em nada — E o que eu mais odeio, é que eu não consigo mais te odiar de verdade.

O loiro ficou em silêncio.

 Tentou seu melhor para entender a situação e até que fazia sentido; eles se tornaram estranhamente próximos recentemente. Apesar de continuarem naquela perseguição diária de Ikebukuro, Shizuo começou a entender o jeito estranho do informante demonstrar os próprios sentimentos, e Izaya estava começando a ver um pouco de humanidade no loiro.
Shizuo suspirou, usando uma das mãos para afagar os cabelos do menor.

— Não chora, por favor... — murmurou, tentando o acalmar, sua outra mão abraçando a cintura do moreno. Até doía o ver assim.

 — Pare de fingir que se importa. Eu não sou nada pra você além de um cara que dorme contigo todo final de semana. Na verdade, eu provavelmente sou menos que isso! Uma peste, não? Um desgraçado. — falou, com uma risada sarcástica, mas no fundo Shizuo sabia que Izaya só estava dizendo aquilo para negar os próprios sentimentos — Nós deveríamos parar de fazer isso. Você me odeia, certo, Shizu-chan? Pelo menos, quando eu te faço me odiar, consigo ter você só pra mim.

E abriu um sorriso triste, fingindo estar bem, mesmo após ter aberto seu coração para o monstro de Ikebukuro.

— Você não precisa me irritar para ter minha atenção. — constatou o loiro, porém sem nenhuma dica de raiva em seu tom de voz. Pelo contrário, parecia de alguma forma preocupado.

— Talvez eu não precisasse, se você não tivesse me rejeitado!

— Rejeitado? Do que você-

— Você disse que não gostava de mim na primeira vez que nos vimos.

E por mais que Shizuo não quisesse admitir, aquilo era a pura verdade.

— Você acha que as coisas seriam diferentes se tivéssemos um começo melhor?

— Provavelmente.

— Desculpa.

Izaya o encarou confuso novamente, sem entender o pedido de desculpas súbito.

— Me desculpa por ter dito aquilo.

— ... — Alguns segundos se passaram até o informante começar a rir, uma risada alta e que soava de certa forma um pouco maníaca, e depois voltou para aquele sorriso triste — Não tem problema. Se tudo fosse diferente, eu não estaria com você agora, Shizu-chan.

Mais uma verdade.

E talvez também fosse verdade que eles deveriam parar com isso. Talvez, só talvez, já estivesse na hora deles repensarem sobre essa relação confusa.

Pouco a pouco, haviam começado a se preocupar um com o outro, e chegaram num ponto que isso já era notável.

— Ainda não percebeu..? Isso está indo para o rumo errado. Você deveria me odiar, não se preocupar comigo! Eu deveria te odiar! — as lágrimas voltaram a escorrer, e Izaya escondeu seu rosto novamente.

— Isso não é necessariamente ruim.

O moreno o olhou confuso.

— Eu ainda estou puto com você por tudo que me fez a vida toda, mas... Eu não quero ver você assim. — Shizuo usou uma de suas mãos para limpar as lágrimas do menor, abrindo um sorriso largo — Parece que seu plano não deu muito certo.

— Shizu-chan... — Izaya parecia chocado por um momento, não esperando aquela reação do loiro. Era tão gentil, e ao mesmo tempo confortante, um lado de Shizuo que o moreno quase nunca via — Seu... Seu protozoário estúpido! Por que você tem que ser tão imprevisível... Ugh... Nem sei porque tentei te contar meus sentimentos!

Apesar do que disse, um sorriso pequeno se formou nos lábios do informante.

— Sentimentos? Você não me contou seus sentimentos.

— Você queria que eu dissesse o o quê? Que eu te amo? Vai sonhando.

— Eu te amo. — Shizuo simplesmente disse, sem hesitação alguma. Demorou muito tempo para ele chegar nessa conclusão, mas achou que aquela era a hora certa para dizer.

— Eu não te odeio. — Izaya murmurou. Ele não iria admitir seus sentimentos tão cedo, mas não havia problema. Um "eu não te odeio" já era um grande passo para o informante, que não estava acostumado a falar sobre como se sente e nem se sentir assim sobre alguém. Shizuo aceitaria isso de braços abertos.

Aquela noite terminou diferente de todas as outras, com os dois dormindo abraçados, e acordando juntos na manhã seguinte, seus olhares se encontrando com uma paixão que nunca haviam experimentado antes.
E no momento que aqueles olhos avermelhados o encararam, Shizuo soube que não poderia mais fugir.

— Bom dia, Shizu-chan!


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Notas finais do capítulo

por favor deixem um comentário! eu não tenho ideia se isso ficou bom ou ruim então qualquer review é super importante ;u;



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